Interlúdio escrita por darling violetta


Capítulo 9
Teoria


Notas iniciais do capítulo

Cara, eu to muito chapada. Não, eu não escrevi bêbada, mas estou postando bêbada. Enfim, apreciem.
Espero que todo mundo tenha curtido o carnaval, o meu foi mais ou menos. Amanhã eu tento postar mais alguma coisa, se minha mente permitir. Sério, to muito louca.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/752288/chapter/9

John e Martha chegaram abraçados à torre. Um filete de sangue escorria da testa dele, já Martha tinha alguns arranhões e uma grande ferida no braço. Kira chegou mais depois, junto com os Lanternas. O atendimento médico já esperava pelo Batman. Colocaram-no numa maca e o levaram.

Shayera e Diana chegaram primeiro e abraçaram os filhos. J’onn estava para receber Kira, e ela o abraçou. Logo Diana e Martha se encaminharam para a baía médica, para ter notícias sobre o Batman. Flash e Lily se juntaram à Shayera e John.

─É só um corte, mãe. ─Ele disse. ─Você se preocupa demais.

─Olhe para mim, estou soando como uma verdadeira mãe. ─Apertou mais o filho.

Eles riram. Lily abraçou o irmão, e sussurrou.

─O que houve lá embaixo?

─Eu não tenho idéia, mas acho que aqueles caças vieram da primeira guerra mundial. Do outro lado, eu vi caças alemães perseguindo uma esquadrilha inglesa. Isso explica a queda do primeiro avião.

Honey se aproximou, mexendo em seu computador.

─Deslocamento no tempo e agora no espaço? Isso põe abaixo minhas teorias.

─Precisamos urgente de uma reunião. ─Disse J’onn.

Todos concordaram. Com Batman fora, a reunião urgente seria entre os outros seis membros e seus filhos. Quando Batman acordasse, teriam talvez novas informações, mas eles precisavam começar a descobrir o que acontecia com o tempo.

John olhou para sua família. Shayera e Lily ainda o abraçavam, e Flash tinha a mão em seu ombro. Sua mente, no entanto, estava um pouco longe. Martha. Precisava falar com ela. Deixou-se levar pela emoção do momento, e agora poderia ter estragado tudo. Levou um longo ano para tentar acertar sua vida, e em minutos pôs tudo a perder. Desvencilhou-se da família.

─Eu preciso sair por um minuto.

─Vê se não estraga tudo, John, ou não vai ser a Martha quem vai te matar. ─Lily disse, seria demais para John pensar que era uma brincadeira.

John apenas deu de ombros e saiu.

*****

Martha observava pela janela os médicos trabalhando em seu pai.

─Como tio Bruce está?

Ela saltou com a voz, mas reconhecia o dono. Deu um meio sorriso e se virou para John. Ele tinha as mãos atrás do corpo, e se balançava um pouco. Martha deu um passo para frente, mas parou.

─Não acho que está aqui apenas para saber como meu pai está. ─Disse.

John balançou a cabeça. Ele sentia o liquido pegajoso em sua testa. Mas ele não deixaria um médico costurá-lo por algo tão pequeno. Seus curativos ele mesmo os fazia, ou sua mãe, ou Lily, quando precisava desabafar. Talvez pedisse ajuda à irmã mais tarde.

Um enorme curativo foi feito no braço dela. Provavelmente ela levou alguns pontos. Os arranhões e marcas vermelhas estavam em seu rosto bonito. Suas roupas sujas de poeira. Não tinha idéia de quanto tempo ficou apenas encarando-a. Sua vontade era abraçá-la novamente, mas tornaria tudo mais difícil.

─E então? Ainda estou esperando.

─Acho que sabe por que estou aqui.

Ela assentiu.          

─Não me venha com aquela velha história.

─Martha, você sabe que...

─Já faz um ano, John! ─Gritou.

─É o que todos dizem. Mamãe, o papai, Lily, Joy, meus amigos...

─Eles estão certos. ─Retrucou. ─Não pode parar sua vida por tão pouco.

─Para mim não foi pouco. Ninguém entenderia...

Martha se aproximou, apontando o dedo para ele.

─Não diga que ninguém entenderia o que se passa em sua mente! Não pra mim!

─Martha...

─Não, John! Não me venha com desculpas, ou qualquer outra coisa. Não espere me perder de verdade ou vai ter algo pelo qual realmente se arrepender.

John abriu a boca para falar, no entanto, sua voz não saía. Ela tinha razão. Olhou para o chão, fitando um ponto qualquer entre seus pés. Martha suspirou, balançando a cabeça. Seu rosto ficando vermelho.

─Você é realmente um idiota, John Wallace West!

─Me desculpa, Martha.

─Não desculpo, não.

Martha deu as costas e saiu. John observou a garota entrar na baía médica. Ele chutou a primeira coisa que encontrou, em seguida, socou a parede da nave. Péssima idéia, como a dor o atingiu em cheio.

─Merda!

