Nas Profundezas do Lago - Dramione - 2ª Temporada escrita por Lizzie Oliver


Capítulo 13
Imperdoavel




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Capitulo 13: Imperdoável.

Foi jogado de qualquer maneira pelos aurores que o carregavam durante aquele longo percurso até a sala que ele reconheceu de imediato. Sendo de sua esposa. Não se importou com o escândalo que estava fazendo, os cochichos das pessoas, que não entendiam muito bem o que estava acontecendo, ou pelo menos, faziam certa ideia. Draco estava transtornado. furioso e cheio de ressentimentos guardados. Ao ver o pai do outro lado de vidro na sala de interrogatórios, sua mente se encheu de perguntas. Porem, logo se transformaram em fúria perante o tempo e o seu único objetivo naquele momento, era descontar toda a raiva que sentia até a ultima consequência.

— Precisa se acalmar, senhor Malfoy! – Disse uns dos aurores que o trouxeram até ali, enquanto lhe entregava um copo de agua.

— Não me diga o que tenho que fazer! – Respondeu Draco sem se importar se estava sendo rude ou não. – Saiam! – Disse em tom autoritário. Os aurores se entre olharam e deixaram a sala em silencio, fechando a porta ao saírem.

Suas mãos tremiam a medida que suas memoria voltavam a tona. Tudo o que passou: a pressão de Voldemort quando era adolescente, a morte de sua mãe, seus treze anos em Azkaban, a ida ao cemitério para deixar flores depois de tanto tempo e agora o retorno inesperado de seu pai, veio com muita agressividade para cima de si. A única reação que pode ter, foi a que dificilmente fazia: Chorar. Chorou o quanto conseguia naquela sala solitária. Eram poucas as vezes que Draco se permitia chorar. Sempre foi muito controlado em suas emoções, mas em momentos extremos era impossível de evitar, e esse momento, era um deles. Draco ficou lá mergulhado em suas lamentações o tempo que julgou necessário. Contudo, chegou uma hora que ele decidiu fazer algo.

Levantou do sofá de veludo e foi até o toalete que ficava localizado ao lado da estante de livro a sua direita. Seguiu para lá a passos lentos. Encarou-se no espelho por alguns instantes, enquanto ligava a torneira e deixava a agua fria molhar as suas mãos feridas devido aos socos que tinha proferido em seu pai. Elas estavam doloridas, mas não se importou em cura-las naquele momento. As dores em suas mãos eram as que menos significavam perto de tantas outras. Lavou o rosto e se ajeitou da melhor forma possível. Estava com a roupa toda amassada e os cabelos desalinhados, sem contar o seu rosto inchado por conta do choro. Saiu do banheiro e caminhou até a mesa de Hermione. Procurou um pedaço de papel qualquer e deixou um bilhete para ela. Sabia que Hermione não sairia do Ministério tão cedo, por isso, foi breve ao escrever o bilhete, já que ela não o encontraria quando voltasse. Draco não queria que Hermione se preocupasse com o seu paradeiro. Largou o papel no lugar mais visível que podia, já que em toda a mesa, haviam relatórios e papeladas que Hermione voltaria a olha-los.

Saiu do Ministério pelos fundos, pois uma noticia que Lucius havia se entregado depois de anos foragido, não era algo de se passar despercebido. Quis evitar a entrada principal para fugir dos jornalistas. Porem, não obteve muito sucesso, já que o prédio estava cercado por uma multidão, querendo saber o seu parecer sobre o que estava acontecendo. Tentou passar pelas pessoas, mas elas fechavam o seu caminho tentando lhe fazer perguntas que ele não tinha ideia das respostas. Agradeceu a Merlin, quando avistou Harry Potter indo a sua direção pedindo passagem para as pessoas, e consequentemente, abrindo caminho para que Draco passasse e saísse logo dali. Ao ver-se longe da multidão, Draco acenou com a cabeça para Harry, o que ele não precisou de nenhum esforço para entender o seu “muito obrigado”. Alguns jornalistas até insistiam em ir atrás de Draco, mas o mesmo aparatou para onde precisava ir.

