Crime das Flores escrita por LaviniaCrist


Capítulo 7
Buquê de Jacintos




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Era uma manhã calma e rotineira. A sala do Rokudaime estava como sempre: amarrados de livros e papéis pelo cômodo, livros e papéis em pilhas próximos a mesa, mais livros e papéis em cima da mesma, assim como alguns pergaminhos. Kakashi estaria lendo alguns deles e tomando decisões importantes sobre o conteúdo de todos aqueles relatórios, se não fosse pela persistência de três ninjas que ele encarava com seu típico olhar desinteressado (lê-se: cara de paisagem)

— A resposta é não! — dessa vez, o Hokage se levantou de sua cadeira, apoiando as mãos sobre a mesa.

— Mas por que não? — está já era a terceira vez que Ino perguntava exatamente a mesma coisa.

— Porque mesmo que eu tenha dado mais alguns dias de folga para vocês três, não quer dizer que possam sair do vilarejo atoa! — o olhar de Kakashi sobre o trio Ino-Shika-Cho indicava que a paciência do mesmo estava esgotada.

— Com os assassinatos é perigoso ficar andando por ai, além disso, podem precisar de nós a qualquer momento... — o Nara tenta completar a explicação.

— E se eu for com a Ino, Kakashi-sensei? — a fala de Choji saiu tranquila, seguida de um sorriso.

— Neste caso, podem ir... — o mais velho suspira, vencido pela insistência.

Depois da autorização, a sala finalmente ficou em silencio... Por alguns segundos. Agora a Yamanaka praticamente pulava em cima do amigo rechonchudo, comemorando e se derretendo em elogios, enquanto o mesmo simplesmente ria e falava sobre todas as guloseimas que iria comer, Shikamaru apenas balançava negativamente a cabeça olhando para os dois.

— Ei... — a voz de Ino agora parecia bem mais séria, enquanto ela se aproximava um pouco mais da mesa do Rokudaime — Só deixou porque o Choji disse que iria junto? — ela parecia um tanto irritada, colocando as mãos sobre a mesa — Isso quer dizer que você pensa que eu sou...

Antes de completar a frase, o barulho das portas sendo abertas com certa brutalidade chamou a atenção de todos. Por elas, acabava de passar uma certa médica com cabelos rosa e um belíssimo buquê de flores roxas nas mãos.

— Encontrei uma substancia alérgica no bulbo das flores! — A voz de Sakura saia animada — Pode ter relação com a anoxia e... — Toda animação se esvaiu ao notar que Ino estava na sala também.

— Já estávamos de saída... — a fala de Shikamaru era tão arrastada quanto seus passos em direção a porta.

— Espera... — a loira olhava atentamente aquele buquê — Por que você quem está com isso? — ela parecia um tanto surpresa, olhando as flores.

— O que? — a voz da Haruno era um misto de surpresa e nervosismo.

— Porque ele está relacionado ao assassinato de hoje cedo. — Kakashi respondeu sério, observando a reação de surpresa estampada na cara de Ino.

— Mas... Eu fiz este buquê ontem de manhã... O rapaz... — a Yamanaka parecia realmente confusa.

— O rapaz está bem, mas a vítima foi assassinada na frente dele. — a fala do mais velho se mantinha séria e beirando a frieza.

— ...! — ela apenas se encolheu um pouco, levantando uma das mãos e aproximando do queixo — ... Não pode ser... — finalmente a loira se pronunciou, a voz pendia para a tristeza, enquanto ela juntava as mãos um tanto nervosa, encarando o nada.

— Depois falamos mais sobre isso. — o Akimichi diz enquanto, praticamente, arrasta a amiga para fora da sala.

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Shikamaru e Choji levaram Ino para fora do prédio, sabiam que ela não era boa em lidar com este tipo de notícia de surpresa, principalmente sendo algum conhecido que frequentava a floricultura.

— Você sabia sobre a substancia que a Sakura falou? — a fala de Shikamaru era calma, recebendo um aceno positivo como resposta — E avisou a ele?

— Eu sempre aviso, porque pode fazer mal à animais domésticos... — a loira suspira — Ele é tímido, então sugeri um buquê de Amarílis, mas ele não quis porque ela gosta de roxo, daí ele escolheu os Jacintos...

— Ei, ei, ei... Vamos mudar de assunto. Onde vamos parar primeiro para comer? Naquela casa de chá perto da fronteira? — Choji tentava parecer animado, para ao menos distrair um pouco a amiga.

— Eu não estou mais animada para ir hoje... — Ino continuava com o semblante triste — Acho que vou aproveitar para adiantar o máximo de coisas que puder para minha mãe não se enrolar sozinha na floricultura. — Apesar da tristeza, ela tenta dar um sorriso.

— E o que significam Jacintos? Essa flor nem é daqui, é? — apesar da preocupação com a amiga, o Nara estava mais interessado em investigar o que estava acontecendo.

— As roxas são um pedido de perdão... — apesar de responder, a Yamanaka não entendeu bem o motivo daquelas perguntas. — E elas... — antes de poder continuar, ela é interrompida.

— Vamos fazer a lista de compras e a lista de restaurantes! — o Akimichi saiu puxando a amiga, novamente, mas agora em direção ao clã Yamanaka.

