A Arma Escarlate - O Duplo Aniversário. escrita por NahHinanaru


Capítulo 1
O Duplo Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, foi trabalhoso criar essa One-Shot, se puderem comentem sobre o capitulo se gostarem, para poder me incentivar a escrever mais.

Aproveitem o Baile, Senhoras e Senhores.



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Está vendo aquele rapaz ali? Com feições sóbrias, porem com certa impaciência, ao lado da mulher com postura firme e vestido vermelho, conversando com um senhor? Bem ali, próximos a mesa de flores? Sim, aquele rapaz sou eu, Virgílio OuroPreto.

Eu normalmente gosto de acompanhar minha mãe nesses eventos da alta sociedade bruxa. Hoje por exemplo, era um jantar especial para apresentação e aniversário de 18 anos das filhas de um dos maiores bruxos magnatas do Brasil, Reginaldo Torres, um empreendedor, que começou sua carreira na Europa, formado pela escola magia e bruxaria de Hogwarts, consagrado aluno da casa Sonserina, abrindo uma das maiores boticas de lá. E veio para o Brasil abrir filiais por todo o país em busca de mão de obra barata do país.

Habitualmente eu gostava bastante de estar em ambientes como este, cheio de regras, padrões e tradições, tentando impressionar as pessoas com a minha educação e orgulhar minha mãe, só que hoje eu estava incomodado e impaciente com a mancha de suco de uva na minha camisa branca, essa mancha que foi deixada pela garota mais desastrada da Korkovado que ao tropeçar derramou em mim.

Eu estava com pouco tempo, tentei limpar toda a roupa antes de sair mas a mancha não saiu completamente, apesar do colete e do morning coat, eu estava cismado que iam reparar a camisa manchada, cansado de estar paranoico a ponto de não estar prestando atenção em nada a minha volta, resolvi ir verificar em algum espelho.

— Com licença, Sr. Humbert, Mãe. - com o consentimento de ambos fui até o banheiro, tentar limpar o resto da mancha, graças à aquela destrambelhada da Nádia eu descobri que até com magia é difícil remover manchas de suco de uva.

Depois desse estrago, ainda me pediram para eu aparecer na festa surpresa dela, eu disse que talvez eu aparecesse mais tarde. Como eu não sabia que iriam me obrigar a ir, eu já tinha marcado com a minha mãe o evento de hoje. Eu poderia simplesmente ter recusado o convite para o aniversário de Nádia, seria mais fácil, eu nem ao menos gostava tanto assim dela para valer o esforço, afinal ela me tira do sério, até quando ela não faz de propósito ela tá ali me atormentando, a prova disso é essa mancha maravilhosa na minha camisa. Arrumei novamente o colete tentando esconder o resto da mancha e ajeitei meu morning coat para não repararem, apesar de me olhando no espelho não ver nenhuma mancha aparente, eu ainda estava neurótico com ela. Essa mancha era como um lembrete interminável do aniversário dela, ela nunca esqueceu um meu, eu não poderia e nem conseguiria esquecer o dela hoje, graças a essa mancha, eu teria que ir, mesmo que no final da festa, para estar com a consciência livre de culpa. Me ajeitei irritado e voltei para minha mãe que ainda conversava com o colega dela.

—Ah, Virgílio, aí está você, Dr. Eugênio estava me contando que você deve conhecer uma das gêmeas aniversariantes.

—Sim, a Cristiane, lá de Tordesilhas, ela já esteve em outras reuniões como essa, você deve se recordar. - respondi sorrindo enquanto me servindo de uma taça com água.

—Não, meu rapaz, já tive prazer de conhecer Cristiane uma jovem adorável, ela e o noivo dela, devo acrescentar, um bruxo respeitável. Estou falando da outra filha de Reginaldo.

—Por que conheceria? Senhorita Torres mesma já me contou que ela não gosta desse tipo de evento por isso o pai delas nunca a traz. É uma surpresa para mim tanto quanto para vocês a presença dela hoje.

—Verdade, além do mais, meu filho não conhece muitos alunos da Tordesilhas. Desde que vetaram o projeto de intercâmbio, Virgílio não saiu muito da Korkovado. Raras exceções. - sorriu cumplice para mim, apertando de leve meu ombro, minha mãe que sabia das coisas que eu fazia em meus tempos livre. Eu nunca gostei de esconder coisas dela.

—Muito pelo contrário Senhora OuroPreto, eu soube que a outra filha de Reginaldo é aluna da Korkovado também, e observando a idade de seu filho, talvez até estudem juntos. – respondeu Eugenio Humbert.

Tentei pensar em qualquer uma aluna com o sobrenome Torres, e nada.

—Desculpe decepcioná-lo, mas não recordo de nenhuma moça da família Torres em minha classe.

