Nas Profundezas do Lago - Dramione - 2ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 7
(Des)confiar


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas... Como estão? Como foram de pascoa?
Depois de exatamente um mês aqui estou postando mais um capitulo para vocês.
Espero muito que gostem e Boa leitura a todos s2



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Capitulo 07

Sem pressa, Hermione desfazia a mala de viagem e por incrível que pareça, ela não estava chateada. Não estava se importando de não viajar para a sua lua de mel naquele momento, já que a sua prioridade agora, era a sua filha. Guardava cada pertence seu e de Draco no devido lugar. Como sempre gostava de tudo muito bem organizado. Tinha os cabelos presos no alto da cabeça, estava sem o seu blazer de trabalho e sem os seus saltos. Enquanto caminhava em direção ao guarda roupa para colocar algumas peças de volta ao seu lugar, sua cabeça trabalhava a mil por hora. Depois de tudo o que houve no ano passado e estava acontecendo nos tempos atuais, ela não podia continuar com os mesmo pensamentos e os mesmo receios.

Nunca, em sua vida, passou pela sua cabeça que Lucius poderia se aproximar de sua filha, nem Draco, para dizer a verdade. Mas o destino lhe pregou uma peça e ela viu Mia, a menina que sempre fez de tudo para proteger de tudo que podia machuca-la, bater de frente com a realidade e lutar pelo pai e agora pelo avô. Aquela era uma realidade que era difícil de assimilar, mas sabia que não podia fugir. Não podia cometer o mesmo erro duas vezes.  Ainda se permitia muitas vezes se culpar por ter demorado tanto em descobrir a verdade dobre Draco. Então, Hermione tinha medo de cometer o mesmo erro com Lucius. Estava sendo estranho para ela, ter em mente, ajuda-lo de alguma forma, até porque todo os receios que ela sentiu em relação a Draco por todos aqueles anos, era justamente, pelo ensinamento obscuros que Lucius havia lhe ensinado. No entanto, tinha consciência que as coisas estavam diferentes, que Lucius podia de fato ter mudado, precisava dar uma chance aquela nova realidade. Não sabia como tudo iria seguir dali para frente, mas estava disposta a estar do lado de sua filha, independente de qualquer coisa. Sabia que Mia não pararia. Conhecia muito bem o jeito ambicioso e de extrema coragem que sua pequena possuía e não tinha duvida alguma, de que ela faria de tudo para ver o seu avô novamente.

Apenas saiu de seus pensamentos quando sentiu os braços de Draco lhe cercar e lhe depositar um beijo em seu pescoço. Ele notou que Hermione estava pensativa e muito tensa, desde que saíram de Hogwarts e queria muito entender o que se passava na cabeça dela. Hermione virou de frente para ele e lhe deu um sorriso singelo, mas sem disfarçar a sua preocupação com tudo aquilo.

— Quer conversar? – Perguntou Draco com a voz baixa se aproximando mais dela.

— Estava pensando em algumas coisas...  O que acha de tudo isso em relação ao seu pai? – Sabia que estava sendo mais difícil para ele do que para ela. Hermione queria saber o que pensava, o que ele sentia antes de desabafar.

— É complicado... Na verdade eu nem sei o que pensar! Embora eu acredite que ele não faria nada contra Iris e nós três, não sei se um dia conseguirei perdoa-lo. Ele pode ter tido uma boa intenção ao entregar o meu diário a Iris, mas isso não apaga as consequências que tive carregar. Eu não sei o que faria se visse ele na minha frente.

— Eu te entendo – Disse passando levemente a mão pelo rosto de Draco. – Não estou feliz com a forma de como a Mia está estrando nesse caso, mas eu sei e você também, que ela não vai parar. Ela vai continuar correndo atrás, porque Lucius é tão importante para ela quanto você.

— Eu também não estou feliz, mas não posso tirar isso dela. Não tem como coloca-la em uma redoma de vidro para protegê-la do que for. – Draco lamentou.

— Infelizmente não – suspirou – Estive pensado... – Não terminou, pois ouviram um som de aparatação, o que o fizeram ter a certeza que a visita que esperavam tinha acabado de chegar. – Mais tarde conversamos com calma. – sorriu para ele. Draco assentiu e sorriu de volta. Os dois saíram do quarto junto para receber Harry Potter, o que estava esperando na sala de forma apreensivo, já que tinha sido chamado com urgência, pois Mia tinha coisas para lhe contar. Ao descerem as escadas, se depararam com Harry sentado no sofá com um caderno e uma pena em mãos e quando os avistou, levantou e os cumprimentou.

