Jungle Guards School - INTERATIVA escrita por Giovanna


Capítulo 20
Wonderwall


Notas iniciais do capítulo

Olha quem chegou somente 1 dia depois do prazooooo! hehehe
O Arco 7 começa hoje e provavelmente os próximos capítulos sairão mais rápidos agora que estou de férias até o dia 24.
Torçam pro Brasil amanhã!
Espero que gostem do capítulo.



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[Jungle High School, quarto 33, intervalo, 09:44 AM]

Aurora abre a porta do seu quarto com cuidado, apesar de ser dia, ele se encontra completamente escuro e silencioso. Estava começando a ser difícil morar 5 dias na semana com uma gestante.

— Heather? – Aurora chamou. – Eu trouxe o chocolate que você pediu.

— Shiiiii... – Heather apareceu na porta do banheiro limpando o canto da boca. – Eu estou com dor de cabeça.

— Você tem certeza que está bem? – Aurora entrou fechando a porta do quarto. – Eu sei que as grávidas tem sintomas, mas não imaginei que seriam todos juntos.

— Mulheres normais tem sintomas normais, agora jovens adolescentes com espíritos animais agressivos, é outra história. – Ela arrancou a barra de chocolate da mão da amiga. – Esse livro aqui diz muito sobre isso.

Aurora pegou o livro que Heather estendia para si. Era verdade que sabia que o fato de mulheres como elas terem espíritos animais intervia em praticamente tudo relacionado ao seu corpo, por exemplo na possível quantidade, tempo entre gestações e sintomas que elas tinham.

Depois de muitos anos de protetoras ficando grávida e notando a diferença entre humanas normais e si mesmas, Verônica Evil escreveu um livro sobre o assunto e todas as protetoras compraram o livro. É claro que as pessoas sem poderes não sabiam da existência do livro, mas isso não foi um empecilho para que Verônica usasse o seu conhecimento na área e lucrar de ambos os lados da moeda.

— Seu pai não estranhar você ter comprado um livro da sua mãe? – Aurora perguntou. – Por mais que ela seja sua mãe, não é como se ela escrevesse livros para jovens como nós.

— Meu pai nunca vai saber. – Heather suspirou se sentando na cama e fazendo uma careta ao Aurora ligar um dos abajures. – Esse livro estava na nossa biblioteca, ele nem mesmo deve se lembrar que estava ali.

— Bom, meus pais ainda não notaram que você está usando meu plano de saúde para seus exames de pré-natal, mas eles vão perceber, eventualmente.

— E eu já sei. – Heather confirmou colocando mais um pedaço do doce na boca. – Sinta-se livre para contar a eles o quão irresponsável eu sou por ter ficado grávida aos 18 anos e nem mesmo ter contado para o pai ainda.

— Mas você sabe que pode ficar tranquila, meus pais nunca contariam nada para os outros. – Aurora assegurou.

— Seus pais são tão maravilhosos. – Heather observou e logo seus olhos se encheram de lágrimas. – Queria que os meus fossem assim.

E antes mesmo que Aurora pudesse evitar, Heather estava chorando. A castanha suspirou, os hormônios da leoa estavam a mil e ela simplesmente não aguentava estar perto toda vez que ela começasse a chorar.

— Qual é, Heat. – Aurora se sentou na cama. – Seu pai é um bom pai, assim como sua mãe.

— Não, ela não é! – Heather gritou. – Desculpe, mas se ela fosse mesmo uma boa mãe, nunca teria traído o meu pai.

— Eu realmente não quero me meter nesse assunto, Heather. Mas você já tentou ouvir o lado dela da história?

— Eu não preciso. – A ruiva limpou os olhos e arrumou a blusa do pijama que usava. – A Jocelyn já foi uma resposta e tanto.

Aurora suspirou e olhou para o relógio. Estava na hora de voltar para a sala.

— Ok, eu volto no almoço com a sua bandeja.

— Chocolate de sobremesa.

— Chocolate de sobremesa. – Aurora concordou e abriu a porta. – Tente se ocupar lendo seu livrinho de gravidez ou coisa do tipo.

