Além de uma vida escrita por Ania Lupin


Capítulo 16
Fugindo


Notas iniciais do capítulo

e mais um ;)



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Ponto de vista de Emmett

"Achei que fossemos tentar, Rose." Só falei outra vez com minha esposa quando voltamos a entrar no carro, ela logo dando a partida. "Não era esse o propósito de voltar para essa cidade, tentar?" Bati a porta não nos meus melhores humores, controlando a força apenas para não quebra-la. 

"Eu tentei.", ela disse num tom arrogante, desnecessariamente olhando a estrada à sua frente.

"Você nem mesmo deu uma chance, Rosalie!" Aumentei minha voz, e pude ver a surpresa nos olhos da mulher que amava. Em brigas normais minha voz continuava sempre a mesma – carinhosa e brincalhona, como a vampira tanto adorava – mas aquela não era uma discussão qualquer. "Você viu Isabella, e no segundo seguinte-"

"Será que você não vê que vai acontecer a mesma coisa que aconteceu há vinte anos atrás? Você é tão estúpido!" Ela igualou seu tom com o meu, e eu acabei rindo graças ao meu nervosismo - pois se socasse qualquer parte do carro, voltaríamos correndo até nossa casa. "Elas são humanas, Emmett, humanas! Frágeis, quebradiças humanas!"

"E isso faz com que elas não sejam boas o suficiente para você? Que elas não mereçam alguma chance?" Não conseguia mais pensar antes de falar – assim como não me importava o quanto minhas palavras podiam ou não ferir a vampira ao meu lado. O quanto elas haviam sido injustas, pois eu sabia - sempre soube - que minha Rose nunca odiara Isabella pela sua fragilidade.

Quando a voz de minha esposa voltou, não passava de um sussurro.

"Você sabe que não é isso."

Encostei a cabeça no banco, apertando as mãos contra o rosto. Sim, eu realmente sabia que não era isso. Sabia qual era o medo de Rosalie em voltar para nossa antiga família, do jeito que as coisas estavam agora. Foram anos e mais anos de brigas, anos tentando conviver com nossos pais – que tentavam conviver com a ausência de dois filhos –, e apesar de agora tudo parecer ter voltado ao normal, sabia que ficava uma pergunta no ar.

"Até quando, Emm?"

Minutos depois, o carro parava no acostamento, e minha mulher em meus braços.

"Rose," A embalava nos meus braços, tentando fazer parar seus soluços silenciosos, secos. "Rose, vai ficar tudo bem." Levantei seu queixo para poder olhá-la nos olhos. "Vai ficar tudo bem, meu amor."

"Eu não quero ver a família se despedaçar outra vez, Emm. É ótimo vê-los todos juntos, ver Alice tão-"

"Humana?" Me atrevi a completar.

"Tão igual. Ela e Isabella são idênticas as duas que perdemos, até aquela maldita música continua sendo a favorita de nossa irmã! Mas até quando isso vai durar, até quando todos vão conseguir ficar assim alegres? Quanto tempo vai demorar até algum desastre acontecer, e acabar com toda essa felicidade outra vez? Elas quebram, Emm, e se eles não contarem logo o que somos e o que aconteceu,e não oferecerem essa nossa maldição—" Minha vampira afastou a cabeça de meu peito, os olhos amarelos voltando a achar os meus. "Eles não vão ter duas vezes a mesma sorte, Emmett."

"Ok, é o seguinte," Com um movimento rápido, a coloquei no banco de passageiro, e ocupei o lugar de motorista. "Nós não precisamos pensar nisso agora. Não precisamos, Rose."

"Mas-"

"Não." Passei uma de minhas mãos pelo seu cabelo, seu rosto. "Vamos fazer o seguinte. Eu," Apontei para mim mesmo, logo depois dando partida no carro. "Vou dirigir até o primeiro hotel que encontrar no meio da estrada, e então nós," Apontei agora para nós dois, vendo com prazer que todo meu teatro estava arrancando um sorriso dos lábios de minha esposa. "Vamos passar um bom tempo conversando.", terminei com uma piscadela.