— Aceita algo para beber, Harry? – Perguntou Hermione gentilmente. Harry negou e agradeceu. Draco se sentou no sofá e Hermione veio logo depois e se sentou ao lado dele.

— Vim o mais rápido que pude... Onde está Mia?

— Está arrumando as coisas dela da escola. Já vai descer. – Disse Hermione.

— Não achei apropriado conversarem na escola, chamara muito a atenção. – Comentou Draco.

— Concordo! – Disse balançando a cabeça levemente em afirmação.

— Tio Harry! – Disse Mia ao avistar Harry, enquanto descia as escadas. O cumprimentou e sentou no meio dos pais. Não sabia ao certo se estava preparada para contar tudo, mas precisava fazer.

— Como está, Mia? – Perguntou realmente preocupado – Soube que a senhorita tem algo para me contar. – Disse num tom de brincadeira para amenizar a tensão.

— Estou bem! – Disse um pouco incerta e Harry percebeu.

— Sei que está nervosa com tudo isso, mas também sei que no fundo entende a necessidade de nos contar o que sabe, não é? – Disse pegando em uma das mãos de Mia e acariciando-a.

Mia assentiu e olhou para a mão de Harry segurando a sua. Por mais que gostasse muito dele, um lado dela não confiava tanto quanto antes. Era difícil para ela acreditar que Harry faria algo para ajudar Lucius, quando se sabe que ele havia condenado o seu pai injustamente. Mas não tinha outro jeito, não podia mais agir sozinha, porque agora a situação era muito diferente do ano anterior. Outras pessoas estavam se envolvendo no caso e ela não podia mais guardar tudo para si. Estava odiando estar naquela situação, sendo colocada contra a parede e sendo obrigada a descumprir a promessa que tinha feito ao seu avô: De nunca contar sobre o que conversaram.

— Eu entendo! – E de fato entendia. Entendia a preocupação de seus pais e entendia os receios de todos de sua família. Não queria ser egoísta, mas estava com medo. – Como está a Iris? – Perguntou sentindo as suas mãos tremerem devido ao nervoso. – Eu não vi ninguém quando saímos da cozinha. – Comentou.

— Iris está sendo bem cuidada, Mia! Não se preocupe. Estive lá antes de vir e me disseram que logo ela vai estar bem e poderá contar o que aconteceu.

 Ficou mais aliviada em saber que Iris estava bem, então, suspirou e começou a contar tudo desde o inicio. Contou como conheceu Lucius em Hogwarts numa noite qualquer nas margens do lago. Contou sobre o que conversaram e como ele estava cansado e realmente arrependido de tudo o que fez. Conforme ia soltando o seu relato, mesmo com um pouco de receio, foi observando as expressões das pessoas presente na sala, mas ela não conseguia deduzir o que poderiam estar pensando.

— O que ele vestia? – perguntou Harry depois de ouvi-la.

— Eu não lembro exatamente. Eram roupas pretas, parecia uma farda. Tinhas rasgos nas mangas e na calça. Não consegui ver direito.

— O viu depois desse dia? – Perguntou Harry enquanto anotava a descrição das roupas de Lucius.

— O vi só mais uma vez, mas não conversamos... Foi na igreja.

— Ele esteve no casamento? – Perguntou Hermione espantada.

Mia assentiu.

— Ele estava do outro lado da rua, com a mesma roupa, pelo menos parecia...

— Como ninguém percebeu? Tinha muita gente na igreja. – Disse Hermione.

— Não faço a mínima ideia, Mione! – Disse Harry. – O Foco da noite era o seu casamento.

— Foi no final da cerimônia. – Continuou Mia.

— Como ele estava? – Foi à vez de Draco perguntar. Todos entenderam que ele não se referia as roupas de usava, mas sim o seu estado emocional. Mia olhou para o pai e percebeu que o seu tom de voz tinha alguma emoção, mesmo que mínima. Ela entendia tudo o que ele sentia e a sua dificuldade em perdoar, mas foi ali que ela notou que, no fundo, se importava com Lucius, apesar de todas as magoas.

— Estava triste, mas parecia aliviado em te ver bem. Ele foi embora logo. – Mia abaixou a cabeça em encarou as mãos. – Queria que as coisas tivessem sido diferente. Que ele estivesse com a gente.

Aquelas palavras deixaram Draco pensativo.

— Foi a ultima vez que o viu? – Perguntou Harry para Mia.

— Sim.