Shikamaru ficou no mesmo lugar, observando os dois se distanciarem até virarem a esquina. Ele esperaria Sakura acabar de falar com Kakashi, para poder conversar com a médica e saber mais sobre aquelas flores. Apesar de ter concordado em ficar de olho na amiga, assim como Choji, haviam algumas coisas que ainda incomodavam o moreno ao ponto de ele mesmo querer investigar tudo: o fato dele não ter acesso às informações das investigações, Ino não poder saber que é uma das suspeitas e ele se sentir observado a todo momento, por exemplo.

Aliás, naquele exato momento, ele se sentia observado. Dessa vez, entretanto, ele não se incomodou tanto por reconhecer a pessoa escondida nas sombras das folhas.

— Problemático... — ele suspira, se recostando na parede. — Te mandaram ficar de olho em mim? — a voz de Shikamaru era arrastada e calma.

— Não, eu só estava observando a Ino. — Sai respondeu calmamente, saindo de seu esconderijo em cima de uma árvore e indo até ele.

— Saco... Você realmente não entende as mulheres... — o comentário do Nara foi seguido de um quase sorriso.

— Mas eu entendo que a Ino não é a assassina. — esta afirmação fez com que Shikamaru prestasse um pouco mais de atenção em Sai — Pergunte à Sakura se tem alguma chance do rapaz ser o culpado, depois nos falamos de novo...

Sem mais explicações ele começou a se distanciar andando pela rua, até que sumiu entre as outras pessoas. Shikamaru imaginou que Sai estaria indo atrás da ex-namorada, afinal, o melhor jeito de provar que ela é inocente seria provando, primeiramente, que ela não é a culpada.

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Longe de lá, Ino e Choji já chegavam aos portões do clã Yamanaka. Os dois pareciam crianças, rindo e falando palavras completamente sem sentido para quem ouvia, mas era uma espécie de brincadeira entre os dois.

— Ensopado! — a fala do Akimichi era animada e risonha.

— Noz moscada! — a voz de Ino era alegre.

— Dangos! — esta última resposta de Choji encerrou o jogo, afinal, agora estavam em frente ao portão.

— Bem... Agora precisamos fazer uma lista do que comprar, mas dessa vez é sério. — apesar de falar como se repreendesse o amigo rechonchudo, ela continuava alegre. — Você faz a sua, eu a minha, quem tiver a maior vence! — ela começou a rir.

— Ei! — o amigo começa a rir mais uma vez.

— Aposto que eu ganho, já vou começar a encomendar tudo o que preciso para reformar a floricultura! — a loira falava animada, enquanto abria o portão.

— Reformar a floricultura? — essa voz séria só poderia ser da Mãe de Ino — Como assim reformar?

— Reformar, atualizar, deixar mais bonita... — a loira continuava sorrindo — Talvez até aumentar um pouco! A senhora estava saindo? Vai fazer compras para o jantar?

— Ino... Eu sei que você anda levando o trabalho à sério, mas reformar a floricultura agora? Tem certeza que vai levar isso até o fim? — ela se mantinha séria.

— Absoluta! — a resposta sai determinada e seguida de um sorriso.

Era impossível para a mãe não sorrir, notando tanta determinação assim da filha. Talvez, toda essa maturidade momentânea fizesse com que Ino adquirisse mais responsabilidade sobre a floricultura e sobre seu papel no clã Yamanaka, algo que com certeza orgulharia o pai.

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Enquanto isso, Sakura saia completamente desanimada depois de sua conversa com o Rokudaime, levando o buquê consigo. No final, a substância do bulbo das flores não era nenhuma descoberta impressionante e foi descartada como motivo da hipóxia, por não ter havido contato da tal substância com a vítima. Ouvir um sermão por se intrometer nas investigações conseguiu esgotar ainda mais as energias da Haruno do que passar a noite toda pesquisando por nada.

— Não acha que foi a Ino, acha? — Shikamaru andava ao lado da médica, a acompanhando desde a saída da sala de Kakashi.

— Claro que não... — a rosada suspira — Mas eu realmente acho que ela possa estar envolvida de algum jeito.

— Como assim? — apesar da voz arrastada, o olhar dele era interessado.

— Eu olhei os relatórios da autópsia. Algo está fazendo com que uma simples hipóxia evolua em segundos, chegando até uma anóxia, que é a falta total de oxigenação — os olhos verdes de Sakura encararam o Nara.

— Mas... — ele parecia completamente surpreso — Demora minutos até que alguém morra por asfixia!

— Exatamente ai que entra o assassinato. — ela volta a olhar para as flores — Estão usando alguma coisa para matar as pessoas, mas que não sabemos o que é...

— Quando as pessoas tentam sentir o cheiro das flores... — o moreno também observava as flores cuidadosamente — Então a Ino não tem absolutamente nada com os assassinatos! — Shikamaru sorriu abertamente.

— Ela não... — a Haruno demora alguns segundos até começar a sorrir também — Se não ela já teria sido afetada!

Apesar dos sorrisos e das afirmações, nada era concreto ainda... Ou pelo menos, nada que pudesse provar que a Yamanaka realmente é inocente. Shikamaru precisava investigar mais, mas pelo menos teria uma nova visão sobre os assassinatos agora, assim como a ajuda de Sakura.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
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