Jungle Guards School - INTERATIVA escrita por Giovanna


Capítulo 32
Paradise


Notas iniciais do capítulo

Fiquei doente então o capítulo demorou um pouco mais pra sair.
Temos as consequências do estalo do Thanos, brincadeira, são as consequências do dia da ilha mesmo.
Boa leitura.



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[Hospital, corredores, 10 de novembro, 11:20 AM]

Heather perambulava pelos corredores do hospital, ficar presa a uma cama não era assim tão divertido. O risco que ela havia corrido a exposição de uma hipotermia afetou diretamente em sua saúde e possivelmente a saúde do bebê, por isso a escolha mais lógica era deixa-la em observação até que o pequeno Maximus nascesse.

A ruiva repousou a mão na barriga que não se escondia por nada agora. Estar de quase 6 meses havia lhe possibilitado descobrir que ela carregava um menino, extremamente poderoso. Um Protetor das aranhas e formigas, não demorou muito para que Maximus ganhasse o apelido de Spider-boy.

Seus pais, que estavam surtando com seu desaparecimento, digeriram a notícia melhor do que ela podia imaginar. Era possível que a preocupação imediata com Heather houvesse afetado o julgamento dos dois, mas ela preferia não questionar. Por outro lado, os pais de Lucian não foram tão dóceis.

Os Haid foram incisivos ao obrigar Lucian a arranjar um trabalho, logo ele teria que sustentar Heather. Manter boas notas na escola e trabalhar de barman custava todas as energias de Lucian a cada semana, mas ele sabia que nada ficaria mais fácil com a chegada de Maximus.

Heather vendeu a maior parte de suas roupas para conseguir um dinheiro extra e precisou terminar os estudos à distância. Uma de suas tristezas era saber que não poderia comparecer ao baile de formatura por causa disso.

A jovem adentrou o quarto 24, apesar de não ser o seu, era um local muito bem conhecido ao passar lento daquele mês. Heather suspirou enquanto encarava o visor de batimentos, nenhum sinal de instabilidade ou qualquer mudança. Ela olhou para o jovem que residia na maca.

— Ora, James. – ela dizia decepcionada. – Nem mesmo um dígito diferente?

Heather apoiou a cabeça na maca, seus olhos fixados no loiro a sua frente. James havia sofrido diversas concussões em seu tempo com Storm, usar seu poder com pouca vitalidade havia lhe custado muito. Ele estava em coma desde o ultimo dia na ilha.

Os médicos especializados em espíritos animais fortes como o dele não davam qualquer esperança. James precisava melhorar sozinho, caso contrário ficaria em coma por tempo indeterminado e em alguns anos estaria vegetando.

Heather o visitava todos os dias, não deixando a esperança de uma mudança em seu estado morrer. O pai de James aparecia sempre, juntamente do próprio pai da menina. O diretor era adulto o suficiente para não afastar as pessoas, mas sua maior preocupação era James, ele se sentia um pai falho ao vê-lo naquele estado.

James tinha adquirido uma barba rala, o cabelo estava crescendo assim como as unhas, mas ele continuava “dormindo” calmamente. Sua mente vagava sem rumo na escuridão, sem perspectiva de voltar a funcionar. Ele havia dado tudo o que tinha para a sobrevivência dos amigos, Heather mal conseguia imaginar como seria para ele acordar depois de tanto tempo e saber de tudo o que aconteceu. Nenhum deles voltaria a serem como antes, eles não podiam.

[Jungle High School, Salão de Festa, 17:10 PM]

Aurora observava os balões e faixas presas por todo o salão, o trabalho estava muito bom. Heather ficaria orgulhosa se pudesse ver, assim como James. A ásiatica suspirou, um mês havia se passado sem perspectiva de melhoras, mas ali estava ela, trabalhando para formar seus amigos que haviam sobrado.

Nenhum deles estava realmente no clima festivo. O diretor havia se afastado do cargo para cuidar de James e outra pessoa havia assumido o seu lugar, Aurora não se sentia a mesma desde o dia na ilha. Tudo havia mudado, ela mesma havia mudado.

Ter Storm em sua cabeça por alguns minutos foi o suficiente para que ela assistisse seus piores pesadelos de perto, realmente achando que eles eram reais. Ela estava com medo, tudo o que havia perdido a devastava, mas ela tentava seguir de alguma forma. Eles não podiam deixar que o felino vencesse, eles precisavam voltar a viver.

O governo havia se aquietado diante as provas que Penélope apresentou. Storm era um agente triplo e havia enganado a todos de forma exuberante, a maior parte da culpa sobre os ataques de Katastrophy recaíram sobre ele, mas ainda assim Ikky precisou pagar pelos seus atos.

Aurora se questionava se não devia de certa forma pagar junto a ele. Ela havia sido cúmplice do crime afinal, mas aquilo não parecia importante para os grandes tubarões corporativos, eles só queriam alguém para botar a culpa. Storm e Ikky dividiam celas especiais em uma prisão construída para eles.

