50 Tons de Fanfiction escrita por Nymeria


Capítulo 3
[SUPERNATURAL] Curiosidade


Notas iniciais do capítulo

Tema 6: Uma fanfic de terror e/ou suspense.

Fandom: Supernatural.
Ship: Nenhum.
Avisos: Contém palavrões.

Observações:

1) Além do tema do desafio, escrevi também com base nesse prompt: https://i.pinimg.com/564x/2f/7c/56/2f7c56db1735c85f056df0deb413c674--dialog-prompts-wroting-prompts.jpg

2) Essa história se passa dentro do universo de SPN mas não tem relação com nenhum episódio da série, então sintam-se livres para imaginá-la passando-se durante qualquer temporada, entre a 4ª e a atual. E podem ler, sem medo de spoilers.

3) Os dois caçadores que surgem na história são personagens originais, apesar de um deles ter o mesmo nome de outra personagem que já apareceu na série.

***

Desculpem-me pelo atraso! Queria ter postado algo na semana passada, mas tive uma prova super complicada e precisei me ausentar um pouco do Nyah para estudar, espero que compreendam. Outra coisa: acho que a fic está muito mais pra suspense do que pra terror. De qualquer forma, boa leitura! =)



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“Então, o que acontece se eu apertar esse botão?”  perguntei.

“Nada.” ela respondeu.

Eu apertei o botão, sorrindo.

“É quando você solta que as coisas ficam desagradáveis.”

 

Aquele parecia ser um dia como outro qualquer, e não falo de um dia como outro qualquer para a família Winchester, mas um dia comum para qualquer pessoa que não tivesse envolvida com a quantidade de merda que a gente se envolve todos os dias. Estávamos Sammy e eu na Batcaverna, em completo tédio, apesar do meu irmãozinho ter ficado em frente ao notebook procurando um caso para trabalharmos. Eu tinha coisas mais importantes para fazer naquele momento, como reler minha edição favorita de Butsy Asian Beauties, um lançamento especial com as melhores gatas que posaram nos últimos dez anos.

Passados alguns minutos, um barulho chamou a minha atenção. Era o toque de um dos celulares que usávamos para os casos. Um daqueles que pouca gente tem o número. Sammy atendeu a ligação. Observei suas feições durante a ligação e ele falava em tom sério com a pessoa do outro lado da linha. Praticamente no mesmo instante, foi checar algo no computador dele e então eu tive certeza de que nossa folga havia acabado.

“Era Karla, Dean. Karla Moran. Ajudamos ela num caso em Wisconsin. Estão havendo mortes em Ohio, e ela desconfia que pode ser o nosso tipo de caso.” comentou meu irmão, sentando próximo de mim. “Ela acha que a causa das mortes pode ser um fantasma, através de algum objeto amaldiçoado, mas ela não conseguiu localizar o objeto ainda e talvez precise de apoio.”

“Ok.” respondi. “Vamos lá ajudar, então.”

Preparamos nossas coisas, como de costume para a caçada. Eu verifiquei nossas armas no porta-malas e também os níveis de combustível em Baby, e em poucos minutos, estávamos seguindo para o que, ao que tudo indicava, seria um caso do tipo salgar e queimar.

Quando chegamos em Ohio, a primeira coisa que fizemos foi encontrar com o nosso contato. O local marcado foi um bar e quando chegamos,  Karla já estava a nossa espera, numa das mesinhas. Ela era loira e gostosa, o que seria bem meu tipo há alguns anos atrás.

“Esse aqui é o Ash,” Moran nos apresentou. O homem parecia bastante ressabiado. “Ele está ajudando também no caso.”

“Muito prazer.” respondemos.

“Igualmente.” replicou Ash. Ele não parecia ser de muitas palavras, diferente do outro Ash que conhecemos no passado, aquele que era meu lance gay. Ri internamente com o pensamento de que eu ainda me referia ao cara dessa forma, ainda que mentalmente.

