WSU's: Renascida escrita por Nemo, WSU


Capítulo 1
Caça e Caçador


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu gostaria de agradecer a Natália Alonso, por ter sido minha beta, orientadora, capista e uma grande amiga.

Em segundo ponto, devo agradecer ao pessoal do WSU pela força e motivação para que eu terminasse a história.

E em terceiro lugar, agradeço a você, por estar lendo essa história ♥



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Julho de 2016

 

O Sol ilumina a copa das árvores naquela tarde, o vento desliza sobre as folhas da floresta, enquanto a água borbulha ao percorrer o pequeno riacho, que corre quase sorrateiro, por aquele emaranhado de matas. No entanto, diferente das demais tardes, havia alguém diante do riacho ruidoso.

A luz do sol que perpassa pelas folhas ilumina seus cabelos longos e negros. Seu reflexo é pálido, como se pouco, tivesse experimentado a luz do sol, seus olhos castanhos estavam marejados. Não sabia quem era, para onde ir, ou mesmo em quem confiar? Só consegue permanecer ali, diante da plenitude da natureza.

Até sentir sede. Junta as duas mãos e mergulha ambas, nas águas gélidas do riacho, em seguida as trazendo para si, não satisfeita repetiu o processo, mas não se encontra satisfeita, sua sede era por outra coisa. Algo que ela não encontraria na água, confusa decidiu ir até a origem do riacho.

Após a longa caminhada, ela chega a fonte d'água, haviam vários ligamentos que tornavam o riacho mais abundante em água, ela segue o principal deles. A origem, provinha de uma rocha, na encosta do vale verdejante. Dali um pequeno afloramento d'água tomava a forma de uma vertente caindo entre as pedras. Ela coloca a mão sobre a rocha fria para se apoiar, estava suando e terrivelmente cansada, como se seus membros tivessem que arrastar correntes consigo.

Em meio aos pensamentos confusos, ela ouve um pequeno estalo, quase sutil, e com o canto do olho, vislumbra uma pequena verdade sobre aquela mata, não está sozinha ali.

 

 

 

07 de novembro de 2016, ás 06:07

 

— Acorde querida, hora de levantar. — diz uma voz austera, maternal. A garota que dorme aconchegada em sua cama tem um sobressalto.

— Bela adormecida, acorda, ou vai perder seu trampo. — fala Roberta, enquanto volta para a cozinha.

Renata, por sua vez, se levanta desajeitada da cama, outra noite mal dormida. Vai direto para a mesa, onde toma um gole de café.

— Seu café está uma droga, muito doce.

— Bom dia para você também. — diz a garota loira, consternada pelo mal humor de Renata. — Ontem estava muito amargo, hoje está muito doce... amanhã você faz café!

Ela não importa com a resposta da colega, apenas continua a tomar o café, talvez o açúcar não estivesse em excesso, ou talvez ela não se importasse com isso. Apenas continua fitando o vazio.

— Acho que você deveria procurar algum hobby. — comenta Roberta, enquanto termina de lavar a louça. — Quem sabe isso te anima. O que gostava de fazer quando estava na sua antiga casa?

Renata, apenas a encara, furiosa.

— Perdão, eu me esqueci... você ainda não se lembra de muita coisa... de qualquer forma seria bom você ler um pouco, ver algum seriado na Netflix ou encontrar algo que te divirta um pouco.

— Passo. — diz a garota tomando um gole de café com leite.

 

 

 

******

 

Após fechar a porta do apartamento na qual está, ela desce as escadas do prédio, calma, afinal estava bem adiantada, e acaba encontrando com a senhora Asami, uma idosa na casa dos sessenta anos.

— Como vai seu dia Renata? — indaga a senhora enquanto, termina de varrer seu apartamento, está animada e gentil como em todas ás outras manhãs.

— Vai bem senhora Asami. — responde a garota sem muita intimidade na voz.

— Espero que dê tudo certo para você minha querida, qualquer hora passe aqui para tomarmos um chá.

— Sim, um dia passo. — diz ela, mas em seu íntimo se perguntando: Por que essa velha fica se metendo na minha vida?

A senhora observa cabisbaixa, enquanto ela desce as escadas. Fez que não com a cabeça chateada e voltou a sua casa.

 

 

 

******

 

Na rua a garota caminha ajeitando seus cabelos, a aurora clareava, e os carros já começavam a rodar.

— Bom dia moça. — diz um garoto de mochila ao seu lado.

Eu definitivamente detesto segundas-feiras. Pensa consigo. — Oi Daniel.

— Como foi o seu final de semana? — indaga o garoto.

— O mesmo de sempre. — retruca ela indiferente.

— Bem o meu foi legal, joguei um pouco de bola com meus colegas, mas fui expulso do time... — termina ele tristonho.

— Trágico.

— Era um jogo do campeonato, eu ia marcar o gol que definiria o jogo, mas escorreguei na grama... perdemos nos pênaltis.

A garota ignora o comentário do garoto completamente, não tinha o menor interesse nesses assuntos. Daniel, vendo que ela não responderia, fica em silêncio caminhando chateado. Seus caminhos se separaram.

 

 

 

17:00, Supermercado Maristela

 

Renata, terminara de colocar os últimos produtos na sacola de plástico do supermercado, olha para o relógio digital suspenso acima das prateleiras, seu horário já tinha chegado. Ela bate seu ponto e vai para casa. Sua cabeça doía, está cansada, não fisicamente, mas mentalmente, todas aquelas pessoas falando, conversando ou discutindo a levavam a loucura.