— Bom... O casamento foi há poucos dias, então isso quer dizer, que Lucius não está longe.

— E acredito que nem poderia. Deve estar cansado. – Disse Hermione. – Draco, você está bem? – Disse vendo o marido com o olhar perdido.

— Estou. – Respondeu saindo de seus pensamentos e levantando do sofá para ficar de pé próximo a janela. Hermione pensou em ir até ele, mas preferiu ficar onde estava, pois sabia que Draco precisava de tempo para processar tudo aquilo e Mia precisava sentir que tinha o seu apoio. Harry observou a reação de Draco, mas logo voltou à atenção a garotinha.

— O que Iris te contou quando foi procura-la, Mia?

— Que...

— Meu pai sabia de tudo. – Disse Draco em pensamento altos.

— Tudo o que? – Perguntou Harry confuso.

— Foi ele quem pediu para a Iris esconder o diário do papai. Ele sabia sobre o diário, o que o papai sentia naquela época em relação a tudo e sabia que a mamãe estava gravida de mim.

Harry largou as anotações que fazia e pensou no que tinha acabado de ouvir.

— Então é esse o segredo que a Iris mencionou?

— Não me espantaria se tiver outro! – Disse Draco de forma irônica. – Do jeito que as coisas estão indo. – E voltou a encarar a janela. Havia raiva em seu tom de voz. Raiva não de Harry, mas da situação.

— Hermione... Tem ideia de como ele pôde ter descoberto?

— Não... – Negou com a cabeça. – Não estava com cabeça e nem tempo para prestar a atenção nessas coisas.

— Refez o feitiço naquela noite, para esconder a barriga?

— Teve uma hora que sim, mas não tinha ninguém por perto.

— Sua barriga chegou a aparecer, antes de refazer o feitiço?

— Sim. Precisava esperar o feitiço sumir por completo de mim, porque, por mais que seja um feitiço sem muitos riscos, eu precisava proteger a Mia.

Harry suspirou e anatou aquele detalhe, mesmo que não fosse algo relevante para o caso. Porem, foi pego de surpresa quando Mia se manifestou fazendo-lhe uma pergunta que ele lamentou não ter a melhor resposta, mas antes de qualquer coisa, escolheu ser sincero.

— Tio Harry? – Chamou fazendo-o desviar a sua atenção das anotações que fazia. – Acha que agora que sabemos que o vovô está arrependido e que ele não fez nada com a mamãe quando descobriu que ela estava gravida de mim e também comigo, já que sou mestiça... – Mia tinha a noção muita clara sobre todo a preconceito de sangue que envolvia a família Malfoy. Desde o dia em que leu o diário de seu pai, ela entendia toda a preocupação que sua mãe tinha em relação a ela. Mia entendeu que Hermione tinha muito medo que Draco a rejeitasse por ser filha de uma nascida-trouxa. – Acha que isso pode ajuda-lo a não ser condenado?

Harry a encarou nos olhos e suspirou para responder:

— Infelizmente querida, isso é mínimo perto de tudo o que ele causou. Não acredito que será o suficiente para ele não se condenado. Seu avô fez coisas muito graves. – Não precisou entrar em detalhes, pois sabia que Mia fazia ideia do que ele se referia. – Sem contar que ele está foragido e já faz muitos anos, o que complica ainda mais a situação dele... Eu sinto muito, Mia!

Mia lamentou o que tinha acabado de ouvir, mas, mais uma questão passou pela sua cabeça:

— E se encontrarmos algo que possa ajudar ele? Assim como encontrei o diário?

— Eu sei que Lucius é tão importante para você, assim como todos nós, e queira ajuda-lo de alguma forma como ajudou o seu pai. – Disse fazendo um leve carinho na mão da menina novamente. – Mas não posso deixar que crie expectativa, pois o caso dele é muito diferente do de Draco. Podemos investigar interroga-lo e o que for, mas não acredito que possa resolver. Você entende?

Mia assentiu

— Entendo! – Afastou sua mão da de Harry e levantou do sofá de forma cabisbaixa.

— Mia? – Chamou Hermione enquanto via a filha indo em direção as escadas para ir para o seu quarto, mas Mia não a atendeu.

— Mione... Deixe-a ir. Acho que ela precisa ficar um pouco sozinha.

Ao se ver sozinha no quarto, Mia fechou a porta, mas ainda ficou de ouvidos atentos para a conversa que seguia. Não conseguia entender muitas coisas, mas foi claro para ela quando escutou:

— É estranho estar dizendo isso, mas eu não acredito que tenha sido o meu pai... – Comentou Draco.

