Além do Castelo escrita por LC_Pena, SpinOff de HOH


Capítulo 4
Capítulo 4 Castelobruxo/Beauxbatons


Notas iniciais do capítulo

Só estou postando hoje, porque é meu aniversário e eu quero meus parabéns!

Okay, mentira, eu ia postar hoje mesmo que não fosse essa data maravilhosa, porque tem muita coisa para acontecer nessa fic e não dá pra ficar enrolando, são só 4 meses!

Observações do capítulo: as passagens em francês que não foram traduzidas é por causa de Fred, que não sabe o idioma, culpem ele!

Enjoy.



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Pavilhão dormitório 2, quarto 17, Castelobruxo, 01 de setembro de 2021

Tony havia encontrado na bagunça do seu malão, uma camiseta de banda de rock trouxa que havia roubado de Cesc na última visita a Espanha e não fez questão alguma de demonstrar pudor para os invasores de seus aposentos. 

A garota com heterocromia não pareceu desconfortável, diferente do garoto-quase-garota, que desviou o olhar e de Clara, que fez um aceno apreciativo com a cabeça assim que ele tirou a camisa formal e o colete com os quais havia chegado no Brasil. 

Terminou de se trocar e os três ainda continuavam plantados no seu quarto minúsculo, como se estivessem esperando algum acontecimento extraordinário.  Tony teria revirado os olhos, se o tal evento não tivesse começado a se desenrolar bem diante de seus olhos:

A gaiola de Joystick, sua coruja, se abriu sozinha e a criatura até ficou levemente confusa com a liberdade repentina, mas foi só brevemente, já que um rato suculento apareceu no beiral da janela, atraindo-a para o lado de fora sem demora.

— Não me diga que vocês estão com uma infestação de ratos! - Tony apontou para a janela em forma de trapézio por onde os dois animais haviam saído. Era só o que o faltava!

— Não seja ridículo, me deu um trabalhão transformar aquele sapo em um rato para a sua aberraçãozinha comer! - A garota que havia saído intempestivamente gritando em português há alguns minutos irrompeu novamente no quarto, como se nunca tivesse saído correndo.

— Por que se deu ao trabalho? Eu não te pedi nada, nem te conheço! - Tony sabia que podia ser bem rude quando queria, mas aquela cara ofendida da garota não o convenceu. – Essa é mais uma da gangue, Clara?

— Pode-se dizer que eu sou a líder da gangue, Alissa Martins, o prazer é todo seu. - Ela estendeu a mão com arrogância e Tony beijou, porque ele não podia se irritar com alguém que tinha os mesmos maneirismos de seus amigos de Hogwarts. – E eu precisei me livrar da coruja, porque de onde eu venho, elas trazem maus presságios e eu as detesto.

— Você vem do Rio de Janeiro e eu nunca ouvi nada sobre isso vindo de lá. - Sofia falou de braços cruzados e olhar de quem conhecia bem as maluquices de Alissa Catarina Martins, desde os 11 anos, para ser mais exata.

— Meu pai me disse que pessoas com olhos de duas cores são amaldiçoadas também, mas você não vai me ver expulsando sua amiga do meu quarto. - Tony respondeu para Alissa, mas na verdade estava provocando a outra. Sofia o encarou mal humoradas.  – Pensando melhor, eu vou expulsar todo mundo: CAIAM FORA!

O britânico falou empurrando de leve as duas garotas que estavam mais perto dele e Clara e seu amigo com orelhinhas de gatinho foram no embalo. Puxou a varinha do suporte ao lado da porta, desligando o quarto na passagem.

— Será que eu posso ser levado para a civilização agora, Clara? - Tony perguntou cínico, trancando a porta com um aceno de varinha. A garota o olhou de cima abaixo, com um sorriso malicioso.

— Marido, depois que você me mostrou o que antes eu só via em sonho, te levo onde você quiser! - Ela disse animada, recebendo olhares de impaciência de todos, porque Clara simplesmente não tinha jeito. – Mas agora falando sério, melhor a gente se apressar, o seu tutor parece meio impressionável, ele pode...

— Quem? Longbotton? Nah, nem se preocupe! O cara é super tranquilo, acho que o dia que eu o vi mais bravo, foi quando eu e Cesc fingimos que fomos enfeitiçados por minha atual namorada, que na época era...

— ZABINI! Graças a Merlin, você está vivo, já estava aqui imaginando como iria contar a seus pais que o perdi no exato momento em que colocamos os pés no Brasil!  - O homem meio desengonçado para um herói de guerra, atravessou o corredor como um raio, fez menção de abraçar o seu aluno indisciplinado, mas no último segundo resolveu puxar a orelha do garoto.

