50 Tons de Fanfiction escrita por Nymeria


Capítulo 15
[HARRY POTTER] Desejo


Notas iniciais do capítulo

Tema 28: Sobre objetos mágicos.

Fandom: Harry Potter
Ship: Scorbus
Objeto: Espelho de Ojesed.
Avisos: Nenhum.

Oie! Eu sei, eu já postei fic ontem e anteontem, mas to aqui de novo para tirar o atraso das fics de abril. Acho que nunca postei nada de HP antes (se postei, tem muito tempo, então eu não lembro), mas espero que gostem. Boa leitura! =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/752413/chapter/15

Alvo olhou ao redor, tentando reconhecer o ambiente, contudo nunca estivera naquele cômodo de Hogwarts. Alguns metros à frente, havia um espelho. O sonserino aproximou-se do objeto e viu seu reflexo nele. Ao seu lado, Escórpio estava sorrindo.

“Como chegou aqui?” perguntou o moreno, virando-se para encarar o amigo, entretanto, o loiro não estava ali. Alvo olhou novamente para o espelho, o qual ainda exibia a imagem de Malfoy sorrindo e então olhou para o lado outra vez. O bruxo concluiu que alguém havia lhe pregado uma peça e provavelmente estava agora rindo às suas custas, mas o espelho ainda o intrigava.

Saiu andando pelos corredores da escola, pensando no que poderia ser o tal objeto. Se ele e Tiago fossem mais unidos, Alvo poderia perguntar-lhe, porém se fosse mesmo uma brincadeira de alguém, o irmão mais velho o perturbaria pelo resto de sua vida por ter caído nela. Decidiu, então, mandar uma carta para seu pai. Assim, casualmente. Com esses pensamentos, seguiu para o corujal, onde escreveu sua carta num pedaço de pergaminho.

“Oi, pai!” A carta dizia. “A gente combinou de nos aproximarmos mais e conversarmos mais, então resolvi mandar um oi. Como vai o senhor? Eu estou bem. As aulas desse ano são muito legais e eu aprendi um monte de feitiços novos. Aparentemente, meus colegas também. Hoje eu encontrei um espelho estranho, que parecia estar enfeitiçado porque ele mostrava outras coisas, além do meu reflexo. O senhor já encontrou algo assim? Acha que devo alertar à professora McGonagall? Abraços, Alvo.”

Colocou o pedaço de pergaminho, devidamente enrolado, na pata de uma das corujas do corujal e a soltou. Em seguida, dirigiu-se ao refeitório, em busca do seu melhor amigo, Escórpio. Encontrou-o quase que imediatamente.

“Ei, Alvo!” cumpimentou Malfoy, sorrindo.

“Oi, Escórpio!” respondeu ele.

“Eu sei que ano passado a gente causou um milhão de problemas, mas não precisa se enterrar na biblioteca vinte e quatro horas por dia só para compensar isso, sabe?”

“Eu não tava na biblioteca.” explicou Alvo. “Tava no corujal. Eu enviei uma coruja pro meu pai.”

“Ah, sim!” exclamou o loiro, empolgado. “Você me disse que vocês fizeram as pazes nas férias. Como estão indo as coisas entre vocês agora?”

“Estão indo bem. Estamos nos aproximando aos poucos.” disse Potter. “Mas, na verdade, eu mandei uma coruja pra ele porque queria saber algo.”

“O que?” O loiro parecia curioso.

“Eu encontrei uma sala com um espelho, só que ele não mostra só a gente. Eu achei que alguém tivesse me pregado uma peça.”

“Interessante… Cadê o espelho?” perguntou Escórpio, olhando para os bolsos do moreno. Alvo notou.

“Não tá aqui comigo, ele é muito grande. Mas posso te levar lá, se quiser.”

O rosto do loiro iluminou-se, indicando que ele estava totalmente a bordo para aventuras. Alvo adorava isso nele. Ele prometera a si mesmo, depois do que houve no ano passado, que ele iria dar mais valor à amizade de Escórpio. Um universo no qual eles eram inimigos e lutavam em times opostos era simplesmente errado.

