Interlúdio escrita por darling violetta


Capítulo 25
Questões de Família, parte I


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Feliz ano novo atrasado, mas ainda tá valendo!
Esse seria um capítulo só, mas na hora de escrever estava grande demais, então vou dividir em duas partes. Primeiro capítulo do ano, foi difícil mas eu consegui escrever.



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Não era preciso muito para saber que os garotos estavam confusos. Eles se entreolharam, em seguida, fitaram John e Rex, afinal, a cena toda acontecia com os pais deles. Os dois garotos não queriam acreditar no que acabavam de presenciar. John imaginava que seus pais começavam a se aproximar, mas aparentemente estava errado. E Rex não conseguia nem pensar que sei pai fazia aquilo com sua mãe.

Shayera se afastou do Lanterna Verde, pronta pra se explicar, mesmo sem saber como. No entanto, ao contrário do que esperou, a fúria de Rex não veio para ela. Confuso, o rapaz olhava do pai para Shayera, e em seguida para John. Mesmo que o rapaz não tivesse culpa, era a mãe dele, o que só aumentava a raiva que sentia há alguns anos.

─E olha que eu quase te considerava um amigo de novo. ─Disse, e ganhou os olhares confusos dos amigos ao redor. Continuou, toda a raiva contida saindo. ─Deve ser de família. Sua mãe te ensinou direitinho a...

John empurrou Rex, tão confuso que não conseguia manter-se calmo como gostaria.

─Não mete minha mãe no meio! ─Gritou. ─Seu problema é comigo, não com ela. Você pode falar de mim, pode tentar me humilhar, mas você não fala da minha mãe, nem das minhas irmãs!

─Ou o quê?

John riu e ficou de costas. Sem pensar duas vezes, ele se virou e acertou um soco em Rex. Ele queria fazer aquilo por tanto tempo, e tudo que passou nos últimos meses, somado com a cena que acabou de presenciar, levaram-no ao limite. Rex caiu devido à violência do soco que levou, e logo John vinha sobre ele, contudo, Jason deteve o amigo.

─Não vale a pena, cara.

Rex riu enquanto limpava o filete de sangue do canto da boca, e se colocava de pé.

─Isso aí, cara, não vale a pena. Todos sabemos o quanto sua mãe é uma vadia.

Jason manteve o aperto mais forte, enquanto John queria de todo jeito bater em Rex. Ele estava cheio, e aquela foi a última gota. Kira e Terry tiveram que segurar Rex, pois ele também queria uma briga. Martha se colocou entre John e Rex, nesse meio tempo, a confusão já ganhava muitos olhares curiosos dos demais leaguers.

─John! ─Martha era séria. ─Se afasta, por favor.

O ruivo ainda tentou se soltar, avançando na direção de Rex, e Jason tinha dificuldades em mantê-lo no lugar. Martha nunca viu o amigo com tanta raiva antes. John tentava ser sempre calmo, mas ela sabia que ele não gostava que falassem da mãe e Rex passara dos limites.

─John!

Ouviu gritarem seu nome mais uma vez, e em meio à fúria cega, ele reconhecia a voz de Lily e Martha. Fitou as duas garotas, respirando, tentando se acalmar. Jason o soltou, e John deu as costas, abrindo caminho pelo grupo e lançando olhares para Martha e Rex à medida que se afastava. Quando o amigo não estava mais em seu campo de visão, Martha enfim se voltou a Rex. Ela o empurrou, ao que o garoto cambaleou, mas se manteve de pé.

─O que você tem na cabeça? ─Ela gritou.

─Foi ele qu... ─Tentou se justificar, porém Martha o interrompeu.

─Você é tão estúpido que não percebeu que o John passou o último ano tentando se desculpar com você. E eu já estou cansada das suas disputas com ele. ─Aproximou-se mais. ─Se mexer com ele de novo, vai se ver comigo.

