Disintegration escrita por Mozart


Capítulo 4
Love Song


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo quase me fez desistir da fanfic porque eu simplesmente não sabia como fazer um sirius black apaixonado. talvez esteja um pouco meloso, mas espero que gostem!



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LOVE SONG

 

Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am free again

 

xXx

 

— Natal –

 

Sirius não conseguia evitar, a todo momento se pegava admirando Remus e pensando no quanto ele era adorável. Sentia seu coração bater mais forte quando ele se aproximava e suas mãos suavam de uma forma que ele nunca vira antes. Estava realmente começando a ficar preocupado com o efeito que aquele garoto tinha sobre ele. Obviamente ele não falava nada disso em voz alta, mas sabia que, atento como era, Remus uma hora ou outra perceberia o poder que tinha sobre Sirius Black.

O sol estava especialmente quente aquela manhã, seus raios banhavam os cabelos castanhos de Remus tornando os fios levemente dourados. Sirius enlaçou seus dedos nos fios finos do outro observando-o adormecido.

— Você é carinhoso quando quer – murmurou Remus ainda de olhos fechados; Sirius levou um susto e afastou a mão por reflexo.

Remus não abriu os olhos, apenas aproximou-se do peito do outro e o abraçou.  Sirius sentia a respiração de Remus contra sua pele, seus poros se arrepiaram, mas ele o abraçou mais forte, o nariz enfiado nos macios cabelos castanhos.

— O que você acha de ficar aqui para sempre? – indagou Sirius alisando a pele do castanho com seu indicador.

— Eu acho perfeito.

 

[...]

 

Sirius ficava remoendo aquela noite milhares de vezes a fio.

Sentia seu cheiro, sentia seu gosto.

Sentia as pontas dos dedos dos pés tocando as pontas dos dedos dos pés do outro.

Mas não podia reclamar, Remus e ele finalmente fizeram as pazes e poder ficar próximo do amigo novamente já era mais do que ele esperava semanas atrás.

Ainda assim, era preciso muito autocontrole para não tentar forçar situações espontâneas, como aparecer do nada na biblioteca durante a monitoria de Remus e soltar algo como “oh, estou procurando esse livro, será que pode me ajudar?” – mesmo assim, ele já usara aquele truque duas vezes naquela semana, tivera que se conter para não deixar as coisas muito na cara.

E Remus… tudo ficava ainda pior quando Sirius percebia o quanto ele era gentil e adorável. E pior, gentil e adorável com todo mundo. Sirius sabia que quando eles compartilhavam suas intimidades um com o outro as coisas eram diferentes, mas agora que as coisas não eram mais assim ele sentia-se inquieto, não era mais único. Passava as tardes remoendo rancores contra Dorcas Meadowes, parceira de Remus nas aulas de Poções, ou Mary MacDonald, a qual ele sempre se oferecia para ajudar em História da Magia, ou mesmo Frank Longbottom, com quem Remus tinha mais coisas em comum do que Sirius jamais sonharia em ter.

— O que é essa coisa extraordinária capaz de manter Sirius Black calado por vários minutos seguidos? – indagou James com seu característico sorriso maroto.

Sirius deu de ombros.

— Estava só… refletindo.

— Refletindo? – James riu. – Você não é do tipo que reflete, Padfoot, você é do tipo que faz e depois se arrepende.

Sirius não conseguiu evitar de rir.

— Bom, parece que a vida dá voltas, não é mesmo?

Remus chegou no instante seguinte, exausto, sua boca, no entanto, não parava de se mover falando sobre seu dia e narrando, aqui e ali, o encontro com alguma das muitas pessoas que o admiravam. Sirius mal falava, apenas ouvia a narrativa em silêncio, James fazia algumas piadas bobas e voltava-se de tempos em tempos em sua direção como que para se certificar de que ele estava a vontade com aquilo. É claro que ele não estava a vontade com aquilo, mas o que poderia fazer? Não é como se pudesse exigir qualquer coisa de Remus depois do que acontecera.

— Você gosta mais dele do que quer admitir – James disse naquela noite, quando Remus já se recolhera para o dormitório.

Num primeiro momento Sirius não falou, poderia negar, mas sabia que era inútil. James era sua alma gêmea, não poderia ousar tentar mentir para alguém como ele.

— As vezes eu fico pensando que gosto tanto dele e nem sei exatamente porque. James sorriu, por um momento pareceu alguém ligeiramente mais experiente do que realmente era.

— Porque ele é Remus e você é Sirius.

— O que isso tem a ver?

— É só como as coisas são, Padfoot.

 

[...]

 

Aos poucos, Sirius começava a se acostumar com aquele sentimento.

Estar com Remus era como estar em casa, e em nenhum momento ele pensava no Largo Grimmauld, nº 12, mas numa verdadeira casa. Com jardim e lençóis perfumados e cestas de frutas em cima da mesa da cozinha e lareiras de pedra e portas se abrindo ao entardecer para permitir a entrada de seus moradores, que se cumprimentavam e reuniam-se para o jantar.

Estar com Remus era sentir-se inteiro. Não pedaços ou frações, ou metades ou meios, mas inteiro. Um círculo, um todo. Era sentir-se jovem, sentir que o mundo repousava na palma de suas mãos e tudo o que precisava fazer era tocá-lo, senti-lo e libertá-lo.

Estar com Remus era sentir-se engraçado, risonho e agradável; era contar piadas bobas novamente e rir de outras mais estúpidas ainda, e fazer coisas vergonhosas como dançar na chuva ou cantar alto nos corredores de Hogwarts ou dispensar garotas incríveis – o que chegara a assustar James, francamente – por se sentir completo demais, extasiado demais, feliz e triste demais ao mesmo tempo.

Estar com Remus era como se sentir livre, sentir que era capaz de fazer exatamente qualquer coisa que quisesse com sua vida e ser quem quisesse, sem se esconder, sem mentir, sem enganar. Apenas ser.

Estar com Remus era como sentir-se limpo, reintegrado, autêntico.

— Você está vivendo no mundo da lua ultimamente – comentou Remus sentando-se ao seu lado na beira do lago.

Era um local de memórias, Sirius pensou, era natural que estivesse na lua.

— Estou pensando em tudo aquilo que não te digo – disse simplesmente.

Remus sorriu, jogou-se na grama e voltou os olhos para o céu cerúleo como uma pintura.

— Eu acho que sei o que você não me diz.


However far away
I will always love you
However long I stay
I will always love you
Whatever words I say
I will always love you


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Notas finais do capítulo

eu acho que sou um pouco viciada em tratar as reações dos personagens individualmente e acabo esquecendo que essa história é sobre um CASAL. de qualquer forma, o próximo capítulo provavelmente vai ser mais os dois juntinhos mesmo.
sintam-se a vontade para opinar sobre o capítulo aqui embaixo. beijos!



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