— E porque minha mana ia precisar ler um livro de gravidez? – a voz de Jocelyn tomou conta do ar enquanto as caras de espanto de Aurora e Heather ficavam evidentes.

— O que você está fazendo aqui? – Heather perguntou furiosa.

— Mamãe me pediu para te convidar para uma festa de família. – Jocelyn parecia confusa. – Mas acho que eu vim receber mais do que um não hoje.

— Se você contar alguma coisa eu juro que... – Heather parou no meio da frase se sentindo nauseada.

— Diz ai. – Jocelyn provocou. – O que me impede de contar para o seu pai e pra mamãe que a perfeita Heather ficou grávida no ultimo ano do colégio?

Aurora estava prestes a responder quando um jato de vômito recaiu sobre Jocelyn.

— Eu acho que vocês tem muito a conversar agora.

Heather bufou, esperando que aquele pesadelo acabasse.

[Jungle High School, aula de química, 10:25 AM]

O coração de Natalia batia mais forte no peito, ela simplesmente precisava tirar aquela questão do peito. Não poderia passar o restante daqueles últimos meses se perguntando o que teria acontecido se não tivesse falado com ele. Ela precisava perguntar.

Pietro estava algumas mesas a frente da sua, o professor de química gostava de ficar de olhos nos engraçadinhos da turma. Produtos químicos eram coisa séria, uma mistura errada e algum daqueles meninos e meninas podiam colocar o laboratório em chamas.

A aula demorou mais 20 minutos para terminar. O professor constantemente elogiava Natalia por conseguir pular a matéria de química do primeiro ano e se juntar a turma do segundo nessa matéria. Natalia sempre ficava com vergonha quando reconheciam isso, sua mãe sempre a achou especial por ser tão inteligente.

— Pietro! – Natalia chamou quando o mesmo saia pela porta do laboratório.

Ele se virou sorrindo e a esperou. Apesar dos problemas, manter o status social de mais popular da escola era uma das suas prioridades, o que o fazia sempre parecer de bom humor.

— Oi, Nat.

— É, a gente pode falar em particular por alguns instantes?

— Claro, acho que a professora não vai se importar se eu chegar um pouco atrasado... de novo.

— Bom, minha aula agora é a que eu estou mais adiantada, então não acho que eu tenha problemas também. – ela sorriu segurando os livros. – Fico feliz que tenha dado tudo certo na sua apresentação de ballet.

— Eu não chamaria de uma segunda chance do meu melhor. – Pietro suspirou. – Mas é melhor do que nada.

— Aposto que o avaliador viu o quão bom você era, mas que não era o melhor momento pra você.

— É, talvez sim.

— Mas... – Ela respirou fundo tomando coragem. – Isso não é o que eu queria dizer.

— Então?

Pietro mantinha um sorriso no rosto e um olhar confiante, mas por dentro ele repetia várias vezes “não se declare, não se declare, não se declare”, ele precisava de tudo, menos partir o coração de uma amiga agora.

— Eu acho que o melhor que posso fazer é ser direta... eu gosto de você.

— Eu... também gosto de você? – ele respondeu incerto.

— Não como amigo.

— Oh. – ele deixou a bolsa que estava no ombro cair no chão. – Nat... eu... nem sei o que dizer.

— Eu sei que isso sempre deve acontecer com você. – ela riu de nervoso. – todas devem se apaixonar por você, com certeza, mas eu precisava tirar essa incerteza de mim.

Natalia se segurava para não chorar ali mesmo, o ‘não’ vinha precipitadamente em sua direção e ela não sabia como desviar dele.

— Nat, eu realmente me importo com você. – Pietro tentou explicar. – Eu me importo com seus sentimentos, você é possivelmente a primeira menina que eu realmente me importo depois da minha mãe, mas é assim como eu te vejo... como alguém da família.

A Belova tentou esconder a decepção que aparecia em seu olhar, mas era inevitável sentir seu coração se partindo. Porém ela ficava repetindo para si mesma: “Melhor um coração quebrado agora do que no futuro.” Ela precisava de conforto e com certeza não seria olhando para a cara do seu motivo.