"Conversando?" Ri quando a ouvi perguntar, desconfiada.

"Conversando, Rosalie Lillian Hale." Engatei a quarta, passando a velocidade permitida em quase três vezes. "Até parece que você não conhece o marido que tem." Uma risada juntou-se a minha, desta vez.

"Emm?" Tirei os olhos da estrada quando senti a mão na minha coxa. "Obrigada."

"De nada, Rosie." Aumentei ainda mais a velocidade, tentando deixar os pensamentos de minutos antes para trás. "De nada."

...

Ponto de vista de Alice

Acordei sem dúvida com a maior dor de cabeça de toda minha vida – mal conseguia abrir os olhos, e a pouca luz que havia em meu quarto já estava piorando a dor uma três ou quatro vezes. Que horas já eram? Uma, duas? Sério que já eram três e meia? Esbocei um sorriso ao ver as duas aspirinas sobre meu criado mudo, bem ao lado de um copo de água. Izzy.

Levantei, ainda não entendendo o porquê de além de minha cabeça doer que nem o inferno, meu braço esquerdo latejar numa dor bem parecida, quase na altura do ombro. Quando parei em frente ao espelho vi a bagunça em que me encontrava: cabelo parecendo um ninho de pássaro, resquícios de maquiagem nos olhos, o que aumentava consideravelmente minhas olheiras, uma sobra de batom vermelho que parecia ter sido tirado por alguma outra boca - Deus, eu parecia uma palhaça. E nem ao menos conseguia me lembrar como tinha me enfiado naquele pijama. Serviço de Izzy, eu espero.

Resolução do novo ano: nunca mais beber champanhe.

Foi quando me espreguicei que notei o quanto realmente doía meu braço. Tirei a parte de cima do pijama por impulso, e meus olhos acharam a marca roxa esverdeada no mesmo segundo.

"Meu Deus-"

"Jasper, está-"

"Não está tudo bem!"

Eu não estava sonhando, então.

"Como você me beija num minuto, e sai andando no outro como se não tivesse acontecido nada?"

"Eu te beijei?"

"O que?"

"Você está bêbada, Alice."

"Eu estou bêbada, não estou louca!"

Tudo aquilo, e ele simplesmente foi embora.

"Eu nunca te beijei Alice. Você é minha aluna!"

É claro que ele iria embora como se nada tivesse acontecido, o que poderia esperar daquele homem além de um beijo?  O beijo já havia sido tanto, nunca achei que conseguiria chegar tão longe com ele.

"Venha, vamos achar a sua irmã, já passou da hora de você estar na cama."

Ele poderia ter simplesmente ido embora.

"Al?"

Colocar o pijama de volta foi automático ao ouvir a voz de minha irmã – esperava tanto que ela não tivesse visto a marca enquanto me trocava naquela madrugada, pois era a última coisa que eu precisava lhe explicar. Não queria contar o que havia acontecido tão cedo para Izzy – se é que ela já não sabia, pois realmente não me lembrava de como a achara no final –, não queria nem tocar naquele assunto comigo mesma.

A porta do meu quarto abriu de repente, e uma Isabella com um enorme sorriso no rosto entrou com um telefone na mão.

"Edward está perguntando se você está bem."

Edward. Sim, Edward e Bella, eles estavam juntos demais ontem à noite, ao menos pelo que conseguia lembrar. Ela, graças a Deus, não ficara bêbada, nem escolhera um irmão completamente surtado, que uma hora te beija como se sua vida dependesse disso, e na outra, sai correndo.

"Diga que estou ótima, e agradeça a preocupação.", disse, sacudindo a cabeça e indo pegar uma toalha limpa no armário. Não iria mais pensar nele, havia conseguido o máximo que iria ter e o tiraria logo de minha cabeça. 

Mas o terno que vi pendurado na maçaneta do banheiro quando fechei a porta não ajudou muito nesse processo. O terno dele, com o cheiro dele.

"Ela está com um pouco de ressaca, com certeza, mas fora isso parece tudo bem." Ouvia Isabella falar por detrás da porta.

