Os Diários da Bruxa - Interativa escrita por Bétia


Capítulo 1
X — Só confie em estrelas se elas salvarem o dia!


Notas iniciais do capítulo

Eu não paro quieta, estava varrendo a casa e BAAM, vamo escrever fanfic? Vamo!
Essa ideia até que ia ficar na gaveta, mas acabei misturando com umas antigas e... Cheguei para meu melhor amigo para perguntar se rolava eu fazer uma fic interativa e tals, ele não negou. Vamos descobrir, então!!
Espero que gostem!



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Eu era, irremediavelmente, uma romântica incurável. Amava feiras, amava lugares cheios de gente, amava o sol. E estava me sentindo completa ao me espremer entre uma roda de pessoas que apresentavam as mais diversas artes de torneio.

— Ei, o que é que ‘tá acontecendo aqui? — Busquei com qualquer um enquanto agarrava minha mochila com força. No círculo, um treinador jogava desde berries até bolinhas para seu Aipom usar para seus malabares, que ainda se concentrava em girar um pequeno bambolê na cintura.

 Não era algo bonito de se ver, acredite. Não se encaixava em nenhuma das competências de beleza, inteligência, ou o que fosse! Apenas sobrecarregava o pequeno macaquinho arroxeado. E, na ânsia do senhor de fazê-lo fazer tudo girar e girar cada vez mais rápido, o movimento de desmontou e os objetos caíram. Logo ele soube que tinha que parar, abrindo espaço para uma próxima pessoa que tomou o seu lugar, chamando por uma tímida Sunflora.

 Até o instante, ninguém havia me respondido nada. E foi passando os olhos pelo local que eu avistei uma placa na banquinha mais próxima, que dizia:

“A arte incentiva o comércio. Compre 10 frutas e concorra a uma mudinha à sua escolha.”

 Assim eu vi minha alma de coordenadora, antes morta e enterrada há mil palmos debaixo da terra, voltar a vida. Tanto que nem me vi fielmente enfiando várias Cornn em uma sacolinha que, nossa, só Arceus sabe de onde veio! E acabei só despertando do transe de empolgação quando enfim chegou a minha vez, depois de várias mini apresentações muito boas.

 Sussurrando a dica da performance “hora da caçada” para o meu Pokémon, ainda dentro da pokébola, eu comecei girando a esfera até o centro do campo. Pouco tempo depois que ele saiu dela, eu pude me aproximar como quem nada sabe. Meu papel era só me fingir de isca para o grande gato.

 Cada passada que eu dava em busca da minha suposta pokébola perdida, significava haver mais uma duplicata do meu parceiro atrás de mim, até que eles fossem quatro. E cada olhada para trás, fazia a quebra da corrida deles até mim virar uma postura que imitava estatuetas de pedra, embelezando a cena com um movimento de bola d’água concentrado no topo dos focinhos.

 As pessoas riam quando ele pisava em algo com força de propósito para fazer um barulho e me fazer virar, sabendo lá no fundo que a minha personagem não tinha chance. E quando o Pokémon finalmente estava perto o bastante, chegava a hora da minha carta na manga.

 Eu caia enquanto percebia os intimidantes felinos me espreitando, chegando mais perto. E com já não tão ocultos poderes psíquicos, as esferas de água se tornavam uma mão gigante que me pressionaria para baixo até a hora do bote. Quando ele finalmente pulou em mim, os ataques se desfizeram, e..!! Ele me lambeu.

 Enquanto saía dali, eu percebia que hoje definitivamente era um bom dia. Não havia ganhando o primeiro lugar, óbvio, mas a senhorinha da banca acabou simpatizando tanto comigo que me vendeu um vasinho de Magost com um precinho camarada! Ela falava que era difícil encontrar tamanha sintonia entre treinador e Pokémon enquanto eu a agradecia tudo com um sorriso largo.

 Agora, já meio longe da concentração, eu me agarrava ao recipiente com frio por ainda estar cedo na rua e arrastava a bolsa longe de mim meio que para não acabar molhando tudo. O meu instinto me dissera que estava longe o bastante quando finalmente tive uma brecha para sussurrar aquele suspeito encanto que eu descobrira em alguma das minhas madrugadas de insônia, o qual me secou, e acabou brotando mais uma fruta no me vaso. Na surpresa eu torcia, do fundo do meu coração, para que isso não acabasse sendo um sinal de problema.

 

“...”

 Era fácil explicitar a história das raízes que, por entre aspas, me definiam. A contagem se iniciava desde muito antes da grande guerra entre Hoenn e Kanto, mas os fatos que a mudaram completamente começaram nos batalhões de frente, do ladinho das bombas, em Johto, nesse mesmo período aí.

 A forma mais enxuta contava que, por algum motivo, éramos criaturas tão mágicas quanto os pokémons. Na mais confusa, tinha-se que o nome da minha família fora amaldiçoado no dia em que uma virgem rejeitara um soldado importante e aconteceu do rapaz ser um pouco “influente”, por isso a magia que corria nas nossas veias era um fardo única e exclusivamente feminino.

 Já eu, posso dizer que sou a incógnita mais simples e direta dessa equação complicada: Me resumo à minha má postura e vans old school. Estou em viagem solo já faz um tempinho, mas, o mais importante! Posso não me encaixar no parêntese mais funcional dessa profecia, mas, pelo menos nada que poderia dar deu muito certo deu muito errado até agora.

