Além do Castelo escrita por LC_Pena, SpinOff de HOH


Capítulo 15
Capítulo 15 Durmstrang


Notas iniciais do capítulo

Capítulo da Durm para conhecermos melhor a dinâmica dos duelos.



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Capítulo 15.

Arena de duelos mágicos, Durmstrang, 15 de setembro de 2021

Fazia um bom tempo que Arthuria Arrhenius não pisava os pés na arena, para ser mais exata, desde toda a confusão com seu ex-namorado, que envolvera seu irmão do meio, Alec, os intermediadores e até mesmo seu pai.

Uma grande idiotice, se a perguntassem, mas ninguém nunca havia feito.

O começo do acontecimento completara dois anos em maio passado, quando depois que Arthuria havia alcançado o quinto lugar no ranking, seu namorado, o número 22, havia a desafiado apenas para “se divertirem”.

Arthuria naquela época realmente via os duelos como diversão pura e simplesmente, sua especialidade era imobilizar e usar a força dos outros contra eles mesmos, se divertia e era boa nisso, teria brincado com Vladimir também, se ele tivesse permitido.

No início da luta entre os dois, a garota deixou ele gostar do jogo, tomar a dianteira, ambos sempre lutavam sem varinha, então ela nem se preocupou, baixou a guarda quanto a isso e o provocou, o provocou bastante, porque iria imobiliza-lo antes dos 5 minutos, afinal, gostava muito dos seus valores diários, muito obrigada.

Mas Vladimir tinha outros planos, ele sacara a varinha tão depressa, enquanto a garota ria de um chute no vazio que ele dera e foi isso, esse foi o fim da luta, um deslize bobo, que até um novato não cometeria: aquilo era um duelo oficial e não um de seus treinamentos de flerte.

O feitiço de repulsão a jogou para fora da zona de confronto e ela caiu sobre seu traseiro, estupefata, porque estava fora do tablado e também da luta. Vladimir veio com desculpas e cuidados e quando não colou - pelo amor de Mordred, ela já havia caído antes, não precisava disso! - veio com uma conversa de que só queria melhorar um pouco seu placar, que não tinha querido nunca machucá-la ou assumir sua posição.

O problema foi que ele não recusou a oferta de virar o quinto no ranking quando lhe foi dada a chance.

Arthuria na época agiu como qualquer garota de 14 anos “enganada” pelo seu primeiro amor: foi chorar com sua família, uma ideia terrível quando se tratava do poderoso clã Arrhenius.

Seu pai cortou relações com a família de Vladimir, porque em sua cabeça dura estava claro que o garoto russo apenas usara sua menininha como escada para subir de posição e se não podia recorrer oficialmente, ao menos deixaria claro o que pensava desse tipo de patife.

Thomas desafiou Vladimir para um duelo, mas naquela época ele estava focado em aperfeiçoar sua técnica de chutes altos e havia escorregado para o sétimo lugar no placar, já que não lutava há quase dois meses.

Obviamente Vladimir sendo o quinto do ranking, não topou lutar com o furioso irmão mais velho de sua ex-namorada.

A última demonstração da cabeçudice da família Arrhenius veio com o seu irmão do meio, Alec, que no momento do acontecido havia ficado calado, sem esboçar nenhuma reação. Alec e Vladimir nunca foram tão amigos quanto ele e Thomas, mas tinha um certo respeito tácito, que o russo jurava que ainda mantinham.

Arthuria voltou para casa naquele verão mais chateada consigo do que com Vladimir, quer dizer, que tipo de garota tola esquece da varinha em um duelo mágico?

Mas enquanto seus pais tratavam o assunto com um silêncio fúnebre e seu irmão Thomas gritava sua ira aos sete ventos, Alec permanecia calado, como se aquilo não lhe dissesse respeito.

Os três irmãos voltaram para a escola no outono e assim que se viram, Vladimir e Arthuria trocaram desculpas desconfortáveis, ele por tê-la magoado e ela por ter feito a escola o ver como um vilão trapaceiro, sendo que ele tinha feito tudo dentro das regras, ela que havia sido tola em combate.

