Império escrita por Miranda Homer, Melissa Homer


Capítulo 50
Eu não quero te perder...




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Thalia procurava uma tesoura pela casa de Nico, enquanto o moreno tomava banho depois de um dia calorento, se refrescando. Até que algo chamou sua atenção, a fazendo puxar tanto a gaveta para fora que quase a tirou do móvel.

Ela passou os dedos por ali, semicerrando os olhos ao ver cada pen-drive com uma etiqueta, dizendo qual era de qual revista, o que a fez arregalar os olhos e chegar à conclusão que ele queria dominar o mundo da moda.

Pegou o que marcava “Olympus” e se levantou, fechando a gaveta e caminhando até a porta do banheiro, ao mesmo tempo que Nico saiu dali com apenas uma toalha enrolada na cintura, o que a fez perder o raciocínio por alguns segundos e ter que balançar a cabeça para lembrar de brigar com ele, não elogiar seu corpo maravilhoso.

— O que é isso? – ela comprimiu os lábios, fazendo um bico de reprovação, enquanto ele arregalou os olhos ao ver o pen-drive da Olympus.

— Não briga comigo antes de eu vestir uma roupa e fazer uma coisa, ok? Segura as pontas! – Nico deu as costas para ela e entrou no quarto, fechando a porta antes que ela protestasse ou tentasse invadir ali.

Vestiu uma calça jeans preta e uma blusa normal, fazendo tudo que tinha que fazer e saindo do quarto, vendo-a na mesma posição que tinha a deixado, com os braços cruzados segurando o pen-drive.

— Explica – pediu.

— Primeiro vamos fazer uma coisa, vem – ele a puxou pela mão até a sala.

— Me explica porra!

Ele pegou o pen-drive das mãos dela e jogou para trás, escutando o negócio cair ao longe.

— Agora...- o di Angelo se aproximou, a puxando pela cintura cauteloso e a abraçando – coloca a mão no meu bolso, ok?

— Que? – ela franziu o cenho, confusa.

— Só coloca – ele não explicou o que pretendia fazer.

Thalia levou a mão para o bolso de trás da calça dele, colocando a mão ali e sentindo seu coração falhar uma batida ao sentir algo redondo contra seus dedos.

— Filho da puta...- xingou, negando em reprovação mesmo tendo um sorriso nos lábios – eu vou te matar, Nico!

— Ótimo, eu vou ter que te pedir em namoro morto! – ele sorriu ao vê-la esconder o rosto em seu peitoral.

— Você vai me fazer chorar, idiota! – Thalia soltou uma risada nervosa, o que o fez rir.

— Então? Você aceita namorar comigo, Grace? – Nico questionou, se afastando levemente para observa-la nos olhos, vendo que estavam realmente marejados.

— Aceito – ela respondeu, tirando o anel do bolso dele e o entregando, para logo em seguida ele colocar em seu dedo e dar risada ao ver lágrimas silenciosas descerem pelo rosto dela, limpando-as com seu polegar e selando seus lábios em um beijo que fora interrompido por Daffy, que veio correndo pelo corredor batendo as asas freneticamente e gritando “quack” desesperado.

— Gostou? – ele questionou, se referindo ao anel que havia pedido para Hazel desenhar para ela.

— Eu amei! Que ordinário você! – a Grace negou em reprovação, fungando e voltando a selar seus lábios, mesmo recebendo uma bicada no pé de seu filho, o que a fez rir e se separar dele – o que é isso? Bicando sua própria mãe? Então quer dizer que eu não posso beijar seu pai?

Daffy soltou um “quack” que provavelmente significava “exato”.

— O que acha de deixarmos o Daffy com meu vizinho por algum tempo? – Nico questionou, claramente tendo segundas intenções ao perguntar isso, ficando tão constrangido quanto Thalia, que deu de ombros levemente.

— Se ele aceitar ficar com o Daffy, por que não?

— Ele gosta de patos...- o moreno pegou seu filho no colo, saindo do apartamento e batendo na porta do lado, que logo foi aberta por um certo Solace – cuida do meu filho? Obrigado, venho buscar ele logo!

— Não faça muito barulho senão eu vou lá me meter no meio, tá me ouvindo? – Will chamou a atenção do amigo, que negou em reprovação – aproveita em gata, esse aí beija bem, fico imaginando o que faz em outras situações com essa boquinha!

— WILL! – Nico gritou, arregalando os olhos ao ver sua namorada arregalar os olhos também e começar a rir, enquanto a empurrava para dentro do apartamento – obrigado, hein?

— Disponha! – Will lançou uma piscadela, acompanhada de um sorriso travesso e fechou a porta, deixando os dois pombinhos a sós – então Daffy, me conte sobre sua vida movimentada.

— Então...- Thalia disse sugestivamente, olhando para a porta e para seu namorado corado.

