Entre-Laços escrita por EsterNW, Biax


Capítulo 10
Finais e começos


Notas iniciais do capítulo

Bia:
Oeee gente! Hoje é a one do grande dia das meninas! É o final de um ciclo, mas também o começo de outro :3
Boa leitura!
Ester:
I close my eyes! Only for a moment and this moment is gone, dust in the wind, all we are is dust in the wiiinndd ~pega o mouse e canta.
Por que eu não comecei essa one dando olá pra vocês? Well, porque ela é diferente. Fechamento de um ciclo e início de um novo. Many many feels e espero que vocês gostem, porque eu sinto que exagerei um pouco nesse final xD. Mas vocês me digam se acharam demais ou não :D
Boa leitura ;)
Stelfs:
Falaaaaaaa gente linda do meu Brasil! :D

Como estão vossas senhorias? Bom, como eu disse, estou ausente do Spirit e Nyah, maaas, se você está lendo isso quer dizer que eu deixei essa mensagem na secretária eletrônica –q. Bubiças à parte, essa one tem um cantinho especial em nossos cuores porque “encerra” um ciclo importante na vida das meninas e dará entrada a uma nova vida pra elas! UHUL. Curiosas? Então não perca tempo e desce aqui pra ler! Boa leitura ♥



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Bia:

Lá estava eu, sentada em uma das centenas de cadeiras cheias de estudantes com suas becas azuis.

Meu estômago se apertava desconfortavelmente pela ansiedade.

— Para com isso, Bia. — Priya colocou a mão na minha coxa, fazendo eu parar de bater o calcanhar no chão. — Vai sair pulando daqui a pouco. — Deu risada.

— Eu tô nervosa, me deixa. — Comecei a roer o resto de unhas que eu tinha na mão.

Estava tocando uma musiquinha de fundo e o orador chamava alguns nomes do curso de administração.

Os alunos faziam fila do lado do palco para subir, pegar o canudo, tirar uma foto com seu professor e voltar para seus lugares.

Pouco depois, veio o curso de Cinema. Stelfs estava lá na fila, toda sorridente, parecendo ansiosa. Ela foi uma das últimas a subir e pegar seu canudo.

Bati palmas ao ouvir seu nome e sorri, compartilhando aquele sentimento.

Esperei, ansiosa, até que finalmente chegou a vez do curso de Engenharia. Vi Nathaniel na fila e logo subindo e cumprimentando seu professor, segurando seu canudo.

Sorri orgulhosa, batendo palmas, e vi ele olhando em minha direção rapidamente, antes de descer.

Ninguém ficava bem de beca, mas ele ficava. Nem aquele chapéu feio o deixava menos bonito.

Depois veio a Ester. Ela estava toda vermelha já na fila, conversando com alguns colegas, parecendo bem nervosa. Na hora de pegar o canudo, ela sorriu timidamente para a foto.

E em um piscar de olhos, eu estava levantando e indo para a fila. Eu fui uma das primeiras a subir. Peguei meu canudo, sentindo as bochechas quentes e dei um sorrisinho para a foto. Nem deu tempo de olhar para ninguém.

Já desci, querendo me livrar da atenção momentânea, e voltei para o meu lugar.

Priya foi uma das últimas e, quando voltou, demos um abraço apertado e feliz.

Tivemos que esperar todos os cursos passarem pelo palco. O orador deu um último discurso, falando sobre juventude e vida profissional.

Eu só queria sair logo dali e abraçar minhas amigas e namorado — agora noivo.

Quando finalmente o orador se despediu, todos os alunos levantaram, batendo palmas e jogaram seus chapéus para o alto.

Fiquei com o meu na cabeça, porque eu teria que o devolver no final.

Fomos liberados e eu andei entre as pessoas, procurando as meninas.

Vi primeiro a Stelfs e corri para abraçá-la. Senti alguém se juntando ao abraço e vi que era a Ester. Demos um abraço triplo, sorrindo feito bestas.

