Interlúdio escrita por darling violetta


Capítulo 7
Shayera e Wally, John e Martha


Notas iniciais do capítulo

O título resume o capítulo, sem muita criatividade, mas o final tem um pouquinho de mistério para o próximo. Haha
Eu sei, eu deveria escrever as minhas outras histórias, mas estava triste, e só consegui escrever isso.



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Eram quase três da manhã quando Shayera se mexeu no sofá. Não encontrava uma posição satisfatória para dormir. Suas asas incomodavam em todas as posições. O espaço era muito pequeno. O chão no momento parecia muito mais convidativo, e não porque Wally estava lá. Apenas parecia melhor.

─Não consegue dormir, Shay? ─A voz de Wally veio do chão. ─Você podia ter ficado com a cama, junto com a Lily.

Quando a noite do boliche terminou, ela estava pronta para voltar para a torre, mas John e Lily insistiram em dormir na casa do “papai”. Péssima idéia, considerando o tamanho minúsculo do lugar, porém os garotos pareciam felizes. Lily ficou com a cama, e John dormia no chão do quarto. Já Shayera tinha para si o sofá e Wally estava no chão, ao lado dela.

Shayera se moveu no sofá para encarar o amigo. Ele usava as mãos de travesseiro, fitando o teto. Parecia bem mais confortável que ela.

─Já dormi em lugares piores. Não se preocupe.

─Eu sempre vou me preocupar com você. ─Ele então riu baixo. ─Nossas vidas foram difíceis, né?

─E quando a vida não é difícil?

Wally então desviou os olhos do teto e pousou nela.

─Você acha que eles são felizes?

O “eles” referia-se aos filhos. Contudo, conhecendo a infância difícil dele, a pergunta tinha um significado um pouco mais profundo. Ela parou para pensar. Aqueles meninos tinham uma verdadeira adoração pelos dois. Desde que chegaram, por mais estranho que fosse, eles procuravam uma maneira de estar perto dela ou de Wally. Certamente aquelas crianças eram bem tratadas, e felizes em sua realidade. Sorriu e esticou a mão, emaranhando os dedos por seu cabelo.

─Você seria um ótimo pai, Wally.

─Acho que são seus também.

Era verdade, mas...

─Acredite, se for para acontecer, eu não vou evitar. Mas não quero forçar nada, ok?

─Ok. Boa noite, Shay.

Ele virou para o lado e fechou os olhos. Shayera esperou alguns minutos e o chamou. Como não obteve resposta, ela desceu para o chão. Era mais confortável, pensou. Suas asas agora tinham espaço.

*****

Quando Wally acordou, logo percebeu que não estava sozinho. Havia alguém a seu lado. Virando-se um pouco, viu a figura adormecida de Shayera. Em algum momento da noite ela desceu para o chão. Estava tão próxima, e ela era tão bonita. Seria muito feliz se alguém como ela se apaixonasse por ele. Prendeu a respiração, esticando a mão para tocá-la.

Shayera sentiu dois dedos tocando-lhe a bochecha. Abriu os olhos e sorriu.

─Bom dia...

Então Wally estava lá, muito próximo. Sentiu os lábios dele contra os seus. Ela se pegou correspondendo, mas acabou tão rápido quanto começou.

─Desculpa, Shay. Foi num impulso. Eu não sei o que deu em mim.

─Está bem, Wally.

─Não vai acontecer de novo, eu prometo.

─Eu sei.

Eles se encararam por um segundo. Quando se deram conta, voltavam a se beijar. Wally os virou de modo a ficar por cima. Afundou os dedos em seu quadril, e Shayera se mostrava muito receptiva a seus toques. No entanto a porta do quarto foi destrancada. Shayera o empurrou e Wally caiu para o lado. John apareceu na porta, seguido por Lily.

─A gente tá com fome. ─Era Lily.

─Estamos atrapalhando? ─John indagou, observando o casal.

─Não mesmo.

Os garotos assentiram e foram para a cozinha. Shayera encarou o amigo.

─Depois a gente conversa sobre isso.