Se despediram em paz, embora sem nem tentarem ser mais do que meros conhecidos.

Tudo ia bem até a segunda semana de aula, quando Vladimir assumira o trono dos duelos após uma maratona de lutas na madrugada: 4 vitórias consecutivas o deixaram com mais pontos do que os seus preguiçosos vizinhos de cima no placar, afinal, aquele era um esporte dinâmico.

O russo nem sequer pôde comemorar o seu primeiro lugar, porque naquela mesma manhã, Alec Arrhenius o desafiou para um duelo. Não precisava ter aceitado, era o líder do ranking, Alec o quarto agora, antes terceiro, e ele havia saído de uma maratona, todo mundo entenderia se ele dissesse não.

A questão é que quando se tratava de Alec, os “nãos” simplesmente saíam do vocabulário. O sueco não falava muito, pedia coisas menos ainda, mas quando o fazia, ninguém sentia que tinha a opção de recusar.

Vladimir aceitou o duelo e nos primeiros 10 segundos de luta, soube que tomou a pior decisão de sua vida!

Alec vinha de uma orgulhosa família de lutadores que pouco usavam a varinha, porém hoje ele a estava usando como um mestre feiticeiro, mas não somente ela, não, o garoto havia conseguido fazer um plano de ataques físicos e mágicos simultâneos que não deu nenhuma chance para seu adversário.

Não era uma luta justa, não era nem sequer esportiva, porque a primeira coisa que o sueco havia feito foi impossibilitar o russo de interromper o duelo verbalmente com uma sequência de cruzados rápidos em sua boca e então não lhe deu chance de fazer gestos para interromper o combate com um feitiço de corpo preso nos membros superiores.

Um feitiço não-verbal que quase ninguém notou.

O sino de 5 minutos tocou e Vladimir ainda se mexia um pouco, não pedia para parar, então ninguém intercedeu por ele, não havia intermediadores na arena, já que lutas simples começavam e acabavam de maneira organizada.

Geralmente.

Arthuria não fez nada. Deixou seu irmão quase matar o garoto por quem ela tinha sido apaixonada - fora apaixonada? De verdade? - sem fazer nenhum alarde, estava assustada, chocada, culpada, mas no seu rosto de sardas irregulares só se via uma frieza tranquila.

Quando Alec finalmente sentiu que era suficiente, largou o corpo meio morto do garoto mais velho no chão, como se estivesse lidando com uma boneca de pano. Caminhou para a irmã com um olhar sombrio, não disse nada, apenas lhe deu um beijo na testa.

Nada foi dito. Nunca ninguém sequer cogitou falar na sua frente sobre aquele dia em que deixou - ou pediu talvez? Parecia que ela tinha pedido a Alec por isso, mais de um Durm comentou - seu irmão quase matar o garoto que ela jurava que havia perdoado, jurava que tinha amado algum dia.

Tinha 14 anos, fora estúpida e nunca, nunca mais pensou que voltaria naquela arena de novo.

Até hoje.

Arthuria apontou o balcão de inscrições da arena no canto direito para os dois britânicos ainda muito fascinados com toda a estrutura metálica que parecia uma antiga ferrovia, com pé direito alto, vigas de metal retorcido e adolescentes sentados em alturas em que pássaros voavam.

Sentiu uma necessidade estranha de coçar a sobrancelha de nervoso, aquele lugar havia sido seu ponto preferido em Durmstrang por 4 longos anos e agora havia sido maculado por uma lembrança ruim. Svetlana pulou animada ao seu lado.

— Quem você vai escolher para eles começarem? - A terceiranista parecia não se importar com nada dessas besteiras do passado, ou nem sequer lembrava, Arthuria não estava bem certa, mas sorriu mesmo assim.

— Tenho algumas pessoas em mente, mas vai depender...

