Crime das Flores escrita por LaviniaCrist


Capítulo 24
Narciso e a pura vaidade


Notas iniciais do capítulo

Uma breve explicação sobre o Narciso, segundo a mitologia grega: Narciso era jovem e belo, despertando a paixão de uma ninfa. Ao recusar os sentimentos da mesma devido a sua vaidade exagerada e pensar que ninguém além de si mesmo o mereceria, ele foi condenado a apaixonar-se pela própria imagem refletida, assim como ela se apaixonou por ele. Vendo seu reflexo na água, ele se afogou tentando alcançar-se. Na beira daquele lago, brotou uma flor que, sendo tão bela bela como ele, foi dado o seu nome (por isso elas são inclinadas, para verem o próprio reflexo).



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— Por mim, ela morreria! — Mozuku sentou-se à mesa praticamente se jogando, chamando a atenção das outras três pessoas presentes naquele pequeno estabelecimento fechado.

— Seria fácil forçar ela a se matar com a pressão do julgamento sobre as costas... — um homem loiro comentou um tanto risonho, parecia ser o mais velho entre todos ali.

— Não seja precipitado, um suicídio seria melhor quando ela já estivesse condenada pelo julgamento de todos — dessa vez, um AMBU vestido totalmente de preto e com uma máscara cobrindo o rosto quem falou.

— Parem de falar, vem vindo alguém! — O aviso veio de uma garota, facilmente a mais nova do grupo, também loira.

O silencio se instalou até que alguns passos na rua foram ouvidos, passando direto até que estivesse longe novamente, deixando a conversa continuar:

— Do jeito que ela está, vai se matar sem nem mesmo precisar de interferência! Acredita que ela já até começou a culpar os amigos? Mal posso esperar para que todos vejam como ela os odeia! — O rapaz, antes sempre tão atencioso com Ino, agora batia as mãos na mesa em euforia para derruba-la no chão — Sabe... Eu só acho uma pena eu não ter conseguido me aproximar um pouco mais da mãe dela, imaginem: depois da morte de Yamanaka Ino, a senhora Inoichi adota como filho um pobre rapaz chamado Mozuku, que só não consegue subir de camada porque nunca antes foi membro do clã Yamanaka!

— Ei, ei... Não temos culpa de fazer parte do clã! — a garota falou irritada, colocando as mãos na cintura e encarando o “líder” daquele grupo.

— Mesmo sendo “adotado”, você não conseguiria subir de cargo, cara... — o mais velho riu — Eu sei que lutamos para que não existam mais segredos e coisas do tipo, mas convenhamos que dominar nossas técnicas de alto nível não é da noite para o dia.

— Sempre achei curioso o fato de vocês estarem juntos a tanto tempo, mas não terem ensinado nada ao Mozuku, ele consegue aprender, certo? — a voz fria e desinteressante do AMBU soou como uma ofensa aos dois Yamanakas presentes.

— Não é como se não quiséssemos ensinar, nós só não sabemos! — novamente, a garota pareceu irritada — Está achando que entramos nisso tudo por que? Os clãs não guardam segredinhos idiotas só dos outros não, entre os membros também!

— E é exatamente isso o que mais me irrita. Ver aquela garotinha mimada dominando técnicas que eu nem sequer imagino o nível enquanto não sei mais do que o básico! Sobrevivi na guerra sabe-se lá como, enquanto poderíamos ter tido uma vitória mais simples se os segredos não existissem! — as risadas deste cessaram e ele ficou sério, encarando a figura de preto — E você?

— Imagino que para um Aburame, os segredos do Clã virem à público seria a ruina... — Mozuku comentou, deixando a curiosidade transparecer.

— Errados. Mesmo expostos, nosso tipo de “técnica” continuaria restrita ao clã. — ele endireitou a máscara — Diferente dos outros, não temos muitas barreiras que nos dividem, temos apenas a quantidade de chakra que determina a nossa força. Minha motivação é apenas um desejo de que não sejamos mais a figura ameaçadora com que todos nos imaginam.

— Bom pra vocês! — a mais nova estava claramente desinteressada agora.

— É um motivo um tanto idiota, mas ao menos motivou uma rebelião entre os Aburames também — Mozuku suspirou — Já que estamos aqui, andem logo com isso de esconderem as provas!

— É, anda logo com isso, nanica! — o homem loiro se levantou, olhando em volta — Eu não faço ideia de onde a princesa mimada guarda aquelas coisas...

— E você acha que eu sei!? — a garota quase gritou, irritada, caminhando pelo estabelecimento.

— Tanto faz, pelo menos temos tempo o bastante até notarem o sumiço da chave... — Mozuku comentou sem dar muita importância ao fato — Precisavam ter visto a cara dela de pânico quando falei sobre o Sai, ela saiu tão apressada que nem quis saber sobre a filha, pobrezinha — agora, ele fingia uma certa comoção.

— Vou voltar para o meu campo antes que desconfiem... — foi a única explicação que o AMBU deu enquanto saia daquele lugar, sem conseguir suportar mais a encenação.

Olhando para trás, ele viu a floricultura fechada como se não tivesse ninguém lá dentro. Como tudo conseguia parecer tão normal com toda aquela sujeira escoando por baixo dos panos!?

A pura vaidade de Mozuku estava fazendo-o ser um verdadeiro carrasco para Ino. Sem ele, nada daquilo teria tomado proporções tão amplas como as que se encontravam. Claro, em outras regiões a brutalidade estava sendo usada como ferramenta principal para dar continuidade aquele plano, em contrapartida, tudo era descoberto de forma mais simples e rápida.

Não era hora para se martirizar ou pensar nessas coisas, ele precisava ser ágil!

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.

.

Não conseguiu dormir nem um segundo, estava cansada de chorar, estava nervosa e ansiosa, tudo o que podia fazer era andar um pouco. Ino caminhava de um lado para outro no pequeno quarto que foi disponibilizado a ela, na verdade, apesar de denominado “quarto”, ela já o encarava como sua cela até o fim de seus dias...

A cela foi aberta com uma rapidez quase inumana e antes mesmo da Yamanaka conseguir fazer qualquer coisa, já havia sido puxada para um canto mais escuro do cômodo e teve a boca tampada por aquele ser misterioso. Ela tentou estapear, se soltar, remexer e até mesmo gritar, mas tudo levou poucos segundos até ela reconhecer aquele puxão como de um amigo.

Nenhuma palavra foi dita, ela já estava calma e sentada ao lado daquela figura totalmente de preto e com o rosto tampado por uma máscara. Os dois ficaram um longo tempo assim, um ao lado do outro e sem falar absolutamente nada... Entretanto, palavras não precisavam ser ditas quando os pensamentos estavam sendo compartilhados.

Foram tantas coisas, tantos pensamentos, mas Ino se manteve calma e controlando muito bem aquela ligação psíquica entre os dois, até que tudo já estava explicado. Por fim, quando o dia já estava começando a raiar, ela fez a única pergunta que não pode ser respondida: “Como o Sai está? ”.

O quarto já estava claro, graças a uma pequena abertura com grades em uma das paredes. Ino estava com olheiras, apesar de mais calma. O AMBU já se preparava para partir, quando segurou as mãos de Ino e entregou algo a ela.

— Mas pra que um... — dessa vez, ela quem foi interrompida.

— Tem um inseto meu escondido dentro do miolo, precisa colocar isso nele para evitar que consiga fugir.

A Yamanaka acenou positivamente, admirando a flor e nem se dando conta da partida do amigo. Dentre todas as que ele poderia ter pego em sua floricultura, um narciso combinava perfeitamente com Mozuku: dois escravos da vaidade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
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