Contexto da one: Então, essa one acho que não tem muito segredo. Ela se passa talvez no último ano da Stelfs na faculdade. E ela ainda está morando em Los Angeles. Hã… Sobre ter roupas do Castiel nas coisas da Stelfs (spoilers!), só fiquei pensando que Castiel sempre vai estudar no alojamento da Stelfs pra um dar apoio pro outro, já que eu sou uma negação pra estudar e acredito que Castiel ainda mais, HAAHAHAHAH.

Boa leitura.

Abri os olhos de repente, soltando um murmúrio de preguiça. E bocejei demais, tomando consciência do meu quarto. Vi a cama da Alícia vazia e tirei meu braço das cobertas quentinhas. Cliquei no celular, olhando as horas.

1h e 30 min.

Fiz um bico.

Essa menina não toma jeito.

Voltei a esconder meu braço debaixo das cobertas, me arrumando melhor na cama e me tampando até o nariz. Me virei na cama e quase enfiei minha cara na parede, sentindo aquele friozinho que ainda fazia no quarto.

Ah, eu amo dormir assim.

Fechei os olhos, sentindo meu corpo já ser tomado pelo sono mais uma vez. Cochilei pesado e acordei quando escutei um barulho na porta. Alguém enfiou a chave e a girou, mas eu tava mais pra lá que pra cá. Escutei a porta ser aberta e a pessoa entrou no quarto, encostando ela logo depois.

Murmurei baixo, ainda de olhos fechados, tentando entender o que tava acontecendo.

— Alícia? — perguntei meio dopada.

Ouvi a porta ser trancada. Passos pesados andaram pelo quarto, me fazendo franzir as sobrancelhas.

A Alícia não anda assim...

A pessoa tirou o casaco pesado e o jogou sobre a minha escrivaninha.

— Alícia? — insisti mais uma vez, estranhando aquele silêncio.

Me preparava pra virar na cama e ver quem era a pessoa misteriosa, quando senti a criatura se deitar no meu colchão.

AI JESUS!

Era só o que me faltava… a Alícia errou de cama.

— Alícia… — eu recomecei a dizer, quando senti o perfume de Castiel.

Ué.

Mas o que ele está fazendo aqui?

— Cass? — refiz a pergunta.

— Hum? — Escutei seu murmúrio nas minhas costas e suspirei, relaxando.

Eu ia me virar pra saber o que tava acontecendo, quando senti o braço dele na minha cintura.

Pequenos segundos de tensão com esse contato repentino, até que Castiel piorou o negócio ainda mais, colando em mim, soltando um murmúrio e encostando seu nariz no meu ombro.

Ai, meu Deus; Ai, meu Deus; Ai, meu…

Eu fiquei ali um tanto tensa com essa proximidade. Caramba, mesmo depois de 4 anos de namoro, eu ainda não consigo relaxar com essas chegadas repentinas de Castiel comigo.

Poxa, era mais de 1h da manhã, a pessoa chega do nada no meu quarto e me agarra desse jeito?

— Cass? — sussurrei, tirando um dos meus braços de debaixo das cobertas.

— Oi. — Ele respondeu. A voz abafada pelas minhas costas.

— Está... — Toquei seu braço por cima das cobertas e senti como ele estava frio. — Tudo bem? — Terminei a conversa, alisando o braço dele e sentindo os pelos irem e virem com meu movimento.

— Tá sim. — Continuou respondendo com a voz ainda abafada.

— Tem certeza? — insisti.

— Que foi, garota? — Ele tirou o rosto do meu ombro e pude escutar sua voz perfeitamente. — Não acredita em mim?

Eu aproveitei que ele tinha se mexido e me virei na cama, fazendo ele afrouxar aquele abraço e ficar me olhando, até eu ficar de frente pra ele. Encarei aqueles olhos cinzas pra saber se ele tava mesmo bem e parecia que sim.

— Uai, — Retomei o assunto, voltando a fazer carinho no braço dele que ainda estava em cima da minha cintura. — Você me chega aqui quase 2h da manhã, se joga na minha cama, me abraça, fica quieto e você quer que eu ache que tá tudo bem? — Fiz uma sucessão de frases, perguntando engraçada no fim.