—Uma pena, soube que ela é uma das melhores alunas em alquimia, mesmo que não seja aprendiz de Rudji ou qualquer outro professor da área, o próprio Reginaldo se vangloriou disso outrora, suas duas filhas, uma excepcional bruxa, educada e com um brilhante futuro pela frente e sua outra filha alquimista e ágil, Senhor Torres sempre faz questão de se vangloriar das filhas. Um pai maravilhoso e orgulhoso evidentemente. – riu o homem segurando a barriga.

—Impossivel. – eu ri, só existia uma única bruxa na Korkovado que era excepcional em alquimia e não tinha vocação para receber ordens por conta disso foi recusada por todos os professores. – Eu só conheço uma pessoa assim, mas o sobrenome dela não é Torres, nem ao menos postura ela possui, é um completo desastre.

—Virgilio! – minha mãe me repreendeu.

—Me desculpe, mãe. – eu respondi com naturalidade ainda achando graça da piada.

Ela, Nádia, e tudo que envolvia ela na história, eram uma das únicas coisas que eu me recusava a contar para minha mãe, era degradante demais ter uma garota que não conseguia andar cinco passos em linha reta sem tropeçar ou destruir alguma coisa a sua volta, e por sempre me perseguir como uma maluca, as coisas que ela destruía normalmente eram as minhas coisas, minha camisa é a prova viva disso, se minha mãe soubesse das metades dos problemas e momentos constrangedores que ela me colocava, nunca me repreenderia, provavelmente concordaria comigo.

—Você bem que poderia ir falar com Cristiane, filho. – disse Senhor Eugenio de forma informal para mim. – A irmã dela pode estar junto. É uma ótima oportunidade de conhece-la.

Eu fiquei meio sem jeito com o comentário, eu sabia o que ele queria dizer com aquilo. Eu não era nenhum alpinista social, muito menos um galanteador, ou mesmo um galinha como o Viny, eu só era eu, por uma parte eu queria saber quem era a irmã de Cristiane, só para ter certeza que seria uma garota comum, que provavelmente eu nunca ao menos teria reparado, e ficar amigo de uma moça inteligente como disseram, e não a confusão em formato de garota.

Eu então olhei suplicante para minha mãe e ela riu, ela me deu de ombros, bufando e vencido pela malícia de Eugênio e a curiosidade de minha mãe, lá fui eu em busca da aniversariante misteriosa.

Já tinha andado a festa toda, quando um grupo de senhoras rindo alto alcoolizadas, me puxaram para dançar, tentei me desvencilhar constrangido, por azar acabei perdendo o equilíbrio e por consequência  esbarrando em um homem barbudo usando uma cartola segurando uma taça de vinho, e deixou cair todo o vinho em mim, ele pediu perdão, enquanto eu tentando remover mais manchas agora não só da camisa como da minha vestimenta toda, tentando me secar com mágica, dei alguns passos para trás meio desorientado e acabei tropeçando em um degrau e caindo pateticamente de bunda no chão.

Senti meu rosto esquentando, eu não sabia ao certo se era vergonha, humilhação ou raiva, me levantei com elegância mesmo banhado em constrangimento, me afastando dos cochichos e risadas a minha volta, saí dali com passos pesados, me escondendo em um dos corredores tentando me arrumar da melhor forma possível, quando ouvi uma voz conhecida.

—Eu não vou usar esse vestido cor de rosa Cristiane!

—Você prometeu que comemoraria nosso aniversário juntas!

—Exatamente, você disse certinho querida, comemorar juntas, não vestindo essa coisa ridícula! – Nádia resmungou.

—Esta bem então, escolhe outra cor. – resmungou Cristiane inconformada.

—Preto! – pude até visualizar o mesmo sorriso travesso que ela dava sempre que me obrigava a fazer algo que ela queria.

—Nem morta que eu vou comemorar meu aniversário de 18 anos de preto! Branco então?

—Não, não, branco não. – resmungou a agora ruiva Nádia.

—Branco sim, não é rosa, não é preto, além do mais eu deixei você continuar com seu all star vermelho, guria. – eu então espiei e vi Cristiane com sua varinha trocar a cor do vestido rosa, para branco.

—Ai estou linda! Você também está maninha, não tanto quanto eu, é claro, mas está. – riu Cristiane mudando todos acessórios que ficaram brancos para rosa.

—Que ótimo, além de estar parecendo uma noiva patética, tenho que ouvir um disparate desse! É obvio que eu sou a mais bonita de nós duas. – riu Nádia repetindo os movimentos da irmã e mudando todos os acessórios dela para vermelho e preto.

—Vamos, meu noivo está me esperando, vamos descer pela escada como naqueles livros de romance que....

—Meu deus que cafona. – choramingou Nádia

—Você deveria me agradecer por deixar você e sua amiga lindas e maravilhosas. – Eu achei estranho, que amiga?

