Diário de um Mordomo escrita por The Mistoclis


Capítulo 15
Novas exigências


Notas iniciais do capítulo

Minhas sinceras desculpas aos meus leitores e leitoras pela demora nos capítulos, mas continuo sem previsão de quando poderei retornar à rotina semanal de capítulos. Espero que aproveitem o capítulo deste mês.



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Os fatídicos episódios com Peter se repetiram por muitas vezes no decorrer desta semana. Não tive mais nenhum ataque graças a nervosismo, mas ele continua tentando se mostrar superior.

O convidei para uma partida de sinuca com o objetivo de tentar tirar -lhealguma informação. Preparei as bolas na mesa e dei a primeira tacada.

—Peter, acredita que já se adaptou a rotina de mordomo?

—Acho que sim.

Peter se posicionou e deu uma tacada terrível, mas mesmo assim, ele sorriu ao ver que a bola quase bateu perto da caçapa.

—E planeja se fixar na casa ou ir para outros lugares? 

—Já pensei em trabalhar em Hotel. Mas por agora, estou bem aqui.

Derrubei mais duas bolas vermelhas e uma rosa. Peter novamente não acertou nenhuma.

—Tem dificuldade ou duvida em algo?

—Não,  não. Acho que não. 

—Quando comecei, era cheio de dúvidas. 

Derrubei mais uma vermelha.

—demorou para me adaptar. - continuei. 

Sophie entra no salão de jogos com o uniforme escolar.

—Oi, wall! - Diz sorrindo, mas com um ar de cansasso. - Oi. - Diz secamente para Peter.

Peter deixa o taco de lado e se aproxima de Sophie. Não tiro os olhos dele por um segundo.

—Boa tarde, mestra! Em que posso ser útil? 

Essa foi a primeira vez que o vi agir com alguma querencia nesta casa. Sophie não mudou sua expressão. 

—Quero que Wall esquente o meu jantar. 

—Eu mesmo posso fazer isto, senhorita.

—Ouviu wall? - Disse em alto e bom som - Esquente meu jantar, por favor!

—Como desejar. - Respondi.

Sophie se retira do aposento e ficamos Peter e eu novamente sozinhos. Guardo meu taco e deixo a mesa do jeito que está.

—Aonde você vai?

—Esquentar o jantar de Sophie.

—Então... O que eu faço? 

—O que lhe foi ordenado fazer?

—Nada.

—Ótimo.  Faça isso. - Saio do salão de jogos. 

Esquento o jantar e deixo o prato na mesa. Fico de pé ao lado da cadeira esperando que Sophie chegue. Logo ela aparece com um vestido.

Puxo a cadeira pra ela sentar-se e a vejo novamente ficando vermelha. Termino de empurrar a cadeira e fico em pé ao seu lado.

—Por que o vestido, senhorita?

—Vamos sair.

—Quem?

—Eu e você. 

—E aonde vamos?

—Qualquer lugar que você goste.

—Não tem um lugar que eu goste.

—Tem o bar.

—Não acho que o Senhor Greenfied goste que eu te leve a um lugar desses.

—Não me importo. Ele não volta tão cedo. Saiu pra viagem de novo.

Sophie terminou seu jantar e saímos em direção ao bar. Chegamos no lugar ainda vazio. Olhei em meu relógio de bolso. Recém eram 7 horas.

Puxei a cadeira para Sophie sentar e me sentei a sua frente na pequena mesa. Pedi uma bebida fraca para mim, Sophie pediu uma lata de refrigerante. Após uns instantes quietos, Sophie quebra o silencio.

—Aquele cara na mesa de sinuca.

Olho para trás e vejo um homem negro, de uns 25 anos, usando colete preto e camisa manga longa vinho.

—Eu acho que já o vi.

—É alguém importante?

—Acho que não. Se fosse, eu lembraria. 

Após mais uns instantes em silêncio, novamente Sophie fala.

—Acho que Peter gosta de mim.

—Por que diz isso?

—Não sei... Só acho.

Não acreditei ao ouvir aquilo. Mas não quis preciona-lá fazendo perguntas. 

—Você gosta de alguém? - Sophie pergunta.

—Não.

—Já gostou?

—Não. 

—O que uma mulher precisa pra te conquistar?

—Nunca parei pra pensar nisso. - Dei um bom gole na bebida. - Realmente, não faço idéia. 

Olho para Sophie e vejo seus olhos se avermelhando. Ela tenta esconder olhando baixo. 

—Bem... Por que não tira suas luvas? Não estamos mais em casa.

—Mas ainda estou de serviço. 

—Qual?

—Cuidar de você. 

Sophie sorri, mas seus olhos ainda estão vermelhos.

—Vamos voltar pra casa.

—Sim senhorita.

Sophie paga as nossas bebidas e saímos do bar.

Vamos andando pela calçada. Ela abraça os ombros com um pouco de frio. Vendo isso, tiro meu paletó e a cubro com ele. Ela sorri e agradece.

 

 

 


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