“Andamos investigando enquanto vocês estavam a caminho,” a loira continuou, “e descobrimos uma pista de onde pode estar o artefato amaldiçoado. É a Mansão Milan, uma mansão abandonada, um pouco afastada da cidade. Dizem os rumores que ela é mal assombrada. Por muito tempo dizia-se que foi uma casa de bruxaria.”

“E você chegou a ir lá?” perguntei.

“Sim, mas me pareceu tudo limpo lá. Não consegui fazer muito progresso. Achei que agora que temos mais gente envolvida, poderíamos dar uma olhada lá novamente. Afinal, quatro cabeças pensam melhor que uma.”

“Por mim, tudo bem.” respondeu Sam. Eu também concordei. Após um lanche e um drink, seguimos para a mansão, em Baby. A casa realmente parecia estar abandonada há muito tempo, a julgar pela poeira e pelas teias de aranha. Mas tentei não pensar muito nas aranhas, enquanto seguíamos nosso caminho para o andar de cima, armas de sal em punho.

Decidimos nos separar, afim de cobrirmos uma maior área da casa. Sam seguiu com Ash por um lado do corredor, enquanto que Karla e eu fomos pelo outro lado. Decidimos nos separar assim porque Ash e Karla não eram caçadores tão experientes como a gente, então irmos acompanhando cada um deles faria a caçada ser menos perigosa para eles.

“Não fala muito, seu namorado, né?” comentei com Moran, assim que deixamos o campo de visão de Sammy e de Ash.

“Ele não é meu namorado.” respondeu a moça. “Mas o fantasma que estamos caçando era irmão dele, em vida, então eu acho que ele pode estar se sentindo um pouco dividido sobre o que fazer. Eu lembro que ele já comentou várias vezes antes sobre o quanto sentia falta do Edric.”

“Eu imagino que deve ser difícil pra ele mesmo. Acha que isso pode ser um problema pro caso?” perguntei.

“Honestamente, espero que não. Mas o Ash pode ser um tanto imprevisível às vezes.”

“Você poderia ter me dito isso antes de eu ter deixado meu irmãozinho ir com ele sozinho.” pensei comigo mesmo. “Sammy, tenha cuidado”.

Quando chegamos ao final do corredor, encontramos um quarto e nesse quarto tudo parecia normal, dentro dos padrões de uma mansão abandonada. Eu tinha notado que ela estava abandonada há bastante tempo, mas até agora, nada indicava que estava mal assombrada também. O EMF nem se mexia.

“Eu acho que o que estamos procurando não está aqui.” comentei para Karla. “Isso aqui tá mais livre de fantasmas que minha casa e isso é dizer muita coisa.” Ela riu. O bunker era o lugar mais seguro e protegido que eu conhecia, chegava a ganhar até da casa de Bobby, com seu quarto do pânico.

“O que eu pensei é que essa casa é muito antiga e tem várias passagens secretas. Eu não consegui explorar tudo sozinha. A gente pode até não encontrar fantasmas, mas o artefato amaldiçoado pode estar aqui de qualquer maneira.” Karla Moran respondeu.

“Artefatos amaldiçoados que ligam um fantasma à esse plano, dificilmente ficam abandonados por aí, sem o fantasma em questão por perto…” repliquei, enquanto esquadrinhava o cômodo junto com a caçadora.

“Talvez você tenha razão.” respondeu a jovem. “Voltamos à estaca zero, então.”

Nesse mesmo momento, encontrei uma pedra solta na parede, atrás de um quadro, e ao removê-la, encontrei um botão empoeirado, aparentemente vermelho. Chamei atenção dela para o achado.

“Então, o que acontece se eu apertar esse botão?”  perguntei.

“Nada.” ela respondeu.

Eu apertei o botão, sorrindo.

“É quando você solta que as coisas ficam desagradáveis.”

Karla havia respondido minha pergunta com a segurança de quem já havia testado aquilo. Por um momento me perguntei se ela estaria falando sério ou se seria alguma trolagem, para ver se eu tinha medo. Estava prestes a remover a mão quando Sammy entrou no quarto, apontando a arma para Moran e falando em tom urgente.

“Ela não é Karla Moran! Encontramos o corpo dela na casa, agora a pouco.”