— Se você tiver colocado seu nome no ranking, eu te desafio, te desafio agora, Thurie. - A voz grave, porém animada, fez Arthuria sorrir antes mesmo de se virar para cumprimentar seu irmão mais velho.

— Nos seus sonhos, Thomas! Só vim trazer uns amigos, você sabe que já tive minha cota de sangue nesse lugar para a vida toda, meio Vladimir para ser exata. - A garota deu de ombros e o irmão de quase dois metros de altura comprimiu os lábios para não rir de uma coisa absurda dessas.

— Então vou desafiar seus amigos... Ei, qual de vocês dois quer ter uma chance com esse maravilhoso espécime viril aqui? - O sueco tinha um sotaque e porte imponentes, mas o brilho nos olhos o marcava como um brincalhão. — Aproveitem, porque hoje minha cabeça está valendo 380 valores diários!

Rebeca e Scorp encararam o gigante com olhares assombrados - Scorp nem sequer lembrava da última vez que teve que olhar para cima para falar com alguém! - e Svetlana parecia um pouco intimidada também, mas manteve a postura de fodona.

— Deixa de ser idiota, eles estão só começando. - Arthuria falou dando um tapinha no abdômen do irmão, que se curvou dramaticamente como se tivesse sofrido um grande golpe. Ela revirou os olhos. — E então, Thom, o que acha?

— A garota definitivamente faz o meu tipo e eu acho que meu punho se encaixa perfeitamente na cavidade ocular do loiro platinado... - Thomas olhou para o punho fechado e depois para os olhos arregalados do britânico a sua frente, sopesando as possibilidades. — Eu posso fazer caber.

— Me refiro aos outros duelistas, retardado! Quem você acha que seria uma boa escolha para eles começarem? - Arthuria falou sem paciência, porque se dependesse de Thomas, eles iam ficar o dia inteiro falando besteira. — Preciso de uma gazela doentinha, alguém bem fraco só para eles sentirem gosto de sangue...

— Alguém voltou mudada do intercâmbio em Uagadou, hein? Okay, não me olhe assim, deixa eu pensar... - Thomas mordeu o lábio inferior de leve, observando a arena com olhos atentos. — Poxa, está difícil... Pega qualquer um abaixo de 100 e é isso, todos parecem iguais para mim.

— Obrigada pela ajuda, seu inútil! Agora me diz uma coisa, tem luta marcada para hoje? Eu queria que eles vissem um duelo antes. - Arthuria perguntou para o irmão apenas com metade da atenção nele, ainda tinha esperança de achar uma “gazela adoentada” na multidão.

— Baum está pretendendo me desafiar, assim disseram as mary-tablado, mas ele tem me evitado o dia todo, é um ridículo. - Thomas resmungou, fazendo a irmã revirar os olhos, porque todo mundo sabia que a única coisa que essas garotas queriam era ver luta no top 20 para transar com um campeão cheio de adrenalina no sangue. — Hey, Khodchenkova, tá afim de um duelo? Coloquei minha cueca da sorte e tudo hoje!

A terceiranista arregalou os olhos, porque se o número dois do ranking te convoca para um duelo, você reza para todos as divindades que conhece, engole em seco e vai! Arthuria segurou no braço da garota antes que ela fosse para o tablado.

— Não precisa aceitar, Svetlana, Thomas está apenas sendo o babaca irritante que ele é 23 horas por dia desde que nasceu. - Arthuria sabia que o irmão adorava lutar, mas ele podia caçar suas vítimas longe do seu círculo de amizades.

— Não, está tudo bem, qualquer que seja o resultado vai ser bom para minha pontuação. - Svetlana estava certa, ser desafiada pelo segundo melhor rendia bons pontos na tabela, fora que ela já era uma garota grandinha, podia se cuidar sozinha.

— Vai ser só duelo de exibição, Thurie, para de ser um pé no saco! - Thomas passou a mão no nariz antes de subir no tablado, que ficou livre mais rápido do que um piscar de olhos, depois estalou o pescoço e jogou sua varinha no canto da zona de combate. — Faça as honras, Khodchenkova.