*****

Meia hora depois, os membros apareciam para a reunião. J’onn, Kira e Honey já estavam presentes. John Stewart e Rex chegaram pouco depois, seguido por Jason e Terry. Aos poucos, eles se encontravam presentes. Os fundadores estavam em suas cadeiras, e seus filhos de pé ao lado.

Eles eram seis adultos e sete jovens. Além de Batman, faltava alguém.

─Onde está John? ─Indagou Shayera.

Ganhou alguns olhares confusos por parte dos adultos. O LanternaVerde John Stewart tossiu, franzindo o cenho. A ruiva falava dele?

─Ah, estou aqui?

Mas ela balançou a cabeça.

─Não me refiro a você. ─Disse. ─Falo do meu filho John.

Lily segurou algumas penas da asa de Shayera, ganhando sua atenção.

─Eu acho que sei onde o John está. ─Olhava para Martha enquanto falava. Martha, por sua vez, desviava o olhar. ─Posso procurá-lo, se quiser.

─Vai lá.

Lily assentiu e saiu depressa. J’onn tossiu, tentando trazer o foco da reunião. Todos os olhares se voltaram para ele.

─Há alguns dias, Shayera e Superman atenderam um chamado em Metrópolis, quando os monitores ficaram descontrolados. ─Começou. ─Graças a alguma interferência, oito jovens viajaram vinte anos no tempo. Eu cruzei as informações da torre com as informações de Honey, e as imagens dos trajes de Terry e John. O epicentro da anomalia foi no tempo dos garotos.

─Mas espalhou rapidamente para o tempo de vocês. ─Honey se ergueu, projetando alguns dados. ─Nós viajamos em questão de segundos. A mesma anomalia foi detectada hoje, o que causou a confusão que enfrentamos de manhã.

─Eu não me lembro de nenhuma rachadura no céu da primeira vez. ─Retrucou Martha.

─Estávamos entretidos com o robô para notarmos qualquer coisa. Sei que é a mesma anomalia porque os traços de energia são compatíveis. No entanto, o epicentro mudou. John estava certo. Começou em 1918 e veio para Gotham atual.

─Vendal Savage uma vez alterou o tempo. ─Era Superman. ─Fomos parar na segunda guerra mundial.

─Mas o tempo não foi alterado, tio Clark. Não estamos em um universo alternativo. É o mesmo tempo linear, vocês continuam vocês.

─Talvez esteja entrando em colapso.

Lanterna verde ganhou olhares interessantes dos colegas. Ele não sabia se deveria falar, mas talvez a informação fosse útil. Talvez, até o mesmo vilão, embora Batman assegurasse ter cuidado dele. Ele suspirou, desconfortável. Viu Shayera se mexer na cadeira, ela sabia em parte.

─Quando Batman e eu viajamos no tempo atrás de um vilão chamado Chronos, o tempo se deteriorava. Chronos roubava objetos importantes, e mudava a história. Em um certo ponto, o próprio tempo se deteriorava. Quando o detemos, voltamos ao ponto onde tudo começou, e só nós tínhamos as lembranças do que houve. Parece que alteramos o futuro, em parte.

Era uma versão resumida. Não tocou em nomes além do necessário, e dava uma nova perspectiva. Um vilão com poderes de viajar no tempo era possível. Eles agora tinham uma nova direção a seguir. Talvez se aproximassem da identidade do inimigo, certo?

*****

Uma confusão de imagens dançava em sua mente. Ele via passado, presente e futuro, em inúmeras realidades diferentes, colidindo no tempo. Sua cabeça doía e girava. Resmungou, tentando abrir os olhos. Com muito esforço, conseguiu. Estava escuro e silencioso, exceto por uma meia luz que vinha de fora.

Batman olhou ao redor, acostumando-se. Conhecia bastante a baía médica para reconhecer onde estava. Tentou se lembrar de como foi parar ali, contudo, em vão. As idéias ainda eram vagas e confusas.

Sentia algo quente sobre sua mão, e olhou para baixo. O aperto era suave porque a figura estava adormecida a seu lado. Diana estava sentada em uma cadeira, coberta por um fino cobertor. A cabeça pendia para baixo, e ela tinha os olhos fechados. Não era difícil perceber que já era noite. Decidiu por fim não perturbar o sono de Diana, contudo ela se mexeu pouco depois, abrindo os olhos e encontrando Batman muito próximo.

Ela piscou algumas vezes, espantando o sono. Sorriu ao vê-lo acordado.

─Fico feliz q tenha acordado.

─Quanto tempo estive fora? ─Questionou.

─Algumas horas. Sabe dizer o que houve?

─Não tenho certeza. Ainda é confuso.

Diana balançou a cabeça, concordando.

─Imagino que sim.

Eles se encararam por segundos que pareceram uma eternidade. Diana se questionava, mas desistiu do protocolo de formalidade e se jogou nos braços dele. Puxou-o apertado em um abraço, torcendo para que ele não estivesse com dor.

─Eu não acredito que quase perdemos você! Martha e eu ficamos preocupadas.

Diana se afastou, sentindo como se o contato fosse insuficiente. Batman tirou a máscara. Seus olhos azuis fixos nela, vibrando com algo novo.