  Estava prestes a escurecer. Hogwarts já estava sendo iluminado, principalmente no salão principal, que Draco sabia que estava sendo organizado para o jantar. Enquanto andava pelos jardins, Draco lembrava-se de seus tempos de escola, principalmente, em sua fase de 12 e 13 anos em que sua única preocupação era ser um bom aluno durantes as aulas, no Quadribol e infernizar o trio de ouro. Mal sabia ele, o que passaria no futuro. Era apenas um garotinho inocente com as visões de mundo formada por seus pais. Um garotinho inocente que acreditava na família perfeita e que nada lhe aconteceria de mal, por ser um Malfoy. Que grande peça que a vida lhe pregou. Pobre Draco, o garotinho que ria de seus colegas por não usufruírem dos privilégios que ele tinha, por não terem um nome como o dele, os achavam inocente pelas escolhas que faziam. No entanto, o maior inocente sempre foi ele. Não por suas atitudes, mas por suas crenças erradas. Tudo o que passou na vida, não era nada do que havia imaginado e idealizado quando criança. Queria ser como seu pai, um homem forte, respeitado por todos e temido por muitos. Queria uma bela esposa de puro sangue, que lhe daria filhos perfeitos, os quais saberiam desde cedo à importância de ser um Malfoy. Porem, entre todas as curvas tortas da vida, uma das melhores coisas que lhe aconteceu, estava estática na sua frente com um olhar preocupado, não entendendo no que seu pai tanto pensava.

— Pai? Está tudo bem? – Perguntou Mia quando viu seu pai parado no corredor olhando para o nada e pensando em tudo. Draco não respondeu, mas lhe deu um leve sorriso e lhe pediu um abraço. Mia não pensou duas vezes em ir até ele e lhe dar um abraço apertado. Ela também estava com muitas saudades.

— Esta sim, minha linda! – Disse ainda abraçando Mia. – Mas preciso conversar com você sobre algo importante!

— Esta bem! Vamos lá para o jardim, tem poucos alunos a essa hora lá. – Saíram do abraço e seguiram caminho até os jardins.

Não muito longe dali com suas amigas da Sonserina, Anne observava o que estava acontecendo. Tentou se aproximar para ouvir o que Draco e Mia estavam conversando, mas não conseguiu, pois não podia ser vista. Escondeu-se atrás de um pilar e esperou os dois passarem pelo corredor em direção ao jardim. Assim que ambos estavam mais distantes, Anne os seguiu.  Escondeu-se novamente, atrás de uma grande arvores e ficou observando o que acontecia. Os viu se sentarem em um banco de pedra e Mia segurou a mão de Draco, perguntando por que ela estava machucada daquele jeito. Aquilo era algo que Anne também queria saber, por isso, se ajeitou melhor para escutar o que conversavam. Qualquer informação era valida para contar a sua mãe.

— Isso não imposta agora, Mia! – Escutou Draco dizer segurando a mão de Mia. – Aconteceu algo que precisa saber! – Viu Draco trazer a filha mais para perto de si e lhe dando um abraço. Anne revirou os olhos com a cena.

— O que é? – Ouviu Mia perguntar preocupada.

— Lucius se entregou, filha... Eu sinto muito! – Anne colocou a mão na boca para evitar emitir qualquer som devido a sua surpresa. Estava tão chocada quanto Mia. Podia ver os olhos cinzas da menina se arregalarem com a noticia, mas diferente dela, Mia soltou um choro baixo.