Castiel desviou os olhos de mim, corando as bochechas. E eu abri um sorrisinho carinhoso. Quando ele ficava com vergonha assim, pode saber: ele queria dizer alguma coisa fofa.

— Tava sentindo sua falta — disse de repente em uma voz baixa e desviando os olhos de mim.

Eu sorri sem querer. Mas dentro de mim dei um berro.

Que gracinhaaa. Coraçãozinho com a mão.

Fiz uma carinha bonitinha e subi minha mão até o rosto dele, fazendo um carinho, chamando a atenção de Castiel, que virou ele pra mim. Vi que seus olhos pareciam cansados e dei um selinho simples nos seus lábios. Escorei meu braço em seu ombro, abrindo um sorriso.

— Não se acostuma com isso não, viu? — falei divertida, rindo mais que ficando séria e ele abriu seu sorriso de lado.

— Eu sei que você gostou da minha surpresa. — Me lançou essa com seu tom autoconfiante e ri, abaixando a cabeça, ficando com vergonha.

É, eu gostei mesmo.

Escutei uma risada gostosa e ele deslizou sua mão da minha cintura pras minhas costas, me trazendo pra perto dele e me abraçando. Eu passei meu braço por baixo do dele e estreitei nosso abraço, encostando minha testa no peito de Castiel. Ele se deitou direito no meu travesseiro, encostando o queixo na minha cabeça e suspirando. Senti o corpo dele relaxar mais e ele se ajeitou na minha cama, me ajudando a me aconchegar também.

— Que que houve pra você vir se refugiar aqui? — perguntei, deslizando meus dedos pelas costas dele.

Ele soltou um murmúrio chateado em meio a um suspiro.

— Tô dando um tempo.

— De quê, posso saber? — Insisti na pergunta, tirando minha cara do peito dele e olhando pra cima.

Ele desceu o rosto ao ver que eu tinha me mexido.

— Da praga dos estudos. — disse, mexendo o braço e alcançando meus cabelos agora curtos.

Eu ri do palavreado dele, fortalecendo aquele abraço entre a gente.

— Então descansa — recomendei toda meiga, alcançando os lábios dele de repente e dando um beijinho delicadinho e calmo.

Castiel abriu seu sorriso de lado e cansado e me puxou contra ele de novo, fechando os olhos. Ficamos ali um tempinho, fazendo carinho um no outro, até que eu percebi que ele parecia estar dormindo. Ele começava a ressonar. Abri um sorriso, acariciando as costas dele e sentindo a malha da sua camisa.

— Cass… — sussurrei, esperando sua resposta.

Silêncio.

— Querido… — falei mais uma vez, tocando sua cintura e balançando ela devagarinho.

Ele não se pronunciou.

Aí que eu ri.

Depois sou eu que durmo feito pedra.

— Casssss. — Cantei seu nome, cutucando a barriga dele de leve e fazendo ele se mexer num susto.

— Hum! — Levantou o rosto de repente, me olhando com um rosto cheio de sono e o cabelo todo bagunçado.

Ai, que lindo!

Sorri com aquela cara de cachorro sem dono dele e dei um beijinho delicado nele, jogando os cabelos dele pra trás e brincando com eles.

— Você não quer vestir um pijama? — perguntei, ainda penteando os cabelos dele. — Acho que tem umas roupas suas perdidas por aqui. — Continuei olhando pra cara dele, que me encarava meio aéreo. — Melhor do que dormir de calça jeans, não? — instiguei pra ver se ele pelo menos tava prestando atenção no que eu tava dizendo.

— Se quiser, eu posso tirar ela também — disse com seu sorriso sacana. — Por mim, tá sem problemas. — Sustentou esse sorriso sedutor que ele gostava de fazer quando ia mandar os xavecos dele.

Revirei os olhos, fingindo impaciência.

