Uma longa viagem sem destino escrita por neko chan


Capítulo 12
A cafetina




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— Acorde, seu leão preguiçoso. - escuto Rauthar falar - Arrume-se, temos uma cliente importante vindo aqui hoje

— Agora? É tão importante assim? Diga que estou de férias. - murmura

— Senhorita Amber vem aqui hoje

— Aquela pervertida? - ele se levanta rapidamente do sofá, tínhamos todos dormidos juntos na sala ontem a noite, o chão estava cheio de colchões, lençóis e travesseiros - Jackie, Serafina e Francine, para dentro dos seus quartos, agora, não saiam até falarmos que podem sair

— Por que? - pergunto me levantando

— Não quero aquela moça encostando nas minhas filhas

Inari e Daisy arrumaram a sala enquanto Leo e Rauthar preparavam as coisas para a visita, Jackie ficou no mesmo quarto que nós.

— Leo sempre faz isso quando essa cliente vem. - Jackie se senta na cama - Eu sinto cheiro de lobisomem, eu quero ver

— Tem certeza que é uma boa ideia? Ele pode ficar irritado. - eu certamente não pretendia irrita-lo depois do que vi ontem

Ela grunhi e se deita com a cara no travesseiro. Algum tempo se passa, Jackie fica lendo um livro enquanto eu e Fran construímos algumas armas de testes, escutamos a porta de frente se abrir e escutamos algumas vozes na sala de estar, era complicado de entender o que diziam por culpa das paredes grossas.

— Uma olhadinha não vai fazer mal. - Jackie fala pulando da cama e abrindo uma fresta da porta

— Jackie, isso não é uma boa ideia. - digo me levantando do chão

— Mas tem um cheiro tão bom. - ela sai do quarto e vai para o corredor

— Isso é mal. - eu puxo Francine e vamos atrás dela

Jackie fica observando a sala do corredor, ficamos atrás dela e tentamos a puxar sem fazer barulho.

— Eu sinto cheiro de.... - a mulher sentada no sofá começa a falar e olha em nossa direção - Ora, venham aqui, pequenas

— Jackie, isso é muito mal. - tento a puxar de novo, mas ela começa a caminhar em direção a mulher

— Qual o seu nome, minha jovem?

— Jackie

— Jackie, eu falei para você ficar no seu quarto. - Leo fala em tom severo

— Não seja, assim, Leo, deixe a garota, ela está curiosa. - a mulher olha para onde estávamos e chama a nós duas, eu vou lentamente protegendo Francine atrás de mim - E vocês são?

— Serafina e Francine. - digo a uma distancia aceitável

— Por que nunca me deixa ver suas garotas? - ela pergunta de Leo, a mulher era alta, tinha cabelo preto e olhos amarelos, usava um vestido vermelho elegante

— Você sabe muito bem o porquê. - ele parece irritado - Meninas, pra dentro, agora!

— Não escute o que esse leão fala. - ela se levanta e começa a rodear Jackie - Uma jovenzinha tão bonita, eu poderia fazer bom uso dela em meu trabalho

— U-uso? - Jackie pergunta nervosa

— Isso... - a mulher levanta o queixo de Jackie e se aproxima de seu rosto - Meu clientes certamente ficariam interessados

— Fique longe dela, por favor. - Leo segura o braço da mulher com força e ela se afasta de Jackie

— Certo, então. - ela volta a se sentar no sofá - Mas adoraria que ela ajudasse com o meu problema com os clientes que não pagam

Leo fica quieto de braços cruzados a observando.

— Pagarei o dobre do que o normal

Leo suspira e põe as mãos na cintura.

— 1 dia e vamos juntos para garantirmos a segurança dela. - ele cede

— Aceito

Depois disso, Leo nos mandou de volta para o quarto enquanto terminava de falar com a mulher, depois que ela foi embora ele nos contou que ela era uma cafetina e queria que cuidássemos de alguns clientes que a deviam dinheiro, precisávamos encontra-los e Jackie se infiltraria como uma das garotas para encontrar um deles essa noite, ela se sentiu um pouco nervosa, mas disse que aceitaria o trabalho, Leo nos garantiu que estaríamos 100% seguram mesmo que ele tenha que interferir com suas próprias garras.

 

De noite nos arrumamos para ir ao trabalho, a mulher de antes mandou um vestido para Jackie, era um vestido preto um pouco colado na altura dos joelhos.

— Eu me sinto uma vagabunda. - reclama - Por que não posso usar calças?

— Faz parte do trabalho, sinto muito. - digo terminando de ajuda-la com a roupa

Ela suspira e saímos do quarto para irmos direto para o carro. O local era enorme, um grande salão onde as mulheres serviam os homens em suas mesas e os "entretinham", algumas até voltavam para casa com eles, aquele lugar me deixava com náuseas.

— Fran, querida, não saia de perto de mim, se alguém encostar em você me fale imediatamente e essa pessoa estará morta em 2 segundo

Ok. - ela sorri e abraça meu braço

Colocamos uma câmera pequena e escondida no cabelo dela e ficamos monitorando da sala do fundos enquanto Jackie ficava com as outras garotas em outra sala esperando ser chamada.

— Olá. - uma outra lobisomem se aproxima dela, era loira e tinha cabelo cacheado

— Oi

— Você é nova aqui?

— Aham. - Jackie apenas responde o necessário

— Não fique nervosa, apenas imponha um limite de onde eles podem tocar em você e não aceite "acompanha-los ate em casa"

— Obrigada pela dica

— Você é meio nova, não? - ela se senta ao lado de Jackie, que fica quieta - O que a traz aqui?

— Interprete alguma coisa. - Leo fala pelo microfone conectado ao pequeno fone de ouvido dela

— Eu não tinha muitas opções

— Entendo..... bem.... - ela olha no rosto de Jackie sorrindo - Eu posso te ajudar

— Pode?