— Desconfiam de alguém? – Harry perguntou confuso.

— Não... – Disse Hermione. – Mas conversei a com Minerva e ela me contou sobre o que aconteceu com Filch. Me contou a reação confusa que teve ao ser encontrado pelos alunos da Sonserina e eu tenho certeza que ele foi obliviatado, para esquecer por completo quem esteve no castelo e não ser capaz de contar a alguém. Eu não queria contar o que estive pensando desde quando voltamos da escola, mas tenho certeza que quem atacou Iris queria muito saber sobre o segredo de Lucius. Ainda não conseguir deduzir o porquê, mas esse objetivo é muito claro.  

— Mas como será que essa pessoa entrou na escola? Não se pode aparatar em Hogwarts!

— No meio da noite não se é tão complicado. É ai que entra outra questão que estive pensando muito seriamente. Quem invadiu a escola, conhecia as maldições imperdoáveis. Com toda certeza Filch foi enfeitiçado com Imperius. – Hermione levantou do sofá e começou a andar pela sala como forma de colocar os pensamentos em ordem. – Se não foi Lucius quem atacou íris daquela maneira, estamos lidando com outro Comensal da Morte.

Harry e Draco encararam Hermione processando o que acabaram de ouvir. Harry foi anotando tudo o que ouvia e pensava.

— Draco... – Chamou Hermione.

— Tirando o meu pai, eu não faço a mínima ideia de quem pode estar por trás disso. Voldemort tinha milhões de seguidores, fora os que não receberam a marca negra e não se envolveram diretamente naquela guerra.

— A Mia precisa ficar por aqui, pelo menos por enquanto... – Disse Harry se sentindo nervoso. 

Já havíamos pensado nisso... – Disse Draco indo ao lado de Hermione. – Quem invadiu Hogwarts uma vez, pode invadir a segunda.

— Rony já está mandando Aurores para lá nesse instante. – Comentou Harry.

— Sabem... Ao mesmo tempo... Não sei se deixar Mia aqui, fará alguma diferença. – Disse Hermione começando a ficar nervosa.

— Porque diz isso, Mione? – Perguntou Harry confuso.

— Eu não sei manter Mia em casa, chamaria mais a atenção. Vão comentar na escola e pode acabar parando nos jornais.  O que daria um ponto a mais para quem estiver atrás dela agora... A meu Deus... Eu não quero nem imaginar. – Disse passando a mão nos cabelos. – Somos alvo da mídia, então, Mia também é... Estou com medo! – Admitiu.

— Não vai acontecer nada com ela... Vai ficar tudo bem – Disse Draco abraçando Hermione e lhe dando um beijo na testa como forma de conforto. - Acha que Mia deveria voltar para a escola?

— Eu acho que sim – Disse de forma incerta. – Hogwarts terá Aurores. Acho que ela ficará mais segura lá do que aqui. O que você acha? – Perguntou virando para Draco.

Draco suspirou passando a mão nos cabelos.

— Podemos mantê-la em casa por pelo menos por dois ou três dias. Podemos inventar alguma desculpa e assim pensamos melhor. Observamos como as coisas estão indo por lá com o Aurores e a mandamos de volta. O que acha?

— Tudo bem! – Concordou Hermione.  – Vou ver como ela está! - Disse saindo dos braços do marido e indo em direção ao andar superior. Mia ouvia os passos da mãe pelo corredor, saiu de trás da porta e sentou na cama. Hermione a encontrou sentada na cama com uma boneca de pano no colo, a qual deixava em cima da cama. Mia adorava aquela boneca, pois ganhou da mãe quando era mais nova. Era a boneca de Hermione, que ela havia ganhado dos pais quando criança. Filha? Está tudo bem? – Perguntou se sentando na cama de frente para Mia.

— Estou. – Disse um pouco cabisbaixa. – Eu não vou voltar para a escola, não é?

— Você ouviu tudo, pelo jeito! – Disse sorrindo. – Não... Por enquanto vai ficar aqui em casa com a gente. Não é isso que queria?

— Sim! – sorriu de volta. – Mãe, eu sei que não deveria ter saindo do salão durante a noite, mas...  

— Está tudo bem, Mia! Não se preocupe com isso!

— Você não vai gritar? Não vai me colocar de castigo? – Perguntou surpresa o que fez Hermione rir.  

