Além de uma vida escrita por Ania Lupin


Capítulo 31
Nosso casamento no campo


Notas iniciais do capítulo

Oi leitorinhooooss, voltei!
Gente sério, morro real com alguns comentários de vcs hahahah
Deixa eu fazer propagaaanda? Mereço? Jaja sai mais um capítulo de "toda a luz que perdemos", passa lá quem curte um draminha!

;*



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Ponto de vista de Isabella

Não havia uma palavra que definisse a sensação maravilhosa de passar uma tarde inteira ao lado do homem mais perfeito do mundo. Até passar ouvindo músicas antigas, e vendo filmes da época de minha avó – que fora nosso caso – era ótimo. Para mim.

Sabia que para Edward estava sendo muito, mas muito diferente. O vampiro tinha conhecimento de que cada segundo que se passava era um segundo a menos comigo - fato confirmado por Carlisle, provavelmente o melhor médico do mundo - e eu sabia o que ele escondia por detrás de todos aqueles sorrisos.

Nós havíamos nos achado por três vezes, e eu estava confiante que nos acharíamos pela quarta. Implorara praticamente para ele não desistir de me encontrar, de não desistir de sua vida - para continuar vivendo com sua família. Edward não entendia - por mais que sua resposta fosse o contrário, eu sabia que era mentira - o porquê de eu não querer aquela vida para mim, o porquê de eu simplesmente não mudar de ideia se o amava o tanto que falava. Mas eu poderia fazer ao menos uma coisa por ele, não poderia?

"Bella?" A pergunta veio nos créditos do filme que acabara, após alguns minutos de silêncio.

"Acho que," Hesitei por um segundo: eu realmente falaria aquilo? Ele queria aquilo? Não seria muito pior, fazendo aquilo, falando aquilo, pedindo aquilo? "Acho que deveríamos nos casar, Edward." Ele me olhou, seus olhos amarelos sem uma expressão feliz, me colocando deitada no sofá e inclinando-se sobre mim. Odiava quando ele ficava tão sério, quando aquele sorriso que eu amava tanto desaparecia - mas como eu o havia machucado com o pedido? Acho que devemos nos casar. Acho? Ótima escolha de palavras, Isabella Thompson. "Edward?"

"Bella," O vi fechar os olhos por um momento, uma expressão de quase dor em sua face antes do sorriso voltar - era tão triste, sabia que o sorriso era mais uma mentira. Assim como eram mentira as palavras que seguiram. "Casar com você é o que eu mais quero."

E ele começou a beijar minha testa, então meu queixo, e eu sabia que o meu vampiro estava querendo que eu esquecesse aquele assunto, e tinha que admitir que estava quase conseguindo o que queria. Edward não precisava ler minha mente para saber que eu tinha conhecimento de sua mentira. Me fazer imortal era o que ele mais queria - e teria que se contentar em casar, o que ele mais desejava em minha vida anterior.

Carma, pensei quando fechei os olhos.

Foram mãos geladas que me acordaram naquela terça de madrugada - melhor dizendo, que me tiraram de meu pesadelo. Os sonhos sobre o passado haviam acabado quando finalmente descobrira toda a verdade, mas desde o último domingo o mesmo sonho estranho me assombrava. Tanto sangue, tanta dor - eu não conseguia decifrar aquilo, não conseguia nem mesmo começar a explica-lo. Mas definitivamente, não era bom, assim como a expressão de Edward pela terceira vez que me via acordar assustada.

Pelo menos o frio dos braços que me envolviam já estava fazendo um bom serviço em me acalmar e me tirar das lembranças ruins, assim como os lábios que corriam pelo meu pescoço, mandando arrepios pela minha coluna.

"Mais um sonho ruim?" Era incrível como tudo melhorava depois que eu ouvia aquela voz - algo parecia acalmar dentro de mim. "Já é a terceira noite."

"Acho que ando comendo muito antes de ir dormir." Dando um sorriso tímido, me virei para ele, e nossos lábios finalmente se encontraram, apagando qualquer vestígio do pesadelo de segundos atrás. "Já é a terceira noite." Sim, já era a terceira noite que exagerava na janta, enquanto Edward me observava impressionado com a quantidade de comida que colocava para dentro de mim.

