Crime das Flores escrita por LaviniaCrist


Capítulo 16
Lírio Laranja




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Flores gostam de sol e, como a belíssima flor que é, Ino também gosta.

O dia mal havia começado, mas o número grande de tarefas para serem cumpridas fez com que a jovem pulasse da cama assim que os primeiros raios de sol invadiram o quarto dela. Mesmo sem a floricultura funcionando, o jardim Yamanaka ainda era de responsabilidade de Ino, assim como um dia já foram de responsabilidade de Inoichi.

Levou horas e horas, mas agora todas as pequeninas mudas estavam protegidas do sol, os botões prestes a abrir estavam com o solo cheio de vitaminas, as flores coloridas foram replantadas em vasos decorados, em arranjos ou feitas de buquês. A floricultura estava fechada, mas as encomendas já haviam sido feitas e como nada sobre comercializar as flores foi dito, Ino encarou como uma “pequena brecha” para continuar sua vida.

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— E essas aqui você entrega para a Moegi, entendeu?

A loira estava agora terminando de passar todas as instruções para a mãe, já que teria que sair e resolver algumas coisas a respeito “daquele assunto”. Enquanto a senhora Inoichi tentava escrever quais encomendas eram para quem, Ino andava de um lado a outro, hora ajeitando o cabelo, hora retocando o batom e, por último, pegando um buquê laranja.

— Entendi sim, mas tem certeza que não é melhor ficar em casa, filha?

— Eu tenho muita coisa para fazer e não posso perder tempo! — ela sorriu, beijando a mais velha na testa.

— Mas querida, e se... — foi interrompida antes mesmo de poder reagir.

— Ah! Quando chegarem as glicínias pode deixar no jardim, eu aviso ao Shino para vir pegar! — enquanto falava, novamente, a mais velha tentava anotar tudo em um bloquinho para não esquecer — Se a Hinata vir aqui, avisa a ela que devo fazer uma visitinha mais tarde e caso a Sakura resolva vir me ver, fala que não quero saber nada sobre o Sai ainda... Ah! É mesmo! — ela estalou os dedos — Não se preocupa com o Shikamaru e nem com o Choji, falo com eles depois que resolver tudo. Beijinho!

E saiu.

A senhora só se deu conta de que a filha havia saído quando acabou de anotar tudo, inclusive o “beijinho! ”, e não ouviu mais a voz da filha. Ela suspirou e sorriu, tudo estava se encaminhando para o lugar certo.

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Pelas ruas de Konoha, todos olhavam para a bela mulher loira desfilando com um sorriso e um buque laranja nas mãos. Ino poderia ter perdido aquela noite de sono, mas não foi chorando e sim planejando quais os passos que seguiria.

O primeiro lugar que ela visitou foi o Hospital de Konoha.

Por ser uma ninja médica, não era raro os dias em que ela servia ao Hospital, apesar de que nos últimos ela havia se dedicado bem mais à floricultura. Os corredores com pacientes esperando, salas de exame, outros médicos... Tudo lá ela conhecia de cor, como a palma da mão.

Depois de pegar algumas anotações em sua saleta, ela continuou seu passeio pela vila.

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Passando perto de uma loja de artigos para artesanato, onde costumava comprar fitas e enfeites do tipo, ela encontrou uma pequena Hyuuga, indecisa quanto a que linha escolher...

— Vai aprender a tricotar também, Hanabi? — a Yamanaka perguntou sorridente.

— Não, deixo a Hinata ser melhor do que eu pelo menos nisso... — a resposta saiu em tom de brincadeira, enquanto a garota se virava para ela.

— Então vai comprar um presente para a sua irmãzinha? Que fofo... — a loira sorriu, deixando a mais nova com as bochechas coradas.

— Mais ou menos... — os olhos perolados encararam todas as linhas e depois para Ino — Qual cor acha que combina mais comigo?

— Agora eu entendi! — ela soltou uma risada — Que tal... — ela aproximou o buque da de cabelos marrons — Laranja?

Hanabi sorriu instantaneamente. Não era segredo que se agradava por cores quentes e, mesmo no frio, o que a impediria de usar um cachecol laranja? Combinaria perfeitamente com ela!

— Certo! — a voz saiu animada enquanto a garota pegava alguns rolos de linha, na verdade, até em exagero.

— Se levar mais dois, vai dar para ela fazer até um quimono de tricô para você... — a fala de Ino saiu divertida, enquanto ela ajudava a Hyuuga.

— Acha mesmo que ela conseguiria fazer um quimono!? — os olhos perolados se encheram ainda mais de brilho, fazendo com que a Yamanaka risse de toda a situação.

A conversa entre as duas durou até irem para caminhos opostos, Ino seguiria para o clã Aburame e Hanabi para casa...