— Não, meu amor! – riu com a expressão incrédula da filha. – Sabe... Eu tenho consciência que a vida toda eu sempre fui super protetora com você. Tinha medo que você se colocasse em risco e se machucasse, tanto física, quanto emocionalmente. Mas com tudo que passamos no ano passado e estamos vivendo, com o seu avô solto por ai, eu percebi que não posso mais te colocar numa redoma de vidro. Você está crescendo e não posso te manter em baixo das minhas asas pelo resto da vida, infelizmente. – Sorriu de forma triste.

— O que quer dizer, mãe?

— O que quero dizer, filha... É que não posso te impedir de ir atrás do que deseja, de fazer o que acredita. Se quer e precisa ajudar o seu avô da mesma forma, como ajudou o seu pai, eu não vou tentar te parar. Mas eu preciso que me prometa uma coisa...

— O que?

— Prometa que não vai mais esconder nada de mim e de ninguém? Qualquer passo que der, vai nos contar? Eu sei que não gostou de contar para o Harry sobre Iris e Lucius, mas você precisa entender que só queremos o seu bem. Você não precisa mais estar sozinha!

— Eu entendo, de verdade. – foi sincera. – Eu só fiquei chateada porque tinha feito uma promessa ao vovô. Tinha prometido para ele que não contaria a ninguém que conversamos. Fiquei com medo que não acreditassem em mim e nem nele.

— Sabemos que não foi ele quem machucou a Iris e que ele não fará nada contra nós, mas existem magoas, filha, principalmente do seu pai. – Suspirou - O que quero que entenda, é que não deve ter segredo conosco. Independente do que saiba, do que descubra, conte pra gente.

— Eu prometo! – Sorriu para a mãe de forma sincera e a abraçou. – Desculpe se ficou chateada!

— Está tudo bem agora! Tivemos experiências demais para sabemos que não é bom guardar segredos. – Disse abraçando a filha também. – Mas olha... – Disse fazendo Mia olhar em seus olhos. – Embora eu tenha te dado liberdade, não quero que a senhora se descuide dos estudos, entendeu?

Mia teve que rir.

— Tudo bem, mãe... Não se preocupe! – Disse sorrindo. – Não vou me descuidar, eu prometo também. Obrigada por estar do meu lado, mesmo que seja difícil para vocês.

— Sempre estaremos do seu lado, meu anjo!

— Hey! Estou perdendo alguma coisa? – Perguntou Draco entrando no quarto e se deparando com as duas se abraçando.

— Estávamos conversando. – Disse Hermione sorrindo para o marido. – Disse a Mia que não iria mais tentar controla-la e impedi-la de ir atrás do que acredita. É difícil para uma mãe ver o seu filho crescer, mas é o jeito dela. Não posso impedi-la de ser quem realmente é.

Draco se sentou ao seu lado a abraçou novamente. Ele sabia o quanto estava sendo difícil para Hermione tomar aquela decisão. – Mas a fiz prometer que nos contara tudo o que acontecer com ela e o que descobrir. Harry já foi?

— Acabou de ir!

— Sobre o que mais conversaram? – Perguntou Hermione.

— Ele me contou sobre as investigações na mansão. Disse que encontraram um pingente atrás do móvel da sala, um porta-retrato no quarto dos meus pais quebrado e um fio de cabelo dele no travesseiro na cama deles. 

— Então o vovô esteve realmente lá? – Perguntou Mia sentada de frente para eles.

— Esteve... Só não consegui entender o porta-retrato quebrado e o pingente.

— Não acredito que ele tenha quebrado um porta-retrato – Comentou Hermione. – De certo foi a mesma pessoa que torturou Iris.

— Eu também acho, mas que pingente é esse? – Perguntou Mia pensativa.

— Eu não me recordo de nenhum pingente. Só lembro de uma pulseira que a minha mãe usava sempre, mas não sei se tem haver com esse pingente. Potter disse que já o mandou para analise e assim que sair algum resultado, ele nos comunica.

— Espero que ele encontre alguma coisa. – Comentou Hermione um pouco aflita.

— Falando na minha mãe... Sábado seria o aniversário dela e estava pensando em ir até o cemitério para deixar flores. Não voltei mais lá desde o julgamento. Pode parecer besteira, mas queria que ela soubesse de algum jeito, que estou bem.

— Não é bobagem, muito pelo contrário. Fico até surpresa que queira nos levar, porque imaginava que quisesse ir sozinho quando estivesse preparado e quisesse ficar mais a vontade.  

— E eu não seria capaz de excluir vocês de um momento como esse. – Disse olhando para Hermione e depois para Mia. - É muito importante para mim, terem vocês comigo.

