Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 13
Agora parece longe


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo terá uma forma de narração um pouco diferente do habitual, mas é importante pra a história, espero que gostem



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Você alguma vez já parou pra pensar no que faria se tudo que você conhece mudasse do dia pra noite? Provavelmente isso seria desesperador, mas eu nem mesmo consegui notar quando a mudança começou, era apenas um dia comum, uma manhã comum, todos feliz tomando café da manhã, estava tudo bem calmo para nós depois de alguns dias sem trabalho, não precisávamos trabalhar todos os dias, tínhamos dinheiro o suficiente para ficarmos anos sem trabalhar.

Lá fora continuava frio como no dia em que chegamos, depois da neve que cobria a cidade viria a primavera, estaria mais quente e poderíamos correr para fora sem as roupas pesadas de inverno, tanto eu quando Fran estávamos ansiosas por esse dia.

Todo e qualquer pensamento tranquilo a partir daquele dia pareceu um pouco mais longe depois que ouvi a sirene da sala dos computadores tocar, mas eu ainda não sabia disso ainda, apenas acabo por ignorar os olhares preocupados de Leo e Rauthar. Ambos correm para a sala e ficam um tempo por ali, a sirene parou de tocar e um calafrio correu minha espinha, pareceram pálidos ao sair dali, disseram que tinham que sair por um tempo e nos pediram para que não deixássemos o esconderijo mesmo que eles levassem dias para voltar, “é o mais seguro” foi o que Leo falou antes de fechar a porta, mas isso já faz 2 meses.

 

No 1º dia do 3º mês, os dois voltaram cobertos de sangue em suas roupas, não pareciam machucados, mas faziam expressões de medo, nenhum deles contou o que aconteceu ou o que foram fazer a princípio, parecia difícil para eles, não deram um único sorriso por 1 semana até que tiveram coragem de nos contar o que estava acontecendo.

 Leo nos contou que os níveis de miasma em uma floresta a alguns quilômetros daqui mudaram drasticamente, isso causou o aviso da sirene, foram obrigados a irem até lá para ver se era apenas um problema nos sensores, mas....... quem dera esse fosse o caso. Chegaram na floresta tendo de passar por uma névoa densa, o dia pareceu passar rapidamente, era como se já fosse meia noite às 15:00, contaram que foram a pé quando não conseguiram mais ver as árvores a sua frente, alguns passos foram o suficiente para verem uma criatura estranha que andava curvada, uma boca imensa e cheia de dentes pondiagudos era a primeira coisa que puderam ver antes de, por impulso, pegarem suas armas e atirarem dele, a criatura não morreu facilmente, 5 tiros não foram o suficiente para fazê-lo parar, Leo esmagou a cabeça dele com uma pata para que ele finalmente parasse de se mover.

Os dois caminharam pela floresta por dias, semanas, meses, apenas matando aquelas criaturas, não pareciam ter sentido fome ou sede todo esse tempo, encontraram a saída do local depois de 2 meses, a fome, o cansaço e a sede apareceram assim que encontraram o carro e puderam fugir dali, isso explicavam o motivo de terem ficado tanto tempo dormindo e comendo tanto quando voltaram. Não encontraram o motivo para aquelas criaturas aparecerem, Inari perguntou se não era uma boa ideia recorrer à mestre naquele momento, afinal, mesmo que fôssemos foras da lei, ela não poderia ignorar um aviso importante assim, mas Leo disse que iria voltar para lá antes de falar para ela, ele queria entender o que estava acontecendo, aquele leão corajoso eram um verdadeiro idiota, mas eu conseguia entender o que ele sentia, mesmo eu ficara com vontade de ver com meus próprios olhos o que eles viram, queria poder achar uma resposta para algo assim.

Leo bateu o pé e protestou contra a ideia de Jackie de irmos todos juntos até lá, mas seus protestos não foram o suficiente para parar 4 adolescentes e 1 adulto curiosos. O caminho longo até o local me deixou sonolenta, não sei por quantos tempo dormir, Fran estava agarrada no meu colo dormindo como fazia sempre que dormia no carro, estávamos parados, Leo pareceu hesitante quando colocou a mão na maçaneta da porta.

A caminhada para dentro da floresta foi silenciosa, a alegria que sempre estava presente em meio aos nossos momentos juntos, foi substituída por uma forte tensão e medo pelo que poderia está a nossa volta, Leo, Rauthar e Inari fizeram uma espécie de círculo de proteção em nossa volta, para garantir que não fôssemos machucados, Fran estava assustada 3 com frio, eu a abraçava por trás enquanto andávamos.

As primeira criaturas começam a aparecer, transitando estranhamente a nossa volta como se não nos vissem ou nos ignorassem, parecia um bom sinal, então por que a sensação de mal estar continuava me fazendo querer vomitar? Fran olha para trás, seus olhos de íris pálida me fizeram sentir com mais vontade de protegê-la, acaricio sua cabeça e sorrio para ela, que parece se sentir mais calma, mas o barulho..... o barulho que ouvi atrás de nós, todos continuavam andando, talvez não tivessem escutado, talvez eu estivesse ficando louca, sinto mãos geladas segurando meus ombros e vejo todos de cima por um segundo antes de ser arremessada para longe e bater em uma árvore.

Visão turva, vejo Leo com um olhar preocupado e furioso olhando para mim e logo depois para o monstro atrás deles, era uma criatura alta, não parecia ter uma cabeça, mas era como se varios galhos com olhos fechados saíssem de suas costas, ele ignora completamente o resto do grupo e anda até mim, me erguendo alto novamente, não sentia sangue em mim, sabia que não estava ferida e nem nada estava quebrado, eu estava bem, mas não conseguia fazer nada. Os olhos de suas costas de abriram e me encararam pouco muito tempo, minha mente parecia confusa, imagens grotescas de mortes e destruições apareceram na minha cabeça, de alguma forma, começaram a parecer normais, como se fossem imagens cotidianas, assim como casa e flores.

Olho para trás meio tonta, não conseguia mais entender o que estava acontecendo, apenas consegui ver Fran a frente dos outros, seus olhos pálidos agora brilhavam e seus curtos cabelos escuros faziam leves ondas no ar, a criatura que me segurava explode em uma bomba de sangue e carne podre, Fran me segura com dificuldade antes que eu batesse as costas no chão.

— Serafina..... Serafina, você está bem? Fale comigo, por favor...— fala em minha cabeça com os olhos cobertos de lágrimas

— Aqui é realmente um lugar estranho, não é? - dou um riso fraco demorado como se fosse louca, eu não tinha muito controle pelo que dizia, apenas dizia o que parecia o certo - Prece que tudo aqui gira repetidamente, imagens quantos dias já se passaram. - continuo rindo

Todos me olham preocupados, estava coberta com aquele sangue enegrecido do monstro. 2 meses se passaram desde a última vez que pensei  no fim do inverno, mas a neve perpetuava, e a primavera parecia ainda mais longe do que antes.


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Notas finais do capítulo

E foi assim que Serafina virou a querida e adorada persoangem excêntrica que eu tanto adoro



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