Jungle Guards School - INTERATIVA escrita por Giovanna


Capítulo 26
Believer


Notas iniciais do capítulo

Oi Amiguinhos, eu tô amaldiçoada.
Outro membro da minha família morreu, o animo de escrever foi lá pro chão de novo, mas eu tô conseguindo me recuperar.
Espero que gostem desse.



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[Jungle High School, Ala B, quarto do Lucian, 07:12AM]

O aniversário de Somchai acabou no instante em que todos realizaram que James havia desaparecido sem nenhuma pista ou um rastro para trás. Lucian sentia a culpa queimar seu interior, como não havia percebido que seu melhor amigo havia desaparecido?

Estava tão concentrado nos estudos, nos treinos, na bomba de ser o pai do ano, que não havia notado o caos que estava a sua volta. James desaparecido, Pietro se afundava cada vez mais nos problemas paternais, Heather estava enlouquecendo com a expecitativa de contar aos pais sobre o filho que estava esperando, todos seus amigos pareciam estar a ponto de um colapso nervoso e ele não havia se tocado.

Sabia muito bem que não era seu dever carregar o mundo nas costas, mas esse sentimento não saia de si. No fundo ele queria carregar a dor de todos e fingir que tudo estava bem. Impaciente, Lucian se levantou e agarrou seu casaco de inverno.

Finalmente o inverno havia chegado de vez, todo o colégio estava varrido por uma coloração branca, as arvores haviam perdido suas folhas, todos andavam agasalhados e em dias mais intensos, até mesmo fumaça escapava dos lábios de todos.

Lucian se ajeitou perto de uma árvore, o silêncio o atingiu instantaneamente. Ninguém ousava sair de dentro do colégio naquela hora da manhã. Sua mente vagueou livremente, a confusão dos seus próprios sentimentos o entretendo mais do que nunca.

Onde James poderia ter ido naquelas condições? Ele não visitava a mãe desde o velório, sua família restante morava no Brasil, não havia sentido que ele partisse para visita-los sem dar sinal de vida ou deixar sequer um bilhete para trás.

Oh, família. Como o Diretor Carpenter parecia perdido. Todas suas forças haviam sido redirecionadas para procurar o filho, havia tanto acontecendo nesse momento. O governo supostamente ainda estava atacando, porém o diretor havia evitado todos os ataques diretos, todos seus esforços para proteger aqueles alunos eram incontáveis. O homem parecia um zumbi, somente duas coisas o mantinham de pé, café e a vontade de encontrar o filho.

Todos tentavam ajuda-lo de alguma maneira, mas Lucian parecia entendê-lo de forma superior. Como se uma ligação entre pais pudesse ser feita, seu filho nem havia nascido e seu coração sangrava só de imaginar o que o diretor estava passando. Lucian apertou o peito, a dor era tanta que parecia estar ali.

Respirando fundo, a cobra se levantou. Não podia deixar aquelas dúvidas e sentimentalismo afetarem sua busca. Grupos de resgate haviam sido formados, todo tipo de situação havia sido colocada em pauta sobre James, as mais próvaveis haviam ganhado grupos de busca. Porém o progresso estava lento, as pistas eram circuntanciais e logo se transformavam em um empecilho, como se alguém quisesse que eles ficassem correndo atrás do próprio rabo.

Lucian se encaminhou de volta para dentro do colégio, estava quase na hora de suas aulas e queria poupar energia para a busca por James, ele estava crente de que em algum momento o acharia.

[Jungle High School, aula de matemática, 10:23 AM]

Kenai mantiha seus olhos fixos no relógio de parede da sala, os segundos pareciam horas mais devagar, ele queria girar aquele pequeno ponteiro até as horas da busca o mais rápido que podia. Depois de 3 dias consciente de que James estava desaparecido, poucas provas haviam aparecido.

Era certo que ele havia desaparecido de uma hora para a outra, suas coisas estavam instactas, ele não havia notificado uma única alma viva e aparentemente sua mensagem era falsa. Se James não estava visitando a mãe, o que estaria fazendo? Os piores cenarios atravessavam a mente de Kenai, ele inspirava e expirava intensamente com frequência.

Cada simples ruído o deixava a beira do colapso. Os lápis riscando em seus cadernos, o giz riscando a lousa, as risadas em tempo de crise, até mesmo o canto dos pássaros parecia uma ofensa a tudo o que ele estava sentindo e passando. Tudo a sua volta era um motivo para perder o controle, mas ele tentava o mais forte possível manter a calma, assim como Derek havia lhe ensinado.