— Hey! Tenho certeza que isso é ilegal! - Tony reclamou, mas Neville nem fez conta.

—  Onde se meteu, garoto? Não, isso não importa! Vamos, seus colegas estão te aguardando, nós temos protocolos para seguir, regras para memorizar e...

Haviam um sem fim de coisas que aparentemente os alunos de Hogwarts precisariam fazer antes do jantar de boas-vindas de Castelobruxo, então Tony se deixou ser arrastado para longe daquela turma baderneira no final do corredor de pedra dourada.

Clara assistiu o seu trunfo na guerra escolar que liderava ser arrastado para longe de si, temporariamente, óbvio. Gui a olhou em dúvida, porque não havia ficado claro se Antony Zabiny seria um aliado da causa ou não. 

— Acha mesmo que ele vai nos ajudar? Porque ele pareceu bastante irritado com a nossa presença no quarto... - O garoto fez um biquinho triste, enquanto ajeitava melhor suas orelhas de gatinho. Alissa o abraçou pelos ombrosl.m .

— É claro que ele vai ajudar, o lance com os irmãos Ferraz e a trapaça no campeonato colocou os pregos no caixão. – A carioca disse divertida, olhando para Clara com seus olhos castanhos maliciosos.

— Sim e é bom que ele não venha completamente convencido a entrar na guerra, porque assim a coisa toda fica mais orgânica e... - Todos resmungaram, reviraram os olhos ou fizeram qualquer outra demonstração de impaciência, porque Clara tinha que encaixar as palavras “orgânico”, “sustentável” e seus derivados em todos os seus discursos! A menina de óculos grandes os encarou ofendida. – Deixem de ser chatos, porque dessa vez eu estou certa: vamos ter um final feliz!

Ninguém discutiu quanto a isso, porque já estavam há quase cinco anos tentando fazer de Castelobruxo um lugar melhor e mais inclusivo, então era agora ou nunca, Clara tinha que conseguir assumir a liderança social da escola!

— Então eu devo seguir o plano e manter Zabini na rédea curta na Expertise? - Sofia perguntou do seu jeito sério, antecipando todas as horas em que ela seria a única a estar perto do garoto, por ambos serem jogadores de Quadribol e fazerem a Expertise em Esportes juntos.

— Sim, deixe os aliados de Castiel longe dele e se possível, tente trazer Ramíres para o nosso lado também. - Sofia torceu a boca em desagrado, porque Gaia Ramíres era muito cabeça-dura para ser convencida de algo, Clara parecia ter nascido só para dificultar a sua vida com essas ideias descabidas! – Ela é importante e precisa sair de cima do muro, Cora.

— E quanto a mim? O que eu faço? - Gui perguntou ansioso, porque queria fazer parte do plano e não só ficar nos bastidores, como sempre. Dessa vez queria um pouquinho de protagonismo! 

— Você vai ajudá-lo com o idioma e com as classes mais teóricas, ganhar sua confiança. Tony vai precisar aprender o básico de português e você tem aqueles feitiços legais que aprendeu nas férias, lembra? Os de leitura e escrita? - O garoto fez que sim com a cabeça, sacodindo os cachos loiros com o gesto, animado.

Era um papel pequeno, mas em mãos talentosas podia virar material de Oscar!

— Okay, equipe, parece que temos muito trabalho a fazer, então vamos nos espalhar e começar a agir! - Alissa falou determinada e todos a olharam confusos.

— Qual é exatamente o seu papel nessa história toda, Alissa? - Gui perguntou desconfiado e a carioca sorriu com o seu jeito arrogante e charmoso de sempre. 

— Estou supervisionando vocês! Agora adiantem, porque Castelobruxo não vai se salvar sozinha!

~AdC~

La fontaine Flamel, Beauxbatons, 01 de setembro de 2021

Fred estava há pelo menos cinco minutos sentado ao lado de Anne Beaumont ocupando o seu corpo muito bem treinado de goleiro campeão, tentando entender em qual momento sua vida havia virado um verdadeiro desastre. Olhou para a garota ao lado, que estava sentada como se ainda tivesse pernas bonitas de descendente de veela metidas em uma saia de cetim azul.

— Ao menos dá para você sentar direito? - Ele soou como uma garota chata e mimada, só que sem o sotaque francês irritante. Anne piscou seus novos olhos castanhos, depois descruzou as pernas, relaxando a postura do corpo muito maior do o que estava acostumada. – Obrigado, o mínimo que você poderia fazer é deixar meu corpo passar por essa experiência traumática, que você nos meteu, com dignidade.