"Seu cheiro está diferente." comentou, enquanto beijava outra vez meu pescoço, os lábios gelados provocando arrepios. "Mais forte." Edward pareceu procurar a palavra certa por alguns segundos. "Mais doce." Me perguntei se isso queria dizer mais doente. Sentia as mãos já por baixo da camiseta que vestia me puxarem para mais perto, enquanto as minhas tentavam se livrar da que ele usava. "Já faz tempo." Sorri com aquela frase.

Desde a última quinta feira, Edward praticamente se mudara para minha casa, e não, em nenhum momento objetei - o que mais queria era passar meus últimos dias ao lado do amor da minha vida. Desde a última quinta feira, nós - para não dizer Edward - quebramos uma mesa de centro, uma pia, alguns quadros no corredor e a cama - essa ainda não trocada, o colchão por enquanto no chão enquanto os restos de madeira já estavam aposentados na garagem. Em todas as vezes não me saíra um roxo - ele sempre se certificava daquilo -, mas em todas as vezes minha mobília sofria - ele também sempre se certificava daquilo.

O fato era que não fazia exatamente tempo - fazia menos de um dia, pelo que mostrava o relógio na minha parede. Quando poderia imaginar que ele conseguiria ser tão controlado, quando poderia imaginar que ele poderia me querer tanto, mesmo com tudo aquilo, mesmo com o meu não?

"Senti sua falta." fechei os olhos, 'vou sentir sua falta' era o que meu vampiro provavelmente queria dizer. Mas não fiquei naquele pensamento ruim por muito tempo, as mãos dele tocando cada parte do meu corpo eram com fogo líquido.

E eu continuaria a tirar a calça de flanela que ele ainda usava - a camiseta já no chão -, se meu repentino enjoo não tivesse me tirado da cama e me levado correndo para o banheiro. Edward iria surtar, eu sei que ele iria surtar - vômitos faziam parte da progressão de minha doença, e eu estava tão feliz por já estar há uma semana quase livre deles. Como imaginava, não demorou até sentir uma mão em minhas costas, enquanto um par de olhos dourados me olhavam preocupados.

"Disse que ando comendo demais a noite." Expliquei quando finalmente consegui tomar fôlego o suficiente para falar. "Não deve fazer bem pra mim, humana, estômago sensível," Doente. "Você sabe."

Sim, ele sabia - aqueles olhos não conseguiam mais mentir.

Quebramos mais coisas até aquela quinta feira, e eu tinha ficado quase feliz ao mandar Edward para fora de casa com uma lista de compras às dez da manhã.

No final da última terça, nós brigamos - realmente brigamos. Passei o dia enjoada e cansada, nem o chá de gengibre de minha vó me salvando. Edward passou o dia ao meu lado, alternando entre me fazer comer alguma coisa e perguntar se gostaria de passar no hospital de seu pai. Não, eu não queria me consultar com Carlisle para ele me falar o óbvio - eu estava morrendo - e não, eu não queria comer nada, para vomitar em seguida e o vampiro ficar ainda mais preocupado. Foi no fim do dia, quando eu tentava distraí-lo, querendo terminar o que apenas começamos naquela madrugada, que Edward perdeu o controle.

Naquela noite ele se afastou com raiva de mim, me acusando de não tê-lo perdoado. De que eu estava fazendo tudo aquilo para castigá-lo, de que se realmente o amasse tanto quanto falava, ficaria para sempre nesse mundo e pararia de sofrer com aquela doença. Tão nervosa quanto, respondi que se ele sentisse mesmo o amor que dizia sentir, não me faria sentir-me culpada por minhas escolhas. No final estávamos aos gritos, Edward invejando as lágrimas que eu conseguia derramar.

"Eu não quero invejar alguém que chora, Edward." Alguém que chora, alguém que tem filhos. Alguém que toma uma xícara de café.

No instante seguinte ele me beijava - com menos cuidado do que todas as outras vezes, o que no final me rendeu uma mancha roxa no ombro - e derrubávamos a cortina da sala - que ele usou a quarta-feira para arrumar. Mas desde então não falávamos mais. Ou ele tirava minha roupa, ou ele preparava alguma refeição, ou ele saía para comprar algum ingrediente. O clima estava pesado, e aquele foi o primeiro momento que conseguia relaxar - então quando finalmente fiquei sozinha naquela manhã de quinta, quis gritar quando um minuto depois, a campainha tocou.