—Só me diz que eu não vou precisar valsar também. – resmungou Nádia tentando arrancar um grampo do cabelo. – Você colou isso no meu cabelo?

—Mágica irmãzinha. – pude ver Nádia revirando os olhos. – E sim, você vai valsar também, um amigo meu concordou em te tomar para uma dança, não vai derrubar ele durante ela.

—OLHA SÓ! SE NÃO TEMOS UM CACIQUE BISBILHOTEIRO. – ouvi uma voz logo atrás de mim, que me fez dar um pulo de susto era Stephanie a melhor amiga e colega de quarto da Nádia, que tinha sua varinha cutucada entre as minhas costelas.

Eu saí constrangido de trás da pilastra, quando Nádia me viu ela puxou Cristiane e se escondeu de trás dela com o rosto vermelho de vergonha.

—O Q-QUE? O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? SAI DAQUI, FECHE OS OLHOS NÃO ME VEJA ASSIM! – gritou Nádia furiosa.

—T-ta bom. – respondi, ficando reto e fechando os olhos em posição de sentido.

—O que você está fazendo aqui? – perguntou Stephanie.

—Eu fui convidado oras!

—Quem te convidou? – reconheci a voz de Nádia.

—Eu. – respondeu Cristiane. – Eu não sabia que Virgílio OuroPreto conhecia minha irmã gêmea, que maravilhosa surpresa.

—Vocês não são nada parecidas. – comentei tentando abrir os olhos recebendo uma cutucada de Stephanie com a varinha, recompondo minha postura inicial. – E eu não sabia que a estrambelhada agora tinha segurança particular. – Alfinetei Stephanie.

Nádia era baixinha e com olhos verdes acinzentados seus cabelos eu não sabia a cor original já que ela vive tingindo o cabelo da cor que dá na telha, já Cristiane era alta, olhos castanhos e cabelos loiros.

—Meu deus, o que aconteceu com você? – finalmente Nádia percebeu que eu estava completamente coberto de vinho. Ouvi o farfalhar do vestido dela se aproximando de mim. Pela respiração podia apostar que ela estava perto de mim, perto até demais.

—É vinho? – ela segurou meu morning coach e cheirou – Cheiro de Virgílio e vinho, gostei, você está uma bagunça, o que aconteceu?

—A culpa é sua, sempre que ocê se intromete na minha vida é isso que acontece. Essa maré de azar. – reclamei.

—Assuma suas responsabilidades, eu vi você tropeçando e caindo na frente de todo mundo. Com toda vergonha que “ocê” sentiu veio nessa direção, foi assim que te encontrei curumim, bisbilhotando as meninas. – Stephanie disse batendo com a varinha em minha cabeça.

—EEI! – me encolhi pra desviar de uma possível segunda batida, ela tinha razão a culpa era minha e eu sabia, eu estava transtornado com a possibilidade de ela estar aqui e não prestei atenção no que fazia, essa era a verdade.

Ouvi um suspiro vindo de Nádia e ela disse:

—Não tem como evitar, você vai acabar me vendo com esse vestido patético cedo ou tarde, pode abrir os olhos. – abri lentamente os olhos tentando me acostumar com a claridade do corredor, a garota de cabelos vermelhos e amarelos estava parada bem a minha frente segurando sua varinha.

—Você podia ter escolhido algo menos problemático para limpar do que vinho, não acha? – ela sacou a varinha e sussurrando um feitiço as manchas foram saindo da roupa, ela prendeu a varinha na boca e desabotoou meu colete, e sorriu ao ver a mancha q ela deixou mais cedo ali, fraca, mas ainda estava ali. Eu devo ter ficado tonto com o cheiro de vinho que estava impregnado em mim, por que esse sorriso dela me fez ficar desconcertado, eu reparei o gliter contornando seus olhos, os lábios pintados de um vermelho cereja, minha perna ficou fraca de repente e eu me afastei um pouco. Apesar de não ser bem isso que meu corpo queria fazer.

Ela terminou de usar seu feitiço de limpeza e minha roupa estava como nova.

—Como você conseguiu limpar isso? – disse sorrindo verificando cada peça de roupa e abotoando o colete novamente.

—Quando você não é capaz de dar um passo sem tropeçar ou quebrar um osso, você aprende alguns truques de sobrevivencia para continuar inteira até os 18 anos. – comentou ela com dificuldade de colocar a varinha encaixada no tênis. Eu fiquei tentado a dizer que iria quebrar aquela varinha ali, pela trilhonésima vez para ela, mas deixei pra lá.

—Tudo bem então, feliz aniversário meninas. – resolvi fugir dali antes que eu começasse a achar Nádia interessante, me virei abruptamente e dei de cara com uma Stephanie emburrada, que pela primeira vez a vi desde que ela ficou me cutucando. Ela até que estava jeitosinha, usando um vestido verde marinho e pulseiras douradas nos braços. - Até mais, segurança particular. – alfinetei por último, antes de voltar para minha mãe.