— Okay, Fred, eu concordo que a culpa foi minha, eu não devia brincar com objetos amaldiçoados, você havia me avisado da condição da caixa, mas podemos por favor ignorar essa parte e sermos práticos? - Fred a olhou impressionado, porque o tom, o sotaque, o jeito empoado fazia com que fosse impossível não pensar que seu corpo estava completamente perdido para sempre. 

Maculado pela francezisse dela!

— Muito conveniente para você, mas o que espera que façamos além de aguardar o efeito passar? - Ele cruzou os braços, mas fez uma careta ao constatar que aquilo valorizava ainda mais seus recém-adquiridos peitos. Em outras circunstâncias, Fred teria gostado de vê-los... De outro ângulo, claro.

— Você também acha que o feitiço vai passar sozinho? - Anne perguntou esperançosa e Fred viu em sua mente uma série de imagens não solicitadas da ampulheta de areia azul presa na caixa e algum artigo em francês com gravuras do passo a passo de um feitiço cronometrado. Franziu o cenho para isso.

— Talvez a ampulheta esteja... - Ele não pôde completar seu raciocínio, porque um garoto gordinho chegou saído do nada, o puxando pelo braço. Antigamente qualquer resistência que ele colocasse daria conta do recado, mas dessa vez apenas se viu arrastado da fonte como uma boneca de pano.

— Anne, oh, comme c'est bon que je t'ai trouvé ici! Viens, j'ai une lettre de grand-mère qui... 

— Emile, tu n'as pas... Quero dizer, você deve ser Emile Beaumont, certo? Anne me falou tudo sobre você, o meio irmão mais velho de 16 anos de idade por parte de pai! - A garota endureceu a voz dentro daquele corpo masculino para dar mais veracidade a cena, mas só conseguiu um cenho franzido do irmão e um revirar de olhos de seu próprio corpo possuído por um britânico resmungão. 

— Sim, Emílio, eu contei tudo para Fred Weasley aqui, meu novo amigo que deve ter algum pigarro na garganta por conta da viagem de carruagem, só pode. - Fred acrescentou cínico para a tentativa de Anne de deixar sua voz mais grossa - como se precisasse -  porque se estavam na merda, era melhor se afundar logo de vez. – Deve ter engolido algum mosquito.

O garoto completamente diferente da irmã - ele tinha olhos e cabelos castanhos e nada do porte longilíneo dela - olhou para os dois como se fossem trasgos pedindo para ele repartir sua sobremesa favorita com os dois.

— Oh, sim, já vejo. - Emile soltou o braço da irmã ainda desconfiado, dessa vez medindo o estrangeiro como se ele fosse algum membro da realeza sendo apresentado a plebe, mas logo corou ante o olhar repreensivo e familiar do britânico sardento. – É sempre bom fazer amizades novas, imagino.

— Sim e falando em amizade, eu prometi mostrar a escola para Fred, então infelizmente eu não vou poder ir com você agora, cara, quem sabe mais tarde? - Fred acrescentou um biquinho manhoso e umas duas piscadas charmosas a seu sotaque francês fajuto, que só fizeram com que Emile revirasse os olhos e desse de ombros.

Anne ficou impressionada de como Weasley era bom imitando ela, bom de verdade, porque nada irritava mais Emile do que ela se fingindo de solícita e inocente.

C'est-à-dire, mais ne vous plaignez pas si Sebastian pétrit le visage de votre nouveau petit ami.— Emile disse isso com uma piscada para a irmã e um sorriso enigmático para o garoto britânico com cara de criança assustada. – Au revoir!

Oui, oui, au revoir, mon... Irmão. - Fred ficou feliz ao constatar que o garoto já havia partido dali, ainda bem, porque ele não tinha mais nada a dizer em francês, seu vocabulário nessa língua era patético. – Ainda bem que ele já foi... Palhaço, me chamando de criança assustada! O resto eu não entendi não, mas isso ficou bem claro.

Anne fingiu que também ouvira o que o irmão disse, segurando na mão do seu corpo real como se estivesse prestes a conduzir uma criança por um caminho seguro. Fez questão de guardar a caixa no mesmo bolso de onde Fred a havia tirado antes, porque era um com fundo enfeitiçado.

— Não liga para ele, assim que você retomar seu corpo, tenho certeza que “assustado” vai ser a última coisa que vai passar pela cabeça dele. - Sorriu compreensiva e Fred constatou que o encantamento sobrevivia a barreira corpórea atual, porque Anne ainda era bastante convincente.

— Bem, agora que despistamos seu irmão, o que faremos? - O grifinório perguntou desconfortável, sendo guiado pela francesa em um passo decidido.