A menina espalhou um pouco de talco nas mãos antes de subir para o combate, acionou o cronômetro flutuante acima de suas cabeças com um feitiço e depois jogou a varinha no mesmo lugar que seu adversário havia jogado a dele. Era um gesto de cortesia, fariam um duelo sem feitiços, como ambos gostavam.

— Pronta? - Thomas sorriu de um jeito predatório, fazendo a garota eslava assumir sua base mais confortável.

— Já nasci pronta.

Scorp nunca havia temido tanto pela vida de alguém quanto temia agora pela vida de Svetlana, porque Thomas Peter Arrhenius era simplesmente o dobro do tamanho da garota em todos os sentidos e a encarava como se ela fosse um brinquedinho que ele iria estraçalhar no tablado.

Olhou para Rebeca ao seu lado, que tinha os olhos arregalados e três dedos sobre os lábios, muito chocada para dizer algo mais, porque aquela pobre garota iria morrer!

Arthuria cruzou os braços irritada, porque era bem típico do seu irmão querer chamar sua atenção a qualquer custo. Deu uma olhada rápida pela arena, só para encontrar o olhar de Alec nela, em sua viga favorita a 4 metros de altura.

Deixou os novatos britânicos assistindo a luta sozinhos e foi escalar uma das colunas de metal para alcançar o irmão do meio taciturno e solitário.

— Nunca entendi a graça de ver as coisas tão do alto... - Ela puxou assunto, respirando o ar com um leve cheiro de lavanda vindo das claraboias mais acima, assim que sentou ao lado do campeão da arena.

— Eu não gosto de ver daqui de cima, mas fico nervoso quando vocês dois lutam, melhor assim. - Alec era um garoto sério, mas era estranhamente sincero em todas as suas palavras, só por isso Arthuria o tolerava. — Vai voltar a lutar?

— Acho que não... Talvez... Não sei, o que você acha? - Ela perguntou em dúvida, porque não havia cogitado a possibilidade nem mesmo quando Thomas a havia desafiado agora a pouco. Alec tinha esse estranho poder de arrancar a verdade de você.

— Nunca entendi porque parou, então não sei o que poderia fazer você voltar. - Alec era tão alto e forte quanto o gêmeo duelista lá embaixo, mas parecia infinitamente mais velho, olhou a irmã por sob as sobrancelhas escuras. — Vai voltar?

— Acho que fiquei meio cínica quanto ao esporte, Hans... Devia ter voltado para a vassoura enquanto ainda estava flutuando, não sei se conseguiria agora. - Arthuria falou sincera, porque se arrependia de ter saído do esporte daquele jeito bobo, queria ter pensado melhor suas decisões.

— Entendo... E os dois novatos que estão com você? Valem alguma coisa ou são só bichinhos de estimação? - Arthuria riu pelo nariz da ideia limitada que Alec tinha sobre fazer novos amigos, então deu de ombros para o irmão.

— Eles são legais, estão apenas querendo ganhar alguns valores para entrar na equipe de poções. - Respondeu sem grandes alardes, mas o garoto sueco a olhou com o cenho franzido, não conseguia entender o raciocínio por trás disso. — Toparia brincar com eles por 5 minutos na arena para ajudá-los nessa nobre causa?

Alec olhou para frente com o cenho franzido usual, admirando a chave de perna que a décima sétima do ranking havia aplicado em Thomas. Ela havia pego uma boa distância e sua alavanca no pescoço do seu gêmeo o fez cair sobre suas costas.

Thomas podia estar brincando no começo, mas o cronômetro se aproximava rapidamente do quarto minuto e ele havia demorado um pouco mais do que o comum para se recuperar do golpe. Aquilo não podia ser bom...

Arthuria o cutucou nas costelas para trazê-lo de volta a pergunta. O sueco a olhou sem entender por alguns segundos, então revirou os olhos, porque aquilo era uma afronta sem precedentes!

— Pago 100 para eles darem o fora da minha arena. - Alec falou mal-humorado, vendo a terceiranista se esquivar de um dos chutes altos letais de Thomas.