─Não tenho medo do seu pai. ─Retrucou.

─Deveria ter medo de mim.

Ela então saiu, abrindo caminho e seguindo na direção que John foi.

─Eu nunca falei nada, mas se chegar perto do John outra vez, ou mesmo da Li, vai se ver comigo também.  ─Jason falou enquanto seguia seu caminho. Ele não via Lily na multidão, então decidiu procurá-la.

─Pegou mal, hein, Rex.

Terry esbarrou em Rex, também indo embora. Honey apenas balançou a cabeça, não concordando com as atitudes dele. Pouco a pouco, os garotos foram saindo.

─Estão todos do lado dele? ─Indagou.

Kira abriu a boca para falar, mas desistiu.

─Não tem nada para ver aqui. ─Ela dispersou os que ainda estavam no corredor, que aos poucos foram saindo, restando apenas ela e Shayera.

─Acho que estou perdida. O que houve com eles?

A menina marciana se voltou à sua tia.

─Essa garota, Katy, namorava o Rex, mas se jogava pra cima do John também. O Rex achou que era culpa do John, e eles brigaram feio. Os dois foram parar no hospital. O Rex ganhou um ódio mortal pelo John, e o John ficou muito mal com tudo. Ele ia pedir pra Martha namorar com ele, mas nunca chegou a acontecer. E isso faz mais de um ano. Pensei que com toda a coisa de viagem no tempo eles estavam superando, mas parece que me enganei.

Shayera olhou incrédula para Kira.

─Tudo isso por causa de uma garota? ─Shayera indagou.

─Até a guerra de tróia começou por causa de uma mulher. Você mesma deveria saber, não é tia Shay?

A indireta direta pegou forte. Kira estava certa, no entanto, o centro não era ela. 

Shayera encontrou o filho na sala de treinamento. A porta se fechou atrás dela, e John continuava na mesma.

─Vai me dar uma lição, mamãe? ─Seu punho atravessou o saco de pancadas com o qual havia lutado há algum tempo. A areia escorria para o chão.

─Não é meu estilo. O que acha de lutar comigo? Assim você espairece e não acaba com nosso material.

John deu de ombros. Ao mesmo tempo que era culpa dela, não era. Ao menos esfriava a cabeça. Sua mãe o conhecia muito bem...

*****

Shayera riu junto com John enquanto o rapaz contava coisas sobre a família deles. Ele contou um pouco da infância, das irmãs, e tudo o mais que ele não havia contado antes. Há muito pararam de lutar, e o rapaz só falava um pouco mais da família. John estava deitado, e ela estava sentada, observando o filho. Ele notou o olhar e retribuiu com um sorriso.

─Nossa família parece bastante desequilibrada. ─Disse, após ouvir muitas das histórias épicas de John, especialmente de quando ele era pequeno.

─Somos pirados, você precisa ver. Mas adoramos você e o papai.

─Tenho certeza que sim. ─Ela sorriu, pensativa.

John ficou um pouco mais sério, e fitou a mãe.

─Por que nunca nos contou que namorou o tio John?

─Como eu vou saber? ─Retrucou. ─Ainda não sou exatamente a mãe de vocês.

─Não é sua melhor desculpa. Mas você deve ter seus motivos.

─Eu imagino que algum dia nós teremos a resposta. ─Shayera apoiou o queixo em uma das mãos. ─Você gosta dela, não é? Martha?

─O que mais me magoou é que ela foi falar com o Rex.

─Só para dizer que ele era um idiota, e que o mataria se chegasse perto de você outra vez. ─Shayera disse. ─Um passarinho me falou sobre vocês dois.

─Kiwi?

─Kira. Por que não diz a Martha o que sente?

John desviou o olhar de sua mãe para o teto. Soltou um suspiro triste.

─Talvez no dia que admitir que gosta do papai.

─Eu nunca disse que não gostava.

─Mas também não admite que gosta. Deve ser mesmo um problema de família.