— Claro, sempre que precisar pode falar comigo

— Obrigada. - disse baixo em tom tímido

Escutamos a porta se abrir e a moça que foi a nossa casa chama Jackie dizendo que o homem havia chego. Jackie vai para o salão, um lobisomem de meia idade com um terno, barba e cabelo ralo estava a esperando em uma das mesas, outras garotas estavam com ele, de varias espécies diferente, elfas, fadas, ninfas, a garota com que Jackie conversou foi até ele também. O homem começa a conversar com as garotas, Jackie responde apenas o necessário, até que ele começa a beber de mais e passar a mão nas outras garotas, ele tenta encostar na perna de Jackie, mas a lobisomem de antes o impede.

— Desculpe, senhor, ela não está de acordo com isso. - diz com um sorriso e o homem afasta mão irritado

— Obrigada por isso. - Jackie sussurra para ela

— Não tem de quê

Depois de algum tempo o homem pede para as garotas irem embora e fica sozinho com Jackie, ele a pergunta se ela não gostaria de acompanha-lo para uma volta do lado de fora.

— Vamos estar lá esperando por você, aceite. - diz Leo pelo microfone - Se ele tentar alguma coisa ele vai morrer lenta e dolorosamente, eu prometo

— Certo. - Jackie suspira aceitando o pedido dele

Estava bem escuro lá fora, esperávamos Jackie chegar divididos em grupos, Rauthar e Leo estavam no telhado observando de cima e Inari, Daisy, eu e Francine estávamos esperando num beco até Leo nos mandar agir.

Jackie e o homem apareceram algum tempo depois, ele caminha com ela em direção ao beco e fica insistindo para ela que estava tudo bem, nos escondemos preparados para ataca-lo caso tentasse alguma coisa. Eu deliberadamente optei por retirar o fone do ouvido para me privar de ouvir o que eles estavam falando, eu sabia que nada de bom sairia das palavras daquele homem e impedir Fran de ouvir também.

Observamos os dois falando por um tempo, até que ele tenta beija-la a força, mas antes que pudéssemos ir para cima dele, uma tampa de lata de lixo voa na cabeça do homem. A garota de antes estava ali e, quanto o homem xingava e segurava sua cabeça, ela puxa Jackie para perto dela. Leo pula do telhado e fica na frente das duas as protegendo, eles falam alguma coisa, que eu não podia escutar daquela distancia, mas ouvi quando o homem assoviou e um bando de outros lobisomens apareceram rodeando os 3.

Rauthar pula do telhado também caindo de pé encima de um deles, Inari se transforma em raposa e pula no pescoço do mais próximo, eu, Fran e Daisy saímos do esconderijo com nossas armas atirando nos outros, Leo apenas protegeu as duas meninas e esperou segurando o homem pelo pescoço, assim que nosso serviço com os capangas estava terminado, Leo finalmente começou a conversar de verdade com o homem.

— Fomos contratados para vir atrás do senhor. - ele sorri - Originalmente você deveria ser entregue vivo, mas acho que ninguém vai perder dinheiro se você estiver sem o membro e com algumas costelas quebradas, não é mesmo?

— P-por favor me deixe ir! É dinheiro que vocês querem? Eu posso pagar o dobro, não, o triplo se quiserem, mas por favor, não-

— Quietinho, senhor. - Leo o interrompe - Ninguém gosta de ver um velhote chorando, e ainda por cima... - ele bate a cabeça do homem no chão - Eu lembro bem de ver o senhor tentar encostar na minha filha

Leo segura a mão esquerda do homem e a aperta até ouvirmos seus ossos quebrarem, o homem grita, chora e se debate, ele faz o mesmo com a outra mão do homem, depois o levamos para dentro para entregar a moça e receber nosso pagamento.

— Então... - escutamos a garota falando com Jackie de longe - Você é uma... espiã ou algo do tipo?

— Pode-se dizer que sim. - ela mente um pouco

— Nunca perguntei o seu nome

— Jackie

— Amélia. - ela estende sua mão para Jackie, que a aperta e a garota puxa sua mão e beija seus dedos

— V-você..... - Jackie corava - Vai ficar bem num trabalho desses?

— Não se preocupe, eu vou ficar bem

Amélia volta para o salão e fomos todos para o carro para voltarmos para casa, Jackie ficou a viajem inteira falando em como a garota era linda e como ela cheirava bem.

— Leo. - ela começa a falar com ele quando chegamos em casa - Tenho uma pergunta pra você

— O que foi, minha lobinha? - sorri para ela

— O que significa quando você gosta mais de garotas do que de garotos?

— O que quer dizer?

— Algo como.... e se eu crescesse e namorasse uma garota, o que significaria?

— Que você é lésbica, minha pequena. - ele sorri e afaga a cabeça dela

— Eu sou o que?

— Um segundo. - Leo vai para o quarto de computadores e puxa o quadro negro móvel até a sala, posiciona na frente dela e escreve a palavra "lésbica" gigante cobrindo o quadro inteiro e faz alguns arco-íris, depois faz uma pose se apoiando em um joelho e apontando para o quadro com as duas mãos

— Isso parece incrível! - ela se anima

— Não sei, nunca fui uma, depois você me conta, ok?

— Ok! - ela o abraça

— Eu fiquei tão preocupado hoje, acho que minha pressão caiu. - ele se senta no sofá

— O pai caiu, vamos ter que fazer o jantar de novo. - diz Inari

— Eu adoraria

— Não seja preguiçoso. - Rauthar bate em sua cabeça

— Certo, certo, venham aqui comigo. - ele abre os braços e todos nos jogamos encima dele - Vamos ficar aqui pra sempre, por favor


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