11. De Volta À Festa
Acordei no dia seguinte sozinho na cama, nossa noite foi muito boa, ainda podia sentir seu toque na minha pele, sua respiração junto com a minha, nossos movimentos sincronizados e nosso contato visual.
Levantei-me e fui até a cozinha, encontrei Ítalo cozinhando de costas, ele parecia animado, peguei meu celular e tirei uma foto, ele virou e ficou corado quando me viu.
— não acredito que você acordou antes de eu terminar seu café — ele parecia desapontado e tímido.
— deixe-me te ajudar — fui até a torneira lavar as mãos — o que você estava fazendo?
— omelete, gosta com bacon? — perguntou enquanto cortava o bacon em fatias.
— gosto! — ele despejou no meu omelete.
— quer fazer o que hoje? — perguntou desligando o fogão e se aproximando de mim.
— o que você quiser — provoquei.
— então acho melhor voltarmos para o quarto — ele mordeu minha orelha.
— talvez depois — eu ri — quero aproveitar o dia.
— vamos ao cinema? — perguntou.
— acho que não tem nenhum filme legal passando.
— vamos fazer assim, eu te deixo na festa do seu amigo e você curte um pouco vai para casa se arruma e a noite vamos jantar — ele sorriu.
— pode ser — respondi mastigando o omelete.
— vou tomar banho — ele beijou meu rosto e saiu em direção a sua suíte, comi rapidamente meu omelete e corri atrás dele.
A porta do banheiro estava aberta, arranquei o pijama e entrei, ele estava em baixo do chuveiro passando o shampoo, entrei dentro do boxe, eles estava de costas para mim, beijei sua nuca, meu coração acelerou, continuei beijando, ele virou-se e me beijou em um movimento rápido me prensou na parede, seus beijos desciam pelo meu corpo, a água quente molhando nossos corpos, o interfone tocou, mas não paramos de nos beijar até que ele tocou novamente, Ítalo saiu resmungando pegou uma toalha enrolou na cintura e sumiu, continuei o banho, quando estava tirando o shampoo ele voltou ao banheiro e ficou me admirando.
— o que houve? — perguntei.
— minha mãe está subindo — ele soltou uma risada ao me ver arregalar os olhos.
— tenho que me esconder — puxei a toalha de sua cintura deixando-o sem nada e correndo para seu quarto colocar uma roupa.
— deixa de ser bobo — ele veio atrás de mim rindo — ela já sabe meu interesse por você!
— é mesmo? — perguntei.
— aposto que ela ficará muito feliz ao te encontrar aqui — ele vestiu-se.
— tá bom, eu vou terminar de me arrumar e já encontro vocês — disse quando a campainha tocou.
Ítalo foi para a sala, coloquei a roupa que eu estava quando vim para casa dele, eu estava horrível, minha sogra era uma mulher muito elegante, e apesar de ser extremamente simpática, tenho certeza que ela não iria gostar de ver o genro mal vestido.
Respirei fundo e por fim, fui em direção à sala e pude escutar os dois conversando.
— eu sei que você o ama filho — ela falou.
— mais do que qualquer outro — ele respondeu feliz.
— você já conversou com ele sobre o Heitor? — perguntou.
Ítalo ficou em silêncio por alguns segundos.
— ainda não mãe, e por enquanto não vou falar, está tudo muito bem e não quero estragar isso falando do Heitor — ele parecia o Ítalo do hospital, aquele que era sério e parecia estar falando com uma pessoa inferior.
— você sabe que eu só quero seu bem, se você está feliz com o Leonardo eu também estou, mas acho que você deveria contar para ele o mais rápido possível — ela falou doce, mas ao mesmo tempo deixando claro ao Ítalo que ele não poderia falar naquele tom com ela.
— não quero falar sobre isso agora — ele baixou o tom.
Respirei fundo e entrei na sala sorrindo fingindo que não tinha escutado a conversa deles é nem que estava morrendo de curiosidade de quem era Heitor.
Enquanto eu e Angelina conversávamos, Ítalo preparou um bolo para nós e café, Angelina era muito mais gentil fora do seu ambiente de trabalho, ela me contou que o vestido de noiva da minha irmã era o projeto que ela estava mais empolgada no momento, Ítalo sorria ao nos observar interagindo.
— é muito bom ver que vocês dois estão se dando super bem, mas preciso levar Léo a uma festa — ele piscou para mim.
— tudo bem, Léo foi muito bom conversar com você — ela me abraçou e foi embora.
No caminho para a casa do Gabriel, Ítalo dirigia seu carro automático de forma calma e com a mão na minha perna, quando chegamos perto da casa do meu amigo, lhe dei um beijo e tirei o cinto.
— queria entrar com você nessa festa — ele fez uma carinha triste.
— você sabe as regras da faculdade — lamentei — funcionários e alunos não podem ter “casos amorosos” — gargalhei.
— posso perder meu emprego — ele ficou pensativo — mas estou disposto a correr este risco — sorriu.
— falta muito pouco para a formatura — comecei — depois que isso acontecer, seremos eu e você.
Dei mais um beijo e Ítalo e fui em direção à casa do Gabriel e me surpreendi por ter poucas pessoas ainda na festa.
— olha quem apareceu! — Gabriel veio em minha direção com um copo em uma mão e uma garrafa na outra.
— voltei! — gargalhei.
— quem era a gata? — perguntou.
—você não conhece — respondi sem graça e ficando corado.
— me mostra uma foto então — ele insistiu.
— meu celular descarregou — menti.
— fica pra próxima então — ele sorriu.
Um barulho nos distraiu, avistei uma garota de longe com cabelos curtos jogando as garrafas e copos que encontrava no chão.
— cadê o Leonardo?! — era Lorena em mais um dos seus surtos, percebi que ela estava muito diferente, com cabelos curtos, abatida e magra, Gabriel apertou meu braço.
— é melhor você ficar aqui! — ele parecia preocupado.
— Biel, eu tenho que encerrar esse assunto de uma vez por todas, preciso encontrar um ajuda para ela — tranquilizei meu amigo.
— eu vou com você — ele colocou o copo que ainda estava em sua mão no chão.
Me aproximei junto com Gabriel, outras pessoas se aproximavam, ao me ver, as lágrimas brotaram em seus olhos, ela pegou uma garrafa, dei mais um passo, eu precisava encontrar alguma ajuda para ela, eu já estava a um braço de distância dela quando ela quebrou a garrafa e me atingiu.