WSU's: Renascida escrita por Nemo, WSU


Capítulo 13
Cheque e Mate - Parte 1




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Já sonhei com meu futuro mais vezes do que posso contar, entre todas essas vezes, nunca cogitei essa realidade, nem mesmo idealizei.

Renata, arfa e grunhe de dor, devido aos tiros que recebeu, se coloca de pé, ficando em guarda, três inimigos avançam, cada qual por um lado. Uma tenta agarrar Renata, pelas costas, mas ela se defende com um corte lateral no rosto da oponente, desde a maçã do lado esquerdo do rosto, ao nariz.

O segundo vampiro traz consigo uma barra de ferro, ele a golpeia com um golpe lateral, ela desvia. Ele faz um golpe no rosto, mas a oponente segura a barra de ferro com a mão livre. E esta prestes a tomar do vampiro, quando é apunhalada pelas costas por outro oponente.

Nunca desejei ser isso, ter esses poderes, pagar esse preço, mas no fim sou o que sou, tenho duas escolhas, desprezar minha natureza, ou abraçá-la.

Com a dor do golpe, ela solta a barra, o vampiro a golpeia na barriga, com um ataque perfurante, Renata, quase vomita. Aquele que a ataca pelas costas efetua mais um corte, e então mais um, dessa vez entre os ossos da coluna e mais outro.

A vampira com o rosto cortado, chuta sua perna esquerda a fazendo cair de joelhos.

— Eu vou matar essa desgraçada — fala a ensandecida.

— O líder a quer viva. — diz Manoela, chegando com mais quatro vampiros.

Eu não sou muito boa em escolher extremos, nunca fui. Então decidi traçar meu próprio caminho, abraçar o bom e o mal de cada lado, sendo eu a principal beneficiada dessa escolha, pois esse é o poder que cada um tem em condições normais. Decisão. Reflete Renata.

Em meio a dor, Renata, se concentra, sente o ambiente caótico ao seu redor, seus inimigos, ouve seus corações e respirações. Ao longe escuta diversos gritos, de vampiros, policiais e civis, mas permanece quieta, concentrada, enquanto a realidade se desdobra lentamente a sua volta, então a vampira sente a catana em sua mão, e retorna para a realidade.

Sua decisão foi clara e objetiva, promove um corte na perna do vampiro com a barra de ferro, se levantando com o movimento e girando o corpo, desvia de um corte de faca, ficando em guarda.

— Você está sozinha, seus amigos foram dizimados, por que resiste ao inevitável?

Renata, nada disse, o silêncio também era um grande aliado em determinadas ocasiões, um dos muitos ensinamentos de sua mestra.

Eu escolho continuar em frente, continuar caminhando pelo caminho da vida. Nesse trajeto encontrarei obstáculos, dificuldade e, é claro, idiotas.

Os acompanhantes de Manoela sacaram armas, a opinião deles era clara também.

— Parada, ou vai virar um queijo suíço. — fala um deles.

— Quer saber? Atirem na vadia, ele falou viva, mas não especificou as...

Ela corre em direção ao beco próximo, sentindo a rajada de tiros a perseguir, enquanto seu corpo cuida de expelir as cinco balas e cicatrizar os cortes. Da rua do beco ela passa para as paredes dos prédios, subindo em uma corrida frenética, tendo sete vampiros em seu encalço. Quebra o vidro da janela de uma casa com um pisão e continua saltando para o chão e se escondendo atrás de um carro.

Quatro vampiros entraram pela Janela, enquanto três pensaram melhor e notaram a presença de Renata, atrás do carro. Eles foram se aproximando furtivamente, mas a garota se levanta e efetua três disparos, um no braço do vampiro a esquerda, outro em Manoela, que consegue desviar se agachando e, por fim, na perna do vampiro a esquerda.

Manoela, arromba a porta do prédio e ali adentra, afinal não tinha como derrotar uma oponente que atacava a distância e de perto. Renata, por sua vez continua seu percurso.