As pessoas começaram a sair. Provavelmente iriam para a festa pós formatura. Mas nós não. Íamos comemorar no nosso apê.

Desgrudei delas, para olhar ao redor, mas já senti braços na minha cintura e Nathaniel me abraçou por trás, dando um beijo na minha bochecha direita.

— Parabéns, senhora arte — falou no meu ouvido.

Sorri e me virei, já o abraçando pelo pescoço e o beijando.

— Parabéns pra você também, senhor números!

Nos abraçamos apertado.

— Bora pra casa, meu povo. — Stelfs precisou berrar.

Quando me soltei, vi que Ester estava indo ao encontro do Lysandre e os pais dela. Só a Stelfs que estava “sozinha”. Castiel não conseguiu vir para cá. Mas ela também foi encontrar os pais.

Priya apareceu e Nathaniel e ela trocaram um abraço contente.

— Vamos? — Ela perguntou pra mim.

— Vamos sim!

Todos nós fomos para a rua. Stelfs, seus pais, Ester e os pais dela — e Lysandre também — pediram dois ubers e Priya deu uma carona para mim e o Nath.

No dia anterior, tínhamos preparado algumas comidinhas e refrigerantes para essa noite.

Priya estacionou o carro na frente da portaria do prédio e subimos. Fomos os primeiros a chegar.

Assim que entramos, já fui ligar a música. Ainda eram oito horas, então a música estava liberada.

Demos uma organizada na cozinha e sala, colocando as comidas na ilha e na mesa.

Logo o resto do povo chegou, e nossa pequena comemoração começou.

...

Ester:

Quando entrei na festa a música já rolava solta, com algum synth-pop do momento tocando de fundo. A maioria dos convidados já tinha chegado, pois nosso Uber demorou um pouco.

Não ia ser nada demais, mas, como quisemos comemorar entre amigos, sem aquele povo da faculdade que não conhecemos, chamamos todo mundo pro nosso apê: Lysandre, Nathaniel, meus pais e os da Stelfs, Priya, Lorraine, Tamires, Nívea, Armin, Caio, Carol, Fernando, Kentin, tia Simone e tio Gustavo, alguns poucos colegas de curso.... Aquele povo que fez parte da nossa vida escolar de alguma forma ou que quiseram ir pra animar a festa.

Carol estava chamando todos os formandos pra um brinde e me encontrei com Stelfs e Bia, que deu um copo de refrigerante pra mim e pro Lys. Nos aproximamos da roda de pessoas:

— É isso, gente. — Ela parecia estar terminando o discurso que fazia. — Finalmente formados! Um brinde a nós. — Ergueu o copo e todos repetimos o gesto. Brindamos e bebemos.

Em seguida, a festa seguiu normal.

Festa pós-formatura? Exatamente. Mas, como não tínhamos tanto dinheiro assim, fizemos aquele de sempre, com comida, refri’s, música e o povo se divertindo.

Me sentei no sofá com o Lys, ao lado da minha mãe, que conversava com a Tamires e o Gustavo, o namo... Opa, noivo dela. Lysandre acabou se juntando à conversa deles, já que minha mãe começou a contar uma história sobre a última vez que eu e ele fomos pra minha cidade, passar o final do ano.

Eu resolvi ficar quieta, pensando na vida. Gente, quatro anos... Passaram tão rápido! Podia jurar que foi esses dias que eu e a Stelfs viemos com a Bia pra ver o apê.

Aliás... Eu ia sentir falta daqui. Lógico, ia me casar em pouco tempo, então ficaria na cidade. Eu e Lys optamos por continuar no prédio, afinal, eram tantas memórias aqui... Olhei pra porta, que foi aberta pela Bia, que saía com o Nathaniel pra algum lugar.

Sorri, pensando em tanta coisa que aconteceu aqui: amores, amizades. Ainda ontem eu estava comemorando porque ia ficar...