Maxine notando a tensão acumulado no melhor amigo, até mesmo havia fechado a matraca aquele dia. A maioria deles parecia cansado, como se seus cérebros estivessem prestes a derreter. Max queria acreditar que a matemática causava tudo aquilo, mas sabia que James era o responsável pela aurea tensa e melancólica que havia se aposado entre todos os alunos.

Não existia alguém que pudesse odiar James, o garoto era perfeito. Todos estavam abalados com seu desaparecimento, mas seus amigos mais proximos sentiam o desespero batendo a porta. Eles conseguiam sentir uma vibração estranha quanto ao desaparecimento, como se fosse só o começo.

Kenai tentou respirar mais uma vez, entretanto o ar parecia rarefeito, ele fechou os olhos tentando acalmar sua pulsação. Seus enormes punhos se fecharam entorno dos lápis que segurava, em segundos ambos estavam quebrados ao meio. Lentamente ele abriu os olhos e as mãos, para encontrar farpas dos lápis em suas palmas.

Suas mãos começaram a tremer intensamente, ele precisava sair dali. Derrubando tudo que estava em seu caminho, o negro se levantou e em um impulso correu para fora da sala, seus pés tomaram conta de seus movimentos, eles o levaram até o vestiario.

Kenai sentia a falta de ar consumindo seu peito, em uma tentativa desesperada de alivio, o mesmo puxou a blusa de frio do corpo junto de sua camiseta, sentiu a temperatura de seu corpo que estava nas alturas cair, suas mãos danificadas agarraram a borda de uma das pias. Ele olhava seu reflexo no espelho, mas seu cérebro não conseguia raciocionar, ele tentou, tentou segurar o impulso que sentiu, mas era mais forte do que podia imaginar.

Sua visão ficou turva antes que uma coloração vermelha tomasse conta, agora Kenai havia ficado em segundo plano. Seu espírito animal estava irritado, as emoções de Kenai queriam lhe rasgar o peito, ele urrou, alertando a todos que a fera estava a solta.

[Jungle High School, grupo de busca, 19:20 PM]

Pietro esfregou os olhos carregados de cansaço mais uma vez, tentando manter-se atento. Suas habilidades de busca não valiam muito se ele não conseguisse ficar alerta, ainda mais hoj em que seu grupo de busca estava desfalcado.

Kenai havia perdido o controle de vez, Derek havia lhe contado que durante a aula de matemática, o amigo simplesmente abandonou a aula e o que ouviram depois foi seu urro seguido de uma tonelada de coisas se partindo em dois. Kenai conseguiu machucar um número grande de alunos novatos que estavam por perto antes de ser domado.

O ruivo não imaginava como Kenai havia chegado a esse nível, espíritos agressivos eram conscientizados a todo o momento a procurar ajuda quando perdas de controle acontecessem, mas Kenai deixou que tudo aquilo se agravasse. Pietro nunca havia perdido seu controle, porém sabia que podia acontecer consigo também.  

O que com certeza não sabia era que mesmo desaparecido James tinha uma influência tremenda sobre o grupo, sendo o único que transitava entre os dois grupos de alunos divididos daquele colégio, o seu desaparecimento resultou na junção da turma mais uma vez. Penélope não era a única que conseguia faze-los trabalhar em equipe.

Ikky não havia aparecido para a ronda daquela noite, deixando Natalia e Pietro sozinhos. Eles não trocavam muitas palavras, ela precisava concentrar seu olfato para encontrar algum rastro de James, que se perdia constantemente.

— Eu odeio isso! – Declarou por fim, sendo vencida e ficando furiosa. – O cheiro aparece, mas é escondido logo em seguida, não consigo sustenta-lo tempo o suficiente para conseguir chegar a algum lugar.

— Eu não entendo nada de faro. – Pietro respondeu. – sinceramente não consigo imaginar o que pode sequer estar acontecendo.

Natalia mordeu o lábio ao perceber o que havia dito. Estava reclamando de poder ajudar, sendo que Pietro nem mesmo estava tendo uma função ativa na busca, já que seus poderes não possibilitavam em nada que a busca ficasse mais fácil. Ele se sentia imponente diante da situação.

— Sinto muito. – ela proferiu.

— Não foi nada, pelo menos posso garantir a sua segurança, já que você é uma das nossas melhores chances de acha-lo.

