Crime das Flores escrita por LaviniaCrist


Capítulo 29
Cravo de duas cores, pessoa de duas caras




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Ino ficou em silencio durante toda a caminhada até a sala de julgamentos. Ela estava de mãos dadas com a mãe, mas ainda estava nervosa. Kakashi ia na frente das duas e, assim que chegou nas grandes portas da sala, ele as abriu sem cerimónia nenhuma e andou calmamente até seu lugar, esperando para que as outras duas fizessem o mesmo.

Porém, quando a Yamanaka mais jovem estava próxima de sua cadeira, Ibiki fez sinal para que ela parasse.

— Vamos para uma forma diferente de interrogatório agora — anunciou ele, sem nem ao menos olha-la. Estava ocupado demais lendo alguns papéis que tinha nas mãos.

— Os aparelhos... — ela encarou o maquinário que seu pai costumava usar em prisioneiros, claro, agora era uma versão bem mais moderna.

A Yamanaka sentiu calafrios só de se imaginar com aquela máquina bisbilhotando sua mente. Ela sabia operar aquilo, mas estava fora de questão que fizesse algo, já que era a suspeita. Sobrava Mozuku, que com certeza sabia como manipular as informações e, finalmente, a faria ser condenada como ele tanto queria.

— Se quiser explicar como vai funcionar agora... — Morino olhou para o Rokudaime, deixando os papéis de lado — e você, para o seu lugar — indicou para Ino onde ficar, de pé, bem em frente ao maquinário.

Confusa, a Yamanaka evitou olhar diretamente para os outros. Estava imaginando o que iriam fazer agora, provavelmente consultar os outros para chegarem em alguma conclusão antes de explorarem a sua mente. Todavia, ela deixou seus pensamentos de lado quando Kakashi se levantou.

— Bem... — o Kage deu uma rápida passada de olhar sobre todos — Usualmente usamos este tipo de aparelho para explorar a mante de criminosos perigosos, com coragem o suficiente para manterem-se calados sob o interrogatório do Ibiki — neste momento, o investigador grandalhão deu uma risada abafada — Mas hoje vamos utilizar de um jeito diferente. As testemunhas é que serão avaliadas.

O silencio que todos faziam deram lugar a vários murmúrios, todos estavam confusos afinal.

— SILÊNCIO! — Ibiki se exaltou, fazendo com que todos se comportassem novamente — A explicação ainda não terminou.

— O operador do aparelho será Mozuku, com o auxílio das habilidades de Ino...

Neste momento, Ino sentiu um mal-estar a atingir completamente. Era ainda mais desesperador ele manipular as outras pessoas, mais suscetíveis na opinião dela, do que ela própria.

— E quem vai fazer as perguntas será Ino Yamanaka, assim como Ibiki Morino.

— E-eu!? — os olhos azuis ficaram arregalados — Mas eu sou a acusada e...

— É a sua chance de se defender, espero que saiba o que está fazendo — foi tudo o que Kakashi disse antes de se sentar — Usar o aparelho é opcional.

Demorou certo tempo até que a jovem Yamanaka entendesse o que estava acontecendo. Kakashi sabia, ele sabia de algum jeito que nem mesmo ela imaginava, o que Mozuku estava fazendo. Aquela era a chance dela para vencer aquela pessoa baixa, mas vencer ele usando as mesmas táticas. Ela precisaria ser cuidadosa, não queria embaralhar os amigos e muito menos comprometer alguém de alguma forma...

— A primeira pessoa vai ser... — o investigador parecia não se atentar para o clima daquela sala, Morino se assemelhava com uma criança escolhendo um brinquedo novo — Você! — ele apontou para Lee.

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O sobrancelhudo encarava os outros um tanto constrangido por estar sentado ali. Ele não entendia bem o que deveria fazer, muito menos o que iriai acontecer...

— Tudo pronto para a primeira pergunta — Mozuku anunciou, se atrevendo a sorrir enquanto encarava Ino.

Rock Lee não era uma testemunha de absolutamente nada. O máximo que poderia perguntar é como ele e Tenten haviam caído daquele penhasco e... Isso!

— Lee, você e Tenten foram fazer uma missão perto de um vilarejo que ficava acima de um penhasco, certo?

— Eu não lembro bem... — talvez por culpa do nervosismo, pensou ele.

— Lembra que você e Tenten caíram naquela cachoeira?

— Na verdade não... — o sobrancelhudo sorriu sem graça, estava tendo lapsos de memória.

— Mas eu me lembro! — Tenten resmungou — Aquele treinamento IDIOTA em que você me amarrou nas suas costas!