A visita de Rosalie com certeza fora uma surpresa, e eu agradeci por não haver mais nada quebrado naquele cômodo. A irmã perfeita de Edward praticamente me intimara a ser sua madrinha, pouco depois perguntando se poderia chamar a pouca família que me restava para o evento. Respondi que sim sem nem mesmo pensar, querendo aproveitar os últimos meses que tinha com todos que me eram mais queridos, apenas pensando no público da festa quando ouvi o click da porta se fechando. Alice. Alice fazia parte daquele público, agora.

Eu ainda não falara com Alice, tampouco ela me ligara naquela última semana. Estava minha irmã tão ressentida quanto Edward com a minha decisão? Me achava tão egoísta quanto ele? Me consolava que teria a resposta para tudo aquilo no sábado, ao mesmo tempo em que me aterrorizava a possibilidade de Alice realmente não querer falar comigo, e talvez nem mesmo estar lá.

Corri para o banheiro provavelmente alguns segundos antes de Edward chegar, não me incomodando em fechar a porta - mas daquela vez, ele não entrou.

Estávamos no carro já fazia uma hora, músicas clássicas sendo o único som presente. Vez ou outra me pegava observando os fios cor de bronze perfeitamente arrumados para trás - de um jeito inédito para mim. Meu Deus, ele estava tão lindo! Edward com certeza brilharia mais do que o próprio noivo, enquanto eu, nem mesmo com o vestido eu estava: vestia um jeans e uma camiseta, com uma jaqueta jogada por cima, seguindo à risca o pedido de Rosalie de me arrumar junto com as outras madrinhas, Esme e Alice.

Mais uma vez, o pensamento voltava para Alice. Fechei os olhos, tanto pelo nervosismo quanto pelo enjoo que escolheu aquele momento para se manifestar. O carro parou no segundo seguinte, o pisca alerta ligado enquanto a porta era aberta para mim e uma mão descansava no meio de minhas costas. Respirei fundo quando a náusea finalmente cessou, minha mão inconscientemente indo para a dele, a segurando com força.

Por um momento achei ter visto um sorriso - por mais falso que fosse, seria melhor do que a cara séria dos últimos dias. Mas não havia mais traço de qualquer felicidade quando Edward voltou para a direção.

"Não se preocupe tanto-"

"Impossível."

"É assim que você quer passar meus últimos dias?"

Assim como não houve mais nenhuma conversa até chegarmos na casa de campo.

E quando chegamos... era lindo. Havia tanto verde, as árvores eram enormes! Flores brancas estavam espalhadas por todos os cantos, combinando com a decoração rosa antiga e impecável. Era um casamento digno de revista, e eu ainda vira apenas o lado de fora.

Saímos do carro, este sendo levado embora por um manobrista, e fomos para direita, em direção à entrada da primeira enorme casa.

"Edward Cullen e Isabella Thompson?" Uma mulher de terno preto com os cabelos loiros perfeitamente presos em um coque nos recebeu, enquanto escrevia alguma coisa em um tablet e abria a porta. Edward fez que sim com a cabeça, e a funcionária apontou com o braço para a direção oposta a minha. "Senhor, siga até o final do corredor à esquerda, é onde estão os padrinhos. A senhora pode me acompanhar." Vi meu vampiro desaparecer por uma porta, sem me olhar uma última vez, e não me esforcei mais para manter o sorriso forçado. "Esse é o vestido?" A mulher perguntou, pegando o pacote preto que eu segurava antes mesmo de minha resposta. "Thomas, leve para passar, deixe tudo perfeito, ok?" disse para um homem mais alto que passava por nós, entregando o vestido fechado no pacote preto enquanto me conduzia pelo corredor.

"Estou indo para a sala das madrinhas também?" perguntei, procurando algum conhecido ao meu redor, mas achando apenas o que eram aparentemente funcionários, todos vestindo roupas pretas impecáveis.

"Não, não." a loira me respondeu, virando mais um corredor.

"Elas já estão todas prontas?"

"Surpreendentemente sim, mas você está indo para o seu quarto. As madrinhas foram tão rápidas que já devem estar lá para te ajudar." Paramos em frente a uma porta de madeira clara, na frente dela uma placa com meu nome escrito no mesmo rosa da decoração de antes.

"Cada madrinha tem seu quarto?" Fiquei um pouco confusa ao ver a placa: qual o propósito em nos arrumarmos juntas, mas cada uma em um quarto?

"Rosalie disse que ela mesma quer fazer sua maquiagem." Minha pergunta foi aparentemente ignorada, a porta sendo aberta, e sendo fechada atrás de mim assim que entrei.

