Da arte de não dizer muito dizendo apenas nada escrita por ViniciusTheodoro


Capítulo 1
Primeiro capítulo, ou não


Notas iniciais do capítulo

Meu coração pulsa.



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Bem vindos à >HISTORIA<. a HISTORIA não tem objetivo de te ensinar algo pois todas as coisas que a HISTORIA tem para contar já foram contadas muitas vezes e você já sabe de todas elas
a HISTORIA nao tem o objetivo de te mostrar coisas novas, porque tudo que está nessa historia já esta dentro de você
a HISToRIA tem o objetivo de

Era uma vez, em um reino distante, um homem chamado . eSSe homem sofria de terriveis pesadelos e dores de barriga, e nao via com quem poderia buscar ajuda. com medo de sua condiçao ser julgada pela mentalidade medieval da época(que era, de fato, medieval). Ele escrevia mensagens disconexas sobre seus pesadelos e imaginava se um dia elas chegariam ao mundo futuro, aonde "pessoas" mais MENTEABERTA" iriam entender o que sofria e talvez ajudar a outros semelhantes.. O homem tinha problemas terriveis com seus pesadelos. caramba
assim como todos os pesadelos, os pesadelos desse homem raarmente tinham começo. ja reparou como nunca notamos de onde viemos em um sonho?voce se lembra de cada parte do seu dia de hoje? Desde que acordou, eu digo. caso a resposta seja não, você pode acordar agora e se privar de ler o resto da HISTORIA, mas eu não faria isso se fosse você.
ja reparou também como em sonhos os textos costumam ser disconexos e não fazer muito sentido? as letras começam a flut u a r pelo 
                                           PA PEL
E                             M
   N                      A
       Ã                R
           O         A 
                   P
                               

Agora que atestou estar acordado, podemos voltar a falar de nosso protagonista de nome irrelevante. Os protagonistas de história, sempre cheios de si, acabam por colocar muita confiança em seus próprios nomes, vez por outra sendo homônimos  à própria obra em que se encontram. Por esse motivo nosso protagonista não terá um nome, e nem sequer características físicas que o definam. Peço com gentileza que evitem imagina-lo em sua cabeça também, pois não quero ele se achando muito ai também. O protagonista, assim como qualquer outro personagem, deve entender seu papel em uma obra literária, que é de entreter e contar uma história. O protagonista é uma ferramenta cheia de floreios, mas nesse caso iremos tirar os floreios. Oras, uma chave de brita toda adereçada seria ridícula. Nossa chave de brita não tem adereços, e portanto pode explicar melhor sobre

O homem se retorcia em sua cama devido a seus pesadelos, rolando em sua propria merda no processo. tinha medo demais de ir ate o banheiro, tinha medo demais de olhar o que tinha embaixo da cama e era muito burro para achar que havia se cagado: em sua mente o cheiro de enxofre terrivel vinha de um eventual demonio que havia chegado para mata----lo!! o homem nao era justo, porem, se tinha medo de que um demonio estaria atras dele. ele não sabia, porem, do porque disso. nao se lembrava de seu passado, ja que ele não havia sido escrito até então. Isso mesmo, leitores, o passado de nosso protagonista não foi escrito, portanto ele não existe. É terrivel pensar em personagens literários como pessoas. Pensar "o que eles fariam em tal situação"? Eles existem até onde existem no papel. Deixam de existir fora dele. A sua história é vazia, preenchida por poucos momentos que o autor achou válido ressaltar. Sua aparência é em branco, preenchido pelos poucos detalhes que o autor resolveu da-lo. O personagem literário é moldado como ferramenta, para seu propósito e função específicos dentro da história. Não há porque enxerga-los fora disso, porém. Eu nunca me apaixonei pelo meu martelo.

O protagonista olha diretamente para vocês, leitores.

—Me ajudem! Um homem louco me prendeu aqui dentro! Eu não me lembro de nada, mas estou sendo alvo de discussões metatextuais! Eu sou uma pessoa real, presa em uma história! Me socorram! Me socorram!

Mas é claro que ninguém o socorreu, pois independente de quanto metatexto eu empregue aqui, você sabem que o protagonista continua tão bidimensional quanto antes.

Tão ferramenta quanto antes.

O protagonista olha para uma lâmpada no teto. Sobe em uma escada, tira a lâmpada de seu soquete e coloca em sua boca. Ele não sabe porque faz aquilo, mas há um motivo importante explicado mais a frente na história

Ele não consegue soltar. A lâmpada está presa em sua boca, e ele só vê uma escapatória.

O protagonista morde a lâmpada. O vidro fino se parte em sua boca, em mil pedaços, e ele começa a mastiga-la. O vidro da lâmpada entra em sua gengiva e o sangramento começa a ser intenso. A dor é insuportável. O protagonista começa a engolir os cacos da lâmpada, sentindo seu corpo sendo rasgado por dentro.

—Me ajude.

Meu coração pulsa.

Preciso de uma boa chave de fenda.


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Notas finais do capítulo

O protagonista pulsa. Ou não.



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