De alguma forma aquela noticia não deveria ser uma surpresa para ela, pois sabia que isso iria aconteceu algum dia. Porem, saber que o seu avô, aquele homem debilitado, arrependido e cheio de memorias tristes havia voltado e se entregado, lhe trouxe as lembranças daquele lugar horrível que era Azkaban e sentiu pena e medo do que Lucius passaria nos próximos dias, meses e até anos, se ela não encontrasse nada que pudesse o ajudar. Draco colocou Mia em seu colo e permitiu que ela chorasse em seu ombro. O choro de Mia era diferente do seu mais cedo na sala de Hermione. Draco chorou de raiva, já Mia chorava por tristeza e medo, pois conheceu Lucius de uma forma que ele nunca imaginou um dia. Jamais viu Lucius frágil, doente e arrependido que algo em toda a sua vida. Aquele Lucius era estranho para Draco. No entanto, respeitou os sentimentos de sua filha naquele momento.

— Eu quero ver ele, pai! – Anne escutou Mia pediu enquanto enxugava o rosto vermelho pelas lagrimas. Draco não respondeu de imediato, apenas suspirou. – Por favor, pai... Me deixa ver ele?

— Isso não é algo que dependa apenas de mim, filha! Vamos esperar alguns dias para ver como as coisas vão acontecer e conversamos com a sua mãe, esta bem? – Draco não podia impedir que Mia visse o avô, nem que fosse uma vez, mas era evidente que aquilo o preocupava e não o agradava nem um pouco.

Mia assentiu.

— O que esta fazendo aqui, filha de buldogue? – Anne virou para ver quem estava ao lado dela naquele momento e revirou mais uma vez os olhos ao ver Lily.

— Não é da sua conta, sua ridícula!

— É da minha conta, quanto te pego bisbilhotando a Mia.  Você não cansa não? É pior que a louca da sua mãe.

— Se falar da minha mãe novamente – Anne ameaçou Lily – Te deixo com uma cicatriz na cara pior que a do seu pai – Lily estava pronta para brigar com Anne, mas a mesma se afastou de foi em direção ao castelo, sem se importar se Mia já soubesse dela ali. – Já escutei tudo que eu precisava. – Olhou para Lily e deu um sorriso cínico. Lily continuou a encarando com um olhar severo, mesmo sem entender do que ela falava. Quando não viu mais Anne ali, saiu de trás da arvore e foi em direção de Mia e Draco ainda sentados no banco de pedra.

— Mia... Eu estava te procurando! Boa noite, tio Draco! – cumprimentou Lily e Draco retribuiu o cumprimento. – Me desculpe interromper, mas esta quase na hora do jantar e você ia esquecer esse livro na biblioteca, ainda bem que passei la para te procurar. – Disse entregando o livro de capa vermelha que Hermione estava esperando que Mia encontrasse.

— Meu Merlin! – exclamou Mia segurando o livro. Estava tão distraída ultimamente que nem se deu conta que estava esquecendo o livro quando saiu da biblioteca, mais ainda, quando viu o seu pai no corredor. Naquele momento, o livro nem passava mais em sua cabeça. – Pai, esse é o livro que a mamãe pediu que eu procurasse. Deu bastante trabalho mas conseguimos. Eu não entendi direito o que ela procura aqui. Dei uma olhada, mas só tem um monte de anotações estranhas, parece ingredientes de algo, mas não entendi nada. – Entregou o livro a Draco e o mesmo folheou um pouco sem dar muita importância. Veria melhor quando chegasse em casa. – Mandei uma carta para a mamãe, mas não se ela viu.

— Não se preocupe, linda! Vou ver junto com ela. – Disse Draco se levantando para ir para casa. – Vai para o jantar e depois descanse, esta bem? Vai ficar tudo bem! – Disse se referindo ao livro e os últimos acontecimentos. – Deu um longo beijo na testa de Mia e a olhou nos olhos profundamente. – Eu amo você!

— Eu também te amo, pai!

Draco cumprimentou Lily mais uma vez e saiu pelos jardins em direção aos portões da escola, segurando firme dentro do terno, o misterioso livro de capa vermelha.