Se a decoração do lado de fora já havia me surpreendido, o quarto fizera a surpresa triplicar. Aquele cômodo cheirava a baunilha - meu favorito - e com certeza recebia sol - quando este se fazia presente - durante o dia todo pelas janelas enormes, uma em cada parede. No meio, havia um espelho de corpo inteiro e uma penteadeira, sobre esta última inúmeros perfumes e maquiagens. Havia um roupão branco, nele um post-it amarelo escrito 'vista-o'. Acho que nunca vesti uma roupa tão macia. Deixando as roupas que antes usava em cima do sofá, quase encostado na parede frente à porta, puxei a cadeira que fazia par com a penteadeira e me sentei, um segundo depois a porta sendo aberta.

"Rose?" Pude ver a loira pelo espelho, o cabelo arrumado para seu lado esquerdo, caindo solto em pequenas ondas. Mas ela não estava usando seu vestido, pelo contrário, vestia um tomara que caia rosa escuro - com certeza aquela não era a roupa da noiva. "Me disseram que você estava pronta!"

"Eu estou pronta!" a loira me respondeu com um sorriso, seus olhos amarelos brilhando. Se aproximou, já pegando um pedaço de algodão e algo que achava ser um tônico, virando minha cadeira sem esforço algum. "Vamos começar? Feche os olhos."

E senti o algodão gelado ser passado pela minha pele, seguido de uma sensação de frescor. Mais potes e mais cremes foram abertos e passados, e quando voltei a abrir os olhos, o espelho mostrava um rosto perfeito, sem nenhuma mancha ou olheira - eu nem parecia mais tão magra.

"Eu estou linda." Não consegui não falar ao olhar meu reflexo, arrancando uma risada de Rosalie - sabia que ela ainda não havia nem começado. "Onde está Alice?" perguntei, novamente de olhos fechados, a vampira já preparando minhas pálpebras.

"Está com Jasper, eles estão recebendo seus avós." Agora era eu que sorria, quanto tempo já fazia que não via o casal que havia sido pai e mãe para nós? Quanto tempo Alice- "Edward está muito bonito." Agradeci mentalmente pelo comentário que me tirou a atenção daquele tópico.

"Ele está, não é mesmo?" Sabia que meu sorriso já não era mais tão feliz quanto o de antes. "Edward é muito bonito." Senti o pincel se afastar quando minha voz falhou, e achei a loira com uma expressão preocupada me encarando. "Eu não vou chorar, Rose." Eu não ia chorar, eu não podia chorar, eu não deveria chorar, assim como não deveria dar trabalho a noiva - por mais que aquele devesse ser seu décimo casamento. Estava prestes a dizer que poderia terminar sozinha a maquiagem - meus olhos já estavam perfeitos, o quão difícil poderia ser aplicar um blush e um batom? - quando uma batida na porta me impediu de falar.

"O vestido, senhora." A mesma loira de antes entrou, pendurando num cabideiro em uma das paredes o vestido de noiva mais perfeito que já vira. Era um vestido de princesa, quase tomara que caia, não fosse as rendas florais que continuavam depois do busto, formando a parte de cima. O tecido da saia era perfeito, o branco mais branco que já vira, com certeza.

"Rose, é lindo!" Quando vi já estava de pé ao lado da roupa. "Você vai ficar linda nele."

E então, a confusão. Rosalie era muito mais alta do que eu, e o vestido que ela segurava na sua frente, enquanto ia em direção ao espelho, não parecia longo o suficiente para aquele corpo, assim como não parecia grande o suficiente na parte de cima - ela tinha muito mais peito do que parecia caber naquele tecido.

Mas na frente do meu corpo, o vestido parecia perfeito.

Por um momento, a olhei confusa, não entendendo o porquê de eu ter um vestido de noiva. Então fez todo o sentido meus avós estarem presentes, assim como a mensagem enviada por James: estarei no casamento ;).

"Você vai ficar linda nele, Bella," Era o meu vestido. "Sua bobinha." Era o meu casamento.

Ponto de vista de Edward

Não estava sendo fácil aquele dia - aqueles últimos dias. Internamente, ria do meu antigo eu, que dizia se contentar com toda a vida humana que Isabella pudesse ter: meu eu de agora estava surtando por seis meses ser muito pouco. Seis meses não era nada. Aproximadamente 180 dias. 4320 horas. 259200 minutos. E ali estava eu, perdendo segundos que poderiam ser usados estando junto ao amor da minha vida, imóvel ao lado de Carlisle e Emmet.

