Agora Ou Nunca escrita por RaelFitch


Capítulo 12
Pontos e Cicatrizes


Notas iniciais do capítulo

Voltei pessoal, este capítulo era pra ter saído ontem, mas tem acontecido tanta coisa ultimamente e não consegui postar, mas vamos a leitura...



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12. Pontos e cicatrizes

O sangue pingava na grama, mesmo não sendo um corte tão profundo no meu antebraço, Gabriel me puxou rapidamente, puxou uma toalha e enrolou meu ferimento enquanto me levava em direção ao seu carro, enquanto Lorena chorava, na direção pro hospital mandei mensagem pro Ítalo, com certa lentidão por digitar apenas com uma mão, contei o que tinha acontecido e que estava indo até o hospital, ele não me respondeu de imediato como fazia, deveria estar dormindo.
— avisou seus pais? — perguntou Gabriel sem tirar os olhos da caminho.
— sim — menti — peguei novamente meu celular e enviei uma mensagem pra Luiza contando tudo e pedindo para ela avisar nossos pais.
Quando chegamos no hospital Gabriel foi direto a recepção, enquanto me sentei, fui atendido rapidamente, entrei no consultório sozinho, a médica perguntou o que tinha acontecido, menti dizendo que tinha sido um acidente, o que não pareceu convencê-la, mas ela não insistiu em descobrir.
— eu vou dar uns pontinhos só para fechar, você teve sorte de não ter atingido nenhum vaso importante — quando olhei de novo meu ferimento parecia que estava pior é com certeza ficaria uma cicatriz ali — vou fechar esse ferimento — a médica me tirou do estado congelado em que eu estava, trazendo consigo os equipamentos necessários e me entregando algumas amostras grátis de remédios para dor.
...
Quando sai do consultório encontrei Gabriel, Luiza e meus pais na recepção.
— o que aconteceu Léo? — perguntou minha mãe apertando o curativo.
— não foi nada — respondi — só mais um surto da Lorena.
— agora essa garota passou dos limites — disse minha mãe brava — vamos à delegacia agora!
— mãe, não se preocupa, eu vou cuidar disso — respondi — a polícia não pode ajudá-la, ela precisa de uma ajuda mais específica.
— ela está ficando maluca e colocando-se avisarem risco — meu pai falou baixo.
— vamos fazer assim, eu vou tentar falar com os pais dela para ajudarmos ela — eu falei.
— você precisa ir à delegacia — minha mãe insistiu.
— mãe eu preciso resolver isso sozinho — falei por fim — vamos pra casa.
Quando estávamos saindo do hospital Ítalo surgiu de surpresa pálido, ofegante e muito preocupado.
— Dr. Castro você por aqui? — minha mãe perguntou.
— ah, sim — ele suspirou e respondeu rápido — hoje dou plantão nesse hospital e estou atrasado — deu uma ótima desculpa.
— apareça qualquer dia em nossa casa novamente — disse meu pai.
— claro, o que houve Leonardo — ele disse ao olhar meu braço.
— confusão com a ex — Luiza respondeu.
— está tudo bem? — ele perguntou muito preocupado.
— agora sim, respondi — acenando com a cabeça.
— bom, estou atrasado — Ítalo olhou o relógio — descanse Leonardo!
Nos despedimos de Ítalo, Gabriel nos acompanhou até o carro e foi para seu carro.
Quando cheguei em casa fui dormir, pois o dia tinha sido tão exaustivo, Ítalo me mandou uma mensagem:
“Quase fomos pegos, espero que você esteja bem! - Ítalo”.
Respondi:
“Verdade, mas você foi bom na desculpa, e eu só vou estar melhor quando dormir do seu lado de novo- Léo”.
Sorri ao enviar a mensagem e adormeci antes que ele me enviasse a resposta.
Quando levantei na manhã seguinte Sofia estava sentada na minha cama, quase gritei de susto.
— eu sei que sou linda — ela mexeu nos cabelos cacheados.
— está perdida? É domingo! — coloquei o travesseiro no rosto.
— pensei em passarmos o dia juntos — ela respondeu sem graça.
— boa ideia — me sentei.
— fiquei sabendo do surto da Lorena — ela apontou para meu curativo.
— não vamos estragar o dia que já amanheceu lindo, falando sobre a Lorena — falei enquanto levantei e fui em direção à janela abrindo a cortina.
— você tem razão — ela disse — quer fazer algo hoje?
— por favor — respondi.
— vamos ao shopping então — ela sorriu.