“Venha!” exclamou Potter, puxando o amigo pelo braço e seguindo para a sala escondida.

“Você acha que seu pai sabe o que é ou como foi feito esse espelho?” perguntou Malfoy, enquanto andava pelos corredores de Hogwarts ao lado do amigo.

“Ele estudou aqui e também é auror. Acho que se tem alguém que pode saber, é ele. Além disso, ele sempre pode perguntar à tia Hermione, se não souber. Chegamos.”

Desceram os degraus até chegar ao objeto misterioso e puseram-se de frente para ele. Alvo viu o mesmo que da outra vez, a diferença era que Escórpio estava fisicamente do seu lado dessa vez e suas mãos estavam dadas. Potter olhou para o lado e viu que a mão de Escórpio estava pousada ao lado do corpo do loiro. Alvo sentiu vontade de tocá-la, mas não atreveu-se. O amigo não parecia estar vendo o que ele via no espelho.

“Alvo, você foi muito esperto com esse papo de espelho mágico, Eu caí direitinho!” Malfoy riu. “Bela peça!”

“Não, mas ele realmente é mágico! O que você tá vendo nele?”

“Nós dois, óbvio.” respondeu Escórpio. “Você tá vendo algo diferente?”

Alvo sentiu o rosto arder, enquanto corava. Ele não podia dizer que estava vendo-os de mãos dadas, nem que agora o Escórpio do espelho o olhava da maneira como o Escórpio verdadeiro olhava para Rosa, no ano passado.

“Não.” respondeu Alvo, por fim. “Acho que o efeito do feitiço que usaram já deve ter passado.”

 

***

 

Os dias seguiram-se normalmente após isso, até que chegou uma coruja para Potter. Era a resposta do seu pai. Nela estava escrito:

“Al,

Fico feliz que tenha mandado notícias e mais feliz ainda em saber que está bem. Nós também estamos bem por aqui. Sentimos sua falta todos os dias. Sobre o espelho, se você o encontrou numa sala escondida, provavelmente é o espelho de Ojesed. Eu o vi durante meu primeiro ano em Hogwarts. Dumbledore me explicou que ele refletia aquilo que a gente mais deseja. McGonagall provavelmente já sabe sobre ele e ele não oferece nenhum perigo, desde que você lembre-se que não pode passar a vida diante dele, contemplando seus desejos. Na época que o encontrei, eu me vi com os meus pais (eu nunca contei isso à ninguém). O que você viu nele?

Harry.”

O espelho de Ojesed refletia o que ele mais desejava... Fazia todo sentido agora que ele tivesse refletido Escórpio. Não era uma notícia que o Potter do meio compartilhava com as pessoas, mas ele sabia dentro de si que ele sempre sentiu algo a mais pelo melhor amigo. Contudo, o moreno sabia igualmente que o sonserino gostava de garotas, afinal, ele estava todo apaixonadinho pela Rosa Granger-Weasley no ano passado, talvez ainda estivesse.

Alvo, entretanto, não sabia o que fazer com aquela informação que seu pai lhe confiara. Teria Escórpio realmente visto apenas o reflexo deles no espelho ou teria ele se visto com Rosa e mentido porque sabia que Potter não era o maior fã da prima? Aquela pequena possibilidade de que talvez Escórpio gostasse dele também, alimentava-lhe uma centelha de esperança, a qual ele tentava inutilmente apagar em seu coração.

Poderia perguntar ao pai os detalhes sobre o espelho de Ojesed e tentar aconselhar-se com ele sobre o assunto, mas apesar de ambos estarem bem mais abertos um com o outro e do pai ter até contado-lhe - novamente - algo que, segundo ele, Alvo era o único a saber, além dele mesmo, o moreno ainda não se sentia à vontade o suficiente para dizer ao pai que ele era gay e estava apaixonado pelo melhor amigo. Pelo menos, não por enquanto. Resolveu que o melhor que poderia fazer naquele momento era responder a carta, antes de mais nada.