 

 

 

******

 

Lucy, pula do prédio no qual se encontrava ainda em chamas, cai com violência e rola no chão, abafando as chamas e assim apagando-as. Contudo, a dor das queimaduras ainda estava lá. Ela cambaleia em direção a um carro, um Ford Crow, a porta esta aberta e com o corpo do motorista ainda ali. Aparentemente ele não tivera muita sorte em sua fuga, tinha sido drenado completamente.

Ela afasta o cadáver com violência e liga a chave que estava na ignição, logo depois trata de pisar no acelerador. Os perseguidores por sua vez continuam em seu encalço, pulando do prédio de 3 andares, e indo em direção ao alvo, pelo menos trinta vampiros se encontravam atrás da Drácula, com alguns ainda na frente.

Lucy, sem querer bate o cotovelo no rádio do carro, e logo uma melodia se espalha não só pelo carro, mas por boa parte da redondeza:

Ghostbusters

If there's something strange in you neighborhood

Who you gonna call? (ghostbusters)

 

— Que porra é essa? — questiona a vampira irritada, enquanto o carro patina no chão de forma ardida, soltando fumaça.

— Clássico dos anos 80. — responde Mefisto, sentado no banco de trás, com os braços esticados. —  Não conhece?

— Você sabe que eu não me lembro muito bem dos anos oitenta.

— Ué, por que? — Ele para pensativo — Ah, é você estava na Rússia.

 

If there's something weird

And it don't look good

Who you gonna call? (ghostbusters)

 

Finalmente o veículo sai do lugar. Lucy, tem preocupações demais pra se concentrar na música, sua pele queimada ainda arde, ela tem que executar o protocolo de dizimação e diminuir os números inimigos.

— Acho que você deveria ter mais cultura. — diz Mefisto.

— Cala a boca, Mefisto.

I ain't afraid of no ghost

I ain't afraid of no ghost

 

Ela gira o volante e o carro vira a esquina, estava funcionando, a atenção da horda estava nela.

— Sério que não conhece?

— Não.

If you're seeing things running through your head

Who you gonna call? (ghostbusters)

 

Uma vampira pula no capô do carro, e começa a bater ali com as garras, Lucy, gira o volante para a esquerda e depois para a direita, na tentativa de tirar a oponente dali. Sem sucesso, acelera o carro ao máximo e então freia, a vampira vai para a frente do carro de motorista, suas garras ainda estão presas ao capô do carro.

An invisible man

Sleeping in your bed

 

Mefisto, retira uma espingarda Winchester 1887 do chão do banco traseiro, examina a arma, coloca as mãos no cano e mira para cima, exatamente onde as garras da vampira estavam;

— Será que está carregada?

Aperta o gatilho, o disparo grosso perfura o capô do carro e destroçando as garras, fazendo com que a vampira caia da frente do carro.

— Em minha defesa, agora sei o que ela faz.

 

Who you gonna call? Ghostbusters!

I ain't afraid of no ghost.

I ain't afraid of no ghost.

 

Lucy, por sua vez vira mais uma esquina, com o carro a mil, vira novamente um quarteirão, desta vez a esquerda. A vampira para o carro em frente a um prédio grande, era uma antiga fábrica. Ali era extraído o caldo da cana e transformado em açúcar, contudo ela faliu na década de 90, naquele momento, estava vazia, ainda que tivesse como atual dono do terreno, Salazar.

Ela adentra, era a segunda vez que tinha vindo até o prédio, com suas paredes brancas, desgastas e sujas de poeira, e pouca iluminação. Ela caminha até o grande salão e pega uma arma de grande porta em cima do balcão. Sua missão era diminuir os números ao máximo.

Para isso o plano consistia numa eliminação vasta de oponentes, para ventilar o ambiente para o resto do grupo, era essa missão dada a ela e a Rodrigo, cujas particularidades permitiam tal feito. Um combate no front cobrindo a inexperiente Renata, matar quantos possível e atrair a atenção deles para a indústria com seus vários prédios.

 Para Lucy, o protocolo deveria ser evitado ao máximo. Afinal, ela era de grande valia para a luta, seria um desperdício perdê-la, mas naquele momento a mais insensata das estratégias se fazia a única opção. Pois a outra seria ter a Drácula em sua forma final, e esse combate deveria ser evitado com veemência.