 Sobre o bang da magia e tudo mais? Bruxaria, ou o que preferir. Algumas vezes funciona, outras não. Não sei, acho que depende muito do dia.

— JÚÚÚ... — O grito se estendeu pelo corredor. Okay, talvez eu tenha sido um tanto precipitada ao mencionar solo como, bom, solo. Esse era Samuel, meu parceiro Pokémon. Uma bola de pelos fofos, movimentos legais, hibridismo... Uma criatura centrada e totalmente exemplar. Convenhamos, toda feiticeira clichê tem o gato que merece! — SE ISSO ME COMER EU JURO QUE VOLTO PARA TE BUSCAR. — O que foi que eu disse?!

 Mas eu não posso dizer que larguei minha fruta Pinap para acudir Seu Ninguém! Cheguei no quarto do hostel com ela do mesmo jeito que estava na minha mão antes. Mas acabei por abaixá-la um pouco quando minha árvore de Copa foi arremessada em direção à mim. Por motivos de horário, saiba apenas que guardei um palavrão para mim.

 Suspirei, ponderando o que fazer com o que quer que fosse não se deu com o meu estilo de magia. Empinei com bravura minha arma para o adversário que era... Bom, meu transmutado vasinho de Magost. E, por alguns segundos, eu vi minha alma me abandonar para chorar no lado de fora do quarto. Já a planta, ignorava a todo custo meu luto precoce, cuspia pólen e fortes estrelas de energia para todo lado. O cômodo estava uma zona, e eu tinha alergia.

 Quando enfim engatei em uma crise de espirros e desvios desengonçados dos ataques, olhei para todo lado. Foi quando, encaixado no cantinho da parede, ocultado pelo guarda-roupas, encontrei o Sam. O Persian me olhou com alívio e eu passei a me perguntar que escolha havia feito de errado na minha vida para ter que bancar o salva-vidas numa hora como essa, não de estar vivendo o contrário.

 Já o último movimento desferido que eu, particularmente, não havia visto, decepou meu instrumento de def... erh, lanche; enquanto eu ria na frustração da situação e me movia mais para perto. Mas só fui realmente depois de certificar que o pedaço caído ainda estava comestível. O que posso dizer?! Prioridades!

 Em seguida, corri e acertei o recipiente com a fruta rosa, gigante, serpenteante e com dentes(!!) que muito provavelmente queria brincar comigo de canibal afrontoso versus carne de milktank. Mas acabou que meu ataque não foi muito ofensivo, eu não posso dizer que nasci para essas coisas. Samuel quem me salvou entre as estrelinhas de energia da semente e as que ele mesmo sabia fazer.

 ‘Cê saberia dizer se que, em algum jugar dessa narrativa, eu falei do meu grande carma?

E.S. T. R. E. L. A. S.

 Não confie nelas, mas agradeça quando seu Pokémon, meio metido a gato classudo, meio puppy, salvar o dia com a ajuda delas.

 

“...”

— Amaçooou. — Eu choraminguei no desterro, preparando minha ossada para voltar para a cozinha atrás de outra coisa para comer; o Persian malhado traumatizado no meu enlaço, olhando meio desconfiado para a arvorezinha debaixo do meu braço e para o meu vaso quebrado cheio de areia, lixo e restos amassados de uma Pinap.

— Júlia. — Ele me chamou depois quando, na maior das vinganças, eu mastigava um pedaço da Magost com gosto, guardando as mudas desenfeitiçadas para depois decidir entre jogar fora ou juntar num potinho e seguir viagem. — Por que não usou os poderes quando pode? — Ah, é! Isso é importante se você quiser entender minha cara de paisagem em várias situações.

 Eu, apesar de tudo, não sou tão adepta assim ao uso desses poderes que lhe falei antes, ainda que eu cultivasse uma ou outra mini árvore de berries só de teimosia ou os usasse por motivos pequenos como aquele outro. Mas o que Samuel queria dizer com aquilo era, bem: Otária. Ele me olhava com sagacidade do outro lado da mesa, como quem dissesse: Sabe usar os poderes para atrair problemas, mas não para sair deles.

— Eu te salvei porque você esqueceu que não precisa de arma para se defender. — Ele ainda comentou.

— Se isso me comer... — Eu cocei o nariz, me empinei e o imitei antes de mais nada. Aí ele me atacou com o mesmo movimento rápido da outra vez. Desviei por sorte, a mesma que a minha pobre mochila, pelo contrário, não tivera.

— Droga. — Ele travou, — ...droga, droga... — e depois do choque começou a repetir isso insistentemente enquanto se aproximava dos frangalhos do tecido e das minhas roupas perfuradas jogadas no chão.

—  Nem vem pra cá lazarento, que tu cortou minhas blusa! — O repreendi com minha faca antes que outra palavra saltasse da sua boca. Mas quem eu quero enganar? Ele riu de mim. O que já era esperado, já que éramos a típica dupla invertida, uma vez que ele tinha mais moral para ser o meu treinador do que o contrário.

 Só que eu o expulsei da cozinha mentalmente. Teoricamente a vitória é minha, certo? Mas, o bichinho, pelo menos me ajudou a limpar tudo.

 E assim, meu dia de paz, descanso, e depois talvez volta a estrada virou um dia de compras. E era uma vez o meu rico dinheirinho!


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Notas finais do capítulo

Caso queira uma vaga, favor me mandar a ficha por MP, para caso você queira aproveitar o personagem depois, ou algo assim! :3