—Virgilio esper... – ouvi Nádia me chamando, mas algo em mim estava me alertando que era melhor eu me manter bem longe dela, com essas roupas e todo aquele brilho e entusiasmo que só essa garota sabia ter, esse era meu universo, ela não podia invadir dessa form... Foi então que eu percebi algo, que não tinha caído a ficha ainda, era o aniversário dela, com a irmã dela que eu nem ao menos sabia da existência, a festa feita pelo pai dela, o mesmo homem que sempre escondeu a existência da filha pra todas pessoas bem vestidas, e hoje, ela estava aqui, por que a irmã dela pediu, não por que ela era uma filha querida, esse universo era tão dela quanto meu, apesar deste mesmo universo renegar ela.

Eu cheguei até minha mãe e Dr. Eugenio, eles me olharam preocupados. Constatei que realmente todo mundo viu o desastre que eu causei procurando a ruiva.

—Virgílio, você está bem? – minha mãe perguntou me olhando de cima abaixo.

Eu confirmei com a cabeça, e respondi:

—Doutor Eugênio tinha razão, eu conhecia a outra Torres. – concluí sorrindo meio sem graça, logo voltando para minha seriedade. – Acho que preciso tomar um ar fresco.

Fui até a varanda, me encostei no parapeito e fiquei em silencio refletindo sobre tudo que acabou de acontecer, tirando o vexame da minha queda, eu ainda estava perturbado com aquela garota, eu nunca tinha notado o quanto ela era bonita com aquela mistura de uniforme com roupas azêmolas amarrotadas e cabelo completamente bagunçado, ela estava maravilhosa, ela sempre me causou desconforto, constrangimento, eu sempre confundi com repulsa, e agora estava eu aqui, questionando se esse sentimento na verdade era somente contrariedade, inconformado de estar atraído por uma garota que me traria tantos problemas.

—Te achei! – Seus cabelos estavam um pouco desalinhados, ela estava segurando a barra do vestido para não tropeçar e estava ofegante. – Por que você saiu andando daquele jeito?

—Eu gostei do seu vestido. – respondi somente.

—Você saiu andando por que gostou do meu vestido? – riu ela. – Depois eu que sou a estranha.

—Não, não foi isso, eu só estou te elogiando mesmo.

—Pera, parem o mundo que eu quero descer! Eu estou recebendo um elogio do grandessíssimo Virgilio OuroPreto!? Que honra. – riu ela tentando subir no parapeito para se sentar, eu ri da piada e a ajudei sentar ali sem cair, a saia do vestido atrapalhava à beça mas consegui, não sei o que deu em mim quando acompanhei ela na varanda.

Olhei para baixo, nossos pés estavam somente a um metro do chão, o que foi de grande de alívio, sabendo que estava lidando com Nádia, lugares altas não eram recomendadas.

Ela estava olhando para nossos pés também. Aquele tênis vermelho dela que balançava para frente e pra traz, e meu sapato social cruzado e parado.

—Você não quer me perguntar nada? - ela quebrou o silêncio.

—Querer, eu quero, mas acho que não faz diferença. - respondi olhando para ela que ainda mantinha os olhos presos nos pés. - Afinal, eu já vi onde você mora no dia em que você me obrigou ir lá para São Paulo com você. Como assim você é filha de Reginaldo Torres e mora naquela casa?  Não que seja um problema para mim, mas é estranho. Além do mais, e essa sua irmã? O que vocês têm de parecidas? Nada? Além do mais, por que você fica tão irritantemente linda quando está com o cabelo penteado?

Eu vi um sorriso sem graça brotando em seus lábios.

—Meu pai prefere fingir que eu nunca existi. Eu só vim porque minha irmã implorou para nós dois. Meu cabelo é da mesma cor que o dela e algumas feições, além do tom cor de papel da nossa pele. Ela mais que eu. Afinal a Korkovado não deixa. - ela riu olhando para mim por fim. - eu odiei meu cabelo assim.

Eu gargalhei com a observação final.

—Gostos opostos realmente, porém eu concordo com você, aposto que o vestido preto em você teria ficado melhor.

—Eu disse para Cris. Eu fico melhor com cores escuras! Mas ela me escuta? Não! Parece uma mula empacada! Quando coloca algo na cabeça nada tira de lá.

—Igual você. - rebati e ela revirou os olhos sacudindo a cabeça em negação.

—Eu tenho que ir, ela quer uma entrada de princesa ou algo assim, não entendi direito. Se fosse por ela nem poderia ter vindo atrás de você. - ela parecia muito contrariada com toda aquela encenação de família "perfeita", estava muito evidente, apesar de querer ajudar ela a se sentir melhor, eu aceitei que ela teria que voltar.