Escorreguei pela parede até me sentar no azulejo frio.

Bem. Eu não estava bem.

...

Ponto de vista de Jasper

"Ela está com um pouco de ressaca, com certeza, mas fora isso parece tudo bem." Escutei Isabella dizer pelo telefone, segundos antes de despedir-se de meu irmão.

"Bem? Ela está bem?" Meu tom era irônico, atraindo para mim os olhares dos três vampiros presentes na sala. "Eu quase arranquei fora o braço de Alice, como ela pode estar bem? Isabella não conseguiu ver o hematoma gigante?" Bufei, agarrando algo que descansava sobre a mesa. "Hematoma que eu causei!"

Seja o que for que estivesse em minha mão, encontrava-se pulverizado agora. Sentia como se aquela imagem nunca fosse sair de minha memória – aquela marca escura, errada, contra aquela pele tão branca. Aquele som de dor. Ela com certeza teria medo, agora sóbria, de um homem capaz de causar aquilo – um beijo, aquele beijo, era tudo que teria.

"Jasper-" Era Esme quem se aproximava para tentar me consolar.

"Não! Eu sei o que fiz, não quero nem mereço palavras bonitas para tentar amenizar o fato de tê-la machucado, Esme." Me afastei ainda mais de todos, prestes a abrir a porta e ir para longe dali, longe de tudo.

Mas antes que me desse conta do que acontecia, eu estava sendo empurrado com força contra uma parede – não a ponto de quebra-la, no entanto forte o suficiente para deixar uma boa marca. É claro que Edward saberia o que eu estava pensando, e é claro que ele não me deixaria ir embora outra vez – assim como eu sabia que ele mesmo nunca mais iria.

"Você não a machucou só fisicamente, seu idiota!" Senti meu irmão fazendo mais pressão – mais um pouco e aquele monte de concreto iria ceder, com certeza. "E agora você ainda pensa em ir embora? É sério Jasper, depois de ganhar o melhor presente de todos?"

Esme não tentou nos separar, e até mesmo Carlisle se aproximando, colocando uma mão no ombro de Edward foi desnecessário: assim que meu irmão viu meus pensamentos depois de sua última frase, já começou a suavizar seu aperto ao redor dos meus braços.

O melhor presente de todos – uma segunda chance. Não queria desperdiçar aquilo – não mesmo! –, mas só de saber que a machuquei, de um jeito que tinha certeza de que não faria-

Edward enfim me soltou, indo sentar-se num dos sofás brancos. Quando voltei a olhá-lo, sua expressão era uma cheia de simpatia.

"Eu já estive no seu lugar, Jasper. E eu me senti péssimo – como você agora. Estávamos nos beijando – como vocês dois – e minha mão de repente fez pressão demais naquele ombro delicado. O hematoma se formou um segundo depois de eu ouvir um gemido de dor. Não conseguia olha-la no dia seguinte, só queria sumir. Aquela foi à primeira vez que pensei em ir embora, em deixá-la viver sua vida humana em paz, sem ter que correr perigo ao meu lado a cada segundo." Ele passou a mão pelos cabelos, e pude perceber que Edward sentia o mesmo que eu em relação a esse assunto. Raiva. Tristeza. Culpa. "Mas quando Bella começou a chorar, perguntando o que ela tinha feito de errado, eu sabia que não poderia simplesmente desaparecer. Se ao menos-"

Se ao menos tivesse tomado essa decisão também, da última vez. Não precisava ler pensamentos para saber que era essa frase que meu irmão tinha em mente. Foi então que admiti pela primeira vez o que já queria ter lhe falado a um tempo atrás – um ano antes desses dois milagres entrarem outra vez em nossas vidas.

Edward, não foi sua culpa.

Não precisava olhá-lo para saber o quanto aquelas palavras o surpreenderam. Demorou tanto tempo para aceitar aquele fato, para admitir o quanto eu também havia sido injusto, o acusando daquele jeito. Talvez se tivesse me controlado mais, se não tivesse pensado apenas em meus sentimentos, e tivesse tentado-

"Tudo acontece por um motivo, irmão. Não se arrependa disso, se não tivesse acontecido, talvez nós nunca tivéssemos a oportunidade de agora." Ele sorriu, um sorriso genuíno. 