— Pai... Pode me contar sobre a vovó? Mamãe me contou um pouco, mas queria saber mais – Disse sorrindo para ele. – Você tem foto dela?

— Aqui não, mas vou pedir para o Potter ou o Weasley pegar na mansão, tudo bem?

Mia assentiu com um sorriso enorme no rosto.  

— Enquanto vocês conversam, vou prepara algo para comermos o que acham?

— Estou morrendo de fome! – Comentou Mia.

— Já volto, então! Depois podemos ir ver como Iris está!

— Eu queria muito! – Comentou Mia.

— Então nos vamos! Também gostaria de saber como ela está. Iris sempre esteve do meu lado. Preciso estar ao lado dela agora.

— Então está decidido! – Disse Hermione saindo do quarto.

Nada deixou Mia tão radiante quanto sentar com Draco para conversar com ele sobre sua família. Draco contou a ela mais sobre seus pais, como foi a sua infância e adolescência, o que mais gostava de fazer, suas amizades. Emocionou-se em muitas partes, mas ficou chateada com ele em outras, principalmente com as atitudes ruins e como ele tratava as outras pessoas, principalmente a sua mãe, seu tio Harry e o tio Rony. Mas no fundo ela entendia tudo e tinha muito orgulho dele. Além de lamentar por seu avô, Mia lamentou muito por não ter tido a oportunidade de conhecer a sua avó. Viu o quanto ainda era doloroso para Draco falar da mãe, mas estava disposto a passar por cima da dor e conversar abertamente com sua filha. Afinal, era uma oportunidade também, dos dois se conheceram ainda mais. Mia ficou imaginando como a avó seria. Pelo que Draco relatava, a garotinha imaginava-a uma mulher muito bonita, muito parecida com ele, com voz doce e elegante. Acreditava que ela seria uma pessoa muito boa, assim como o seu pai e seu avó se tornaram.

~*~

— Por favor, viemos visitar Iris, a Elfa que foi trazida por Harry Potter mais cedo! – Disse Hermione para a atendente do St Mungus.

 - A claro! Só um instante! – Disse a moça de cabelos loiros e olhos castanhos. Tinha aproximadamente 27 anos. Saiu de seu lugar e foi para os corredores que davam acesso a ala dos Elfos.

Os três se sentaram nos bancos próximos ao balcão e ficaram no aguardo. Draco e Hermione estavam com as mesmas roupas desde a hora que foram chamados por Harry no Ministério, já Mia usava uma calça jeans e uma malha branca. Depois de uns dez minutos, a moça volta para encontra-los e pediu para que os acompanhasse, pois o curandeiro que estava cuidando de Iris, iria recebê-los. Caminharam pelos corredores em silencio, pois nenhum dos três gostava de ir ao hospital, mesmo que fosse apenas uma visita. Hermione pela circunstância de guerra e Draco pelo período que esteve ali quando passou mal em Azkaban. Mia não tinha problemas maiores em relação ao hospital, mas não gostava, pois a remetia a um ligar triste, onde muitos lutavam pela sobrevivência.

Próximo à ala onde Iris estava, os três avistaram um homem alto, de cabelos pretos e olhos azuis. Mia achou ele muito parecido com o seu tio Harry, mas aguardou o que pensava apenas para si. O homem desconhecido certamente era quem estava cuidando a elfa e logo os cumprimentou quando chegaram próximo a ele.

— Boa tarde! Vieram visitar Iris, não? – Disse estendendo a mão para cumprimentar cada um.

— Queria saber como ela está. Iris trabalha da minha escola. – Disse Mia

— No momento ela está dormindo, mas podem visita-la à vontade. A única objeção que faço é que entrem um de cada vez. Iris está em uma sala especial por conta das medicações e do estado em que chegou, mas logo será transferida para outro quarto.

— Pode ir primeiro, filha! – Disse Draco. – Estaremos aqui fora te esperando.