— Obrigada. – Ela agradeceu. – Pelo menos você foi sincero.

Ela se virou para sair, entretanto a mão de Pietro foi involuntariamente atrás da mão de Natalia a fazendo virar para ele.

— Ainda amigos?

— Nos veremos.

Ela sorriu fraco e se desvencilhou dele. Deixando o garoto mais popular da escola para trás.

[Jungle High School, jardim do colégio, 16:21 PM]

— Você não tem medo de ser pego fora do seu treinamento agora? – Somchai perguntou a Derek enquanto ambos se sentavam em um dos milhares bancos disponíveis.

— As vezes ser capitão do time te trás alguns benefícios. – Ele sorriu e deixou o namorado colocar as pernas em cima das suas. – e você? Como está?

— Aposto que melhor do que a sua ferida. – Somchai lamentou.

A ferida do sábado anterior ainda era recente em Derek, porém os sábios conhecimentos de seu avô haviam livrado ambos de entrarem em uma enrascada com os pais do jovem castanho.

— Você sabe ao que eu quis me referir. – Derek rolou os olhos.

— Ao fato de que seu avô acha que eu tenho um espírito vingativo e assassino dentro de mim? Essa informação já não é nova para mim.

Derek suspirou. Somchai conseguia ser irritante quando queria fugir do assunto, porém ele tinha seus motivos.

Depois de quase ter matado o namorado com uma ferida feita pela própria calda, Somchai aceitou ver o avô de Derek. O velhinho havia visto muito do mundo animal e espiritual para entender o que possivelmente estaria acontecendo com o tailandês.

Porém a resposta que procuravam foi muito mais séria do que imaginavam.

“— Vô, você sabe o que pode estar causando isso? – Derek perguntou calmo, a voz entoando respeito em admiração ao patriarca da família.

— Isso é tudo o que eu mais temia que acontecesse com você, meu neto. – Ace Strauss se apoiava em uma de suas mesas de trabalho enquanto ouvia o que os jovens tinham a lhe dizer.

— O que? – Somchai perguntou curioso.

O que de tão impressionante e ruim estaria acontecendo com ele? O garoto pensava.

— O seu espírito é herdeiro da realeza das sombras. – O senhor respondeu. – e acredito quando digo, isso não é coisa boa.”

— Olha, Derek, o que você quer que eu diga? – Somchai tinha angustia em sua voz. – Que eu estou apavorado por aparentemente ser tão raro quanto uma relíquia? Pois, sim eu estou.

— Eu sei disso, por isso estou aqui para conversar. – Derek respondeu. – Você não precisa passar por isso sozinho. Somos um time, lembra?

Somchai inclinou a cabeça enquanto o olhava. Por vezes imaginava se o relacionamento com Derek duraria o quanto esperava que duraria, mas sempre que olhava nos olhos do amado, percebia que provavelmente se despedaçaria se fosse afastado dele. Ele era como seu porto seguro, seu bote salva-vidas nos momentos mais tempestuosos. Ele realmente o amava.

E como prova disso o beijou com toda a força, querendo demonstrar o quanto estava disposto a colaborar para que eles dessem certo. Pois sabia que com certeza coisa boa é que não vinha a seguir.

Mas por hora ele não precisava se preocupar com isso, por hora ele estava seguro.

[Jungle High School, Ala dos meninos, 22:22 PM]

Lucian se espreguiçava enquanto andava pelos corredores. O dia havia sido cheio, aulas cada vez mais intensas por causa dos vestibulares que se aproximavam e o provão final de cada ano deixava os alunos tensos.

Por mais que seus estudos e suas notas estivessem boas, ainda havia o problema de ser adolescente. Não são somente as notas que importam e sim as suas amizades. E aparentemente todos estavam em conflito com algo.

Pietro estava o pó de tantas audições que precisava ir por esses dias para defender seu pai, o dinheiro começando a fluir por seus dedos e suas preocupações com o futuro.

James havia sumido das aulas naquele dia, seu pai parecia estar passando por um problema com a direção da escola e o jovem havia se prontificado a ajudar.