Mais que depressa ele se levantou para não correr riscos de cair em tentação e beijá-la. Vendo-se sozinha, ela sorriu. Não foi de todo ruim.

*****

─Como foi o jantar na casa do tio Bruce? ─John perguntou. Ele e Martha vinham pelo corredor da torre de vigia. Ela deu de ombros.

─Um pouco formal para o meu gosto. ─Disse. ─Mas eu entendo, esse não é ainda o meu pai. E a noite do boliche?

─Interessante. A mamãe quase destruiu o lugar ontem.

Eles riram. Rex virava o corredor, encarou os amigos por alguns segundos, e sorriu.

─Oi, cara. ─Rex disse.

─Oi.

Martha olhou para John enquanto Rex se afastava, seguindo seu caminho.

─Rex Stewart falou com você?

John deu de ombros.

─O tio John apareceu na nossa noite de boliche e até que foi legal. Rex não deu ainda insinuações sobre minha sexualidade, então é um avanço.

─Que estranho. ─Ela riu. ─Mas fico feliz que ele te deixe em paz.

─Eu também.

*****

Shayera tentou evitar Flash durante a manhã. Sua atitude foi em vão, afinal, ela logo percebeu que ele a procurava em todo canto, deixado claro que ela não fugiria do assunto. Quando o viu por um dos muitos corredores, deu meia volta. Esperava que o Flash não a visse.

Um raio vermelho parou na sua frente, e ela quase caiu quando esbarrou nele. Flash segurou seus braços para impedir sua queda, mas também para evitar que ela fugisse dele. Se ela pensava em se esquivar, estava muito enganada.

─Está me evitando, Shay?

─Por que eu faria isso?

─Não se faça de desentendida.

Num impulso, Flash prendeu Shayera contra a parede. Não havia ninguém por perto, então pressionou seu corpo contra o dela. Por baixo da fina camada de tecido, ela sentia o corpo dele clamando por ela. Suas testas se encontraram, a respiração dele muito próxima.

─O que está fazendo? ─Como se ela não soubesse.

─Você disse que queria conversar sobre hoje de manhã.

Shayera segurou seu bíceps com a intenção de afastá-lo, mas desistiu de tentar. Fugiria se quisesse, mas Flash não era uma ameaça.

─Eu disse conversar, não beijar.

─Ah, Shay...

Ele riu, então se abaixou mais. Shayera queria afastá-lo, porém não tinha forças para tal. Fechou os olhos, rendida. Seus lábios roçaram os dela. Passou a língua, pedindo permissão, e ela prontamente cedeu. Abriu a boca, os olhos fechados e o coração pulsando.

Os pensamentos coerentes em fugir se desmancharam quando sentiu que ele a beijava. E Shayera o correspondia. Separaram-se brevemente e ela sorriu.

─Eu vou matar você. ─Sussurrou, entre sorrisos.

Ele riu ainda de olhos fechados. Logo voltava a beijá-la. O paraíso não seria tão bom quanto beijá-la.

*****

John estava em seu terceiro copo de chocolate quente. Martha olhou para seu próprio copo e suspirou. Eles estavam na praça de alimentação do shopping, esperando Lily e Jason.

─Acho que Lily não vem. ─Disse, olhando o amigo.

A verdade então bateu em John.

─Ah, Kiwi! Por que ela tenta fazer isso com a gente?

Martha riu um pouco envergonhada.

─Sua irmã insiste em nos querer como um casal. ─Fez uma pausa, e olhou John por cima do copo. Segurou-lhe a mão.

─Sabe que não quero magoar você.

─Essa desculpa está ficando velha, John. Quer dizer...

O prédio tremeu. Teve um grande estrondo, então o impacto. Mais que depressa, eles correram para fora. O aglomerado de pessoas se formava ao redor da rua, onde se via fumaça e destroços do que parecia um avião antigo, se estivessem certos. Olhando para os céus, Martha se arrependeu. O que vinha na direção deles era bem pior...


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Notas finais do capítulo

Por enquanto é isso.
Gratidão!!!



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