Ibiki pensou em pedir para a garota sair da sala por ter se alterado e se metido no que não deveria, porém, as memórias de Rock Lee começaram a passar pela máquina e foram visíveis na espécie de telão para a qual o equipamento as projetava, mostrada para todos.

O rapaz realmente estava fazendo um treinamento bem “incomum”, quando ele e a amiga caíram do tal penhasco, sendo salvos por Choji e, depois, ajudados por Ino. Quando a Mitsashi já havia se cansado das bobagens que o amigo fazia, Ino o aconselhou a pegar uma flor e pedir desculpas.

— Como exatamente isso pode provar algo? — Ibiki encarou a acusada.

— Isso prova onde eu fui, e, se notou bem, também mostra de onde veio a lótus que infectou Tenten.

— Então você realmente aceitou as desculpas dele? — Agora o investigador olhava diretamente para a Mitsashi.

— Somos companheiros de equipe... — a garota respondeu sem muita animação, desviando o olhar e pensando se realmente era uma justificativa válida para aceitar todas as idiotices na qual era metida.

— Troquem de lugar — ele ordenou e, prontamente, Tenten e Lee obedeceram — Pode começar as perguntas — encarou Ino.

— Tenten, quando você caiu na floricultura... — ela fez uma pequena pausa, era doloroso só de imaginar que até mesmo a amiga poderia estar morta agora — Do que se lembra daquele dia?

— De ter ido primeiro na sua casa porque uma pessoa inconveniente que não vou falar que é o Lee — a morena exagerou um tanto na infantilidade, mas estava irritada com o amigo — me pediu para tomar conta daquela flor azul.

No telão, apareceram as imagens de Tenten indo até a casa da Yamanaka e pedindo ajuda para Ino. Não havia nada demais naquilo, parecia tudo normal: enquanto Ino trocava a flor de vaso, Tenten e ela conversavam sobre várias coisas.

— Um momento! — pediu Ibiki, se aproximando mais do telão — Você se lembra dela espirrando alguma coisa na flor, certo?

— Sim, era algum remédio em um borrifador — Tenten respondeu.

— Consegue ser mais específica?

— Era... Era um fortificante!

— Algo melhor do que isso? — Ibiki ainda não estava satisfeito com apenas aquilo.

— Tinha uma cor meio estranha, esverdeada... — a Mitsashi não entendia bem o motivo de tantas perguntas, muito menos o motivo de Ino estar com os olhos marejados agora.

— F-Fui eu... — a loira balançou negativamente a cabeça — Eu não acredito que eu coloquei veneno na sua flor...

— Então você confirma que tentou envenenar ela? — o investigador sorriu de canto, anotando algo em uma folha de papel.

— Eu não sabia! Eu tinha acabado de acordar, mas a cor do fortificante é branca e eu... Eu... — Ino estava nervosa demais para continuar aquilo — Juro que eu não notei nada de estranho e...

— Ino! — a morena sorriu enquanto interrompia a outra — Eu tinha acordado você e fiquei falando sem parar. Eu não acho que você tenha culpa em algo.

Aquela afirmativa fez com que, instantaneamente, a coragem de Ino avançasse um pouco mais do que o nervosismo. Tenten confiava nela apesar de tudo, entendia que não teve culpa alguma do que aconteceu... Talvez seus amigos realmente confiassem nela como sempre.

Enquanto a jovem Yamanaka começava a se sentir mais calma novamente, Mozuku rangia os dentes de tanta irritação. Maldita a hora em que Ibiki começou com aquelas perguntas! Do que adiantava ele criar tantas insinuações sobre Ino se, no final, aquela garota irritante foi inocentada por isso!?

De qualquer jeito, o interrogatório iria continuar e ele teria novas chances...

Tenten entendeu que sua parte já havia terminado e voltou para seu lugar, enquanto a máquina era ajustada para o...

— Próximo! — Ibiki rugiu apontando para Kiba.

O rapaz se levantou na mesma hora e foi até o local, um tanto temeroso de pensar em alguma coisa que não devesse aparecer para os outros.

— Pode mandar — o rapaz encarou Ino, um tanto ansioso por saber o que deveria responder.

— Como identificou os intrusos da floricultura? — a loira perguntou sem a menor dificuldade em pensar naquela questão.

— Eu tenho que ir falando junto ou só me lembrar o que eu fiz?

— O que você se lembrar agora vai ser projetado e visível para todos por causa da máquina e de Ino. Você pode narrar as memórias se achar necessário. — Mozuku explicou calmamente.

— E essa coisa é segura? — o Inuzuka insistiu.

— Completamente segura, é praticamente automática. Se não fosse a necessidade das habilidades Yamanaka, qualquer um iria poder operar ela — o rapaz sorriu.