~*~

Pansy escovava os médios cabelos escuros, como sempre fazia antes de se preparar para dormir. Essa era umas de suas horas favoritas do dia, porque também era a hora que geralmente, chegava uma carta de Anne toda as semanas. Pansy também tinha os pensamentos perdidos por conta das ameaças de Frederico sobre ela por conta de sua filha. Ela tinha em mente todos os argumentos necessários em sua defesa, mas isso não significava que ela conseguia relaxar. Pansy poderia ter todos os defeitos aos olhos da maioria, mas ninguém poderia questionar o quanto Anne era importante e o quanto ela a amava. Embora não demostrasse, estava com medo que Frederico conseguisse tirar Anne de si. Um barulho vindo da janela de seu luxuoso quarto, tirou Pansy de seus pensamentos. Notou que era a coruja de Anne, quem batia no vidro. Levantou, deixando a escova de prata sobre a penteadeira e se direcionou para a janela.

— Olá Lucy! O que Anne me traz de novidades? – Perguntou como se a mesma soubesse e pudesse lhe responder. Tirou o bilhete da bata do animal e passou a ler o conteúdo da carta. A principio Anne lhe contava sobre a aulas e como estava o seu desempenho, nada de novidades. Anne sempre mostrou ser uma boa aluna. Porem, ao longo da carta precisou se sentar novamente na penteadeira para similar com calma o que Anne havia escrito.

“Draco veio ver Mia. Vi os dois saindo para os jardins e então fui atras deles para saber do que falavam. Descobri que Lucius se entregou hoje...”

— O que? – Disse em pensamentos altos. Ela estava convicta de que Lucius estivesse morto. Respirou fundo e largou a carta em cima da mesa. Desligou as luzes do quarto e se deitou sabendo que não pagaria no sono tão facilmente. Estava com a cabeça tão cheia de problemas que nem imaginava que teria mais um pela manhã.

~*~

Como havia imaginado, Pansy acordou cedo com a cantoria dos pássaros naquela manhã. Geralmente ela nem os ouvia, pois estava perdida em seu mundo dos sonhos por conta de seu sono pesado. Porem, fazia alguns dias que não tinha aquele mesmo sono. Dormia tarde e acordava cedo porque logo que despertava tudo o que estava vivendo no momento, voltava a tona em sua mente, a fazendo passar o dia preocupada com os problemas que a perseguiam. Por volta das 10h30 recebeu uma coruja vinda de Hogwarts. Eram raras a vezes que precisava ir a escola por conta de Anne, a não se, que tivesse alguma confusão envolvendo ela e Mia.  Eram sempre as duas e na maioria das vezes Anne quem levava a culpa maior. Pansy ficava revoltada o quando fazia de Mia uma garotinha inocente, como se ela não tivesse nenhum envolvimento na situação.

Mesmo sem entender o que havia acontecido na escola, Pansy não se preocupava tanto. De certo Mia e Anne se envolveram em alguma briga boba e como sempre Anne levara a culpa por tudo. Pansy as vezes nem dava tanta importância já que eram briguinhas infantis como aconteciam em sua época de escola, quando seu grupo de amigos infernizava a vida do querido trio de ouro. Nem gostava mais de lembrar-se dessa época.

Arrumou-se como costumava, muito elegante para os padrões que sempre foi acostumada. Antes de ir para Hogwarts, pretendia passar no Beco Diagonal para ir a uma loja de roupas que havia feito uma encomenda. Nada de especial, apenas um mimo para si mesma, como uma forma de escape para os problemas que a cercavam.