Sua caminhada de volta foi tranquila, o sol teimava a desaparecer no horizonte, ás ruas estão movimentadas naquele horário. Carros se fazem em peso, bem como o trafego de pessoas, algo que ela detestava, afinal muita coisa pode se esconder em meio a uma multidão.

A medida que continua seu trajeto para casa o fluxo diminuía, o que em partes era bom e ao mesmo não era. A verdade é que ela nunca se sentia verdadeiramente segura, olhava várias vezes para trás. Mas naquele momento, caminha reflexiva como se tentasse decifrar um mistério, mas sem ter as ferramentas para isso.

— A senhorita tem horas? — indaga um velho com uma bengala. Eu mereço... Pensa a garota consigo. Em seguida, observa que no pulso do velho, havia um relógio.

— Desculpe, mas isso é algum tipo de piada? Você tem um relógio aí...

— É que eu não enxergo moça, tenho o relógio apenas para que outros me digam o horário.

— São seis e dois. — responde ela lhe dando as costas. O velhote agradece enquanto ajeita seu chapéu:

— Tenha uma boa noite, senhorita.

 

 

******

 

Ao continuar sua caminhada, um ruído chama sua atenção, um barulho no beco na qual espreitava, ela fica insegura, mas perpassa a frente do beco vazio, encontrando uma cena curiosa: um gato encarava um cachorro, era bem novinho e não tinha meios de se proteger. Ela observa o gato todo ouriçado e miando de forma esganiçada. O filhote encolhido e com vários cortes. Segue a caminhada. Até que o miado esganiçado alcançou-lhe os ouvidos novamente. O cão choraminga, era como se pedisse sua ajuda, mas será que teria?

 

 

 

Interior Paulista

 

Diante de si jazia o maior felino das Américas, pesando mais setenta quilos e medindo pelo menos setenta centímetros, ele olha a garota de cima do barranco. Embora Renata, não se lembrasse de muita coisa, ela tinha plena noção, do que era a animal da sua frente. Bem como o estrago arrasador que uma mordida sua poderia fazer, fora a força descomunal.

Correr não é uma opção, escalar árvores talvez fosse, mas ali perto não havia nenhuma que pudesse ser escalada, além disso, onças podem escalar, bem como nadar enquanto arrastam sua presa.

A onça salta do barranco e vem em sua direção certeira, pelo instinto Renata, rola no chão desviando do bote, mas sendo apanhada por duas patadas, nas costas. O predador fica por cima da garota, tentando abocanhar o pescoço ou ferir a cabeça da vítima, que só podia tentar se defender em vão pela tenacidade e rapidez dos ataques.

Enquanto se defende surge uma oportunidade e no mais aterrador dos momentos, ela agarra uma pedra e com toda a sua força bate no nariz do animal, enquanto que com a outra mão pega um graveto, e quando o felino investe mais uma vez, ela perfura seu olho esquerdo. Ao mesmo tempo que recebe mais uma patada, a onça grunhe desesperada, tentando aliviar a dor que agora a permeava.

Renata, por sua vez estava coberta de sangue, seu sangue. Sua roupa estava toda rasgada e suja, cheia de perfurações. Ela está fraca e não pode correr, mas havia algo que ela deseja fazer, o sangue a atraia. Pega terra do chão, joga sobre o olho do animal, que ficou ainda mais desesperado com a situação. A onça corre, mas acaba dando de encontro com a pedra calcária do barranco.

E foi naquele instante, que algo abocanha seu pescoço, exatamente na veia jugular, envolvendo o grande felino com um aperto descomunal, e drenando aos poucos seu precioso líquido. O animal tenta resistir com patadas e com muita movimentação, mas era inútil, ela não ia parar. Aos poucos a presa foi se tornando cada vez mais enfraquecida, até sua vida se extinguir por completo e tudo o que restar, fosse apenas uma carcaça.

A garota apenas observa extasiada, até se dar conta do que havia feito, o sangue em suas mãos, em seus lábios. A êxtase dava lugar ao medo e o medo ao desespero.

— O que foi que eu fiz? — indaga trêmula. Mas a floresta não respondeu sua pergunta. Uma figura espreita em cima de uma arvore, deitado em um galho. Bem sossegado e ao mesmo curioso:

— Acho que essa garota pode me divertir muito.

 

 

 

Ourinhos

 

O gato se prepara para mais outro ataque, mas algo perpassa suas orelhas cinzentas e cai a sua frente. Uma latinha amassada, o bichano trata de cair o fora, o mais rápido possível.

— Gato doido... — comenta ela, em seguida olhando o filhote cheio de cortes, ela da passos para trás, o filhote também a observa e balança o rabo feliz.

— Não, nem pense nisso... Eu não gosto de animais! Nem posso te levar...

O cachorrinho late contente e vai até ela, a mesma decide se afastar o mais rápido possível. Ela não desejava fazer o que tinha feito com o outro animal, afinal ele estava sangrando e isso atiçava ainda mais seu lado faminto.

Enquanto isso o velho fita cena do alto de um prédio, e indaga a presença atrás de si:

— Ela realmente tem muito potencial. Faz tempo que não vejo alguém tão diferente, mas ela servirá a nossa causa?

— Apenas por vontade própria, meu senhor. — diz a figura encapuzada e ajoelhada.

— Confio em você para essa tarefa, mas tenho uma dúvida, o amigo dela? Não preciso me preocupar com ele?

— Não, ele não virá.

— Faça o que puder do seu lado, que farei do meu. — fala ele. — Mas se ela se unir ao inimigo, ou se mostrar interessada nisso, você já sabe o que fazer.

 


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Notas finais do capítulo

Renascida será postada sempre aos sábados. Mas e então o que acharam? Não se preocupem eu não mordo rs



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