"Eu estava tão controlado. Cacei tanto na véspera, acho que nunca cacei tantos de uma só vez.", comecei a falar, indo também para um sofá. "Quando que alguém iria imaginar que eu – justo eu! – conseguiria ficar assim próximo de alguém com tanto sangue, por mais satisfeito que estivesse? E bastou um segundo, um milésimo que me deixei ser tomado pelo que sentia-"

"Você aprende a controlar." Foi a resposta que veio de meu irmão – como se eu pudesse me dar ao luxo de aprender a controlar, justo com ela!

"Eu posso matá-la aprendendo, Edward!"

"Não me lembro de ter matado Bella no processo." Vi ele imediatamente se arrepender da frase dita, e mais uma vez não precisava ler mentes para saber o que Edward estava pensando – ele ainda se culpava tanto, e infelizmente não seria minhas palavras que melhorariam aquilo. Talvez aquilo só parasse quando o perdão viesse da pessoa certa – Isabella.

"Você não a matou." 

"Então por que com você seria diferente?"

Não é desse jeito que estou – que era – acostumado com ela. Não estou acostumado a ter que toca-la como se ela fosse quebrar a qualquer momento.

"Jasper, suas palavras, quem imaginaria justo você beijando uma humana e não a matando no processo?" Ouvi uma risada, e uma mão tocou meu ombro. "E eu, que não estava acostumado com nada? Que não fazia ideia do que iria sentir? E ainda assim, o máximo que cheguei a fazer foi lhe deixar uma marca roxa no ombro por alguns dias, como você agora. Você sabe o que esperar de cada toque. É a Alice, a sua Alice. Ela só está um pouco mais delicada."

"Bem mais delicada, você quer dizer." Suspirei, mais uma vez as mãos indo parar no cabelo. A culpa ainda estava ali – e não seria tão fácil faze-la ir embora. "Vou falar com ela.", comecei, já pensando em como faria aquilo.

Não consegui evitar o pensamento, o mesmo me rendendo um olhar triste de meu irmão.

Só não sei se Alice vai ainda querer me ouvir.

...

Uma semana depois do Reveillon, não pude mais adiar o encontro com minha aluna. Pediria desculpas, era isso que tinha decidido, após muitos dias para pensar. Pediria desculpas, checaria se aquele braço realmente estava ok, e a convidaria para uma xícara de café e um algodão doce - duas coisas que a baixinha parecia gostar.

Claro que não ocorreu como era esperado.

Aula de história, segundo horário da segunda feira. Provavelmente a pior aula que já dera em toda minha curta carreira de professor – a sala estava tão agitada e nervosa quanto meu humor. Contava os minutos para o final daquilo, e quanto mais olhava o relógio, mais o tempo demorava a passar.

No final, nem mais sabia sobre o que dissertava na frente dos alunos inquietos – havia entrado em modo automático, ignorando qualquer mão erguida para perguntas. Tentava não observar a aluna pequena, quieta, sentada na penúltima fileira, que vestia uma expressão neutra. Não podia negar agora a esperança que tinha dela não comparecer naquela aula – covarde –, e meu total descontrole se dava à falta de preparação para o encontro - por mais que tivesse ensaiado inúmeras vezes o que diria para minha fada de olhos azuis.

Nem acreditei quando o sinal que finalizava a aula finalmente tocou, fazendo os alunos saírem da sala em velocidade recorde. Voltei para trás de minha mesa - aquele com certeza não era um bom dia para dizer qualquer coisa, então o melhor a fazer seria deixa-la ir -, afundando na cadeira, e achei que poderia enfim ficar perdido nos meus pensamentos por alguns minutos. Acabou que meus minutos se tornaram apenas segundos.

"Professor Hale." Precisava admitir que tinha medo de levantar a cabeça e encarar aqueles olhos – o que acharia neles? Repulsa? Raiva? Irritação?