Os Protetores haviam ganhado reconhecimento por parte de todo o governo, até o momento os passos de integração eram lentos. Os Anjos da Lei haviam voltado a ativa, afastando Penélope deles novamente, cientistas podiam contratar Protetores para experimentos não letais. Eles eram uma raça incompreendida pelos humanos, mas aos poucos estavam sendo estudados.

Aurora não se sentia bem com essa aliança com os humanos, o discurso de Storm fazia sentido. Por mais genocida que ele fosse, os humanos nunca compreenderiam as diferenças que eles possuíam. Por isso a asiática não se sentia segura diante aquilo, tudo parecia estar colapsando.

— Bom trabalho. – Aurora ouviu alguém a elogiar e se virou.

Era Derek. Ele havia sido jogado ao mar pouco antes de Somchai virar uma bomba nuclear, o jovem acreditava que Somchai havia tentado salva-lo, um ultimo ato de humanidade antes de matar a todos. Porém Kenai o impediu.

Aurora observou a roupa que ele usava, um smoking. Somchai iria se formar aquele ano, Derek havia comprado a roupa para acompanha-lo. A jovem engoliu em seco, a sensação de morte que Derek carregava agora era palpável.

Namorado morto, Kenai e Maxine mortos, Claire era uma foragida da lei, sobrando somente ele e Jocelyn. Ikky estava preso, James em coma, Heather no hospital, Aurora tinha um pouco mais do que celebrar.

— Sinto muito. – ela abraçou o crocodilo.

Não havia o que dizer, nenhuma palavra confortaria os corações.

[Jungle High School, Salão de festa, 20:30 PM]

Pietro havia buscado Natalia aquele dia. Ambos haviam combinado de tentar aproveitar o baile de formatura, por mais caótico que a situação estivesse.

O pai do ruivo havia sido preso, Pietro havia recebido todas as responsabilidades de cuidar das empresas, já que a mãe havia entrado em uma depressão profunda. Mesmo tão jovem, Pietro encarou o desafio para que pudesse manter a cabeça ocupada.

Em parte sua inserção no mundo empresarial havia facilitado para que ele ajudasse o governo a lidar com a transição dos Protetores, sendo um dos primeiros a apoiar a causa em nome dos Nivans. Pietro queria ser otimista para com o futuro, todos a sua volta haviam ganhado uma camada mais profunda desde aquele dia.

Pietro podia ver seu melhor amigo, Lucian trabalhando na festa. De forma gradativa, as ocupações de futuro pai estavam tomando todo o tempo de Lucian, inclusive com seus amigos. James não estaria ali, mas o novo diretor havia organizado um vídeo para homenagear aqueles que haviam perdido.

Ver Somchai nas fotos que se passavam era devastador. As imagens da ilha voltavam a as mente, logo a culpa por James o invadia e ele procurava o cantil mais próximo. A regra de não beber havia ficado no passado, o álcool havia se tornado uma forma importante de se manter calmo diante as situações que estava vivendo.

Claire e Ikky não eram citados, a história do grupo Katastrophy e seus integrantes se espalhou rápido entre os alunos. Pietro havia ouvido muitas versões diferentes dos fatos, todos queriam palpitar sobre o que havia acontecido.

A leveza de Maxine e Kenai fazia falta. Em meio a tanta besteira, Pietro notava o buraco que seus amigos haviam deixado em seu peito. Se não fosse por Natalia, ele estaria sozinho.

Natalia conseguia sentir o clima pesado que aquela homenagem havia deixado, dos 5 formandos que conhecia, somente 1 estava ali. Ela agradecia por Pietro estar salvo, mas conseguia imaginar a dor que Derek sentia. Assisti-lo se arrastando pelos corredores do colégio era deprimente.

Os dois grupos que haviam na escola anteriormente se integraram. Natalia havia se tornado amiga de Jocelyn, sua parceira de quarto e constantemente observava Aurora dar apoio a Derek. Pietro e Lucian possuiam tantas responsabilidades que mal pareciam almas vivas, e quem diria que um grupo tão grande havia se reduzido.

Pietro tirou a dama para dançar, tentando fazer daquela noite algo memorável para ela, pois para ele as coisas não faziam muito sentido. Lucian tirou um espaço de tempo para falar com o grupo, ele sentia saudade da vivacidade que aqueles jovens tinham.

Os dias divididos entre estudos e trabalho eram difíceis, mas ele mantinha uma ideia fixa a mente, todo aquele esforço valia a pena para que Maximus tivesse uma vida melhor do que a dele.

Ele somente queria parar o tempo, resolver o que estava sentindo, mas o carrossel não parava de girar e querendo ou não, ele não tinha a opção de estagnar.

Eles estavam na reta final.


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Notas finais do capítulo

É um menino! Eu demorei séculos pra decidir se ia ser mesmo um menino, porque tudo indicava para uma menina, mas por meus motivos decidir deixar o Maximus entrar na jogada.

O próximo capítulo vai ter um salto de praticamente 1 ano, então as coisas vão estar bem diferentes.
Beijinhos



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