— Você já faz isso. – Ela sorri mostrando suas presas. – Por mais que eu não precise.

— Eu preciso valer pra alguma coisa, mesmo que só na minha cabeça, ok? – ele fingiu estar ofendido.

Ela riu da péssima atuação dele, eles não estavam 100% bem, mas já era um começo. Seus olhares ficaram conectados no silêncio da floresta, eles não precisavam mais dizer nada, sabiam o que um queria dizer ao outro. Pietro deixou seus impulsos tomarem conta, antes que percebesse, sua boca estava enlaçada a de Natalia, as mãos pequenas dela passeavam por seus cabelos. Sua mente parecia ter pifado, ele não conseguia sequer concluir um pensamento, só desejava congelar aquele momento e eterniza-lo se necessário, Natalia não parecia se importar de estar no meio da floresta, ela prosseguiu com o que desejava.

— Você tem certeza? – Pietro tentava não estragar o momento.

— Por favor, não fala nada. – ela fitou os olhos dele. – Eu só quero você.

Ela desceu a mão até o cinto dele e o desafivelou, Pietro não conseguia imaginar que isso estava mesmo acontecendo, ele não sabia que a felicidade podia ser sentida de forma tão completa dessa forma.

[Jungle High School, sala de reuniões, 21:10PM]

Aurora se contorcia em sua cadeira, a dor de estar sentada a mais de 12 horas começava a afeta-la. O dia havia sido corrido como qualquer outro, porém a dose de melancolia adicionada desde o inicio estava trasnformando suas esperanças em achar James cada vez menores.

A cada dia que passava, ela tentava não pensar no pior. Ninguém havia cogitado essa idéia ainda, pois quase nenhum de seus amigos tinha tanta informação quanto ela. A ideia de que Claire sabia que todo esse incidente era culpa dela e ela não fazia nada praticamente comia Aurora viva.

As conversas da Katastrophy ficavam passando por sua cabeça, em certas horas desejava não ter colocado uma abelha mecânica para espiar o grupo de delinquentes. Aurora tinha plena certeza que com toda a informação que tinha, James havia sido sequestrado pelo governo, mas como contar isso a todos, sem criar caos e não colocar Ikky no meio da fogueira?

Claire não teria tanta importância, ela estava na fogueira a muito tempo, não faria problema queimar mais um pouco. Porém Aurora não queria ser a responsável por estragar outra vida querendo fazer o bem. Ela desejava não ter efeitos colaterais dessa vez.

— Aurora, porque você convocou essa reunião? – Heather perguntou preocupada. – Acharam mais alguma pista?

— Não exatamente. – Aurora começou. – As buscas estão sendo refeitas a 3 dias, eu acho que está na hora de considerarmos outra possibilidade.

— Como o que? – Somchai perguntou a todo ouvidos.

— Achei que tivessemos descartados todas as possibilidades improváveis. – Lucian relembrou.

— Digamos que essa possibilidade nem mesmo havia entrado em pauta. – Ela respondeu, o nervosismo aparente em sua voz.

Todos notaram a tensão extra que havia ali, ninguém parecia confortável em imaginar o pior, por mais que naquele momento, todas as mentes presentes pensassem em seus piores modos de encontrar James. Morto, afogado, sem memória, nunca encontrá-lo... as opções eram infinitas.

— Desembucha logo. – Jocelyn apressou, os pelos de seu braço claramente arrepiados.

— Está todo mundo aqui? – Aurora não desejava contar a mesma história mais de uma vez.

— O Ikky está faltando. – Max notou. – Alguém viu ele hoje?

— Que estranho, ele não apareceu na busca. – Pietro comentou e de relance percebeu Natalia ficando corada.

— Aquele panaca nem apareceu para as aulas hoje. – Claire comentou com desdém.

— O parceiro de quarto dele era o James, ele ficou sozinho o dia todo? – Derek questionou.

— Eu passei no quarto do James hoje. – Lucian interviu. – Ele não estava lá.

— Alguém liga pra ele. – Heather fechou os olhos não querendo imaginar que aquilo era possível.

— Ninguém atende. – Max balançou a cabeça negativamente.

— Pessoal, eu acho que o ikky desapareceu também.  


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Notas finais do capítulo

Um capítulo bem melancólico, com alguns retrospectos da minha própria vida.
O que será que está acontecendo com essa galera que está sumindo?
Assim que possível eu posto o próximo.
Beijinhos



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