Interlúdio escrita por darling violetta


Capítulo 14
Eu Sou o Caos, parte I


Notas iniciais do capítulo

Caos, o primeiro deus primordial a surgir no universo, portanto a mais velha das formas de consciência divina. Representava a desordem inicial do mundo. Caos representava ao mesmo tempo, uma forma indefinida e desorganizada, onde todos os elementos encontravam-se dispersos, e uma divindade rudimentar capaz de gerar...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/752288/chapter/14

Uma semana se passou desde que enfrentaram os vilões de diversas épocas, e desde a reunião onde Batman confessou que Caos esteve em sua mente. Diana explicou aos heróis sobre o deus Caos, um dos deuses primordiais. Ele já existia antes do mundo ser mundo, ou seja, uma das coisas mais poderosas e antigas que já esteve no universo.

Ninguém ousava duvidar, considerando as coisas estranhas dos últimos dias. Ela só não entendia como ele apareceu em seu mundo, afinal, ele foi trancafiado há milênios.

Neste tempo, apesar de seus esforços, Luthor permanecia em coma. Era ainda um mistério sua chegada, e tudo relacionado à sua volta. Estranho resumia a vida dos heróis nos últimos tempos. Ao menos a última semana passou sem eventos temporais. Até mesmo os vilões normais tinham dado uma pausa.

─Fisicamente não há nada errado. ─J’onn comentou, analisando os registros. ─Não sei por que Luthor ainda não acordou.

Kira se aproximou e franziu o cenho.

─Tem algo errado com o senhor Luthor. ─Disse, ganhando a atenção de J’onn e Superman. ─As ondas cerebrais dele estão... confusas...

Ambos os homens franziram o cenho. J’onn tentou ler a mente de Luthor diversas vezes, mas era em vão. Uma força poderosa o bloqueava.

─Não consigo ler sua mente. Como você fez, Kira?

─Eu não li a mente dele, mas eu sinto as ondas emanando dele. Às vezes eu não consigo controlar e sem querer invado o campo telepático das pessoas. Só posso sentir as ondas que ele emite. São... estranhas...

Os dois homens se entreolharam. J’onn enviou ao escoteiro azul uma mensagem telepática, e os dois tinham suspeitas parecidas. Eles apenas não poderiam espalhá-las no momento.

─Bem... ─Ele suspirou. ─Não há muito mais a fazer por enquanto. Estou saindo.

Superman saiu pouco depois, deixando J’onn e Kira terminando os exames. A porta se abriu e Honey apareceu.

─Eu vim ver como meu pai estava. Alguma mudança?

J’onn negou.

─Nada. Está igual há uma semana.

─É estranho, mas não me sinto tão segura com a presença dele aqui. Sei que convivi muito pouco com meu pai, mas parece... diferente...

Kira tocou-lhe o ombro.

─É o seu pai, Honey. É normal que esteja preocupada.

Mas a menina balançou a cabeça.

─Não sei, não. Aquele não parece ser o meu pai. Eu só sinto isso... pode ser o corpo dele, mas não é ele...

*****

Jason andava pelos corredores da liga, carregando uma enorme cesta de picnic.

─O que vai fazer com isso? ─Honey estava ao seu lado.

Ele olhou da cesta para a quase irmã e sorriu.

─Uma surpresa para a Li. Vamos fazer um picnic em Metrópolis.

A menina riu.

─Você e o tio Clark adoram fazer picnics.

─É o charme da família. Como acha que conquistamos as garotas?

─Pensei que era o estilo de bom moço dos Kent. Mas já que é assim, acho que vou aderir à idéia.

Jason balançou a cabeça, sorrindo.

─Por favor, não. Já temos garotas demais atrás de você.

─O que eu posso fazer? Elas gostam do meu cabelo azul.

─Sei... mas, enfim, se quiser vir com a gente, você sabe, pra colocar a cabeça no lugar. Tenho certeza que a Li não se importa.

─Minha cabeça continua no lugar, Jason. ─Retrucou.

─Há uma semana não sai da torre. Você está sempre na baía médica ou consertando alguma coisa.

─Consertar coisas é meu jeito de relaxar. Essa história com meu pai está me estressando e, eu não sei o que fazer quando ele acordar, se acordar...

Honey suspirou, trocando a máscara divertida por sua real expressão de preocupada. Jason parou de andar e tocou o ombro da menina.

─Ninguém aqui julga você. Só estamos preocupados.

─Eu sei que meu pai fez coisas ruins antes do meu nascimento. Não me admira que fiquem com receio dele aqui. Nem eu me sinto confortável perto dele.

Jason sabia o quanto tocar no nome de Luthor ainda incomodava Honey. A menina sentia o peso que vinha com seu sobrenome, ainda tratado com receio, mesmo no tempo deles. Colocou a mão em seu ombro.

─Estamos todos aqui para você, Honey. Quando quiser se abrir, qualquer um ficaria feliz em te escutar.

─Vou me lembrar. ─Sorriu, verdadeira. ─Agora é melhor se apressar ou vai perder o encontro.

─E a Li chega no horário?

─Sei que não.

─Boa sorte. ─Ele saiu.

─Obrigada, maninho.

*****

O som de Florence and the machine tocava no maior volume no quarto de Shayera. Ela esfregou as têmporas, enquanto esperava Lily sair do banheiro. A menina apareceu pouco depois, usando jeans e regata preta.

─Batom ou não batom? ─Indagou.

Shayera olhou para cima e deu de ombros.

─Não sou o tipo que entende de roupas, ou maquiagem.

─Eu sei, eu só gosto da sua companhia. Afinal, você é ou vai ser a minha mãe.

─Também gosto de você, pirralha. ─Sorriu. ─Batom.

─O vermelho?