— Tava demorando… — soltei com um bico, cruzando os braços embaixo das cobertas e Castiel gargalhou. — Engraçadinho. — O olhei ainda com cara séria. — Anda, arreda aí, deixa eu buscar a roupa. — O empurrei devagar e ele se afastou, me dando espaço na cama.

Saí debaixo daquele lugar quentinho e aconchegante, ficando em pé na cama e passei por cima de Castiel, indo até o interruptor do lado da minha escrivaninha e me virei pra ele que já estava de frente pro quarto.

— Vou acender a luz, tá? — avisei e ele concordou com a cabeça.

 Assim eu fiz, quase me cegando e fui até o guarda-roupas, abrindo as portas. Fiquei encarando minha bagunça, tentando me lembrar onde eu tinha enfiado as roupas do Castiel, quando ouvi um barulho na cama. Abri a minha gaveta de blusas, me lembrando que tinha jogado por ali. Escutei o andado dele pelo quarto e então dois braços rodearam minha cintura e o nariz dele foi parar no meu pescoço.

Senti aquele arranco delicado e sorri, fazendo carinho nele.

— Que que foi, hã? — Me virei, abraçando Castiel direito. — Você tá muito carente hoje. Até parece que tá na tpm — falei divertida, beijando o ombro dele.

Ele levantou a cabeça e me olhou com uma cara esquisita.

— Que isso, garota, tá doida? — E me soltou, tentando se arrumar em instantes.

Eu balancei a cabeça, achando graça da atitude dele.

— Que mal tem você estar carente? — O encarei, colocando as mãos na cintura e o olhando divertida.

— Homem não tem dessas coisas não. — Cruzou os braços em sua pose viril e fechou a cara.

— Sei — respondi, rindo e dei um selinho nele. — Aqui. — Tirei as peças do guarda-roupas e o entreguei.

Ele pegou as roupas dobradinhas e olhou pra elas. Dei um sorriso e fechei as portas de novo, voltando pra cama. Castiel foi até a escrivaninha e deixou as roupas lá, enquanto eu estendia as cobertas na cama e me deitava. Então, ele abriu o zíper da calça de repente, me dando um susto e fazendo com que eu me virasse na cama, tampando os olhos.

— Por que você faz essas coisas, palhaço? — briguei com ele, sentindo meu coração acelerado e meu rosto quente.

Escutei a gargalhada dele junto com o jeans sendo jogado na escrivaninha.

— Pra você ver o que tá perdendo — respondeu todo cheio de si.

Revirei os olhos em pensamentos, já que estava com eles fechados.

— Affe — falei, só escutando a movimentação de Castiel. — O dia que eu ver, vai ser o dia em que eu não vou mais perder. — Fiz esse comentário provocativo e escutei sua risada.

— É assim que eu gosto — ele me respondeu debochado e a luz foi apagada.

Abri os olhos, mas continuei de frente pra parede. Senti as cobertas serem tiradas um pouquinho de cima de mim e Castiel se deitou do meu lado, se cobrindo logo depois. Seu braço abraçou minha cintura de novo e o outro passou por baixo do meu pescoço, nos unindo de uma forma que eu fiquei feliz e envergonhada ao mesmo tempo.

Sorri com aquele contato delicado que ele tava tendo comigo.

— Tá bem, — disse em meio a um riso. — Eu já entendi que você quer contato físico hoje — comentei engraçada, colocando meu braço sobre o dele, entrelaçado nossos dedos e o puxando ainda mais contra mim.

Ele encostou os lábios em meu ombro e ficou dando alguns beijos ali. Depois passou para o meu pescoço, ficando ali um pouquinho mais. Ele juntou meu pescoço com o outro braço, me colocando toda dentro do abraço dele e me senti, de repente, tão pequenininha, que sorri feito uma besta. Parou de beijar meu pescoço, se deitando no travesseiro. Apertei ainda mais nossas mãos, sentindo ele fazer carinho nos meus cabelos.

— Cass.

— Oi.

— Boa noite. — Afundei minha cabeça no travesseiro, me escondendo nele.

Ele soltou um suspiro demorado, relaxando de novo.

— Boa noite — respondeu, dando um beijo na minha cabeça.