— Nothing lasts forever but the Earth and sky. Dust in the wind, all we are is dust in the wind! — Voltei pra realidade com a voz desafinada do Armin, que cantava Dust in the Wind, do Kansas, no karaokê. Nessa hora ele estava quase berrando, porque a parte era mais alta. Nívea começou a rir dele e parou de cantar. Enquanto isso, ele continuava com o microfone, arrasando com a música.

Parei um pouco de ser contemplativa e comecei a observar as cantorias, rindo muito. O casal terminou e então ofereceram o microfone pro próximo.

— Vem, Ester. — Tamires levantou e me chamou. Pegou um dos microfones e me ofereceu o outro. Com insistência dela e da minha mãe (poxa, mãe!), me juntei a ela pra cantar We Are Never Ever Getting Back Together da Taylor Swift.

— We are never ever ever ever getting back together, you can talk to your friends... — Eu e Tamires cantamos em conjunto, enquanto fazíamos gesto de não com o dedo, uma pra outra.

Ela iria continuar na cidade, já que também ia casar, então resolveu ficar por aqui também. Fiquei feliz com isso, afinal, foram tantos anos juntas...

— Uh, uh, uh, getting back together! — Finalizamos a música e nos abraçamos rindo. Olhei pra trás e vi o Lys sorrindo e batendo palmas pra gente. Mandei um beijo pra ele.

Ia procurar outra pessoa que quisesse cantar, pra entregar o microfone, quando...

— Peraí, peraí, que eu também quero participar desse negócio. — Lorraine surgiu do meio do povo, junto do namorado dela, Pedro, o segundo nesses quatros anos, que ria adoidado da palhaçada toda. — Posso cantar com a minha friend também? — pediu rindo e Tamires entregou o microfone pra ela.

A contragosto meu, cantamos Bring me to Life do Evanescence, mais parecendo uma miadeira de gato. Só esperava que eles não aparecessem na festa.

— Wake me up inside, call my name and save me from the dark. — Eu e Lorraine cantávamos encostadas uma na outra, nos achando num The Voice da vida. — Bring me to Liiifeee. — Estouramos uns tímpanos com o verso final e então a música acabou.

Puxei Lorraine pra um abraço e voltei a me sentar ao lado do Lys, pois ela quis começar um dueto com o namorado.

— E aí, viraria a cadeira pra mim? — perguntei pra ele, que não entendeu nada. Segurei o seu rosto e dei um beijo breve, rindo da cara dele. — Se você fosse um jurado do The Voice, viraria a cadeira pra mim?

— Talvez. Se melhorasse um pouco a afinação... — E estava com aquele sorriso engraçadinho dele.

— Ei! — reclamei de brincadeira. — Só pra eu ter aulas com você, né? Humm, que esperto. Tenho desconto?

— Você é uma aluna especial — respondeu galante e nos beijamos um pouco, porém, nos separamos logo.

Ah, já sei!

— Quer ir um pouco pra varanda? Tá um pouco abafado aqui dentro. — O puxei pela mão e fomos até lá.

A verdade é que eu fiz isso porque sabia que o Lys não se sente muito à vontade em festas cheias de gente assim. Era melhor ficarmos um tempo sozinhos, em um lugar mais calmo.

Ele parou e apoiou os braços na sacada, observando a rua lá em baixo. Enquanto isso, eu observava ele. Nem acreditava que íamos casar! Parece que foi esses dias que eu estava sendo pedida em namoro. Hoje, de longe, não era mais acanhada que nem naquela época...

— O que foi? — Lys perguntou e vi que ele estava me olhando. Passou o braço pela minha cintura e me trouxe para mais perto dele. Apoiei as mãos na sacada. — Parece um pouco... Contemplativa hoje.

Encostei a cabeça nele, sentindo seu perfume e me permiti lembrar mais um pouco.

— Só nostálgica. — Olhei pro céu estrelado. — Finais têm um gosto agridoce. — Então olhei para ele. — Estava me lembrando de tudo que vivi aqui. Parece que tá tudo acabando, uma sensação de encerramento...

— Alguns finais são apenas o início de novas histórias. — O encarei com uma sobrancelha arqueada. Claro, sempre filosófico.