Heather não havia ido a aula, Aurora dizia que ela estava doente, mas Lucian desconfiava. Eles haviam se visto na manhã daquele dia quando ele chegou em sua moto desacompanhado dos pais, ela parecia bem, sorrindo e rodeada de meninas enquanto alguns meninos a devoravam com os olhos.

Aurora em si estava muito preocupada com as provas para conseguir ouvir mais do que as normas, matérias e teorias de cada aula dada.

Ikky estava tendo problemas em casa e Lucian não sabia onde Natalia havia se enfiado depois do intervalo do café da manhã.

Porém seu problema principal não era a falta da presença dos amigos e sim a questão que seu pai havia levantado no dia que haviam lhe entregado a moto de presente.

“Filho, agora que você mostrou estar mais do que maduro, não gostaria de vir trabalhar conosco?” A frase rondava a cabeça do jovem como uma mosca irritante.

Ele realmente queria seguir a carreira dos pais? Qual seria sua vocação profissional depois do ensino médio? Porque ele não poderia somente proteger o meio ambiente. Ele precisava ter uma vida normal para que ninguém desconfiasse de seus reais poderes no mundo.

Por mais seguro que Jungle High fosse, o mundo lá fora não era. Pessoas especiais eram caçadas, Lucian se lembrava de assistir um protetor ser levado a força pela polícia quando era criança. Ele não gostaria que isso acontecesse a seus amigos, sua família.

O castanho abriu a porta do quarto e retirou os sapatos, em seguida a blusa e a calça e se enfiou debaixo das cobertas, o frio estava piorando do lado de fora da escola, logo a neve chegaria.

— Demorou hoje. – Pietro comentou do outro lado do quarto.

— Fui procurar a Heather. – respondeu. – Mas a Aurora disse que ela estava “indisposta” demais para me ver.

— Ela ainda está doente?

— Aparentemente sim. – Lucian suspirou. – Mas tenho a impressão de que ouvi a voz da Jocelyn lá dentro.

— A Jocelyn? – Pietro riu alto. – Você deve estar ficando biruta, cobra.

— Mas e você? – Lucian olhou para o amigo. – Porque está na cama tão cedo?

— Natalia veio falar comigo hoje. – Ele suspirou. – Ela gosta de mim.

— Qual é a novidade?

— Espera, você sabia? – Pietro ficou apoiado no cotovelo.

— A pergunta correta é, quem não sabia?

— Aparentemente eu fui o ultimo a saber.  – Pietro resmungou se ajeitando de novo e dessa vez encarando o teto. – Eu fiquei meio mal por deixa-la triste.

— Porque você não ficou com ela? Já fez isso por menos.

— Nenhuma das outras era tão importante pra mim. – Pietro respondeu. – Tenho medo de magoa-la mais ainda se tentássemos algo.

— Pietros. – Lucian suspirou fazendo o ruivo rir.

— Qual é, cara. – Pietro fechou os olhos. – Você nunca se imaginou no futuro com alguém? Eu tentei me imaginar com ela e a única coisa que eu via era eu sendo insuficiente para ela.

— Não sabia que você pensava desse modo. – Lucian reparou.

— Como eu disse, ela é importante pra mim. – Pietro suspirou. – Mas de qualquer modo, o não já foi dito, não tenho como voltar atrás.

— Boa noite, gorila.

— Boa noite.

Ambos viraram de lados opostos e então outra dúvida surgiu a cabeça de Lucian: Com quem estaria daqui a 10 anos ou mais?

Por um momento se imaginou profissionalmente bem, formado e graduado diversas vezes, mas ao final da linha tudo o que ele via era Heather. O seu maior desejo, tê-la para si para sempre. Por mais que não fosse tudo o que ela merecesse, ela era o anjo que ele precisava.

A protetora que queria para si.


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Notas finais do capítulo

Nossa diva da foto de hoje é a mãe da Heather e da Jocelyn, Verônica Evil.
É provável que vocês vejam muita foto de familiares nesses capítulos, principalmente daqueles que aparecerem nos capítulos.

E ai? O que acharam?
Nos vemos na próxima semana, provavelmente.
Beijinhos



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