Shayera abriu a boca para falar, mas Martha apareceu na porta logo em seguida, pedindo silenciosa para entrar. A ruiva assentiu e ficou de pé.

─Deixe que eu me resolva com o Wally. Já você e Martha precisam conversar.

John fitou a mãe saindo e viu Martha na porta. Voltou a encarar o teto, enquanto ouvia os passos da garota se aproximando dele.

─John. ─Sua voz agora mais suave. ─Me desculpa, eu...

─Tudo bem, Martha. É sério.

─Se está tudo bem, por que evita me olhar?

Seus olhos azuis pousaram nos dela.

─Acho que mereço.

─Para de se culpar, John. As pessoas que se importam com você sabem a verdade, o resto não importa. ─Fez uma pausa. ─O que está tentando provar?

Ele tinha inúmeras respostas para aquela pergunta. Provar que não agia sempre por impulso. Provar que poderia ser fiel a alguém. Provar que era melhor do que alguns diziam. No entanto, fitando Martha, a resposta gritava em sua mente.

─Que sou bom o bastante para você.

─Você já é.

Tocou-lhe o rosto. Martha se curvou sobre ele, seus cabelos negros esfregando em sua pele. Logo, os lábios macios dela estavam contra os dele. Ele envolveu os braços nela, puxando-a para perto. Pela primeira vez em muito tempo, aceitou o contato sem relutar. Ele a queria por tanto tempo, e era um tolo por deixá-la longe.

Separaram-se para respirar, e pegaram um sorrindo para o outro. John sentia como se um peso enorme fosse tirado de suas costas, e ele enfim conseguia ficar com a garota que amava. Ele a amava tanto tempo que nem sabia como começou, mas desde a primeira vez que a viu, sentia algo e só foi aumentando à medida que o tempo passava.

Voltaram a se beijar, e num momento de ousadia, Martha se viu subindo para o colo dele. Porém John a deteve.

─O que você está fazendo?

─Esperamos a vida toda por isso, John. Não quero esperar mais.

─Alguém pode chegar e ver a gente. ─Argumentou.

─Então é bom irmos rápido...

Martha beijou seu pescoço. Era como se cada parte adormecida de seu corpo acordasse sob os toques da garota. Ela não precisava pedir uma segunda vez...

*****

─Isso foi... uau!

─Muito! As garotas tinham razão sobre você.

─Só há uma garota com quem eu quero estar a partir de hoje.

Martha riu contra o peito de John. Gostava da sensação de sua pele contra a dele, especialmente pela fina camada de suor que os cobria. Estavam ainda deitados sobre o tatame, tentando acalmar a respiração. A camisa de John estava jogada em algum  lugar da sala, e as roupas de Martha estavam amassadas, e eles estavam felizes, muito felizes.

Ela alisava a tatuagem que ele tinha nas costelas, e sentia o corpo dele se arrepiar com seus toques. Traçou palavras em sua pele, esperando que ele entendesse o que ela escrevia.

─Espero que não tenha ninguém vendo as gravações das câmeras. ─Ela riu, finalmente pensando no que acabaram de fazer. John juntou-se a ela.

─Não tenho nenhum problema em me expor, mas espero que não tenham visto você. ─Bateu a mão na testa, gargalhando mais forte. ─Sou um homem morto. Tio Bruce vai me matar.

─Eu protejo você, meu anjo.

Encontrou seus lábios em um novo beijo. Oh, aquilo era bom. Agora ela sabia por que Lily e Jason nunca se separavam. Estar com quem se ama faz seu peito vibrar com uma emoção nova. John puxou-a contra ele, mantendo Martha em seu abraço.

─Eu te amo...


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Notas finais do capítulo

Eu quase terminei a segunda parte hoje, mas ainda falta um pedaço. Acho que amanhã consigo postar a segundo parte.
Gratidão e até breve.



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