“Pai,

Também sinto falta do senhor e da mamãe. Obrigada pela informação sobre o espelho, me parece ser esse mesmo. Só por curiosidade: é possível duas pessoas verem a mesma coisa no espelho ou não verem nada de diferente nele? Numa situação dessas, seria seguro dizer que o espelho está quebrado?

Alvo.”

 

***

 

“ALVO!!” Gritou Escórpio, pelo que parecia ser a milésima vez, sobressaltando o jovem Potter.

“Desculpe, o que foi?” perguntou o moreno.

“Eu é quem pergunto isso.” respondeu Escórpio. “Você parecia estar no mundo da lua. O que houve?”

“Eu estava pensando sobre aquele espelho que encontramos há uns dias.” disse Alvo. “Você lembra dele?”

“Claro que sim. O seu pai lhe respondeu aquela coruja?”

“Sim. Ele disse que se chama Espelho de Ojesed. Ele o encontrou quando estava no primeiro ano dele, aqui em Hogwarts.”

“Então ele estava mesmo enfeitiçado?” perguntou o loiro. “Então porque eu vi o nosso reflexo normalmente?”

“Foi isso mesmo o que você viu?” Alvo questionou.

“Claro que sim. Eu te disse, naquele dia.” respondeu.

“Tem certeza de que não viu, sei lá, seus pais ou Rosa?” perguntou o moreno. Escórpio corou com a menção da prima de Alvo.

“Eu não tenho mais uma crush nela, tá bom. Eu já superei.” respondeu Malfoy. “Podemos esquecer esse assunto?”

“Ta bom…” Alvo replicou, ironicamente.

“É sério!”

Nesse momento, contudo, uma coruja aterrissou em frente à Potter com uma carga na mão. Alvo abriu e constatou que era a resposta do seu pai.

“Bom...” dizia a carta. “Nesse caso, eu suponho que isso aconteceria se ambas as pessoas quisessem a mesma coisa ou, se elas estão se vendo como num espelho comum, talvez o que elas mais desejam seja uma a outra. Al, você por acaso arranjou uma namorada? Eu quero conhecê-la, viu! Harry.”

Alvo estava vermelho como um pimentão maduro quando terminou de ler a carta.

“O que foi?” perguntou Escórpio, preocupado.

“Nada! Tenho que ir pra aula de poções.” Alvo respondeu a primeira coisa que lhe passou pela cabeça.

“Nossa aula de poções só começa às quatro e meia.” respondeu Escórpio.

“Claro, mas eu tenho que passar na biblioteca primeiro, eu esqueci que a data de devolução do livro que peguei emprestado é hoje. E… Eu tenho que fazer… Coisas. Até mais tarde!”

Alvo praticamente saiu correndo e, após reparar se Escórpio não tinha o acompanhado, parou e respirou fundo repetidas vezes. E se Escórpio tivesse falado a verdade para ele? Isso significa que o loiro o deseja tanto quanto ele o deseja? Ou seria possível que ele desejasse um amigo verdadeiro, no final das contas? Um turbilhão de pensamentos passavam pela mente do moreno e ele não sabia o que fazer. Ele poderia ser franco com Escórpio e lhe contar toda verdade, mas e se o loiro realmente só o visse como amigo? E se ele tivesse mentido para não ter que lhe dizer que vira Rosa naquele espelho?

Potter sabia que só havia uma forma de saber. Mas ele não era grifinório, como seu pai. Coragem não era a característica que melhor o descrevia. Se ele trouxesse esse assunto à tona e Escórpio não o visse da mesma forma que ele o via, Alvo corria o risco de estragar a melhor - provavelmente a única - amizade que tivera naquela escola e ele não podia perder a amizade de Escórpio porque Escórpio era a coisa mais preciosa do mundo para ele, por mais que no início, ele não tenha sido um bom amigo para o loiro.