— Vamos colocar mais um zero e os tiro agora mesmo da tabela! - Dessa vez o garoto fez questão de olhar para sua irmã com um olhar cético.

— Pago 100 para você, se der o fora daqui agora. - Falou com uma leve irritação e Arthuria comprimiu os lábios para a proposta, adorava tirar os irmãos do sério. — 200 valores se pular daqui sem magia.

— Feito. - Arthuria se jogou da viga de metal ao chão, aterrissando com um rolamento perfeito, que devia ter absorvido uma boa parte do impacto. Ela olhou para cima sorrindo com uma careta de dor e Alec revirou os olhos, mas fez a transferência.

Ele ainda conseguiu ver o final da luta: Thomas havia imobilizado a garota em uma chave de braço inofensiva, mas havia sido tarde demais, 5 minutos e 15 segundos no cronômetro. Alec sabia que o gêmeo ficaria impossível no dormitório, tinha gostos caros e perder metade da renda por uma semana ia fazê-lo pegar dinheiro emprestado com algum especulador, porque ele era um gastador inveterado.

Suspirou pesado e se preparou para voltar ao mundo dos tolos, porque seu irmão e irmã eram estúpidos, mas sem dúvida eram gênios quando comparados com o restante do Instituto... Parou de andar de repente.

Seus instintos de lutador apitaram, sentiu que alguém o estava observando, mas quando olhou ao redor, não viu ninguém com a atenção em si.

Estranho...

Deu uma última olhada no irmão xingando Merlin, Paracelso e todos os grandes magos da bruxandade, antes de sair da arena. Thomas merecia ter perdido pela arrogância, mas ao menos a garotinha do terceiro ano parecia feliz com o resultado do combate.

Isso teria que ser o suficiente para faze-lo acreditar que aquele foi o melhor desfecho para a luta, mesmo com Thomas lhe infernizando o juízo mais tarde.

***

Svetlana sabia que deveria parecer muito boba, mas estava feliz de verdade, havia feito Thomas Peter Arrhenius suar! Olhou para o grande telão da arena - Fala sério, não dava para acreditar! - ela havia pulado para o décimo quinto lugar mesmo tendo perdido!

Encarou o garoto mais velho - com uma expressão mal-humorada - com todo o respeito devido.

— Muito obrigada pela oportunidade, senhor Arrhenius, foi uma honra lutar com você. - Aquele era o procedimento padrão quando se lutava com alguém tão acima no ranking, mas Svetlana queria dizer cada palavra. Thomas sorriu levemente sarcástico.

— Se está tão honrada assim e conseguiu duas posições as minhas custas, poderia me fazer o favor de não tomar meus valores? Eu realmente preciso deles... - O garoto de 17 anos falou meio brincando, meio de verdade, deixando Svetlana um pouco confusa de como proceder.

— Deixa de palhaçada, foi você que a desafiou, merece passar por necessidade, Peter! Falando nisso, quer doar 100 valores para uma causa nobre? - Arthuria perguntou sorridente, então Thomas desceu do tablado com seu olhar mais irônico.

— Ai você cata meus restos mortais com uma pá depois que os especuladores me acharem! - Thomas falou dramático, aceitando uma toalha perfumada de uma de suas mary-tablado. — Você vai me consolar hoje a noite, amor? Eu estou bem tristinho...

O garoto sussurrou para a menina loira peituda, que trocou o biquinho triste pela quase derrota - quem poderia adivinhar que ele não mataria o combate em 5 minutos? - do seu protetor, por um risinho malicioso. Ela fez que sim com a cabeça e recebeu um tapa estalado na bunda pela obediência.

Rebeca arregalou os olhos, porque aquele sim era um estilo de vida horrível para se viver.