A ideia viera de Rosalie na última quinta feira - como ela havia conseguido arrumar tudo aquilo em dois dias era um mistério. Isabella poderia mudar de ideia vendo um casamento, poderia ficar mais tranquila ao nos ver ao redor de humanos, poderia dizer sim ao sangrar e ninguém ir para cima dela. E nós queríamos casar, não queríamos? Era quase o que eu mais queria, a celebração ficando somente atrás de tornar Bella uma de nós.

Suspirei ao ver Alice com Jasper cumprimentando um casal de idosos, minha irmã com um comportamento impecavelmente humano ao abraçar a pequena senhora. Bella deveria estar aqui para ver isso, não eram cenas como esta o propósito de tudo aquilo?

"Já posso ir para o altar?" perguntei, colocando as mãos nos bolsos da calça cinza escura.

"Filho," Este era para ser o dia mais feliz de minha vida, sim, eu sei, e Carlisle não se deu ao trabalho de terminar a frase. "Espere Esme chegar, ela vai ficar com você, ok?" Encolhi os ombros, também não me dando ao trabalho de responder, Carlisle indo cumprimentar minhas 'primas' do Alasca, recém chegadas.

De longe pude ver um loiro conhecido junto de uma cabeça ruiva começar a andar em minha direção. Naquela noite, quando ele saía pelo portão enquanto eu esperava dentro do carro, havia ficado sabendo sobre o beijo, os pensamentos do garoto tão culpados e confusos que mal consegui ficar com raiva. Mas havia sido aquele momento responsável pela decisão de continuar humana, o beijo trocado com alguém normal? Daria tudo para ter acesso a mente de Bella, tudo para ter pelo menos uma chance de saber o que poderia convence-la.

"Edward," James e uma muito mais nova Victoria paravam na minha frente. "Tenho que te dar meus parabéns, cara!" O loiro me ofereceu a mão, que eu apertei quase com mais força do que deveria, colocando um sorriso forçado nos lábios. Parabéns por ainda ter seis meses com o amor da minha existência?

"Parabéns!" a ruiva também falou, grudada com um sorriso enorme em um dos braços do antigo vampiro - e naquele momento senti uma inveja doentia daquele casal tão normal, tão feliz. Eles realmente se amavam, eles provavelmente teriam uma vida juntos, anos e mais anos de felicidade. Uma família, um cachorro, filhos. Por um momento, me perguntei se era aquilo: filhos. Nós nunca poderíamos gerar algo nosso, por mais que-

"Obrigado." A resposta veio quase seca - não deveria ter concordado com aquilo, não deveria ser uma celebração do nosso casamento, não aquele dia. Não comigo assim, não com ela morrendo.

"Você vai cuidar bem dela, não vai?" ele perguntou, diminuindo o tom da voz. "Eu sei que ela não está bem. Disse que vocês fariam um tratamento na Suíça, eu espero de coração que dê certo pra Izzy, ela é família pra mim, como é você também agora." Mas a única coisa que conseguia pensar era 'um tratamento na Suíça'. Meu sorriso sumiu na hora, a carranca que tanto usava nos últimos dias voltando. Isabella havia considerado aquela possibilidade, então? Ela havia considerado ficar comigo? Quando tudo tinha mudado? "Falei algo errado?"

"Ela desistiu do tratamento, James." Ela desistiu de viver, ela desistiu de mim.

"O que?" James falou baixo, mas sua voz gritava no meu pensamento. COMO ASSIM? Como ele deixou ela desistir disso? Eu preciso falar com essa louca, eu preciso enfiar ela num avião se for preciso, ela acha o que?

"Eu tentei argumentar, mas Isabella pode ser muito teimosa quando quer." respondi, por um momento pensando em implorar por sua ajuda. Talvez ela o escutaria, talvez ele fosse mais convincente do que eu. Talvez eu já faria qualquer coisa, eu me contentaria com qualquer coisa, desde que isso a fizesse ficar nesse mundo, ficar perto de mim.

Mas não precisei implorar.

"Cara, não se preocupe, eu vou dar um jeito nisso. Isabella desistir de viver está fora de cogitação."


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Notas finais do capítulo

Beijo pra todos que tão lendo, e muito obrigada as duas que comentaram! Como sempre, adoro reviews e adoro ler sugestões, e o que estão achando!



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