Me levantei primeiro e fui ajudá-la a descer de cima dos balaústres, com certa dificuldade ela virou as pernas para dentro, segurei a mão dela para ajudá-la e ao pular perdeu um pouco o equilíbrio com o impacto e veio de encontro com meu tórax, por instinto eu a abracei para segura-la, nossos olhares se encontraram, aqueles enormes orbes verdes brilhantes, eu não conseguia compreender como aquela garotinha formidável tinha interesse em mim, Virgilio OuroPreto! Mas lá estava ela de novo me olhando como se eu fosse a pessoa mais incrível do mundo. Meu estômago revirou com o arrepio que subiu pelo meu corpo como um calor saindo por todos meus poros. Meu rosto estava pegando fogo. Ela fechou os olhos, eu me aproximei meu rosto do dela, “NÃO VIRGÍLIO, não faça isso!” rapidamente mudei a trajetória para testa dela e a beijei ali suavemente.

Quando me afastei meio sem jeito, o rosto dela estava vermelho, e seu sorriso ia de ponta a ponta, ela queria falar algo, mas não saia nada de seus lábios além de balbucios estranhos, quando ela desistiu de falar, apontou pra porta e foi naquela direção saltitante esbarrando em alguém, e por acaso este alguém era... MINHA MÃE QUE ESTAVA NOS OBSERVANDO?

Esta que sorriu travessa dizendo:

—Não irá me apresentar sua amiga, filho?

Nádia arregalou os olhos assustada ao ouvir ela falar “filho”, e começou a gaguejar um:

—O-o-o-oi se-senhora OuroPreto. - suspeito que Nádia só não gaguejou no “OuroPreto” porque era o meu sobrenome também. Eu senti vontade de rir do constrangimento dela, mas eu estava tão sem jeito quanto.

—Ela é a Nádia, Nádia Lima.

—Você nunca me disse dela, queria guardar só para você? - minha mãe debochou de mim.

—Prazer em conhecê-la. - disse minha mãe estendendo a mão para um cumprimento formal que Nádia aceitou.

—Prazer, sou Nádia Lima Torres. - ela nunca mencionou esse terceiro nome para ninguém na escola, nem mesmo para mim, a insegurança dela diante da minha mãe era evidente para ter essa atitude.

—A-ham t-tenho que ir, minha irmã está me esperando.

E saiu correndo, puxando a saia volumosa para não cair.

—Uma figura essa minha futura nora. - comentou minha mãe quando estávamos a sós.

—Nora? Mãe não fala besteira. - rebati contrariado.

—Ah Virgílio... - minha mãe veio até mim alisou meu rosto carinhosamente e continuou - ... Eu sou completamente capaz de ver quando meu próprio filho está apaixonado.

—Eu não estou.

—Está, e entenda, você não é da Guarda de Midas. Você é livre para amar quem seu coração desejar.

—Mãe. - eu ia negar, mas ela tinha razão - Essa garota bagunça tudo, só me traz problemas, não é prudente me apaixonar por ela nem nada desse tipo.

—Bom, esse é um problema que você vai acabar se acostumando, você não parecia muito incomodado com isso quando ela caiu em cima de você quase agora. - o sorriso sugestivo dela mudou pra uma gargalhada. - além do mais, nem mesmo você é imune a erros, tá todo mundo comentando sobre a sua queda, e vai por mim, isso não irá ser facilmente esquecido.

Eu massageei as têmporas irritado.

—Fica tranquilo, isso não é nada demais.

—Cê diz isso por que não é ocê. - bufei inconformado, não é fácil cair no gosto desses bruxos e bruxas diplomatas.

—Verdade - riu minha mãe. - Com a diferença que eu não me esconderia numa varanda. Eu encararia todo mundo.

Eu suspirei vencido e entrei no salão novamente, seguido pela minha mãe.

As luzes estavam baixas e existia um holofote focado no topo da escada, Reginaldo Torres estava fazendo um discurso sobre o apoio de todos seus sócios e como estava feliz de todos conhecerem suas queridas gêmeas.

—Quanta falsidade.

Stephanie pareceu meio sem jeito, deveria estar muito deslocada pra chegar ao ponto de vir jogar conversa fora comigo.

—Eu gosto dela, sabe? Ela é uma amiga muito importante para mim, eu sei que ela também é importante pra você. Mas ela está aqui forçada. E esse homem que já vi ser o motivo de muitas das lágrimas dela, está ali mentindo pra um monte de gente, fingindo que se importa com ela.

Eu concordei. Ela já tinha me falado que o pai dela também é ausente, como o meu. Eu também já a vi chorando por isso uma vez.

— Tá vendo aqueles dois paspalhos ali na ponta inferior das escadas? - Stephanie apontou com a cabeça. Eu concordei em silêncio.

—O da direita é o noivo de Cristiane. - confirmei, já conhecia o rapaz – E o loiro é um amigo da Cris. Ela contratou ele para dançar com a Nádia.