─Mas estou aqui...

─Sim. ─Ela sussurrou.

─E você também.

Bruce não tinha certeza do porque, mas queria tê-la mais próxima. Estendeu a mão, que pousou em sua bochecha. Traçou o contorno de sua bochecha. Suas mãos e todo o resto pareciam ter vontade própria. Em sua mente, uma voz gritava para se afastar, contudo, sua vontade era ignorá-la. Oh, Diana era tão linda!

Ela fechou os olhos com a proximidade. Quando se deu conta, sentia os lábios de Bruce pressionados contra os seus. Para Diana, era como um sonho. A segunda vez que o beijava, agora sem o peso de um disfarce. No quarto meio escuro, sentia como se descobrisse uma nova parte de si.

No entanto, o momento de intimidade durou pouco como a porta se abriu, revelando Martha. O casal se afastou, olhando a menina parada na porta.

─Eu só vim verificar o pai, mas acho que ele está bem. Me desculpa mesmo.

Mais que depressa, ela correu para fora. Diana voltou a fitar Bruce, sentindo que o momento acabou, mas sem sentir-se envergonhada pelo flagra.

─Martha é uma ótima menina. ─Comentou. ─Deveria tentar se aproximar mais. afinal, algum dia seria sua filha.

─Nossa filha. ─Afirmou.

─E isso muda algo?

─Talvez... ─Pela primeira vez, Diana o viu sorrir.

─Bem. ─Ela se levantou. ─Por mais que eu queira continuar, acho melhor deixá-lo descansar. Boa noite.

Sem pensar duas vezes, esticou-se até ele, depositando um beijo suave em seus lábios. Aquele beijo significava uma promessa de algo novo, talvez.

*****

John fitava as luzes de Central City. A seu lado descansava um copo de uísque e na boca pendurava um cigarro.  Ele sempre gostou de lugares altos, e era o topo da moradia de seu pai. Lily juntou-se a ele, sentando na borda do prédio, seus pés balançando para fora. John soprou a fumaça longe.

─Está bêbado?

─Ainda não.

─Se você disser que está fumando escondido por causa da mamãe, eu não vou acreditar.

─Martha. ─Disse simplesmente. ─Eu a beijei.

─Eu vi, todos viram.

─Não quero magoá-la, Kiwi.

A menina balançou a cabeça. A mesma velha desculpa. O mesmo irmão idiota.

─Já faz um ano, John. Não é o suficiente?

─Nunca vai ser o suficiente. Estou tão ferrado.

─Você estava mais ferrado quando você e o Rex se esfaquearam.

Os irmãos riram. As lembranças não eram agradáveis, John teve o intestino perfurado e Rex precisou remover o apêndice, mas no momento lhes pareceu hilário. Talvez por culpa da bebida. John jogou o cigarro fora e encarou a irmã.

─Se eu soubesse que a Katy ainda estava com o Rex não teria ficado com ela. Eu já queria a Martha, mas pensei...

─Eu sei, todo mundo sabe, menos o Rex. ─Fez uma pausa. Pegou o copo e tomou um gole. Fez uma careta, ao que John riu. Como as pessoas bebiam aquilo? Era horrível. ─Mas esse celibato forçado não vai te levar a nada. E a Martha não vai esperar você a vida toda.

─Na verdade, espero que ela encontre o cara certo.

─Você é tão tapado que ainda não percebeu que é o cara certo. ─John abriu a boca para falar, mas ela o interrompeu. ─Qual é? Todo mundo sabe que você ficou com um monte de garotas e... alguns caras, mas ninguém se importa, nem a Martha.

─Não acho que minha bissexualidade seja o assunto em questão.

─Ela gosta de você de verdade, John! E você gosta dela. Deixa eu te ajudar como você me ajudou com o Jason.

─É diferente, Kiwi.

Lily desceu, indo para a saída.

─Não é não. Eu me rendo por agora, mas ainda vamos ter essa conversa quantas vezes for preciso.

John sabia que Lily nunca desistiria. Mas talvez ela estivesse certa.

*****

Bruce fechou os olhos, tentando dormir após o breve encontro com Diana. Seu coração acelerado, pulsando forte em seu peito. Não era normal, observou. E certamente não tinha relação com Diana. Sua cabeça pesava, parecia ter uma tonelada. A dor veio em seguida.

Batman gritou, era poder demais. Novamente, passado, presente e futuro colidiam em sua mente, como da primeira vez. Mas tão rápido quanto veio, se foi. A coisa desistiu dele, chamando-o de fraco. Apagou em seguida, com a certeza que a coisa o deixava de vez. Sua mente não era o bastante, disse. Mesmo inconsciente, a palavra dançava em sua mente. Caos...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Meu primeiro momento WonderBat!!
Eu estou ainda pensando na melhor maneira de apresentar meu vilão. Alguém já viu o episódio “Os anéis de Akhaten”, de Doctor Who? Vai ser mais ou menos assim (o vilão). Melhor discurso do Matt Smith. Vale a pena.
Gratidão!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Interlúdio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.