Fake Karla Moran se transformou numa outra mulher, diante dos nossos olhos, com longos cabelos negros e olhos frios como a morte. Aproximou de Sammy e, quando notou que eu iria atacá-la, retrucou:

“Eu não faria isso, se fosse você. Não esqueça do que eu disse sobre o botão.” Meu irmão perguntou intrigado que botão, mas Karla, não deixando-se distrair pela pergunta e notando que meu irmão aproximava-se dela enquanto ela falava comigo, disse à ele: ”Você também, não se mexa!”

“Ok.” disse Sam. “Mas de que botão você está falando?”

“O que seu irmão estupidamente apertou.” ela respondeu. “Foi tão fácil enganar ele, ele nem percebeu até que fosse tarde demais…”

“Corta esse papo furado!” respondi. “O que acontece se eu soltar o botão?”

“Oh! Isso você vai ter que descobrir sozinho, se tiver coragem.” respondeu fake Karla. “Apenas saiba que eu precisava do sangue de caçadores, especialmente caçadores que se preocupam com os irmãozinhos menores.”

“Então quer dizer que a casa não é mal assombrada?” perguntou Ash.

“Oh, a casa é definitivamente mal assombrada… Por mim.” respondeu ela.

“O que é você, afinal?” perguntou Sammy. “Fantasmas não podem se transformar em outras pessoas.”

“Digamos que eu andei lendo livros de bruxaria e aprendi um truquezinho ou dois no caminho…” respondeu a traidora.

“E por que você está atacando essas pessoas? Os ataques realmente existiram?” perguntou Sammy.

“Sim, mas mas não se preocupe, todas as vítimas eram caçadores.”

“E como você conseguiu contactar a gente? Aquele número é secreto.” inquiri também.

“Através de um dos amiguinhos de vocês de caça, claro. Eu sou boa em conseguir informações que não querem me contar…”

“Tortura.” disse Sam com asco.

“Vadia.” respondi entre os dentes.

“Obrigada”. Karla respondeu com um sorriso.

“Você ainda não explicou porque tem atacado caçadores.” perguntou Ash.

Ela pareceu ponderar por alguns segundos, mas respondeu:

“Por muitos anos eu esperei por esse momento. Eu vivia nessa casa há muitos e muitos anos atrás, mas claro que meu nome não estaria no registro dela, ainda que vocês tenham investigado, porque eu era simplesmente a filha da empregada. Um belo dia, houve um incêndio na casa e todos saíram correndo, mas eu fiquei presa embaixo de um armário bem pesado que despencou sobre mim. O incêndio havia sido causado por um fantasma, que apareceu quando um feitiço dos Milan deu errado - eles eram todos bruxos. Haviam caçadores na casa, naquela noite, que se infiltraram para caçá-los. Um deles prometeu-me que me tiraria dali, mas na hora que ele devia ter matado o fantasma, ele hesitou e eu fui cercada pelo fogo e morri naquele dia. Os donos da mansão, não querendo escândalos com o nome deles, simplesmente compraram o silêncio de todos e ninguém soube da minha morte. Eventualmente, descobri que o fantasma responsável por aquilo era irmão do caçador que tinha ido supostamente ajudar. Ele estava mancomunado com os bruxos, na verdade. Obviamente, ele tinha maiores prioridades do que me salvar.”

“Então você morreu, virou fantasma e agora quer se vingar de todos os caçadores?” perguntei.

“Especialmente os que têm família. Laços familiares enfraquecem o trabalho de um caçador. Vocês precisam se preocupar em salvar a todos, não apenas seus irmãos.”

“Olha,” começou Sammy, num tom gentil, “o que aquele caçador fez com você foi muito errado. Mas vingança não é a solução. Isso só vai te corroer por dentro.”

“Doce Sammy, sempre tentando ajudar…”

“É Sam.” retrucou ele.

“Que seja.” respondeu a fantasma. “Eu já estou corroída por dentro. Eu era jovem, linda. Eu tinha mil planos pela frente. E minha vida acabou por causa da incompetência de um caçador que se preocupou mais com o irmão morto do que com quem estava vivo ali, precisando da ajuda dele.”