Eu encarei ela com olhos arregalados.

—Exatamente. Só que eu preciso te alertar de algo, antes de você tomar coragem parar ir trocar de lugar com ele...

Como ela sabia que eu iria tentar trocar de lugar com ele?

—...Nádia me pediu pra sabotar a valsa. - ela comentou com naturalidade.

—A valsa? - exclamei assustado.

—Silêncio! - Ela me repreendeu. - Então você tem duas opções ir lá e tomar o lugar dele mesmo assim e incentivar a loucura dela, ou deixar ela fazer tudo sozinha.

—Foi ela quem te pediu para me contar? - perguntei, e Stephanie negou com a cabeça respondendo:

—Foi ela quem me pediu para não te contar.

Ouvi então Senhor Torres exclamar animado:

—Senhoras e Senhores, minhas filhas:

Cristiane Blasius Torres e Nádia Lima Torres!

Uma salva de palmas.

As duas apareceram cada uma de um lado da escadaria. Cristiane tinha porte de Rainha, descia com maestria de anos desses eventos e vestidos, e Nádia tropeçava em todos os degraus que pisava, quando percebeu que não estava dando certo levantou as saias até o joelho e desceu correndo parar alcançar a irmã, arrancando risadas e deboches daquela plateia cruel, a mesma plateia que eu tinha sido alvo momentos atrás. Eu então tomei coragem e me enfiei entre as pessoas, cheguei no rapaz loiro que iria dançar com Nádia, e pedi para ele trocar de lugar comigo, ele parecia meio aliviado depois de ver a garota sendo motivo de deboche.

Ao se encontrarem no meio da escada deram as mãos e pude ver Nádia sussurrando algo para irmã.

Pude ver os lábios de Cristiane formarem um "por favor, não." e os de Nádia um " Desculpe, eu preciso".

Nádia se soltou de Cristiane foi até a ponta da escada fez uma reverência irônica e disse debochada e começou a falar:

—Senhoras e Senhores, espero que saibam que meu "querido" pai. - ela fez aspas com as mãos enfatizando o querido. - da tanta importância para vocês e a qualidade de seus produtos, quanto eu dou para essas regras idiotas. Muito prazer em conhecê-los, sou Nádia Lima, a filha renegada e abandonada de meu "pai".

Eu pude ver que Reginaldo tentou subir para impedir Nádia mas minha mãe entrou na frente do caminho. Eu ri, E percebi que Nádia desceu as escadas pelo corrimão largo de pedra, e do nada a música clássica que tocava se tornou uma música azêmola que Nádia vivia cantando na escola quando estava distraída, I love rock'n roll, cantada por uma tal de Joan Jett que ela vivia me falando. Quando Nádia chegou ao fim do corrimão se desequilibrou, me joguei na frente dela para ela não cair, ela deu de cara comigo e eu ri da expressão surpresa dela.

—Causando problemas?

—Um pouco. - ela riu sem jeito.

A tomei pelas mãos e comecei a girar com ela, e começou a entrar no ritmo da música com uma dança estranha que eu a acompanhei, ela começou a rir, e eu sabia que era porque eu estava ali entrando no ritmo dela.

Percebemos juntos que Cris estava descendo as escadas da mesma forma que Nádia. Ela veio até nós puxando o noivo dela que estava relutante.

—Eu sempre quis fazer isso. Uhuull! - Cris saiu pulando de uma forma esquisita igual a irmã. Eu achei graça da semelhança.

—Olha só, você é mesmo o cara que arruma os esquemas pra Stephanie. - riu Nádia olhando para outro canto do salão. - Não olha agora, mas ela está ali sendo cantada pelo amigo loiro da Cris, o que ia dançar comigo.

Virei discretamente e vi Stephanie com a mesma cara de brava, mas se o cara ainda estava ali era por que ela deixou. Stephanie era muito parecida comigo, com a diferença marcante que ela falava bem mais que eu. E pessoas como nós ou as pessoas amam ou odeiam, raramente existe um meio termo.

Eu sorri para Nádia e girei ela de novo.

Ela gargalhou e pulou no meu pescoço me dando um abraço sufocante típico dela, o que me fez cair no chão.

—Duas quedas no mesmo dia? Meu recorde.

Nádia riu e me deu um beijo estalado na bochecha o que me pegou de surpresa, fiquei sem reação por alguns segundos, o suficiente para ela levantar de cima de mim e estender a mão para me ajudar a levantar. Eu aceitei a mão dela, mas não para levantá-la, e sim puxá-la pro chão novamente. Nádia caiu toda estranha, atrapalhada com a saia enorme do vestido em cima de mim, eu alisei meu polegar delicadamente em seu rosto.

Nádia fechou seus olhos e choramingou:

—Por favor, que não seja mais um dos meus sonhos.