O Beco estava lotado como costumava ser com pessoas indo e vindo por todos os lados. Enquanto andava em direção a loja, não pode deixar de notar os cochichos que ouvia por ai. Viu pessoas com o jornal e mão e logo tratou de encontrar um para saber do que tanto falavam. Contudo, não precisou de muito tempo para se lembrar na ultima noticia bombástica: Lucius esta preso em Azkaban. Até aquele momento, Pansy ainda não conseguia acreditar. Achei um jornal jogado no chão e tratou de ler a manchete da primeira pagina. Não era surpresa que todos já soubesse nas primeiras horas da manhã. Por um instante, ela queria saber como Draco estava com tudo aquilo. Queria conversar com ele, mas sabia que isso não seria mais possível. Não faziam mais parte da vida um do outro, não era mais amigos. Sabia que Draco tinha raiva dela pelo que havia feito, ao tentar prejudica-lo, mas algo dentro dela tinha esperança de que ele um dia a perdoasse.

Seguiu o seu caminho até a loja, mas algo lhe chamou a atenção em uma das lojas que estava próxima. Era uma loja de venda de roupas e itens usados. Não era algo material que havia lhe chamado a atenção, mas sim uma pessoa. Uma pessoa que ela tinha visto poucas vezes em sua vida, mas tinha certeza que conhecia. Sabia que precisava ir para a escola logo, mas sua curiosidade falou mais alto, ela precisava ver se era mesmo quem ela imaginava. Deixou o trajeto que fazia e entrou na loja. Olhou os objetos expostos e não conseguiu disfarçar a sua cara de insatisfeita. Aquela loja era muito simples para o padrão de vida que levava. Encontrou a silhueta da pessoa que havia visto no lado de fora, a alguns metros de distancia. A pessoa se encontrava perto de algumas araras de vestidos. A observou por alguns instantes. Como a pessoa estava de costas, ela precisava esperar para ter certeza de sua suspeita, foi então que finalmente teve a sua resposta concreta, agora ela so precisava agir o mais natural possível.

— Senhora Aurora? – Perguntou se aproximando aos pouco da mulher. Aurora virou surpresa com a figura da mulher que não reconhecia e achando estranha a mesma lhe chamar pelo nome.

— Desculpe senhorita, mas que é você? Como sabe meu nome?

— Peço desculpa a minha indelicadeza – Pansy sorriu levemente. – Sou Pansy Parkinson. Conheci a senhora quando era mais nova. A primeira vez que a vi, foi na mansão Malfoy, eu era amiga do Draco Malfoy.

Aurora não disse nada de imediato, apenas tentou lembrar dos amigos de Draco para se lembrar de quem se trata a mulher a sua frente. Foi então que lembrou.

— Ah sim! Agora me lembro da garotinha de cabelos curtos que sempre andava com Draco – riu – Me lembro de você. Poxa me desculpe.

— Imagina! Que surpresa encontrar a senhor por aqui.

— Eu digo o mesmo. Esta tão bonita Pansy, se não me falasse que era você eu não reconheceria na rua – disse em um tom brincalhão. – Me conte como esta? – perguntou enquanto esperava a dona da loja voltar com a roupas que pôs para vender.

— Estou bem... Estava indo para Hogwarts agora, quando vi a senhora pela vitrine.

— Hogwarts? Trabalha lá?

— Não, não – sorriu. – Tenho uma filha e estou indo visita-la.

— Uma filha? Mas você é tão jovem!

— Obrigada, senhora Aurora! Aventura de adolescência. – Sorriu tímida.

— Entendo – sorriu. Observou a dona da loja ir em sua direção e lhe entregar o dinheiro que esperava. Agradeceu e voltou a sua atenção em Pansy. – Bom... Preciso ir, mas foi muito bom reencontra-la Pansy. – Disse lhe estendendo a mão para cumprimenta-la, a mesma lhe retribuir o gesto e olhar por alguns instantes o seu pulso que continha a pulseira que lhe chamou a atenção.