“Eu sei que você está magoada, mas-”

“NÃO VENHA ME DIZER COMO EU ME SINTO!!” a moça gritou, interrompendo meu irmão, e fazendo objetos no quarto voarem para todos os lados. Sam, por reflexo atirou mas, para a nossa surpresa, ela caiu e não desintegrou-se.

“Claro!” exclamei. “Ela mentiu sobre ser uma porra de um fantasma também! Porque será que ainda to surpreso?”

Comecei a ponderar se ela não teria mentido sobre o botão também. Provavelmente sim. Com esse pensamento, tirei a mão do botão. Foi quando a porra começou a ficar séria. Ouvimos um ruído imenso e aparentemente a mansão estava entrando em estado de sítio porque todas as janelas fecharam com um revestimento que parecia ser metal e tudo ficou escuro. Na escuridão, ouvimos o riso macabro de Karla.

“Eu avisei para não tirar a mão do botão.” disse ela, com uma satisfação imensa na voz.

“SUA VADIA, O QUE VOCÊ FEZ?” perguntou Ash, parecendo estar alterado pela primeira vez naquela noite. Ele ligou a lanterna, apontando-a para Moran.

“Eu? Quem fez foi Dean Winchester.” respondeu Karla. “Eu disse que as coisas ficariam desagradáveis se ele soltasse o botão…”

Mais um barulho alto foi ouvido.

“O que foi isso?” perguntou Sammy, arma apontada pra ela. “DIGA!!”

Moran com um gesto de mão arrancou a arma da mão de Sammy e de Ash.

“Essas armas não podem me ferir. Eu não sou um fantasma.” disse Karla. “Mas preferia ter morrido naquela noite. Fiquei com cicatrizes horríveis por todo o corpo, completamente mutilada. Até encontrar um dos livros que sobreviveram ao incêndio.”

“Então você é uma bruxa.” perguntou Sam.

“Sim. Mas essa informação será inútil pra vocês, já que vocês morrerão aqui.” respondeu a bruxa.

O barulho aumentava, a medida que o tempo passava. Parecia fogo crepitando, misturado com objetos caindo e o sibilo do vento, apesar de não conseguir imaginar como poderia haver vento se a casa estava toda trancada.

“Você quer saber o que você fez, Dean?” perguntou-me Moran. “Pois bem, eu vou contar: Esse botão ativa o modo cerco, mas não é só isso. Ele inicia a sequência de autodestruição que eu coloquei nessa mansão. É apenas uma pena destruir a casa, ela é linda.”

“Filha da puta..” respondi.

“A casa toda vai queimar e vocês com ela.” Disse Karla. “E eu ficarei mais linda e forte com o sacrifício de vocês, além de livrar este mundo dos vermes que vocês são.”

“Você esqueceu de um detalhe, vadia.” disse Ash. “Você está presa aqui conosco também.”

“Não por muito tempo. Até mais!”

Karla Moran disse algo incompreensível, que definitivamente não era em nossa língua e, em seguida, desapareceu. O fogo pareceu intensificar-se na mesma hora.

“Precisamos dar um jeito de sair daqui.” respondeu Sam. “Dean, se isso foi causado porque você apertou o botão, será que se você o apertar novamente, não saímos do modo cerco?”

“Pode ser uma boa ideia.” concordou Ash.

“Não custa nada tentar.” respondi, apertando o botão novamente.Sam saiu do quarto e foi verificar o corredor. Pouco tempo depois, ele retornou.

“Não me parece ter mudado nada. As janelas também continuam barradas.”

“De repente, o lance é soltar o botão de novo.” comentei soltando o botão e torcendo para aquilo ser uma jogada de sorte. Não foi. “Droga!”

Seguimos pelo corredor e notamos que as escadas já estavam completamente tomadas pelo fogo, de modo que estávamos presos no andar de cima.

“Droga, droga, droga!” comentei de novo.

“Ok, precisamos achar outra saída. Talvez quebrar uma das janelas.” ponderou Ash.