Por dentro eu estava rindo, e por fora calmo, me aproximei do ouvido dela sussurrando:

—Por favor que não seja mais um dos meus pesadelos.

Ela riu, quando eu beijei sua bochecha de volta, arrastei meus lábios suavemente até o canto de sua boca, nossos lábios estavam encostados carinhosamente, a respiração dela estava ofegante, nossa respiração estava no mesmo ritmo, senti sua boca se abrindo aos poucos, sem esperar qualquer outro convite, tomei seu rosto com vontade e a beijei, nem eu mesmo sabia que eu queria tanto isso, suas unhas arranhavam carinhosamente minha nuca, o que fez subir um arrepio por toda a extensão do meu corpo.

Foi então que pude ouvir Cristiane comentar:

—Eu não sabia que ela namorava Virgílio, seria melhor eles irem para algum quarto, não?

—Shiu, ela sempre quis que isso acontecesse, eu não aguentava mais a enrolação desses dois. - sussurrou Stephanie, porém não me impediu de ouvir.

—Caramba como ele demorou tanto pra ficar com alguém como ela? Ela não é nenhuma garota escultural, mas ela é mineira demais. - era o loiro.

Nós nos separamos e ela disse:

—Vocês sabem que estamos ouvindo tudo né?

Ela se levantou com dificuldade e eu me levantei em seguida com ajuda dela.

Senti o calor da mão de Nádia, ao toma-la para mim, enquanto ela apoiava sua cabeça em meu braco, reparei que novamente ela estava me olhando com aquele brilho naqueles enormes olhos verdes.

—Metade desses engomadinhos foram embora.

—Quem se importa? - eu disse para surpresa de nós dois.

Minha mãe veio toda alegre até nós. E disse toda feliz me abraçando:

—Finalmente você está crescendo!

Como assim crescendo eu sempre fui um cara responsável e dedicado.

—Obrigada por ajudar meu filho a viver um pouco. - riu ela abraçando Nádia.

—Olha não é por nada não, mas eu Virgílio e Nádia temos que voltar para escola. - disse Stephanie.

—Ah mas eu tô gostando de ficar aqui. - resmungou Nádia se apertando mais contra mim, eu suspeito que se fosse possível ela entrava dentro do meu corpo.

—Concordo com Stephanie, esta tarde. - concordei, lembrando da festa surpresa na Korkovado.

—Poxa, qual é o problema gente? É meu aniversário, não podemos ficar mais um pouquinho? - ela insistiu, se fosse em condições normais eu teria cedido ao pedido dela.

—Não. - Respondemos juntos.

—Droga. – a criatura estrambólica, também conhecida por ser a minha adorável Nádia, foi até a irmã e a abraçou. - vou sentir sua falta. Aparece lá na Kork qualquer dia desses.

Ela deu uma pequena reverencia seguida de um abraço em minha mae como depedida. E encarou o noivo de Cristiane:

—Um passo fora da linha e eu juro que vou até o inferno pra acabar com sua vida.

Ele arregalou os olhos e eu sorri, quando Cristiane disse para mim:

—A recíproca é a mesma Virgílio OuroPreto.

—Certo.

Depois de termos nos despedidos de todos fomos embora.

***

—SURPRESAAA!!!!

A primeira reação dela foi levar um susto ao se deparar com aquele monte de gente amontoado em uma mesa com um bolo caseiro no centro.

—Ai meu deus. - ela riu e continuou - eu não tô vestida pra isso.

—Nenhum de nós três está. - riu Stephanie de volta segurando o braço livre dela. A outra mão dela segurava a minha com força, como se eu fosse escapar dela. Devo admitir queria me soltar quando vi os pixies ali, Viny a qualquer momento ia notar isso. Foi só uma questão de tempo para no meio de tantos comentários ele vir até mim falando:

—Cedeu ao seu grande e verdadeiro amor Índio?

—Não amola Viny.

—Relaaaxa, falando em roupas, ela de branco, você todo pomposo aí com essas vestes, casaram foi? - provocou ele com sorriso malicioso apoiando o braço em meu ombro. Eu desviei o braço desequilibrando ele e falei um seco:

—Por que você não cuida da sua vida?

Ele gargalhou e foi atormentar a Caimana.

—Vocês estão namorando? - perguntou um amigo de Nádia.

—Eu n-não sei, podemos trocar de assunto Vini?

—Qual é o problema dos Vinícius dessa escola? - comentei próximo ao ouvido de Nádia, que riu da minha reclamação.

—ERIK! - gritou Nádia toda sorridente, ela se soltou de mim, e foi falar com um rapaz de óculos, magro e usando uma camiseta vermelha e azul com uma aranha desenhada no peito, o tipo de camiseta que eu sabia que deveria significar algo para os azêmolas, o que pra mim além de não significar absolutamente nada, era uma roupa de muito mal gosto. Nádia chegou até ele e o apertou em um abraço, devo confessar que esta atitude me incomodou, minha mão estava começando a ficar incomodamente vazia, eu juro que tentei não ir até eles, mas o rapaz começou a abraçar demais a minha Nádia. Uma coisa dentro de mim me obrigou ir até eles como quem não quer nada.