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Só em chegar perto do clã Aburame, o clima parecia mudar e ficar mais úmido. Tudo era extremamente silencioso e estranhamente limpo, como se não fossem só os mesmos do clã misteriosos, mas tudo em si.

Shino parecia ter adivinhado que ela apareceria, já que estava acabando de sair pelo portão.

— Ei, Shino! — a loira acenou, sorrindo e se aproximando mais — Suas encomendas chegam hoje, se puder ir buscar mais tarde e... — ela olhou mais atentamente, parecendo não entender algo — Tem... Sabe...

— Deve estar achando estranho uma mariposa nos meus óculos, certo? O motivo é bem sim... — ele foi interrompido antes de poder responder a própria pergunta.

— Vamos logo, Shino! — um certo Inuzuka, muito familiarizado por aqueles arredores, chamava o amigo ainda da esquina.

— Pelo visto você está ocupado, nos falamos depois! Cuidado com a mariposa, hehe... — a loira disse sem graça, com um calafrio só de imaginar aquele inseto passeando pelo corpo de alguém tão livremente.

O diálogo curto - e estranho - foi interrompido na hora certa por Kiba. Os rapazes se oferecerem gentilmente para acompanhá-la durante o resto do passeio e ela só aceitou até chegarem onde eles seguiriam caminhos diferentes: eles para o clã Hyuuga e ela para a via principal.

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De todos os lugares onde Ino queria chegar, todos dependeriam de uma conversa decisiva com o Hokage. Ela já estava de frente para a porta da sala onde tantas vezes já havia entrado esperando uma missão, mas aquela era a primeira vez em que ela faria uma "missão" para si mesma.

A Yamanaka segurou com um pouco mais de força os papéis e o buquê que levava, tomando fôlego e tentando parecer tão segura de si como durante todo o dia. Quando finalmente levou a mão para bater na porta, a mesma foi aberta e Kakashi sorriu ao notá-la.

— Eu estava esperando por você.

— Imaginei que saberia que eu viria aqui... — Ino falou de forma séria.

— Eu sei de muitas coisas... — ele deu espaço para que ela entrasse.

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Enquanto Ino se resolvia por um lado, a mãe dela se enrolava com as encomendas...

— Eu não sei o que faria sem você aqui para me ajudar...

— Se sairia bem também — Sai respondeu gentilmente, colocando algumas flores na água.

— Eu ainda não acredito que ela acordou tão bem depois do que houve ontem... Sabe, foi a mesma coisa quando vocês brigaram, estou orgulhosa dela!

— Ela é forte — Ele sorriu.

— Sim... — a mulher concordou, sorrindo também.

Os dois continuaram arrumando o resto das coisas que haviam chego, como sementes e alguns vasos, até que foram surpreendidos com uma visita:

— Senhora Inoichi e... Sai? — o Nara havia acabado de chegar, assim como Choji e estranhou que Sai estivesse ali.

— Olá! — ela os cumprimentou, enquanto o ajudante apenas acenou com a cabeça. — E vocês, o que fazem aqui?

— Viemos falar com a Ino... — Choji respondeu, logo em seguida se distraindo com algumas borboletas voando no jardim.

— Mas a Ino saiu e falou que iria falar com vocês depois... — a Yamanaka pensou brevemente nos motivos para ocorrer um desencontro entre eles, mas logo focou a atenção nas sementes que estava separando.

— A Ino saiu? — Shikamaru falou mais sério, deixando claro que estava preocupado.

— Saiu... — a mãe respondeu, olhando para ele novamente.

— Para onde ela foi? — a voz saiu com um tom de nervosismo.

— Vários lugares, não me lembro bem...

Nesse momento, tanto Choji como Shikamaru olharam para Sai, a espera de que ele soubesse de algo.

— Não vejo ela desde ontem... — Ele respondeu sem saber bem o motivo daqueles olhares.

— MAS QUE SACO! — O Nara praguejou, saindo apressado.

— Precisamos achar ela! — Choji falou de forma séria para Sai, saindo em seguida.

— Oh não! Tudo de novo não... — a mulher passou as mãos no rosto, suspirando.

— Eu vou encontrar ela, não se preocupe. — Sai tentou reconfortante a sogra antes de sair a procura de Ino.

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Enquanto todo este alvoroço acontecia no clã Yamanaka, a tranquilidade reinava na sala do Hokage.

Sentados à mesa, decorada com o buquê laranja, Ino e Kakashi começavam uma conversa da melhor maneira possível:

— É um belo arranjo... — ele comentou — Na linguagem das flores, o que significa?

— Lírios laranjas significam orgulho... — ela começou, notando um pequeno sorriso se esboçar no rosto de Kakashi — ... ou ódio, isso já depende da pessoa.

O sorriso deu lugar as feições sérias de sempre, afinal, seria uma conversa séria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
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