“Aquilo parecia ser feito de aço, não sei se conseguimos arrebentar.” respondeu Sam.

Mais um barulho foi ouvido, dessa vez bem perto, acima de nós. Foi por muito pouco que desviei de parte do teto desabando sobre nossas cabeças. Quando dei por mim, porém, não pude ver meu irmão, nem Ash, apenas uma coluna de fogo à minha frente.

“SAMMY!!” gritei desesperado.

“ESTAMOS BEM! VOCÊ?”

“NÃO ESTOU MACHUCADO. O QUE FAREMOS AGORA?”

“Precisamos continuar procurando uma saída.” Ouvi Ash comentar, sob o som das labaredas. “A queda do teto fez abrir um buraco ali na parede, me parece ser uma passagem secreta. Talvez ela nos leve à saída da mansão.”

“Não posso deixar meu irmão aqui, Ash.”

Eu já sabia que ele diria isso, mas se havia uma chance de Sammy sair daquela mansão, Sammy precisava agarrá-la.

“Sammy, vá com o Ash!” Não gritei, mas falei suficientemente alto para ser ouvido do outro lado das chamas. “Talvez do lado de fora da mansão tenha alguma coisa que possa ajudar a acabar com este cerco. Eu vou voltar para aquele quarto onde estávamos e ficar próximo da janela, assim, eu posso sair por ela, quando houver a oportunidade. O fogo ainda não chegou lá.”

“Tudo bem, Dean.” Sammy respondeu, mas eu conhecia bem meu irmãozinho para saber que ele estava relutante. A verdade era que eu não acreditava que havia forma de sair dali, mas Sam não iria me deixar, se soubesse. Talvez eu pudesse achar uma dessas passagens secretas nas paredes também.

Seguindo de volta para o quarto, comecei a quebrar todas as paredes com um pedaço de ferro que havia ali. A  casa era antiga e algumas partes da parede eram relativamente fáceis de quebrar. O lado da janela, infelizmente, continuava firme como aço. Depois de bastante luta e já coberto de suor, consegui uma pequena fresta, do tamanho do meu mindinho, mas que foi o suficiente para que eu visse Sam e Ash saindo para a frente da casa, em direção ao impala. Eles pareciam estar ponderando sobre o que fazer. Entrar pela porta da frente não parecia ser uma opção, entrar por onde vieram, aparentemente também não. Eles vasculharam ao redor da casa. Não pude observar por muito tempo porque o fogo começou a adentrar o quarto também.

As chamas lamberam rapidamente os móveis e estava começando a ficar realmente quente lá dentro. Tinha a impressão de que já começava a cozinhar, mas o fogo ainda não havia me tocado. Eu realmente não queria ter que apelar para isso, o cara era ocupado, mas estava começando a achar que a única forma de conseguir sair dali seria com uma mãozinha celestial. Então fechei os meus olhos, buscando concentração e comecei a orar:

“Cass, amigão! Tá na escuta? Eu sei que você tá ocupado com os lances do céu, mas se você pudesse vir rapidão aqui em Ohio, no quarto do segundo andar da parte oeste da mansão Milan, eu ficaria super grato.”

Abri um dos olhos, olhei ao redor e não vi sinal do anjo. Voltei a fechar o olho e continuei: “Ok, vou ser sincero: To meio desesperado aqui. Se você não vier logo, eu provavelmente vou virar churrasquinho de Winchester temperado com-”

“Olá, Dean.” Eu juro que nunca fiquei tão feliz em ouvir a voz do Cass em toda minha vida, apesar de sempre ficar feliz quando ouço a voz dele, não que ele precise saber desse detalhe.

“O que houve?” o anjo me perguntou, observando o fogaréu ao redor com um olhar curioso e nada amedrontado.

“Eu te explico depois, só me tira daqui.”

Cass pôs a mão em meu ombro e no mesmo segundo estávamos do lado de fora da casa, junto com Sam e Ash. Esse último levou um enorme susto com a nossa materialização.

“Oh, meu Deus! Graças a Deus!” exclamou Sam. “Cass, obrigado por ter vindo!”