— E algumas histórias podem se estender mais um pouquinho.

Fechei os olhos e Lys entendeu o que eu queria dizer, juntando seus lábios aos meus. Era apenas o início de uma nova vida.

...

Bia

Fechei a porta do apartamento depois que Nathaniel passou por ela.

— O que você vai fazer? — Ele começou a rir, encostando as costas na parede.

— Na verdade, nada. Eu queria conseguir falar sem precisar gritar. — Ri e fiquei na frente dele, colocando as mãos para trás.

— Você tá com cara de quem vai aprontar.

Dei um sorriso travesso, sentindo um friozinho no estômago. — Okay, okay. Eu estava pensando esses dias... Você sabe que a Ester vai morar com o Lys, né? E logo a Stelfs vai voltar pro Castiel.

— Sei — respondeu meio desconfiado, meio curioso.

— Eu sei que você estava procurando um apartamento pra se mudar e... — Acabei rindo. — Eu estava pensando se... você... não gostaria de fazer um test drive morando comigo. — O olhei.

Nathaniel paralisou com um sorriso na boca. — É-é sério?

— Sim. Minha mãe me ligou esses dias e disse que ela e meu pai passarão o apartamento pro meu nome, então... agora ele é meu. — Dei de ombros. — E nós dois estamos trabalhando...

Fui interrompida por um abraço de urso dele. Minha cara estava colada em seu peito.

— Eu realmente não esperava isso... Eu achei que você não fosse querer morar junto tão já — falava surpreso, perto do meu ouvido.

Cerquei sua cintura com os braços. — Bom, por isso falei test drive. Pra vermos se não vamos sair no tapa por sapatos pela casa ou panelas sujas de carne.

Ele riu e se afastou um pouco, colocando as mãos na minha cintura. — Entendi. E se sairmos no tapa? Você me bota pra fora e eu me viro nos trinta para conseguir outro apartamento?

— Exatamente. — Sorri, brincando.

— Hm... — Olhou pra cima, pensando. — Acho que podemos tentar, então. Prometo que tentarei não deixar os sapatos pela casa e nem panelas sujas de carne na pia. — Me olhou sorrindo, divertido.

— Tá, eu vou fazer um contrato depois e você assina. — Fiquei na ponta dos pés e o beijei.

Nath retribuiu o beijo e ficamos nisso por uns minutos.

— Tudo bem. Esperarei seu contrato. Podemos fazer uma reunião — sugeriu.

Mordi o lábio de baixo, tentando não sorrir. — Certo. Vou ver na minha agenda e te aviso.

— Ok. — Segurou o riso.

Acabamos rindo juntos, balançando a cabeça daquela ceninha profissional.

Demos mais alguns beijinhos e voltamos para dentro.

...

Ester

Cantamos, nos divertimos, comemos, nos despedimos. Tudo isso em uma noite.

Eu e o Lys trocávamos um último beijo no corredor.

— Preciso ir dormir. — Finalizei com um beijo rápido, antes de me separar dele.

— Bons sonhos. — E retribuiu o selinho. Eu ri.

Ele foi para o apê dele e eu entrei no meu. Fechei a porta e encostei as costas nela. Bia recolhia os copos de plástico espalhados pela casa e Stelfs dava um jeito na comida que sobrou. As duas olharam pra mim. Abri os braços e fui me aproximando delas.

As duas foram até mim, com a Stelfs berrando um “finalmente!” e nos abraçamos. Ficamos um tempo em silêncio. Tudo estava silencioso naquele lugar.

— Nem sei como me sentir depois disso. Parece até um sonho. — Fui a primeira a comentar.

— Tô feliz agora, mas acho que depois vou ficar triste — Bia soltou essa e rimos, nos separando em seguida, mas ainda olhando uma pra outra. Eu sorria nostálgica, pensando em todo o tempo de convivência que tivemos. Realmente, ia sentir falta disso.