— Prazer foi meu, senhora Aurora! – Disse voltando a realidade no mesmo instante. Aquela pulseira, aquela pulseira não lhe era estranha.  - Até mais! – Disse lhe dando um beijo em seu rosto para se despedir. Antes de sair da loja, observou Aurora partir dali. Antes de tomar o seu rumo, ficou perdida em pensamento sobre a linda pulseira que havia visto em Aurora. Algo que lhe dizia que ela já havia a visto antes, mas quando?

~*~

Onde estava com a cabeça quando teve a ideia de lançar aquele feitiço que mal conhecia? Não era a sua intenção machucar Victor, mas estava sentindo uma raiva tão grande Mia, que não pensou na hora no que estava fazendo. Queria apenas revidar os feitiços que a mesma também estava lhe lançando com tanta raiva quanto ela. Já haviam brigado um milhão de vezes, mas jamais imaginou que quase mataria Victor. De onde estava sentada na enfermaria, podia ver Victor deitado na cama desacordado. Ainda conseguia ouvir os gritos dele quando o feitiço lhe acertou sem querer. A imagem de seu colega se jogando no chão e segurando com forte a cabeça no intuito de aliviar a intensa dor, que Anne sabia que não passaria logo. Ao escutar escuta-lo gritar, soltou a varinha imediatamente e não soube mais como reagir naquela situação. Não sabia um contra feitiço, ao menos não tinha conseguido ler tudo, quando encontrou o livro de feitiços no fundo da estante do seu salão comunal. Só conseguiu ter qualquer reação, quando viu Minerva chegar as pressas na sala de poções naquela manhã, acompanhada do Professor Slughorn, minutos depois que pediu que ele lhe acompanhasse para uma conversa em particular, deixando os alunos fazendo as suas atividades.

Nada teria acontecido se Mia não fosse até ela para tirar satisfações sobre as ameaças que havia feito a amiga na noite anterior e saber porque estava bisbilhotando a conversa dela com seu pai. Mia chegou toda agressiva pra cima dela e Anne não teve como não revidar as provocações. Tudo piorou quando colocou Lucius no meio da conversa o que fez Mia lhe atacar primeiro e foi então que o primeiro feitiço veio a sua cabeça e o lançou em direção a Mia, mas Victor se colocou na frente para defender Mia e o feitiço acabou o acartando. Anne não queria aquilo.

Suas mãos tremiam a medida que o tempo passava naquela enfermaria. Anne girava a varinha entre os dedos sem saber como agir, dizer ou pensar. Não estava muito longe da cama em que Victor se encontrava, então podia ver a respiração lenta do colega, ela só pedia a Merlin que ele não morresse. Foi deixada ali junto com Mia e Madame Pomfrey, enquanto Minerva ia comunicar seus pais. De todas as brigas que se envolvia com Mia, ela sabia que daquela vez, as consequências serias muito maiores do que as anteriores e Anne estava com medo.

Minerva não pediu nenhuma explicação do ocorrido naquele momento. Sua única preocupação era a saúde de um dos seus alunos. Apenas encarou Mia e ela severamente e saiu às pressas da enfermaria. Deixou que uma lagrima escapasse de seus olhos, deixando transparecer toda a angustia que sentia. Mia não estava diferente. Estava sentada ao lado da cama do amigo, segurando sua mão, deixando ser colocado para fora todo o medo que estava sentindo.

— Ele vai ficar bem? Não vai? – Perguntou Mia a Madame Promfrey.

— Dei uma medicação para tentar aliviar a dor e fazer que ele durma, mas será preciso que ele seja levado ao hospital, Mas...

A porta da enfermaria se abriu violentamente interrompendo a sua fala e revelando o casal Blasio e Astória, que corria para o filho desacordado.

— Oh meu Merlin! – Disse Astória com a voz aflita, abraçando o corpo de filho. – O que aconteceu exatamente?

— Resumindo... Victor se colocou na frente de Mia para defendê-la de uma briga entre ela e Anne. – Disse Madame Pomfrey. – Ele precisa ser levado ao hospital.