A horda começa a adentrar pela mesma direção que Lucy, pelo corredor central daquele prédio, iam por seu cheiro. É claro que tanto a Drácula, quanto Salazar, previram isso, e ela estava com a arma certa em mãos uma ES M249, também conhecida como Rambão, uma potente metralhadora e também amaldiçoada.

Os vampiros que por ali vieram foram prontamente aniquilados pela rajada de tiros de Lucy. Pelo menos trinta padeceram ante as balas, porém mais vinham e agora pareciam brotar de outros lugares. Outro problema enfrentado pela vampira era a recarga, pois era demorada e cada segundo contava, fora que haviam muitos oponentes naquele lugar.

O protocolo de dizimação teria que ser efetuado, era melhor do que ser torturada por aqueles miseráveis. Ou pior, ser drenada por eles tantas e tantas vezes, indo e voltando do inferno.

Ela enfia mão na bolsa que trazia consigo e aperta o cronômetro do aparelho ali dentro. Enquanto isso, cerca de quarenta vampiros adentram na instalação, eles foram vorazes ao encontro de Lucy.

— Acho que vou gostar disso. — diz Mefisto, esboçando um sorriso malicioso para Lucy.

— É claro que vai. — responde Lucy. Afinal dessa vez vai levar uma semana ou mais para me reconstituir.

Os oponentes se aproximam ficando a dez metros dela, ela retira o aparelho da bolsa, e diz a última coisa que todos ali iriam ouvir.

— Vejo vocês no inferno.

A grande explosão envolve o prédio da fábrica, transformando tudo em ruínas, não houve sobreviventes. Ao menos, por enquanto.

 

 

 

*****

 

— Acho que estamos numa situação complicada. — fala Salazar, de costas para Asami.

— Então vamos resolver logo, os outros precisam de nossa ajuda. — responde a samurai com a espada em punho, ao redor dos dois haviam quinze oponentes. Os vampiros estavam ávidos por sangue, e começam a andar em torno da dupla, enquanto alguns apenas ficaram parados, procurando o melhor lugar para atacar.

O motivo principal era que Asami, detinha uma catana amaldiçoada, já Salazar portava uma pistola, para vencê-los alguns haveriam de morrer. A saída para os vampiros era desconcentrar os inimigos e atacar ao mesmo tempo. Contudo, a dupla já presumia o que eles estavam fazendo, eram experientes.

Salazar, começa a sentir um calor emanar da companheira. Inicialmente era fraco, mas foi aumentando, até se estabilizar em um cinza claro bem fraco, recobrindo o corpo da samurai, inicialmente era irradiada, foi se reprimindo até pouco se agitar.

Asami, por sua vez, estava serena. Seu olhar percorria com naturalidade os oponentes perplexos.

Aura, eu nunca me canso de admirar esse poder, ele é belo aos olhos e esboça o trabalho duro empreendido pelo usuário, algo moldado por anos e dedicação. E ninguém foi mais dedicado que você, Asami. Já entendi o que quer fazer. Ele sorri, enquanto uma brisa fria circula pelos presentes, quando o vento para Asami, avança.

Os vampiros avançam de forma simultânea contra os dois, era um modo fácil de ganhar, mas contra a samurai, eles logo descobriram que a coisa era diferente. Deveriam ter fugido ou procurado armas de modo que pudessem atacá-la de longe, alguns vampiros perceberam isso enquanto seus companheiros eram destroçados pela inimiga. Imediatamente fugiram. Outros mantiveram a doce ilusão de matar os dois e serem recompensados.

O primeiro vampiro teve um rasgo no estômago pela espada. Suas vísceras saíram para fora e o pânico o toma. O segundo que vem pela esquerda, desvia com dificuldades do corte vertical, no peito. Mas nesse movimento, Asami, avança perfurando seu peito.

Ela remove a lâmina, mas abre sua guarda com isso, dois vampiros se prepararam para transpassá-la com suas garras, mas Salazar, chuta um deles na canela e rasga a garganta do outro, enquanto desfere uma cotovelada no nariz de uma vampira.