Parece que eu não fui o único que tive a ideia de orar pra ele.

“É, cara! Valeu!” respondi.

Explicamos resumidamente o que havia acontecido e como eu fui parar dentro de uma mansão em chamas.

“É por isso que eu odeio bruxas.” comentei, com certa raiva, enquanto um pássaro agourento podia ser ouvido não muito longe dali. “Cass, nós vamos voltar pro-”

Cass desapareceu antes que eu terminasse a frase.

        “Legal!” respondi ironicamente. Quase tive um ataque cardíaco quando ele reapareceu tão subitamente quanto sumiu. “Puta que pariu! Eu realmente vou acabar colocando um sino no seu pescoço, Cass!” disse, com a mão no peito, tentando acalmar as batidas do meu coração.

“Desculpe.” Só agora notei que ele estava com um corvo na mão, apertando-o pelo pescoço.

“O que está fazendo com esse pássaro na mão, Cass? Ta machucando ele.” Sam comentou, incomodado com a cena.

“Eu ouvi a história de vocês, então pensei que se Karla se deu todo esse trabalho apenas por vingança, ela ia retornar para ver os frutos do seu trabalho. Eu estava certo. Senti sua energia maligna por perto e a capturei.”

“Tá dizendo que o corvo é Karla?” perguntei, surpreso.

“Sim.” Respondeu Cass.

No mesmo instante, o pássaro brilhou e começou a se transformar em Karla novamente, tentando atacar Cass em seguida. Mas o anjo foi mais rápido, pegando a adaga angelical e enfiando-a em seu coração. Moran morreu praticamente na hora.

“Problema resolvido.” disse ele. “Agora ela não vai machucar mais ninguém.”

“Obrigado!” respondi. “Você salvou minha vida.”

“Disponha.” Cass respondeu, com um meio sorriso que ficava lindo em seu rosto. “Eu preciso voltar pro céu, mas posso deixar vocês no bunker primeiro, se quiserem.”

“Céu é o nome de um bar ou algo assim?” Ash perguntou.

“Não, é o céu mesmo. Literalmente. O paraíso.” respondeu Cass, vias de fato.

“Ele é um anjo.” disse Sam.

“Literalmente.” expliquei orgulhoso.

“Mas anjos não existem.” respondeu Ash.

“Bom, eu existo.” replicou Cass. “Enfim…” disse o moreno, estendendo as mãos em nossa direção.

“UOU, UOU, UOU!” exclamei, afastando o rosto do toque de Castiel. “Nem fodendo que eu vou deixar Baby aqui sozinha nesse lugar horroroso. Vamos voltar pro bunker dirigindo!”

“Acho que não vamos ganhar esse argumento, Cass, por mais morto que eu esteja agora.” complementou Sam.

“Mas você não está…”

“Metaforicamente, Cass.” Sam explicou pro anjo confuso.

“Oh!” Uma lâmpada pareceu acender-se na cabeça de Cass. “Eu vou indo então. Até mais!”

E ele sumiu novamente, sem esperar respostas. Despedimo-nos de um ainda impressionado Ash ao chegar no centro da cidade e seguimos de volta para o bunker, com paradas para comer e dormir, pois ambos estávamos cansados demais para seguir direto, mesmo revezando o motorista. Ao longe, o canto de um corvo me lembrava para nunca confiar em bruxas ou apertar botões aleatórios.


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Notas finais do capítulo

To percebendo que a cada fic, estou aumentando o número de palavras. Vocês gostam de capítulos grandes? Bom, espero que tenham gostado desse. Pontinhos extras para quem captou as minhas referências no capítulo.

Comentários, como sempre, são mais que bem vindos. Não se acanhem, pois apesar do nome de loba no usuário, eu não mordo! (Péssima piada! rsrsrs) Mas sério, sintam-se livres pra vir falar comigo sobre esse capítulo ou os anteriores, sejam elogios ou sugestões. Eu devo postar a próxima fic ainda essa semana para compensar o atraso da semana passada (possivelmente quarta-feira), então, até lá! =D



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