Ele estava quase tropeçando naqueles saltos estranhos de garota, não sabia como elas podiam sequer se mover sem parecer umas frangas desossadas, que dirás com tanta classe como as meninas que o encaravam com estranheza do outro lado do corredor.

— Eu sei que o certo a se fazer é falar com um adulto responsável, mas digamos que eu tenha algo mais divertido em mente. - Ela falou com um sorrisinho diabólico, essa expressão sim combinando bem com o rosto emprestado do grifinório. – Vamos conhecer a arena de treino da equipe de esgrima!

Fred estava tendo que lidar com os saltos, as pernas magras sem nada entre elas e ainda por cima continuava vendo um monte de imagens não solicitadas, ouvindo vozes em francês, como se as memórias de Anne estivessem chegando até ele de alguma forma esquisita!

— Você também está sendo sobrecarregada com um monte de memórias aleatórias minhas? - Perguntou para sua companheira na confusão de hoje. Fábregas estava certo, devia ter deixado a maldita caixa perdida em Uagadou! – Minha cabeça parece que vai explodir!

— Se concentre na minha nuca e tente não encarar ninguém, isso deve ajudar. - Anne falou segura de si, parecendo muito bem em seu novo corpo, obrigado por perguntar. Fred achou estranho o conselho, mas não tinha muito o que pudesse fazer além de segui-lo, sua cabeça o estava matando!

Chegaram no grande salão de treinos, com uma parede de muitos troféus de um lado e quatro tablados com duplas bailando com suas espadas de ponta fina ao redor de uma fonte de água azul.

Azul, claro, tinha que ser azul, pensou Fred. 

Anne respirou fundo, feliz de verdade com o som do metal tilintando e das instruções gritadas pelos companheiros de equipe e colegas entusiastas do esporte em geral. Localizou seu alvo perto da fonte de água energizante das indústrias FerrZ, então retomou seu passo apressado, já que aquelas pernas compridas e fortes eram fantásticas! 

— Ok, Fred, você vai me apresentar agora para Sebastian Leiris, capitão da equipe de esgrima de Beauxbatons. - Anne preferiria que sua voz não soasse tão animada, mas tinha certeza que aquela interação seria boa demais para deixar passar a oportunidade. – Agora fique calmo, Sebastian pode ser meio intimidador, mas no fundo é só mais um grande babaca arrogante e convencido. 

— Eu não estou nervoso com isso e sim com essa animação esquisita sua. - A freou com dificuldade, alguém deveria proibir as pessoas de puxar os pesos pena desse jeito, Fred estava achando toda aquela experiência frustrante demais! – Não me diga que ao invés da gente estar tentando solucionar o nosso problema, você me arrastou até aqui para...

Anne, que plaisir de vous revoir, alors, qui est ton nouveal ami?— O garoto parecia ser exatamente o que Anne havia descrito: babaca, arrogante e convencido, mas Fred nem sequer pôde colocá-lo em seu lugar, porque o esgrimista havia falado tudo isso sem olhar para ele, mesmo ele sendo a Anne aqui!

— Não tivemos o prazer de sermos apresentados, senhor Leiris. Me chamo Fred Weasley II, você deve me conhecer da final do campeonato de Quadribol, já que eu e minha equipe vencemos o torneio intercolegial. - Para quem não tinha vencido uma partida sequer, Anne Beaumont sabia soar bastante convencida e orgulhosa.

Espera um pouco, Fred franziu o cenho, porque estava se lembrando dessa cara pálida com cabelos brancos e olhos negros de vampiro! Esse cara fez parte da seleção de Beauxbatons no campeonato intercolegial de Quadribol!

Não tinha jogado contra ele, muito menos lembrava de tê-lo visto jogar contra qualquer um, mas a aparência esquisita, aliada ao fato de que as garotas de Hogwarts o haviam elegido como um dos mais belos do campeonato - um bando de tontas da Sonserina - fizeram com que Fred o reconhecesse.

— Ah sim, creio que me lembro um pouco... Perdoe-me, Quadribol nunca foi meu esporte, participei do campeonato apenas para equipe não ficar desfalcada, mas sinto que devo parabeniza-lo pela vitória de todo modo, porque foi muito justa. - Anne conteve uma careta, porque realmente Sebastian não havia querido jogar na seleção e ainda por cima estava sendo meio que educado. 

Quis dar um soco nele, a parte boa era que ao menos agora tinha os meios para isso.

