Agora Ou Nunca escrita por RaelFitch


Capítulo 8
Telefonema da tia Cris


Notas iniciais do capítulo

pessoal agora estarei postando todas as quintas-feiras



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8. Telefonema da tia Cris
Quando o filme acabou abracei minha irmã antes de dormir e sei que ela não esperava que eu fizesse isso, e também sei que ela ficou muito feliz com isso.
Cheguei ao meu quarto e abri o Facebook, Ítalo tinha me mandado uma mensagem.
“Vi o desenho do vestido da sua irmã, ela vai estar linda, mas tenho certeza que nada vai superar sua beleza”
Li e reli aquela mensagem dez vezes no mínimo, pensei em não responder e tortura-lo um pouco, mas a ideia de ficar sem falar com ele me matava pouco a pouco, acho que ele estava acendendo uma chama dentro do meu peito, que em breve provocaria um incêndio, meus dedos criaram vida própria e posaram no teclado, respirei fundo e comecei a digitar.
“Espero que Luiza te convide para o casamento, assim você verá de perto”.
Ele visualizou e em seguida mandou um coração, fechei meu computador e me joguei na cama, durante a noite Ítalo invadiu meus sonhos novamente, seu sorriso me contagiava, nunca tinha me sentido assim na minha vida, quando nossos lábios estavam prestes a se encontrar o despertador me acordou.
O café da manhã foi tomado pelo assunto do casamento, minha mãe tomava sua xícara de café atenta a cada palavra que Luiza dizia, meu pai dava ideias que as duas descartavam depois de rir, afinal elas eram super “simples e básicas”, Luiza queria um casamento grande, minha mãe também, imaginei como iria pedir para minha irmã chamar Ítalo para seu casamento sem
— o baile de formatura é antes do seu casamento — falei.
— eu já escolhi os dois vestidos com Angelina! — Luiza me respondeu tomando seu suco de maçã — vou dar um dos meus convites para ela, sobrou algum convite seu?
— pra você convidar alguém que ficou sem convite? — perguntei.
— na verdade iria convidar o Doutor Castro — ela respondeu cortando uma fatia de bolo.
Minha boca ficou seca, dei uma leve tosse, meu coração acelerou, Luiza queria convidar Ítalo por algum motivo é eu precisava saber o porque.
— mesmo que não sobre convites eu faço questão de comprar, ele é um bom homem, quando você desapareceu — ela olhou para mim é o sentimento de culpa me preenche — ele ficou muito preocupado e encontrou Gabriel, os dois vieram para cá e esperou você aparecer — minha mãe disse tomando um pouco do café.
O celular do meu pai tocou e ele levantou-se para atender, o observei pela janela e vi que ele parecia nervoso, levava as mãos à cabeça, desligou o celular, minha mãe levantou-se e colocou a xícara na pia.
— Cristina está se divorciando — ele disse antes da minha mãe perguntar.
Cristina era a irmã do meu pai, eles tem uma parceria muito parecida com a que eu e Luiza possuímos, ela estava casada a mais de 13 anos com um homem que eu particularmente não curtia muito, André, os dois tiveram uma filha chamada Antonella, imagino como ela deve estar sofrendo, até porque ela era muito apegada ao pai, minha tia é muito liberal, não possui problemas e inimizades com ninguém, mas pelo jeito que meu pai ficou depois da ligação, algo me diz que a separação não foi amigável.
— e onde ela está? — minha mãe perguntou.
— ela pediu para ficar alguns dias aqui — meu pai respondeu.
— vou arrumar o outro quarto para ela e Antonella — minha mãe foi até o segundo andar de casa.
Luiza suspirou e foi escovar os dentes, meu pai sentou-se no seu lugar e parecia triste.
— como você está pai? — perguntei.
— estou mal pela sua tia, é difícil ver minha irmã sofrendo — ele falou comendo o resto do bolo que Luiza tinha deixado.
— ela falou o motivo? — perguntei.
— ela pediu segredo — nesse momento aceitei que não iria descobrir, até porque meu pai sempre foi muito bom em guardar segredos.
— tudo bem — levantei e fui escovar meus dentes.
— descobriu? —Luiza me surpreendeu.
— não — respondi impaciente, minha irmã sempre com a curiosidade aflorada.
...
Ítalo não tirava os olhos de mim, nós não conseguimos conversar sozinhos, nunca tinha o visto daquele jeito, pois seu sorriso já tinha sido notado por todos os alunos e até mesmo pela Professora Aline.
— quer tomar um café mais tarde? — ela perguntou a ele.
— não, tenho compromisso — ele desviou, e piscou para mim ao perceber que eu estava me aproximando para escutar a conversa dos dois.
