Agora Ou Nunca escrita por RaelFitch


Capítulo 13
Barquinho de Papel




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13. Barquinho de Papel
Fechei meus olhos, respirei fundo, desejando que aquilo tivesse sido apenas um sonho, que ao abrir os olhos estaria deitado na minha cama, e poderia repensar o que eu tinha acabado de fazer, respirei mais fundo ainda e abri meus olhos, e vi minha melhor amiga com os olhos cheios d’água, ela me abraçou e depois suspirou.
— Tudo bem — ela sorriu — pra mim isso não faz diferença, porque não muda seu caráter, não muda forma de agir, não é uma escolha e sim uma característica sua, e não muda nossa amizade nem o jeito que te vejo, muito pelo contrário, a força e a coragem que você tem de querer dizer isso pra todo mundo, mesmo sabendo que muitas pessoas podem te julgar te faz mais forte e corajoso, isso é uma característica muito importante que eu admiro muito, você vai passar por coisas difíceis, mas nada é melhor que nós sermos nós mesmos — ela me abraçou e ali eu senti o abraço mais confortável que eu poderia receber.
Após perceber que a reação de Sofia foi a melhor possível, eu queria contar para todo mundo, mas não podia até porque ela aceitou muito bem, porque ela é do mundo gay também, eu fiz uma lista na minha mente das próximas pessoas que eu deveria contar, Gabriel, depois Luiza e por último meus pais, o resto seria apenas... O resto.
Saímos do shopping e Sofia andava de forma muito alegre, quase saltitando.
— onde você vai ficar? — ela me perguntou.
— vou ficar na casa de um cara que eu conheci — respondi sorrindo.
— é o José? — ela perguntou sorrindo.
— não — vi o sorriso dela desaparecer.
— como ele é? Quem é? — ela perguntou e eu não podia contar que era o Ítalo.
— ele é mais velho, um dia te mostro — fugindo assunto entrando no carro.
Dei o endereço da rua de trás do endereço do Ítalo para Sofia, no caminho ela tentava a todo custo descobrir quem era.
— um dia eu te conto — falei piscando antes de sair do carro.
— boa noite — falei com sarcasmo.
Quando tive certeza que Sofia não estava pelas redondezas corri para a casa do Ítalo, quando encontrei deitado.
— senti sua falta — sorri tirando a camisa.
— maravilha — ele sentou-se depressa.
— contei para Sofia — sentei-me no chão.
— sobre nós dois — ele estreitou os olhos.
— não — coloquei a mão em seu joelho — contei que sou gay.
— estou muito orgulhoso de você — ele sorriu e inclinou-se me dando um beijo.
— eu tive cinco segundos de coragem — comecei a limpar as lágrimas que já desciam — espero que dê certo com os outros também.
— vai dar tudo certo — ele sorriu — quero que você saiba você tem meu apoio e estarei ao seu lado até o fim.
O beijei novamente, ele me abraçou e senti que ali era meu lugar favorito no mundo.
— quer comer alguma coisa? — ele pegou minha mão e me guiou até a cozinha.
— quero algum doce — sentei-me na mesa.
— deve ter algo aqui — ele abriu a geladeira e voltou com gelatina de uva e outra de limão.
— você é tão saudável — falei rindo — quero a de limão.
— tá bem amor — ele sorriu.
— amor — repeti.
— fiz errado? — perguntou preocupado.
— achei engraçado — ri.
— você é diferente de qualquer pessoa com que já namorei — ele disse comendo gelatina.
— obrigado, você também — eu comi a gelatina também — afinal, você viu que a minha ex não é uma pessoa muito legal.
— ela tem obsessão em você, mas quero que você tenha cuidado, por favor — ele posou o olhar no meu curativo.
— eu vou ficar bem, só preciso pensar um jeito de fazer ela me esquecer sem ela tentar me manter ou se matar — fiz aviãozinho com minha gelatina e levei a sua boca.
— a de limão é mais gostosa mesmo — ele pegou um pouco da de uva e levou a minha boca.
— você é muito carinhoso nem parece aquele mesmo cara arrogante do início do estágio — falei colocando os potes na pia.
— você acredita que eu te quero desde o primeiro momento que te vi — ele me abraçou por trás.
— e eu também, eu só não sabia disso — virei e lhe dei um beijo.
Quando acordei na manhã seguinte com Ítalo me olhando, recebi um beijo na testa e outro na boca.
— obrigado por estar aqui — ele falou com aquela voz rouca que eu tanto amava.
— obrigado por me receber aqui — fiz uma cara de criança feliz.
— quer fazer o que hoje? — perguntou se espreguiçando.
— queria sair para um lugar de mãos dadas com você — respondi.
— podemos dar um jeito nisso — ele sorriu.
— no que você está pensando? — perguntei.
— quer ir a casa de campo da minha família? — perguntou na naturalidade de sempre.
— quando? — perguntei.
— semana que vem, amanhã temos que ir ao hospital — ele fez biquinho — e você vai gostar de lá, tenho certeza.
— vou sim, mas o que vamos fazer agora? — perguntei me sentando na cama ficando de costas para ele.
— já disse que amo suas costas? — ele perguntou sentando-se atrás de mim, fiquei no meio de suas pernas, sentia os seus beijos percorreram minha nuca, sua mão encontrou meu membro já rígido na calça do pijama, ele deu um sorriso e beijou meu rosto enquanto movimentava sua mão dentro da minha calça, apoiei a cabeça em seu ombro e fizemos nosso contato visual.
...
Quando sai do banho Ítalo estava terminando de colocar o jantar na mesa, sentei-me ao seu lado e comemos um arroz à grega com churrasco que ele tinha feito na churrasqueira elétrica.
— sei que não podemos usar alianças por enquanto, mas queria te dar um presente — ele tirou uma caixinha preta do bolso.
Levei as mãos a boca surpreso, Ítalo abriu a caixinha e ali tinha um cordão com um pingente de barquinho de papel.
— é lindo — virei pra ele colocar no meu pescoço — mas por que um barquinho de papel?
— vai ser mais uma surpresa — falou em um tom de mistério.
Meu celular tocou e era minha tia Cristina.
— oi tia — atendi.
— meu sobrinho amado, chamei Luiza para almoçar comigo amanhã, gostaria que você também fosse.
— estarei lá — respondi animado.
— que bom meu querido, então nós vemos amanhã!
— tá bem, até amanhã tia.
Desliguei o telefone e contei para o Ítalo.
— achei que você fosse ficar comigo amanhã — falou triste.
— calma Ítalo — sorri — quando casarmos você vai poder ficar comigo todo dia.
— então tenho que adiantar o máximo esse pedido — ele sorriu.


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Notas finais do capítulo

Será que um dia esse casamento sai?



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