Nádia pulando freneticamente animada ainda por causa da surpresa, surtou ao abrir o presente que ele comprará para ela. Eu continuei não entendendo a conversa azêmola deles, mas pude ver que era um conjunto de canetinhas que ela ganhou. Ela estava tão agitada faltava pouco para chegar até eles dois quando vi que ela iria tropeçar no proprio vestido de novo, corri para pegar ela no ar.

—Oi. - eu disse sério.

Ela começou a rir.

—Você é muito atrapalhada Nádia. - Erik riu da situação.

Eu murmurei para mim mesmo irritado:

—Minha atrapalhada, mané.

Ambos olharam para mim, Nádia meio sem jeito, e o rapaz meio irritado, foi assim que reparei que falei mais alto do que eu pretendia.

—Ah então - começou a desconversar Nádia, sentindo o clima que se instalou. - A culpa é desse vestido ele ainda vai me matar vou lá me trocar.

— Eu vou com você. - ela me olhou vermelha, demorou um pouco para eu entender o motivo, quando notei tratei de me explicar. - Não, digo, eu vou me trocar no meu dormitório e você no seu, eu não estou dizendo que eu e ocê, eu não disse, quer saber deixa para lá.

Sai andando na frente e pelo farfalhar do vestido na areia da praia eu sabia que ela estava me seguindo.

—Virgílio espera!

Eu ignorei constrangido.

—VIRGILIO OUROPRETO! - ela gritou e eu travei, eu sabia que assim como eu reparei, todos devem estar nos olhando por conta do grito dela. Nádia segurou minha mão e continuou:

—Eu odeio esse vestido.

—O que tem? - perguntei.

—Quer ajudar a destruir ele? - ela sorriu com um olhar sugestivo.

Me vieram milhões de ideias em mente. Muitas delas eu não poderia falar em voz alta. Muito menos me permitiria antes de me casar. Mas ela estava ali. Me convidando para o que? Foi quando ela começou a gargalhar. Ela estava brincando comigo. Irritado eu disse:

—Eu vou destruir ele sozinho. - puxei ela por cima de mim e a joguei pelos meus ombros e corri em direção ao mar.

—Espera, não. Calma. - ela começou a gritar e espernear, eu ouvi umas risadas atrás de nós. Incluindo vindo do Viny gargalhando enquanto falava um "ISSO AI! MOSTRA QUEM É QUE MANDA INDIO, SEJA O MAIOR TROGLODITA DO TEMPO DAS CAVERNAS!!!", eu ignorei completamente e continuei correndo quando a água estava na minha cintura pouco me importando com a minha roupa cara, ou com todos os nossos amigos vendo isso eu a joguei na água mesmo com os protestos dela.

Ela levantou possessa gritando comigo:

—Você é maluco? Olha o que você fez! Molhou meu tênis! Ele nunca mais vai ser o mesmo!

Eu ri e alfinetei:

—Bem vinda ao meu mundo.

Agora ela sabia como eu me sentia quando ela agia assim, por impulso.

Eu me joguei na água ao lado dela, feliz. Eu percebi que grande parte das pessoas se jogaram no mar também, Caimana e Viny foram os primeiros.

Vi que Nádia estava meio atrapalhada tentando recuperar a varinha do tênis mas o vestido estava a atrapalhando.

Ela tentou rasgar o tecido sem sucesso. Nadei até ela e mergulhei para pegar a varinha de seu calcanhar, eu não resisti e toquei sua pele que estava mais pálida que o normal com a luz da lua refletida na água do mar, senti sua superfície tremendo quando meus dedos a tocaram meus dedos foram alisando o contorno de sua silhueta por debaixo da saia que flutuava na superfície até alcançar sua cintura encontrei os ganchos que prendiam todas aquelas camadas de tecidos no corpete que ela usava, e os soltei livrando ela daquele sufoco, quando emergi na superfície suas mãos estavam tampando seu rosto corado, sorrindo me sentindo vingado devolvi a varinha para ela.

Envolvi meus braços em sua cintura novamente, não estava mais me importando com quem estava ou nao ali vendo tudo que estava acontecendo, mordisquei o lóbulo de sua orelha antes de falar:

—Viu como ser provocado é bom? – eu ri e completei. - Feliz aniversário.

Ela suspirou ao meu ouvido, ela já estava fora de ritmo fazia algum tempo, meio sem jeito respondeu:

—Eu posso me acostumar com isso - antes de puxar meu rosto contra o dela e me presentear com o melhor beijo da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ♥ Obrigada por lerem até aqui ♥



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