“Cass, onde você tá? Você tá bem?” dizia um preocupado Dean ao telefone, quando finalmente conseguira contactar o anjo, que andava desaparecido desde que fora enfrentar Idriel¹, um poderoso anjo, aliado de Lúcifer.

“Estou em Alma. Estou bem, só preciso recuperar a energia antes de voltar ao bunker.” respondeu o anjo.

“Você não me parece bem.” retrucou o mais novo. “Aquele desgraçado te machucou?”

Não adiantava mentir para o caçador.

“Sim, mas não é nada grave, não se preocupe.”

Ignorando o final  da frase, o Winchester mais velho disse: “Me passa sua localização, que eu vou voando praí.”

“Mas, Dean, você não sabe voar.” apontou Cass.

“É apenas uma expressão, Cass.” Dean respondeu. “Quis dizer que vou ligeiro."

“Ah, sim…”

Dean chegou o mais rápido possível, considerando que Cass estava em uma cidade que ficava há quase três horas de distância do Lebanon, onde o bunker estava localizado. O ser sobrenatural não estava realmente muito ferido, ele estava mais esgotado da batalha. Mesmo assim, Dean o apoiou e o ajudou a chegar até o impala. Dirigiu depressa de volta para casa, onde Sam e Jack já os esperavam. Recepcionaram os meninos com um abraço apertado.

“Dean, você andou ultrapassando os limites de velocidade, não foi?” perguntou Sammy em tom de censura, porém preocupado ao mesmo tempo. “Tem umas quatro horas, no máximo, que você saiu.”

“Nós viemos ‘voando’.” retrucou Cass, dobranddo e desdobrando os dedos para sinalizar as aspas. Dean achou aquilo adorável, mas nada comentou a respeito.

“Relaxa, mãe.” disse Dean, ironicamente. Jack fez cara de quem estava confuso. “O importante é que estamos todos bem e Cass agora vai poder descansar e recarregar as baterias.”

“Mas eu não tenho bateri- Ah!” exclamou o moreno. “É uma expressão também, não é?”

“Sim, Cass. É uma expressão.” confirmou Dean, sorrindo levemente para  o anjo. “Vem, vamos pra cama, você precisa descansar.”

“Eu já to bem, Dean.” disse o anjo, mas segurou a mão que o caçador estendia mesmo assim e o acompanhou até o quarto deles.

Alguns segundos depois, Jack perguntou:

“Mas, afinal, eles vieram voando ou dirigindo?”

O Winchester mais novo riu. Pelo visto, era verdade que os filhos se parecem, pelo menos em termos de personalidade, com os pais que os criaram e não com os pais biológicos… De qualquer forma, com os pais do garoto dormindo - Sam preferia pensar que estavam mesmo dormindo -, sobrara para o tio Sammy explicar para o nephilim o que era uma figura de linguagem.