— que pena — ela murchou.
Pisquei para ele e fui até a recepção sorrindo pelo fato de saber que ele me queria tanto que acabava dispensando quem se aproximava.
— dispensando a professora mais bonita, o que tem de errado com você? — provoquei.
— quem eu quero está se fazendo de difícil — ele respondeu olhando para meus lábios.
— ele deve ser um idiota — provoquei, abrindo o primeiro botão do meu jaleco.
— controle-se — ele disfarçou olhando para os lados.
— tem algo para fazer hoje? — perguntei fechando o botão.
— meu pai chega de viagem hoje — ele voltou sua atenção a mim, após ter certeza que não havia ninguém nos olhando — quer ir lá em casa?
— não — recuei, Ítalo provocava algo em mim que nem eu sabia o que era, porque quando estava com ele me sentia um cara novo, um que não se importava com o que as pessoas diziam e que eu não conseguia controlar.
— porque? — perguntou.
— podemos deixar só entre nós dois por enquanto? — perguntei.
— claro — respondeu — meus pais já sabem sobre mim, mas tenho certeza que os seus não sabem sobre você.
— exatamente — bufei — eu ainda estou me aceitando, e você está me ajudando muito nisso.
— sério? — perguntou baixando o tom de voz ao ver Aline se aproximando.
— sim — sorri.
— Ítalo, você poderia ajudar Mayara e Bárbara — ela apontou para duas alunas, ambas com cabelos curtos que batiam nos ombros a primeira tinha cabelos lisos e a segunda cacheados e usava um óculos de grau, ambas muito bonitas.
— obrigado professor — respondi ao Aline me olhar.
— se tiver mais dúvidas me procure— ele respondeu — agora vou ajudá-las.
Meu dia passou voando, Gabriel veio até mim perto do nosso horário dizendo que planejava dar uma festa.
— vai ter muitas tochas — ele sussurrava animado — sempre gostei do clima tropical.
— por que você não faz algo mais simples? — perguntei indo até o vestiário.
— quero ver as convidadas de biquíni — ele deu de ombros.
— tá bom — revirei os olhos.
— vai dizer que você não quer ver as mulheres de biquíni? — ele falou sério e depois sorriu.
— é verdade — concordei sem graça.
— esse é meu garoto — ele bateu nos meus ombros e saiu animado pegando sua mochila no armário e indo até um box.
Me olhei no espelho, lavei meu rosto, será que aquela era uma boa hora para falar com Gabriel sobre minha sexualidade? Meu coração estava acelerado, imaginei rapidamente as reações dele indo desde a aceitação até o rompimento da nossa amizade, respirei fundo.
— você está bem cara? — ele perguntou já pronto.
— estou sim — respondi pegando minhas coisas no armário.
— nos vemos amanhã então — ele despediu-se.
Peguei minhas coisas e fui em direção à porta, Ítalo surgiu e sorriu ao me ver.
— fiquei com medo de não conseguir te encontrar — ele aproximou nossos lábios.
— sorte não ter ninguém aqui — eu disse quando nós separamos.
— sorte foi eu poder ser seu supervisor — ele sorriu novamente e me derreti.
— quer jantar comigo mais tarde? — perguntou.
— claro — me aproximei beijando-o , ele me empurrou até a pia e senti sua mão amassar minha camiseta na tentativa de tirá-la — não podemos fazer isso aqui.
—você tem razão — ele bateu na testa e sorriu novamente — mais tarde então?
— você está muito apressado — lhe dei um leve beijo — agora tenho que ir.
Sai pelas portas do hospital e encontrei minha irmã.
— preciso que você vá comigo para eu fazer as primeiras medidas do vestido — ela disse me puxando.
— na mãe do Ítalo? — perguntei.
— é claro — ela respondeu — tem outra pessoa fazendo meu vestido?
— tudo bem — revirei os olhos para ela achar que eu estava indo obrigado.
No meio do caminho mandei uma mensagem para Ítalo avisando que estava indo para casa de sua mãe, ele respondeu com uma carinha piscando seguida de um coração.
— porque você está sorrindo feito bobo? — Luiza perguntou.
— tive um bom dia — pisquei para ela.
Quando chegamos a casa de Angelina, Douglas nos recebeu e indicou o local que minha irmã deveria aguardar.
— Léo? — ele me chamou — preciso que você venha comigo.
Assenti e o segui até um enorme jardim no fundo da mansão, ele me apontou para a estufa perto do muro, agradeci, entrei no espaço e tudo era muito bonito, todas as espécies de flores e plantas possíveis, mas Ítalo não estava lá.
— me procurando? — ele surgiu na porta e meu sorriso se abriu da forma mais verdadeira e espontânea possível.


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