— Bom... Parece que já fizemos tudo que tínhamos para fazer aqui, Fred, que tal nós... - Fred começou a sua desculpa de despedida - Anne estava louca se achava que ele iria ficar aqui flertando com esse cara, ao invés de tentar conseguir seu corpo de volta - mas teve o seu braço segurado novamente.

Porra, era só vestir calcinha que as pessoas achavam que ele não sabia andar sozinho?

— Pode nos dar licença, senhor Weasley, preciso ter uma breve conversa com minha namorada, não vai levar nem um minuto. - O garoto vampiro disse isso com um sorriso falsamente simpático, não dando tempo nem de Fred oferecer resistência nesse corpo pateticamente fraco.

De novo.

— Ex-namorada. - Anne acrescentou brilhantemente, adorando cada centímetro de raiva estampada no rosto muito bonito de Sebastian. – Assim Anne me disse.

— Vejo que ela te disse muitas coisas... Vamos, Anne. - O garoto alto nem sequer deixou “Anne” responder e antes que estivesse longe o suficiente dos ouvidos do britânico, começou a dizer o que o estava irritando tanto. — Ne vous rabaissez pas à ce niveau. Un Britannique? Penses-tu vraiment que je serais jaloux d’un mec qui ne sait même pas à quoi sert une ceinture?

— Oui?— Fred rezou para aquilo ser suficiente, mas quando viu na sua mente a imagem do seu rosto, o verdadeiro, sendo socado pelo francês estúpido, resolveu jogar uma de suas verdades doloridas na cara dele. – Olha, cara, vou ser sincero... Sincera, na verdade: pelo que eu entendi, você é meu ex e, não me leve a mal, mas quem coleciona ex-alguma coisa é asilo, então...

Pourquoi parlez-vous anglais?— Sebastian perguntou verdadeiramente confuso e Fred sentiu pena dele, dessa vez. Uma bosta mesmo que ele não soubesse merda nenhuma de francês para ao menos tentar fazer o cara se sentir menos patético com o pé na bunda. – Anne, quel est ton problème?

Problème? Ah, ok, então, isso eu entendi... O problema é que eu não te quero mais e estou planejando chutar sua bunda da capitania também, acredite, cara, a dona desse corpo não está mais... - Fred havia entendido um pouco qual era o tópico da conversa, estava bem disposto a pôr um ponto final no assunto, mas em uma piscada de olhos, passou da frente de um francês alto e enfezado, para a borda de um dos tablados, vendo uma disputa de florete.

— Afim de você. - Completou a frase, mas não havia mais ninguém para ouvi-lo e nem para vê-lo apalpar seu corpo - seu maravilhoso e bem usado corpo - como se estivesse cumprimentando um velho amigo. Olhou ao redor e viu o casal de franceses do outro lado do salão de treinamentos.

Sorriu para isso, porque Anne estava vindo em sua direção determinada e o vampiro babaca a olhava como se tivesse brotado chifres nela... Ou nele.

— Acho que dessa vez Sebastian entendeu a mensagem. - A garota sorriu satisfeita e ainda deu um tapinha no peito de Fred, a título de constatação. – E eu estava certa sobre o feitiço ser temporário. Eu estou sempre certa, logo você vai perceber.

— Ora, mas se fui eu que...

— Eu estou sempre certa, Fred, vai se acostumando.

 


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Notas finais do capítulo

Yay!

Tá vendo q eu não ia deixar minhas crianças presas em corpos trocados? Mas isso abre precedentes, fiquemos #atentas!

Quanto ao plot de Tony, eu perguntei qual era o clichê dele, mas a verdade é que ainda não chegamos lá, calma!

Olha, gente, os pensamentos de chamar Gui de garoto-quase-garota e de dizer que o corpo de Anne é fraco e blablabá, são coisas das mentes dos garotos, Tony e Fred, e embora eu queira muito que tudo fique como eu acredito, eu preciso ser realista, Tony não está familiarizado com pessoas como Gui (nem eu, para ser sincera, ainda não tive o prazer de conhecer ninguém) e Fred estava muito chateado por estar num corpo de garota, esse na verdade sendo o início da lição de etiqueta dele.

No mais, segue as fichas dos personagens prometidos. Vou enviar a de Sebastian Leiris também, mesmo ele sendo meu.

Emile Beaumont é criação de Juliet Bertrand e irá aparecer mais, essa foi só a apresentação.

https://www.notebook.ai/plan/characters/210415
https://www.notebook.ai/plan/characters/180305
https://www.notebook.ai/plan/characters/180126
https://www.notebook.ai/plan/characters/210700
https://www.notebook.ai/plan/characters/210833

Bjuxxx e feliz aniversário pra mim, viva!!!!



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