30 Dias, 30 Contos escrita por kunquat


Capítulo 9
Dia Nove - O Amigo.


Notas iniciais do capítulo

Nos próximos seis dias as histórias serão postadas exclusivamente no meu Tumblr! Posteriormente aqui, mas em formado individual, vai lá dar uma olhada! Tá bem legal!
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Era uma vez um homem de pele albina e cabelo nevado que vagava lentamente pelas ruas de seu condado. Todos o conheciam, todos o respeitavam. Eles o paravam ao cumprimentá-lo, eles sabiam, eles notavam, todos, um dia, deveriam encontrá-lo. Paravam-no para presenteá-lo, entregar-lhe algo que fosse de bom grado. O homem cordial, recebia com alegria, sem mostrar ao bom vivant a feição da monotonia.

Mas um dia tudo mudara, devido a um rapaz por quem logo se apaixonara.  De cabelos ruivos e pele pintada o homem de cabelos negros pelo tempo o amara. Mas esqueceu-se de seu condado deixando aqueles que deveriam encontrá-lo.

O tempo passara e um vínculo criado, o ruivo e o nevado haviam se aceitado.

Com o verão chegando os dois partiram com o luar, abrigando-se em uma ilha onde o amor pudessem consumar. Amaram-se com força sem nunca se tocar e numa noite de lua puseram-se frente ao mar.

O homem declarou-se, expondo o coração, olhava para o ruivo que ouvia com atenção. Através do tempo o amara, mas sem nunca consumar, achava que no ruivo não poderia encostar, mas na altura do campeonato ele ansiava por contato, desejava o ruivo com todo seu aparato. Com mãos trêmulas e testa suada os dois aproximaram, amando-se por completo, por fim eles se beijaram.

Mas o mundo ruía e evitava cooperar, o ruivo, na flor da idade, veio a desabar. Em seus braços o homem o segurou soluçando sobre o corpo daquele que amou. A dor se fez presente e a raiva imperou, sem saber o que fazer ele apenas chorou.

Abalado e sozinho o homem retornou, buscando em seu condado tudo o que deixou. Mas lá uma revelação, a cidade seguira em frente expurgando-o de seu coração. Esqueceram-se do homem e perseguiram-no a ferro e fogo, expulsando-o da cidade como fosse um cachorro. O condado sabia, o condado notara, a vida era melhor sem aquele cara.

E pela primeira vez sozinho vagou, caminhando pelo mundo que por amor ele deixou. Por terras de barro transitara evitado por todos que no caminho encontrara. Dos jovens aos adultos, passava reto ao olhar, exceto os mais velhos que não podiam mais lutar.

Fadado ao isolamento, expurgado das cidades, caiu no esquecimento e por fim enlouqueceu. Em um fatídico dia, numa noite sem lua, invadiu uma ferraria em busca da gazua. Pegou um machado e pôs-se a afiá-lo, tirando-o de perto dos “recém forjado”. O homem levantou e com força se partiu, cravado o machado o corpo ruiu.

O homem brilhou, não estava em perigo, já que para sempre teria um amigo.


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