— MAS QUE ACONTECE COM VOCÊS DUAS? – Gritou Astória encarando Mia e Anne. O grito da mulher, fez que Mia e Anne se assustassem e chorassem mais ainda.

— Por favor, senhora Zabini! – Disse Minerva severamente. – Vamos todos nos acalmar, estamos numa enfermaria. – Tudo será esclarecido e as consequências serão aplicadas. – Viu Astória passar a mão nos cabelos e respirar fundo para tentar se acalmar. – Os pais de ambas estão em minha sala esperando por elas. Elas vão explicar cada detalhes do ocorrido. Mas no momento, peço que levem o senhor Zabini para receber o tratamento adequando no hospital, enquanto, as coisas são resolvidas por aqui. Irei comunica-los todos os detalhes posteriormente. – Senhorita Parkinson e senhorita Malfoy, me acompanhem. Pedirei que Filch os acompanhem até a saída da escola. Torço para que tudo termine bem, e irá. – Disse finalizando os seu discurso e fazendo as meninas andarem em silêncio até sua sala.

Anne foi ao encontro de Pansy e Mia foi ao encontro de seus pais assim que chegaram na sala. Ambas tinham os olhos inchados, mas nenhuma chorava.

— Pois bem... Podem começar a contar exatamente como tudo começou, mas já fiquem cientes que as consequências serão muito além de apenas detenção. – Uma de cada vez começou a relatar tudo desde o inicio, uma de cada vez. Por fim, Anne confessou sobre o feitiço e que sua intenção era acerta em Mia, mas que não tinha ideia do tamanho daquele feitiço. Nem pensou direito no que estava fazendo. Seus olhos ardiam, mas ela não choraria.  

Todos ouviam atentamente o que Anne contava, mas Draco prestava atenção em sua suas expressões enquanto a escutava falar. Ao encarar aqueles olhos cor de esmeralda, Draco sentiu raiva de Pansy, pois viu naqueles olhos marejados, mesmo cheios de orgulho, que Anne estava com medo. Naquele instante Draco sentiu pena, pois ele sabia das consequencia que ela sofreria por carregar um ódio que não era dela, e sim, de sua propria mãe. Sebtiu pena, pois se viu em Anne e ele entendia o quanto estava sendo difícil para ela, carregar um sentimento que não a pertencia. Naquele momento, decidiu que precisava ter uma conversinha muito seria com Pansy em particular e era algo que ele já deveria ter feito a muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo foi bem tenso de escrever, por fazer muito tempo que não escrivia, então precisei de um tempo para me familiarizar com a historia kkkk Muitas coisas importantes aconteceram e vamos começar a comentar sobre cada uma delas. Já aproveito para pedir que deixem seus comentários a respeito do capitulo e quais são as teorias sobre os acontecimentos kkkkk
Não é novidade nenhuma todos esse sentimento de raiva que Draco tem pelo pai e acredito que sera assim por um tempo. Há muitas coisas que Draco quer entender e para voltar a tem confiança no pai, ira demorar um tempo. Adorei escrever o momento dele com a filha e sei que muitos de vocês também gostam. Achei muito foto e intenso como tudo aconteceu e entendo perfeitamente os receios que Draco tem sobre o pedido de Mia em ver o avô, vamos ver como isso ira se desenrrolar mais pra frente (=
Pansy, Anne, Anne e Pansy o que faço com vocês? precisei dar bastante focos nelas nesse capitulos e a forma como as coisas estão seguindo sera necessario para o restante da historia. Acredite nada que coloco no capitulo é em vão (= Estou doida para colocar as ideias sobre essa conversinha entre Pansy e Draco, muita coisa guardada sera posto na mesa. Quero ver o circo pegar fogooo kkkkk Talvez Pansy precise ouvir umas verdades kkk

Me contem tudo e espero vocês no proximo capitulo s2
beijão



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