Respirei fundo, tentando fazer com que aquilo me desse alguma coragem, e encarei minha pequena – se é que ainda podia chamá-la de minha. Se é que naquela vida, algum dia pude.

"Sim, Alice?" Medo. Sabia que encontraria nela esse sentimento.

Alice desviou o olhar no momento em que os meus olhos encontraram os dela, e o medo que sentia vir da jovem só aumentou, se misturando com nervosismo. Quando – se é que esse dia chegaria – eu conseguiria lhe dar alguma emoção boa depois daquela noite?

"Obrigada pelo casaco." Ela colocou uma sacola sobre a mesa, onde deveria estar o terno que havia lhe cedido na noite do ano novo. Tentei amenizar o clima entre nós, mas meu dom não andava se mostrando muito útil ao lado daquela jovem.

Talvez seja por esse motivo – a ineficiência em fazê-la sentir-se bem do meu jeito – que eu tenha me levantado e ido para seu lado. Talvez por isso eu tenha colocado as duas mãos na mesa, a deixando entre a mobília e eu – tão perigosamente perto. Meu maior desejo era abraçá-la e fazer aqueles sentimentos horríveis irem embora, até que só sobrasse a antiga alegria que sempre vinha do meu sol.

Estávamos tão perto, conseguia escutar com clareza aquele coração bater rápido, sentir a respiração quente contra mim. Me forçava a parar de ser um covarde e falar logo tudo que tinha para dizer. Peça desculpas. Convide-a para sair. Veja se está tudo bem. Alice, tão como sempre, era mais corajosa, e foram vindas dela as próximas palavras.

"Por favor." Ela fechou os olhos, apertando mais forte os livros que carregava nos braços. Nervosismo. Desconforto. Medo. Medo, claro, eu estava tão perto, era quase óbvio que ela sentiria isso. "Só pare de me confundir."

E eu iria me mexer, estava pronto para parar de encurralá-la naquele segundo, se minha pequena não houvesse se movido centímetros para frente, e acabado com a pouca distância que havia entre nós. Tive que ficar de olhos abertos para acreditar que aquilo realmente estava acontecendo outra vez, que aqueles lábios estavam nos meus outra vez.

Por que essa Alice me confundia tanto? Me surpreendia tanto?

Era impossível não retribuir aquele beijo – tão doce –, mas me contive para deixar minhas mãos repousando sobre a mesa. Aprenda a controlar. Controle.

Controle quase perdido quando suas mãos deixaram os livros irem para o chão e foram parar no meu pescoço. Deus, aquele toque era tão quente, seus lábios, Alice por inteiro parecia pega fogo contra meu corpo – era tão novo, tão agradável, tão real.

Eu me preparava para envolvê-la em meus braços como ela fazia comigo quando ouvimos o sinal tocar, nos separando no mesmo instante. Vi um par de olhos azuis que se abriam assustados, e um rubor que tomava conta das maçãs do rosto de minha pequena. A confusão e o medo voltaram, e enquanto eu mal conseguia me mexer, a jovem abaixava e recolhia os livros caídos com uma rapidez quase sobre-humana, rumando rápido em direção à porta.

"Por que eu me sinto assim com você?" A vi sacudir a cabeça, envergonhada. Não havia motivo nenhum para ficar daquele jeito, mas ela não me deixou lhe dizer aquilo. "Jasper, me desculpe. Estamos na escola, e você é meu professor, e eu-"

"Alice-"

"Sinto muito." Ela desapareceu dali no instante em que novos alunos começaram a entrar.

Sentimentos são tão confusos – o que eu não daria agora para poder ler mentes.

A próxima aula foi tão ruim quanto à primeira – as marcas de minhas mãos na mesa me lembrando de Alice a todo segundo.


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Notas finais do capítulo

e aí leitores, gostaram do capítulo?
pra quem gosta de histórias de crepúsculo com todos humanos, estou me aventurando na minha primeira: toda a luz que perdemos.
quem tiver interesse e quiser dar uma passadinha, está bem no comecinho mas vou adorar ler o que acharam!

um beijo grande,
ania.



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