— eu vou tomar banho e já desço — disse enquanto ela ia para o andar de baixo.
Enquanto tomava banho meu celular tocou, era Ítalo.
— alo? — atendi.
— dormiu bem? — perguntou.
— se você estivesse me fazendo cafuné minha noite seria melhor.
— quer dormir aqui hoje? — perguntou.
— tudo bem, vou sair com a Sofia e depois vou para sua casa tudo bem?
— ótimo.
— agora vou voltar para meu banho.
— então você está no banho? — perguntou com a voz rouca.
— sim — ri.
— me conte detalhes.
— prefiro te mostrar mais tarde — provoquei.
— vou te esperar, beijos.
— beijos.
Quando desci, já estava com minhas mochilas prontas, uma de roupas e outra com caderno e livros da faculdade, minha mãe conversava com Sofia sobre o casamento de Luiza e quanto iria sentir falta da minha irmã em casa.
— vamos? — falei ao encontrar as duas.
— vamos! — Sofia respondeu animada.
— onde você vai com essas malas todas? — minha mãe perguntou.
— vou dormir no Gabriel, temos tanto trabalho para fazer — respondi fingindo que estava cansado.
— você está vendo Sofia? Luiza vai cara e ele não para mais em casa! — minha mãe falou fazendo drama.
— é assim que a banda toca tia — Sofia sorriu e abraçou minha mãe.
Quando chegamos ao shopping fomos tomar café, Sofia pediu um cappuccino enquanto tomei um café com leite e bolo de cenoura.
— lembra aquela loira da festa? — ela me perguntou.
— claro! — respondi.
— ela é super gente boa — ela estava com brilho nos olhos.
— você já está apaixonada né? — perguntei.
— sim! — ela riu — o nome dela é Keyla, mas ela disse que eu poderia chamá-la de Keka!
— que apelido estranho — falei segurando o riso.
— eu sei! — e Sofia caiu na gargalhada — mas ela é incrível.
— deve ser mesmo, você merece ser feliz, espero que de tudo certo! — levantei minha mão e fizemos um toque de mãos.
— preciso de ajuda com umas roupas mais quentes! — ela sorriu — hoje vou dormir na Keka — piscou.
— você é tão pervertida! — sorri.
— você também não é santo, eu sei que você não vai dormir no Gabriel — ela piscou.
— vou sim! — menti.
— eu falei com ele hoje antes de ir a sua casa e ele falou que iria visitar a avó — ela sorriu debochada.
— você me venceu — levantei as mãos me rendendo.
— vai dormir na casa de quem? — ela levantou a sobrancelha.
— a conta! — levantei a mão pedindo ao garçom.
Fomos até uma loja de lingeries para Sofia comprar algo para aquecer a noite dela e da Keka, enquanto ela tagarelava, eu me perguntava o porque não contar pra ela, eu não podia expor meu relacionamento com o Ítalo, ele poderia ser mandado embora, mas eu podia contar a ela que eu era gay, eu deveria contar? Perguntei a mim mesmo.
Depois dela escolher sua lingerie, fomos até outras lojas para ela comprar roupa, maquiagens e até mesmo fio dental, e depois paramos na frente do cinema e ela ficou com vontade de assistir um filme que teria sessão seria as 13 horas.
— da tempo de almoçarmos — falei.
— eu já estou com fome mesmo — ela sorriu.
Almoçamos em uma churrascaria, Sofia tomava cerveja e eu estava na minha maravilhosa água com gás.
Ela comia sua carne com calma e precisão, eu acabei meu prato bem antes, estava ansioso e precisava conversar. O tempo foi passando e eu sentia meu coração acelerar, tinha muito medo, Sofia poderia me ajudar a me aceitar mais e futuramente contar aos meus pais.
Depois que ela terminou de almoçar depositamos as bandejas no corredor e fomos para fila do cinema comprar os ingressos.
— o que houve? — ela perguntou ao ver que eu estava calado— você está bem?
— não — respondi, de cabeça baixa.
— Léo, seu antebraço está doendo? — ela perguntou encostando com cuidado no curativo que eu tinha feito antes de sair de casa.
— é meu coração — respondi.
— você está sentindo sintomas de infarto? — ela arregalou os olhos.
— não — eu ri e depois comecei a chorar.
— me conta o que está acontecendo — ela falou baixinho segurando meu rosto com as duas mãos.
— eu — respirei fundo — sou gay.
— calma — ela sorriu.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que será que Sofia vai achar disso tudo?



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