A samurai ao remover a espada, corta o braço de um vampiro que ia atacar Salazar, pelas costas, em seguida se pós a em um ataque visceral contra os que resistiram. A brisa volta a soprar, desta vez espalhando o cheiro de sangue.

— Você está bem? — questiona Salazar, para ela.

— Sim. — A aura cinzenta foi desaparecendo aos poucos, até se tornar inexistente. — Temos que nos encontrar com o grupo.

Salazar, fez que sim e então caminha, mas coloca as mãos nas costas e solta um gemido abafado. Asami, se volta para ele analítica, o velho vampiro tinha muitos cortes no corpo, provavelmente das garras dos vampiros, mas isso não era o pior.

— Se vire.

— Temos que ir ajudá-los, não podemos nos preocupar com meus ferimentos. — responde o vampiro.

— Agora, Salazar!

Ele se vira, mostrando duas perfurações de garras sobre a roupa tática, eram enormes, uma nas costas e outra na perna esquerda. Ele não tinha como continuar a luta, deveria se regenerar primeiro.

— Pode ir, eu te alcanço. — fala ele.

— Com todos esses vampiros te rodeando? Nem pensar, se apoie em mim.

Asami, foi até ele, passa o braço dele, sobre seu pescoço. Salazar, havia cuidado da idosa por toda a sua vida, Asami, buscava agora retribuir o favor.

 

 

 

******

 

Fora dos fronts, a cidade ardia, o corpo de bombeiros combatia vários pontos de incêndio. E uma pequena parte da polícia auxiliava na evacuação, as pessoas daquela área estavam as cegas, não tinham sinal nem de telefone, quanto de internet.

A falta de oficias e segurança corroborou para que o caos fosse instaurado, os vampiros aproveitaram para se banquetearem de desavisados e retardatários. Nesse cenário não havia esperança ou qualquer chance de salvação. Numa rua um trio de pessoas corre por suas vidas, na esperança de escaparem do tumulto, mas para a infelicidade daquela família, dois caçadores solitários com ótimas presas, barram o trio.

O homem se interpôs entre eles, sua esposa e filha. A mulher pega a criança e corre, para o lado oposto, seus olhos marejam aos poucos, enquanto ouve o som de luta e posteriormente de ossos sendo quebrados, ela não teve coragem de olhar para trás.

Sua corrida era desesperada, ela queria gritar, mas a angustia apertava sua garganta e a impedia de falar qualquer coisa. A menina de seis anos em seu colo, também nada dizia, só chorava baixinho. No caminho ambas se deparam com mais dois fugitivos, eles estavam armados, um com um machado e outro com uma pistola Colt 1911. Diferente dos vampiros eles também exibiam um tom assustado, logo identificam a mulher como sendo humana, por ter esse mesmo tom.

— Você está bem? — questiona o magro com a pistola.

A mulher só confirma com a cabeça.

— Temos que dar o fora daqui. — diz o outro com o machado. — Devemos ir até a zona policiada.

Dito isso os quatro seguiram para o leste, a boa notícia era de que os vampiros não estavam mais atrás deles, isso aliviou os corações dos presentes, mesmo que tanto a mulher como a criança continuassem em pane.

Ao chegarem na zona policiada, que nada mais era do que um espaço para evitar que vampiros escapassem, haviam dois policiais e três militares.

— Soltem suas armas. — ordena o oficial. — E identifiquem-se.

— Gerson Pereira. — diz o magro.

— Felipe Schimitd. — responde o com machado.

A mulher por sua vez nada disse, estava em choque, o policial constatando isso maneia a cabeça para o oficial, ele compreende e permite a entrada dos três. Numa teoria pratica não havia como saber se eles eram vampiros ou não, os policiais só podiam tentar deduzir através da fisionomia, se estavam assustados ou se haviam sangue em suas vestes.

Ao passar pela fita, uma movimentação se ouve próximo área.

 Rafael. — fala o comandante. — Escolte eles para fora daqui, e então volte. Precisamos aguentar mais, até o reforço das cidades vizinhas chegar.