— Eu na vida. — Soltei uma risada alta, sendo seguida da Stelfs. Ia continuar falando dos meus sentimentos com finais, quando a Stelfs interrompeu, pegando um copinho que estava largado no braço do sofá.

— Achei que esse dia nunca ia chegar. — Ela parecia perdida em pensamentos, enquanto brincava com o copinho na mão.

— Desse jeito até parece que você quer ir embora... — Cruzei os braços e me encostei na Bia, que estava parada ao meu lado.

Stelfs soltou um suspiro cansado.

— Gente, eu amo vocês, mas não aguento mais namorar à distância.

Eu e Bia trocamos olhares.

— Mas aí é a gente que vai ter um relacionamento à distância, Stelfs. — Bia apareceu com essa rindo e eu segurei o riso.  

— Assim você me complica. — Até Stelfs estava rindo um pouco.

— Ela só tá mandando a real, Stelfs — falei em um tom mais baixo e balancei a cabeça, rindo das duas.

— Só te perdoo quando você vier nos visitar. — Bia cruzou os braços sorrindo e eu fui me sentar no outro braço do sofá, olhando a noite pela porta da varanda.

— Bem, ainda vamos ter tempo. Nem sei se vou tentar mesmo o mestrado. — Stelfs riu.

Tempo. O tempo passava e a vida seguia, com todo mundo se formando e indo embora. O tempo passava e eu não queria seguir. Era presa a certos momentos, porém precisava me desprender deles.  Uma nova vida ia começar e eu precisava disso. Precisava de renovação.

E as pessoas que você gosta vão continuar lá, Ester. Não tem porque se sentir assim.

— Bom você aí, toda contemplativa, Ester. — Olhei pra Stelfs, voltando ao mundo real. Sorri fraco e voltei a olhar pra frente.

— Só tô meio sei lá com tudo isso. — As duas ficaram “que?” e eu suspirei. — É que foram quatro anos aqui e tanta coisa aconteceu. Daí desde que entreguei meu TCC tô com essa sensação. Meio nostálgica, feliz... Um mix de feelings. — Suspirei. — I don’t like endings. — Soltei essa, me lembrando de Doctor Who e do Doutor com seu sentimento sobre finais. De certa forma, me sentia um pouco como ele quanto a isso.

— Tá batendo a bad, Ester — Bia brincou e eu ri.

— Sei lá se isso é a bad. — Sorri sem graça. — É só uma sensação, de que tudo tá acabando e todo mundo vai embora e nada vai ser como antes. — Olhei pro lado e vi Bia sentada na beira do sofá. Stelfs conseguiu se sentar ao meu lado no encosto do móvel. — A verdade é que eu fico pensando em como vai ser a seguir.

— Bom, com certeza vai mudar, mas quando bater a saudade, é só todo mundo passar umas férias aqui. — Bia me lançou um sorriso reconfortante e eu retribuí.

— Eu vou continuar morando do seu lado, criatura. — Ah sim, depois do casamento, que aconteceria em breve, eu e o Lys moraríamos no apê dele. Kentin só teria apenas mais um semestre na faculdade, então se mudaria em breve também. — A gente pode fazer “férias” todo final de semana. — Todas nós rimos. — Mas vai ser diferente, sabe?

— Não, não sabemos. — Mandei um olhar enviesado pra Stelfs.

— Diferente porque vamos ter responsabilidade, Stelfs. Até o momento éramos universitárias, onde nosso maior objetivo era nos formar e pegar o diploma. Mas e agora? Qual nosso objetivo? Conseguir um emprego? Iniciar uma família? Entende quando eu digo que é uma nova fase? Nada vai ser mais o mesmo. — Terminei esse meu momento filosófico, deixando duas amigas me encarando como se perguntassem em silêncio: ela tá bem?

— Não, não vai. — Stelfs foi a primeira a se manifestar. — Mas a gente não tava do mesmo jeito quando saímos do Ensino Médio? E olha só onde chegamos! Entramos pra faculdade e até arrumamos namorados. — Demos risadas baixas. — Ah, eu também tô assustada com tudo isso. — Stelfs confidenciou e eu a encarei, tentando analisar sua expressão. — Mas, sei lá. Por que não pensar que é justamente esse novo que é o mais legal?