 

***

 

Alvo considerava Escórpio seu melhor amigo e ele era também o melhor amigo de Escórpio. Por esse motivo, evitar falar no assunto durante a aula de poções ou criar desculpas evasivas para não estar próximo de Escórpio e não ter que contar-lhe a verdade não funcionaram por muito tempo com o loiro. Malfoy esperou um momento em que o salão comunal da Sonserina estava completamente vazio para o abordar.

“Alvo, me conta agora o que tá acontecendo.” disse o loiro, sentando-se ao lado do moreno no sofá, em frente a lareira que crepitava. “Você tem me evitado desde que recebeu aquela coruja do seu pai sobre o tal espelho de Orised.”

“Ojesed.” corrigiu o moreno.

“Que seja.” retrucou Escórpio. “Eu sei que tem algo te incomodando, então desembucha. O espelho é amaldiçoado, é isso?”

“Não, não é isso.” respondeu Alvo. “Meu pai me contou naquele dia que o espelho mostra para a gente aquilo que a gente mais deseja.”

“Oh.”

Alvo respirou fundo e então continuou: “Eu não estava mentindo quando disse que vi nosso reflexo no espelho. Exceto…” ele suspirou mais uma vez, levemente corado. “Que no espelho você segurava minha mão. E você olhava para mim como você costumava olhar pra Rosa, no ano passado.”

Escórpio corou. Alvo tomou isso como um incentivo para continuar.

“Você me jurou que viu nosso reflexo também. Papai acha que quando duas pessoas vêem a mesma coisa é porque o que elas mais desejam é uma a outra.”

“Alvo…”

“Eu guardei pra mim tudo que eu sentia porque sabia que você gostava da minha prima e imaginei que você só gostasse de garotas, de qualquer forma. Mas, desde aquele dia, isso está me corroendo por dentro, então eu preciso que você me diga a verdade agora: O que você sente por mim? É apenas amizade ou eu posso me atrever a ter esperanças?”

“Eu…” o loiro começou e Alvo não conseguiu olhá-lo nos olhos, com medo da possível rejeição. “Eu realmente vi nós dois no espelho. Por isso achei que ele estivesse quebrado ou que tivesse sido uma brincadeira sua para zoar comigo.” Potter olhou para o loiro com um misto de surpresa e esperança. “Eu acho que seu pai tinha razão, então… Nós desejamos a mesma coisa.”

Alvo então segurou a mão de Escórpio da mesma maneira que ele o vira segurar a sua no espelho de Ojesed. Com a mão livre, Malfoy ergueu o queixo do moreno e, levemente hesitante, colou os lábios nos dele de maneira singela, afastando-se quase no mesmo instante.

“Foi assim que vi nós dois no reflexo.” explicou o loiro. Alvo sorriu, o que foi retribuído por Escórpio.

“Meu pai disse que queria conhecer minha namorada, suponho que ele vai ficar um pouco surpreso quando souber que não se trata de uma namoradA…” comentou Alvo, encostando a cabeça no ombro de Malfoy, enquanto observava a lareira acesa à frente deles.. Escórpio riu.

“Meu pai também não estará esperando por isso, se serve de consolo.” Escórpio olhou também para a chama que ardia reconfortantemente. Ficaram daquele jeito por bastante tempo, no silêncio da madrugada do salão comunal, contudo nunca estiveram tão felizes quanto naquele momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como eu disse nas notas iniciais, tô tentando tirar o atraso das fics, então é provável que amanhã eu poste novamente, caso consiga terminar o cap. 16 daqui pra lá (vou tentar ao máximo terminá-lo). Se você é hunter e shipa destiel, já acompanha a história pra você não perder o post, porque a próxima fic é deles. Comentários, como sempre, são mais que bem vindos! Até o próximo capítulo! o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "50 Tons de Fanfiction" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.