— Eu não sou pago para lidar com essas merdas. — diz um militar

O policial ignora este, e concorda com o oficial, indo até o carro. Eis que eles foram atacados, das direções que acreditavam estarem seguros. Por conta da agilidade sobre-humana e da surpresa, os oficiais são subjugados e mortos, pelos cinco vampiros.

Os três homens reagem e pegam suas armas a tempo, de fato conseguindo matar três dos cinco inimigos, mas os sobreviventes Gerson e Felipe tem seus pescoços degolados. Rafael não pode salvá-los, afinal sua arma foi descarregada na cabeça de um dos inimigos.

A mãe por sua vez tenta correr com a criança no colo, mas um vampiro perfura seu coração com uma das garras. O corpo solta a criança, que cai do colo ensanguentado de sua mãe, agora já falecida. O policial a puxa para seu lado e empunha a arma já vazia para os dois monstros a sua frente, eles sorriam de forma doentia para suas vítimas.

— Acabou o tempo policial.

Eles rumam na direção dos dois. Foi então que se ouve um barulho de tiro, não de um, mais vários, o primeiro acerta a coxa esquerda de um, o segundo pega no ombro do mesmo, já o terceiro e quarto, na perna esquerda e no braço direito do segundo. Eram de grosso calibre.

Entendo, Henrique decidiu apelar até mesmo para psicopatas...  realmente não sei quem é o desesperado aqui. Calcula ela indo para cima dos inimigos, desta vez não ia usar a catana. Se a empunhasse eles fariam os dois de reféns, problematizando a situação, se fosse no corpo a corpo, eles teriam a chance de vencer, e era bom que acreditassem nisso. Ela guarda a Benelli.

Os vampiros vão em direção a ela, enquanto o policial carrega a arma. Ela desvia com facilidade de um gancho de direita, desfere uma cotovelada em suas costas, o segundo vai pegá-la pelos cabelos, mas ao tocá-los ela vira o corpo e desfere um chute potente nas partes baixas do vampiro que imediatamente cai no chão se contorcendo.

Homem ou não, isso sempre vai funcionar. Ela mantém a mesma postura séria, embora em seu interior, estivesse furiosa. Seus olhos antes castanhos, queimam como o fogo sobre brasa de tão vermelhos, suas presas eram visíveis, afinal o lenço que encobre seu rosto estava rasgado em um corte lateral pela boca. Se ela se deixasse levar pelo lado vampírico, certamente teria matado os dois, mas suas palavras ressoavam em sua mente e seu treinamento a ajudava a acalmar seu coração tempestuoso.

O outro vampiro torna a golpeá-la com um soco frontal no queixo, ela por sua vez segura seu punho, e o puxa girando seus braços, o oponente cai de costas no chão, ela solta seus braços e chuta seu rosto, deixando-o desacordado.

— Parada! Mãos na cabeça — ordena o oficial — Se ser um passo, juro por Deus que estouro seus miolos.

Renata, por sua vez fez uma careta de asco. Sério que seria revistada e parada por um policial, justo naquela situação?

— Oficial, eu lhe asseguro que estamos do mesmo lado. — fala ela, colocando as mãos na cabeça. — Eu salvei sua vida, acho que poderia deixar eu continuar meu trabalho...

— Você é uma vampira, não é diferente deles... — diz ele sério.

— Tem toda a razão, sou exatamente como eles, a única diferença é que ainda me considero humana o bastante para fazer a escolha certa.

Ela se vira para ele, seu aspecto vampírico já se demonstrava inexistente.

— Olha no momento pessoas estão morrendo lá. — acena com a cabeça a direção da qual estava vindo. — Cuide da criança, leve-a para um lugar longe desses monstros, pois há mais deles vindo...

Renata, fita o rosto aterrorizado da menina, era óbvio que tinha medo dela, talvez até repulsa entre os braços do policial, que rapidamente trata de entrar no carro e botar o pé na estrada. Enquanto mais inimigos emergiam, e ela só pode observar os corpos daqueles a quem não pode proteger.