Lily abriu um grande e verdadeiro sorriso, ao que Shayera apenas balançou a cabeça.

─O vermelho. ─Ela se observou no espelho. ─Acho que estou pronta.

─Que bom. ─Shayera ficou de pé. ─Posso desligar essa música? Não quero que apareçam aqui pensando que estamos no meio de uma festa.

A menina assentiu e desligou o som. Shayera soltou um suspiro de alívio, ganhando uma gargalhada da filha. As duas se abraçaram e sorriram. Juntas, saíram do quarto.

*****

─Tá precisando cortar esse cabelo, hein garoto?

John riu e passou as mãos pelos fios vermelhos e desalinhados.

─A mamãe desistiu há alguns bons anos. Ela dizia que eu não era uma menina para ter cabelo comprido, mas eu sempre gostei assim. Combina com meu estilo roqueiro. ─Brincou.

Decididamente, John Stewart gostava daquele garoto. Sentia uma certa familiaridade, quase o mesmo que sentia por Rex. Embora em outra realidade seu destino fosse diferente, ele gostava também desta versão. E ficava feliz por Shayera ter uma possibilidade de ser feliz, mesmo com outro homem. A verdade era que sentia mais um carinho por Shayera que amor.

Ele riu, acompanhando o garoto.

─Você deve dar trabalho aos seus pais.

─Não tanto quanto antes. Acho que meus pais preferem o meu eu antigo, mesmo sendo mais difícil.

─Eu adoro o Flash e a Shayera, e acredito que eles sabem o que é melhor para você.

─A mamãe e o papai também adoram você. Eles sempre disseram que você é o melhor amigo deles, por isso me nomearam segundo você. As coisas ficaram um pouco confusas no último ano por causa de mim e do Rex, mas vocês ainda são bastante amigos. Eu sinto por tudo isso às vezes.

John soltou um suspiro pesado, mas acabou dando de ombros.

─O que há entre vocês?

─Longa história, tio John. ─Fez uma pausa. ─Acho melhor eu ir andando.

John Stewart olhou na direção que o garoto fitava segundos atrás, e percebeu Rex se aproximar ao mesmo tempo em que John se afastava.

─Não vou nem perguntar. ─Disse quando Rex estava a seu lado.

─Melhor mesmo. Não gosto muito de falar disso.

John tocou o ombro do filho e se abaixou para fitar em seus olhos. Era compreensivo, apesar de Rex desviar o olhar dele.

─Esse sentimento ruim não te fará bem, Rex. E também, chegará um momento em que precisarão um do outro, e essas diferenças terão que ser deixadas de lado.

─Espero que esse dia nunca chegue.

*****

─Atrasada. ─Jason reclamou ao ver Lily correndo para ele. ─Por que eu ainda tento?

─Porque você me adora. ─Ela o beijou. ─Vamos?

─Sim, senhora.

Flash balançou a cabeça. Do outro lado, ele observou os garotos desaparecerem no teletransporte.

─Acho que ela é muito nova para namorar. Não gosto disso.

Superman parou em seu caminho para observar a expressão atordoada do velocista.

─Eles parecem realmente se gostar. ─Observou. ─E também, não podemos interferir nas vidas deles. Não os conhecemos tanto quanto gostaríamos.

O velocista soltou um suspiro muito frustrado.

─Se a Shay não fosse tão bonita, nossos filhos não seriam bonitos. Aí, eu não teria motivos para me preocupar.

O homem de aço balançou a cabeça, tentando não sorrir diante das teorias do amigo.

─Não se preocupe tanto. ─Disse ─Eu tenho mesmo que ir agora, mas boa sorte.

*****

J’onn parou de escrever. Kira esfregava as têmporas vez ou outra, como se sua cabeça latejasse. Embora a menina insistisse que estava bem, ele sabia que não estava. Agora, vendo sua filha ajoelhada, tinha certeza que o que vinha para eles não era nada bom. Correu para ela, ajoelhando-se a seu lado.

─Kira, o que foi?

A menina abriu os olhos e apontou para a forma inconsciente de Luthor.

─Caos. Ele está vindo.

Os dois se entreolharam, contudo, não tiveram muito tempo para pensar. Uma energia estranha se apossou do lugar, e era pesado. Ambos os telepatas sentiam aquela corrente elétrica pelo ar, e agora sabia de onde vinha. J’onn só teve tempo de se jogar sobre Kira, protegendo a menina do que viria a seguir.

Superman foi andando na direção da baía médica. Ele ouviu a explosão e se protegeu o melhor que pode. Na baía, encontrou Kira e J’onn caídos. Kira abriu os olhos, e saiu do abraço protetor de J’onn. Superman ajudou-a a se erguer.

Os dois ouviram a risada, e logo notaram a figura de costas para eles. Era um homem careca, arrumando os pulsos de seu smoking. Ele se virou. Seus olhos não acreditavam no que viam.

─Luthor? ─Superman questinou.

─Esse pode ser o corpo dele, mas nem de longe é o senhor Luthor.

─Exato. Mas creio que posso me apresentar por mim mesmo.

Ele estendeu a mão, e um feixe de energia prendeu Superman e Kira contra a parede. J’onn começou a acordar e se lançou sobre o homem. Contudo, foi lançado na parede oposta como um simples brinquedo.

─O que é você?

─Ainda não perceberam? Eu sou Caos.

*****

Os alarmes de repente soaram loucos. Os heróis correram para os monitores.

─Outra anomalia? Onde?

Senhor Incrível assentiu, muito preocupado. Olhou para os heróis ao redor dele. Em seguida, ouviram a explosão.

─Na torre de vigia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Em breve eu trago a segunda parte. Prometo que vai ser legal.
Gratidão!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Interlúdio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.