— Alec me deu 200, não acredito que vai ficar por baixo... - A garota sueca ainda tentou uma última cartada, mas só recebeu uma toalha suada no rosto. Quando se tratava de dinheiro, Thomas era um grandessíssimo babaca! — Ok, pessoal, consegui 200 valores de Alec, já ajuda, né?
Tocou a varinha na mão de Scorp e de Rebeca, dando 100 valores para cada, os dois a olharam sem entender, porque juravam que ela estava só brincando sobre a doação do outro irmão.

— Por que seu irmão resolveu nos ajudar? - Scorp perguntou confuso, mas a Durm apenas deu risada.

— Ele me pagou para sumir da frente dele. - O sonserino procurou o campeão da arena com o olhar, porque se estava distribuindo valores assim, ele queria pegar seu quinhão! — Ele não topou o desafio de brincadeira, na verdade, ficou bastante ofendido de vocês estarem aqui só pelos valores...

— Você foi contar para ele sobre isso?!?!?! Obrigada pelos valores, a propósito, é mesmo uma boa causa. - Rebeca começou histérica e terminou sorrindo simpática, o que fez Scorp manear a cabeça de leve. Era meio louca, mas adorava sua namorada mesmo assim.

— De nada e sim, eu contei, mas acho melhor não falar para os outros ou podemos ter problemas. - Arthuria apontou o óbvio e depois se virou para uma Svetlana ainda encarando o telão com admiração, pois nunca havia ido tão longe na tabela. — Parabéns pela luta e pela subida no ranking, você colocou meu irmão em seu lugar!

— Ele ainda saiu com a vitória e ainda é o segundo melhor, mas sim, foi muito legal conseguir levar para depois dos cinco minutos, tenho certeza que ele se arrependeu de ter pegado leve no início. - Ela falou levemente arrogante e Scorp e Rebeca a encararam sem entender.

— Quando ele pegou leve? O cara parecia um troll indo em cima de você, por um minuto achei que você iria morrer! Isso até ver aqueles seus golpes incríveis! Quando vamos aprender a fazer aquilo? - Rebeca perguntou empolgada e Svetlana a encarou com condescendência.

— Thomas Arrhenius poderia ter me vencido no primeiro minuto, mas ele estava se exibindo. O plano dele provavelmente era me imobilizar na altura dos 3 minutos, mas eu não sou a décima sétima a toa, eu tenho meus truques. - A terceiranista falou divertida, ganhando um abraço de lado de Arthuria.

— Você é a décima quinta agora, não se esqueça disso! - A sextanista apontou divertida e recebeu um olhar agradecido de Svetlana, era legal mudar de posição e teria mais uma graninha para...

— Ei! Eu ganhei metade dos valores de Arrhenius, posso dar alguma coisa para vocês! - A menina eslava falou animada e Scorp e Rebeca se entreolharam, o loiro deu risada, maneando a cabeça.

— É oficial, somos caso de caridade, Beca... Os caras não vão acreditar quando contarmos! - Scorp sabia que tinha toda uma pobreza estrutural por trás - eles tinham os ganhos de crianças do primeiro ano e gastos de gente do quinto ano - mas não deixava de ser engraçado.

— Eu não estou me importando, quero chegar no campeonato! - A sonserina estendeu a mão para Svetlana, que transferiu 100 valores para ela e depois mais 100 para Scorp. — Já conseguimos 400 valores sem nem entrar na arena, eu estou bem feliz!

— É, mas temos que pagar 50 valores pelos energizantes do treino... Porque essas bebidas FerrZ são tão caras? - O loiro perguntou para ninguém em particular.

— Elas vem diretamente da Argentina, porém isso pouco importa, porque o casalzinho aí precisa ter uma bela noite de sono, então vão dormir. - Arthuria falou sério, fazendo o casal de sonserinos a encarar com curiosidade. — Amanhã vou conseguir pelo menos dois duelos para cada, a vida mansa acabou!


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Notas finais do capítulo

Ficha do lindo princeso Thomas Peter: https://www.notebook.ai/plan/characters/364431

E do rei Alec Hans:https://www.notebook.ai/plan/characters/364416

Ambos da florzinha O lado bom do Yaoi.

Bjuxxx



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