Mia assentiu e acompanhou o curandeiro até as grandes e brancas portas que davam acesso ao local em que Iris estava. Passou por elas sentindo um frio no estomago, pois não fazia ideia de como a encontraria. O corredor que dava para a sala não era não extenso quanto ao corredor do outro lado da porta e tinha varias portas que seriam de outras sala. Parou em frente a uma delas, a qual tinha o nome da Elfa. Respirou mais profundamente para tentar amenizar o nervosismo. Mia entrou primeiro e o curandeiro logo atrás. A primeira coisa que viu, foi uma cama, que não era muito grande, parecia até cama da ala infantil e uma grande janela ao lado dela. Foi entrando devagar e viu Iris coberta com um lençol branco e parecia bem relaxada. Não havia nada ligada a ela o que deixou Mia aliviada. Parou ao lado da cama e passou a mão bem de leve na cabeça da Elfa, fazendo carinho. Sentiu os olhos marejarem ao pensar que íris estava ali por culpa dela, pois não prestou a atenção em quem estava escondido na escuridão. Saiu correndo da cozinha com Lily e Rose quem nem pensou em ver de onde o barulho tinha vindo. Sua pequena mão saiu da cabeça de Iris e foi para o rosto, acariciando as marcas vermelhas. Dava para ver que tinha ainda um pouco de sangue nos machucados, mas muito poucos.

— Me desculpe, Iris! – Disse com a voz tremula. – Não era para você estar assim. Ao ouvir a voz de Mia, a Elfa foi abrindo os olhos muito devagar. Quando percebeu de quem era a voz que lhe pedia desculpa, a encarou assustada.

— O que faz aqui? – Iris perguntou com um fio de voz.

— Eu vim ver como você está... Fiquei preocupada!

— A menina Malfoy não devia estar aqui, Precisa se manter segura! – Disse começando a ficar nervosa. – Vai embora! Vai embora!

— íris meus pais estão lá fora, não vai acontecer nada. – Tentou dizer, mas estava ficando tão nervosa quanto a Elfa.

— Precisa sair daqui, vai embora! – Disse num tom mais alto que conseguia, o que assustou Mia. De repente Iris começou a ficar agressiva, o que não era o feitio dela. Mia não conseguia entender o que estava acontecendo. – NÃO CONFIE NELE! NÃO CONFIE!

— POR FAVOR, PRECISO DE AJUDA! – Gritou o curandeiro se aproximando de Mia e a levando para fora da sala.

— IRIS! DO QUE ESTÁ FALANDO? IRIS! – Mia gritava tentando se soltar. Precisava entender do que ela estava falando. – ME SOLTA!

Rapidamente outros curandeiros foram entrando no quarto e foram aplicando medicações em íris a fim de acalma-la. Mia já no corredor, chorava tentando se soltar o curandeiro e não demorou muito para Draco e Hermione entrarem apressados pelas portas para saber o que estava acontecendo, já que ouviram a filha gritar. Assim que os viu, a menina foi correndo ao encontro da mãe e a abraçou.

— O que foi que aconteceu? – Draco perguntou aflito

— Podemos conversar? – Perguntou o curandeiro.

— Vou dar uma volta com a Mia! Ela precisa se acalmar. – Disse Hermione se afastando e segurando a mão da filha que ainda chorava. Em um banco na varanda do hospital Mia estava sentando ao lado da mãe, um pouco melhor. Tinha os olhos e a bochechas vermelhas, mas não chorava mais. Aos poucos foi contando tudo o que houve na sala para Hermione, que escutava tudo muito atentamente. Se preocupou ao ouvir que Iris tinha se desesperado ou ver a meninas e lhe pedia para ir embora e não confiar no tal sujeito, que não conseguiu saber. Diante daquilo, Hermione tinha apenas suas certeza: Foi um homem quem tirou Iris de Hogwarts e iria atrás de Mia para conseguir alguma informação. Agora Hermione mais do que nunca, desejava ter um redoma de vidro para proteger a filha do que e de quem fosse.

~*~

Tudo o que anatou em seu caderno, estava sendo colocado em um grande painel em sua sala. Harry ia ligando cada ponto conforme a sua descoberta. Sabia que Lucius estava por perto, a roupa que usava, quando foi visto pela ultima vez, fora tudo o que tinha encontrado na mansão. Algumas questões estavam bem resolvidas em sua cabeça, mas obviamente, ele precisava de mais. 

Assim que chegou no Ministério, pediu para Rony mandar alguns aurores para Hogwarts e ficarem por lá até segunda ordem. Ficariam por lá o tempo que fosse. Dias, noites. Não importava. A equipe iria se dividir entre a parte externa e interna.  As rondas noturnas seriam feitas por eles, deixando todos os alunos seguros em seus salões comunais.

— Com licença! - Pediu Luigi ao bater na porta.

— Olá Luigi como vá? – Perguntou Harry voltando a encarra o quadro a sua frente.

— Bem... Por hoje não encontramos mais nada na mansão. – Comentou se sentando na cadeira. – O que pode ser bom por um lado.