Mozuku lutava por esse ideal distorcido, um mundo onde todos pudessem usar quaisquer técnicas que quisesse, independente do clã. O rapaz acreditava veemente que, em um futuro próximo, ele finalmente teria a possibilidade de não precisar de ninguém para usar aquilo além dele mesmo.

— Bem... — Kiba se esforçou um pouco para lembrar da maior quantidade de detalhes possíveis do dia em que foi ajudar Shino a pegar as encomendas — Nos fundos, naquele lugar cheio de flores e tudo mais, tinha o cheiro da Ino junto...

— Eu fico lá bastante tempo.

— Também tinha o cheiro da sua mãe e... — o rapaz tentou se concentrar em pular a parte do ensaio fotográfico com Akamaru, em vão — Droga! — Suas bochechas ficaram avermelhadas enquanto algumas risadinhas abafadas foram ouvidas — Tinha cheiro de uns outros, quando fui investigar a floricultura, tinha o mesmo cheiro daquele cara e daquela garota. Já posso ir? — um emburrado Kiba perguntou.

— Apressado para ir tirar fotos com o seu cachorro? — o investigador deu um sorriso de canto, olhando o rapaz ir para o lugar onde estava antes. As bochechas de Kiba ainda estavam vermelhas e até mesmo Akamaru parecia estar envergonhado pelo que o dono havia mostrado — Sua vez... — o homem apontou para Hinata.

Um tanto nervosa, a ex-Hyuuga se sentou na cadeira e desviou o olhar para as mãos, completamente vermelha.

Ino sabia perfeitamente sobre o que perguntar a ela:

— O que lembra de ter comido no hospital que possa ter ligação com os envenenamentos?

— E-Envenenamentos? — Hinata repetiu um pouco confusa e depois balançou a cabeça negativamente — Eu voltei para casa, não sei o que possa ter envenenado as pessoas que estavam lá...

— É verdade, você foi embora mais cedo naquele dia... — agora Ino precisava pensar em alguma outra pergunta.

— Lembra de ter notado algo estranho? — Morino quem perguntou.

— Na verdade, sim... — todos olharam atentamente para Hinata — Um rapaz foi procurar pela Ino e eles saíram do quarto juntos, depois o Sai quem foi procurar ela e...

— Que rapaz era esse? — Ibiki cruzou os braços, mais sério.

— Era o Mozuku — Ino quem o respondeu.

— Ele parecia estar bastante preocupado com você, era um assunto sério? — mesmo sem notar, Hinata estava fazendo com que Mozuku mantivesse a imagem que queria.

— Eu fui avisa-la sobre o julgamento. Sei que é contra as regras, mas fiquei preocupado e... — o duas caras foi interrompido, para a sorte da Yamanaka.

— Choji Akimichi, sua vez — Morino o chamou, cortando aquelas explicações mentirosas e avançando para o próximo a se sentar naquela cadeira.

Ino permaneceu calada. A vontade que tinha era de gritar quem era o culpado, mas ela deixaria isso para quando tivesse certeza que Mozuku não pudesse se esquivar de alguma forma. Agora, haviam inúmeras perguntas as quais Ino queria fazer para Choji, mas escolher apenas uma por vez era um trabalho árduo.

Quando o amigo já estava na cadeira, a Yamana ainda pensava em todas as coisas que precisavam ser explicadas, escolhendo para ser a primeira delas:

— Você sabia que a floricultura iria ser investigada quando saímos de Konoha?

— Não — o Akimichi respondeu sem encarar a amiga.

— Você sabia sobre as investigações?

— Sabia — respondeu ainda sem olhar para ela.

— E como você ajudou o Shikamaru nisso?

— É meio difícil explicar, mas... — o rechonchudo coçou a nuca.

No telão começaram a aparecer várias imagens rápidas de Choji observando a floricultura de longe, olhando a lista de encomendas que a amiga havia feito, e, quando passaram a noite no vilarejo, ele aproveitou Ino estar fora do quarto para ter certeza absoluta que não havia nada escondido nas coisas dela.

— Você mexeu nas minhas coisas!?

— Foi por uma boa causa!

— Eu bem que estranhei você ter tantas balas no caminho de volta!

— Você nem ia comer todas elas mesmo!

— O que importa é: você achou alguma coisa? — Ibiki interrompeu os dois.

— Não. Tudo estava exatamente de acordo com a lista de compras e não havia nada de incomum nas sementes. Eu também mandei elas para análise quando chegamos...

— Se é assim... — o investigador olhou para os outros, se decidindo quem seria o próximo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
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