 

 

 

******

 

— Sinceramente, eu esperava mais de vocês. — diz Rodrigo, com as espadas em punho, em frente a trinta oponentes.

Ele exibe um aspecto cansado e abatido apesar da voz ainda orgulhosa. Até aquele momento tinha enviado três dezenas de vampiros para o inferno. Como Rodrigo, tinha descoberto não era tão fácil eliminar tais criaturas. Vendo que enfrentar tantas seria perigoso, decide rumar para outro prédio dá indústria abandonada, não estava longe, ele apenas teve que atravessar a rua e adentrar com ás últimas energias que lhe restam.

Os vampiros desejosos pela cabeça e o sangue do fraco supersoldado, o seguiram. Ao chegarem lá, o encontram em frente a uma grande janela quebrada, para o lado do fora, uma rua, e então um prédio marrom com três metros de altura.

Os vampiros avançam, ele se abate mais ainda. Nisso a passagem da qual os inimigos vieram explode, derrubando entulho e obstruindo-a. Ao observarem o teto, notaram uma caixa preta, ali amarrada por correntes, tinha um cronômetro em vermelho e a contagem só regredia.

Fitam em busca de seu inimigo, mas ele não se estava mais ali, contudo a janela permanecia intacta. Os vampiros até tentam escapar, mas a bomba explode após três segundos, levando o prédio e todos eles juntos.

Enquanto isso no topo do prédio marrom, Rodrigo, observa: a explosão inicial acontece da parte de cima do prédio, e foi até a base, pois haviam mais cargas escondidas. Após isso, tudo o que restou foram tijolos e pedaços de cimento e entre outros detritos. Tudo espalhado pela área coberta de pequenos pontos de incêndio e de fumaça negra.

Ele deixa o local, tinha mais trabalho a fazer. Aquela ainda seria uma noite difícil.

 

******

 

Um dos militares não hesita e dispara no vampiro de imediato, mas Henrique, salta do poste assim que percebe que ele ia disparar, seus instintos estavam elevados demais. Uma chuva de disparos o persegue em sua trajetória, algumas balas acertaram, infelizmente não eram amaldiçoadas e foram rapidamente expelidas de seu corpo.

Assim que seus pés tocaram o chão ele toma impulso contra seus inimigos em um salto potente. Roberta, foi sua primeira oponente, possivelmente a que mais lhe concedeu trabalho. Ela interrompe sua trajetória que seria contra Ivan, com um pontapé na barriga, o jogando contra a parede.

Mas ele não bate, ao invés disso consegue girar seu corpo, assim que seus pés tocam a parede, ele toma outro impulso, dessa vez indo em direção a sua oponente. Ela não consegue desviar a tempo, ele a atinge, os dois rolam pelo chão, Henrique consegue se levantar nesses giros, e arremessa a vampira contra um carro da polícia.

Ele não para, se agacha perto do carro que se encontrava, enquanto mais balas o perseguiam. Ele segura a parte debaixo e levanta com o máximo de sua força, logo depois soltando, enquanto o veículo se direciona contra seus oponentes.

Aproveitando essa distração ele agarra um militar e morde seu pescoço, em seguida tomando sua submetralhadora, e alvejando seus aliados e policiais, alguns poucos, como Ivan e Diogo, escapam da rajada, pois se esconderam atrás dos veículos.

Isso não é nada bom, ele está muito poderoso, já eliminou mais da metade dos aliados e as balas amaldiçoadas acabaram. Nossa esperança de resistência é a Roberta, mas ela não é tão velha quanto ele, logo é mais fraca. Nossa esperança é que o chefe, a samurai ou o Supersoldado apareçam, dificilmente Renata, conseguiria lutar com essa coisa. Reflete Ivan. Ele fita suas próprias mãos, e constata uma triste verdade. Eu... estou tremendo?

Se Ivan, não se recuperasse logo, sua condição psicológica não permitiria que ele atuasse como aliado. O medo que o toma era o da derrota, afinal ele sempre lutou em brigas que sabia que venceria. Mas aqui desconhecia quantos inimigos havia, e desconhecia a situação de seus aliados.


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