Renovação.

As meninas me olharam estranho e vi que eu tinha pensando em voz alta.

— Renovação. É disso que a gente precisa. É disso que eu preciso. — Comecei a bater os pés no sofá, enquanto os balançava. — Talvez eu só esteja sentindo um medo do desconhecido, sabe. Só... — Dei de ombros. — Sei lá. Eu sou estranha.

— Você não é estranha, Ester. — Stelfs colocou a mão no meu ombro, em um gesto de conforto. — Só tá com medo do desconhecido. É normal isso.

Okay, cá entre nós, provavelmente era isso. Não adiantava eu fazer inúmeras filosofias sobre tempo e renovação. O que mais me incomodava era isso. Um incômodo lá no fundo, de que agora viria uma nova fase da vida e eu não saberia como seria.

— Mas mesmo assim, Ester. — Bia finalmente começou a falar, no meio a todo esse momento de filosofia. — Nós vamos viver essas novas fases juntas. Então, se rolar treta, ainda estaremos juntas pra falar sobre elas.

E todas nós voltamos a rir.

Isso era verdade. Apesar de tudo, apesar de não saber o que viria pela frente, eu ainda contaria com elas. Mesmo que cada uma fosse viver sua vida, morar em outro país, casar ou fazer o que quer que fosse. A união não acabaria.

A vida se renova. A partir de agora iniciaria uma nova fase. Mas Bia e Stelfs estariam participando dela, mesmo que estivessem ali, bem no cantinho, estaríamos juntas.

— Quer saber? — soltei de repente e me levantei. — Acho que já deu de filosofias, né não? Vem cá vocês.

Abri os braços, esperando pelo abraço das duas. Nos abraçamos e começamos a rir.

Começaria uma nova fase a partir de hoje, mas eu não estaria sozinha nisso. E também não as deixaria sozinhas. A amizade não era um laço tão fácil de acabar. Ela também se renova.


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Notas finais do capítulo

Bia:
Aaaaa essas meninas, viu ❤ Como não se emocionar com esse momento? É quase como se estivéssemos vivendo tudo isso :')
Nos vemos quarta o/
Ester:
Acho que tem um olho na minha lágrima -q E aqui terminamos a vida estudantil das meninas. A partir de agora, começa um novo ciclo na vida das meninas e o que eu chamo de "fase 2" na fic.
Parafraseando uma frase de Doctor Who: tudo acaba e é sempre triste. Mas tudo começa de novo também e é sempre feliz.
Obrigada, povo, por estarem aqui com a gente esse tempo todo.
Vamos pras musicas dessa one?
Temos Dust in the wind, do Kansas, a mesma que eu cantei nas notas e o Armin berrou no karaokê: https://youtu.be/lQem15Ow6hw
E Lost in Paradise, do Evanescence, pra esse final todo emotivo: https://youtu.be/NEVmIYfoTDE
Por hoje é só, pessoal! Quarta feira voltamos, nessa nova fase da vida das meninas. Até lá o/
Stelfs:
Ahhhhhhhhhhhhhhh, o que é esse momento de colegagem? :’)

Eu simplesmente adoro quando as três param para conversarem entre elas. Foi muito gracinha. E Stelfs, tadinha, ficou sem Castiel dessa vez, HAHAHAHAHAHA. Mas a gente perdoa ele, já que nosso Sr. Cabeça de Tomate/Batata precisou ficar em LA! Kkkkk Bom, não sei se vocês estão se perguntando porque não teve pov’s da Stelfs, mas vou explicar mesmo assim, kkkk. Quando as meninas surgiram com a ideia da formatura, eu disse a elas que eu não tenho saco para escrever festas... [eu sei, eu sei... a do Castiel foi exceção :B], então, acabei não entrando na rodada. No mais, é isso. Nos vemos na próxima one. Bacione :}



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