— Por que estou sentindo que quer me dizer mais alguma coisa? – Deduziu Harry sem olha-lo. Luigi suspirou e se ajeitou na cadeira.

— Realmente tem algo que quero dizer...

— O que houve?

— É sobre Theodore. Não sei, mas tem algo em relação a ele que está me deixando aflito. – Foi então que Harry virou para o colega de trabalho.

— O que quer dizer, Luigi? – Perguntou Harry largando a caneta e se sentando em sua cadeira. – Não é a primeira vez diz algo parecido.

— Eu sei, eu sei! Mas tem algo nele que não me convence. Depois que saíram, ele veio me perguntar sobre o que tínhamos descoberto. Se tinha acontecido algo na casa pela movimentação, sendo que nem era parte do trabalho dele. Apenas disse que estava tudo bem e perguntei se ele tinha encontrado algo, mas me respondeu que não. Estou achando que Theodore está curioso demais.

— Luigi, pode ser só impressão sua. Theodore é novo na academia, mas vem se esforçando muito e é muito dedicado. É discreto e cumpre com suas obrigações.

— Tudo bem, mas não acha estranho esse jeito dele? Ainda mais no caso envolvendo a família Malfoy? – Harry se ajeitou mais na cadeira e olhou mais atentamente para o homem a sua frente. Algo naquela relação lhe chamou a atenção. – O pai dele foi um ex-comensal da morte e foi condenado em Azkaban. Posso estar enganado, mas pra mim tem algo ai. – tossiu para limpar a garganta. – Theodore sempre foi muito esforçado, isso não tem como negar, mas ele nunca ficou tão interessado num caso como esse.

— Acha que ele planeja algo? – Perguntou Harry incerto de tudo aquilo.

— Não sei, mas acho que devemos ficar de olho. – Disse Luigi sem imaginar que Theodore estava do outro lado da porta ouvindo a conversa. Estava ali justamente para obter mais informações, já que não conseguiu com Luigi, mas pelo jeito teria que mudar as estratégias.

~*~

O cheio de banho impregnava o quarto o que não incomodava Draco nem um pouco. Passou pela porta observando Hermione sentada na cama vendo algo que parecia um álbum de fotos. Estava séria e tinha um olhar perdido. Draco ficou ali a observando por alguns minutos antes de ir até ela. Hermione usava uma camisola de algodão azul claro e seus cabelos estavam presos em um coque alto. Foi se aproximando devagar e se sentou ao lado dela depositando um beijo em seu pescoço, o que a fez se arrepiar. Aproveitou e inalou o cheiro dela de banho que tanto lhe fazia bem. Hermione desviou a atenção do álbum e sorriu para ele, lhe dando um beijo carinhoso em seus lábios.

— Estava vendo as fotos da Mia quando era bebê. Parece que foi ontem que ela esteve nos meus braços pela primeira vez – Disse nostálgica.

— Mas ela sempre será a nossa menininha, independente de quanto tempo passe.

— Sempre...  – sorriu para ele demostrando toda a ternura que aquelas palavras lhe trouxeram - Essa foto é a minha favorita – Disse apontando para uma das fotos em que aparece Mia com aproximadamente um ano e estava começando a andar. Usava um vestido rodado branco com desenho de flores coloridas e seu cabelo loiro claro estava preso no topo da cabeça. Mia tentava se equilibrar enquanto dava alguns passos para ir até a mãe. Hermione estava um pouco afastada da filha com os braços esticados, chamando por ela.  Hermione tinha um sorriso lindo e seus olhos brilhavam, mesmo estando preocupada de Mia cair. – Estou tendo a mesma preocupação que tive nesse dia. Aquela preocupação dela cair e não dar tempo chegar e impedi-la de se machucar. – Desabafou. – Estou com medo! Pela primeira vez, não estou conseguindo ver a melhor saída para tirar toda a ameaça que tem em cima dela.

— Eu também tenho medo. – confessou Draco – Mas você não está sozinha. Seja quem estiver tentando chegar nela, não vai conseguir. Antes que ele tente qualquer coisa, eu o mato. – Disse muito seguro de sua palavras.


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Notas finais do capítulo

A cada capitulo, estou ficando aflita e olha que sou eu quem estou escrevendo, fico so imaginando vocês kkkk Quem vocês acham que torturou a Iris e estava pretendendo ir atras de Mia? Meu jesus, que ninguém machuque a minha bebê!!
Comentem o que estou achando a historia e me contem as teorias de vocês kkkk adoro saber s2
Muito obrigada a cada um que está acompanhando, favoritando e comentando s2
beijão