— É, eu beijei ele! Foi em uma festa, estávamos bêbados, por favor ignore essa informação e prossiga! – o di Angelo negou em reprovação, mas começou a guia-la para seu quarto.

— Eu só quero pedir uma coisa antes – ela o parou, vendo-o fechar a porta com calma – vamos fazer devagar, ok? Porque é a primeira vez desde meses...então, é...

— Pode deixar, amor! – Nico sorriu ao vê-la corar, puxando-a devagar para acabar com a distância de ambos os corpos e selou seus lábios em um beijo casto, dessa vez sem Daffy os atrapalharem.

Algumas casas ao longe, Katie regava uma de suas plantas, na qual tinha um xodó imenso, acariciando suas folhas e chegando a conversar com ela, o que provava o quão solitária era, porém era algo que gostava e se sentia confortável.

Porém, algo interrompeu sua sessão com sua psicóloga planta, o que a fez se levantar do chão e ir até a porta, assim que abriu, quase teve um infarto ali mesmo ao ser surpreendida por um selar de lábios bruto, escutando a porta se fechar e arregalando os olhos ao sentir o perfume forte de Travis, relaxando quase de imediato ao saber que era o garoto a agarrando, não um completo estranho.

— Mas...o que? – ela questionou confusa assim que se separaram.

— Me desculpa por tudo, por favor! Por ter te largado chorando aqui sendo que eu queria te abraçar e dizer que estava tudo bem, por ter jogado toda a culpa em você, por tudo!

— Desculpo – a Gardner sorriu e foi surpreendida por outro beijo, que a fez perder o equilíbrio e ficar em pé graças ao garoto, que a firmou pela cintura – mas promete que nunca mais vai me deixar chorando para trás?

— Só se você prometer nunca mais chorar daquele jeito na minha frente, só se for de felicidade! – retrucou, encostando suas testas enquanto falavam um com o outro.

— Eu prometo me esforçar, ok? Eu sou sensível!

— Eu sei que é, e isso é uma das coisas que eu adoro em você!

Katie sentiu seu coração apertar e seus olhos marejarem, porém começou a rir ao vê-lo arregalar os olhos incrédulo, levando-o a rir também.

Enquanto os momentos fofos aconteciam na residência da Gardner, a nuvem dark seguia Bianca por todo o lugar que ela ia.

— Bianca? – Clarisse questionou ao abrir a porta e dar de cara com sua ex chefe, que sorriu minimamente e suspirou baixinho.

— Oi, Cla, a Hazel está aí, não? Eu queria conversar com minha irmã um pouco, será que eu posso?

A La Rue olhou para dentro, vendo a morena negar quase em desespero, porém deixou um sorriso forçado aparecer em seus lábios e abriu a porta, dando passagem para a di Angelo passar, fazendo Hazel segurar um gemido de desaprovação.

— Olá, Bianca! – cumprimentou com um aceno mínimo de cabeça.

— Eu sei que você não é tão próxima de mim quanto é de Nico, mas não precisa ficar tão dura na minha presença, Hazel – a di Angelo olhou para Clarisse em um pedido silencioso para que as deixassem a sós, o que foi feito, e ela aproveitou para sentar no sofá ao lado da irmã caçula.

— Não é isso...

— Não importa agora, ok? Eu só quero conversar um pouco, civilizadamente...

— Seu civilizado é sinônimo de brigas e discussões com palavrões, mas vamos tentar! – Hazel se virou de frente para a irmã, que semicerrou os olhos e soltou uma risada leve.

— Você me deixou bastante preocupada quando sumiu, quer dizer, não só eu, Nico quase morreu do coração quando soube! E eu vim aqui com todo o carinho que me resta para pedir que você volte para nossa casa para pelo menos uma conversa. Eu sei o que você está passando com o pai, quando eu tive meu primeiro namorado foi um inferno, porque ele conhecia o garoto e a primeira vez que o viu fez ele dar meia volta e sair correndo pela porta! Foi traumatizante, te garanto isso! – Bianca sacudiu a cabeça ao lembrar do episódio -, mas o que importa é que ele te ama, por isso estava tentando descobrir quem era o garoto...pode ter passado um pouco dos limites ao contratar um detetive? Sim, claro! Mas quem nunca, né?

Hazel deixou escapar uma risadinha, que fez a irmã mais velha sorrir.

— O que você vai fazer agora, Bia? – a Levesque questionou, se referindo ao emprego.

— Bom, o pai me deu um mês para achar um serviço e sair de casa, então eu ainda estou procurando, mas é meio ruim você colocar no seu currículo um “fali a empresa Diamonds”, acho que pega um pouco mal, sabe?

— Realmente – a adoradora de joias deu risada – eu espero que você consiga algum emprego...

— Eu também...eu também...- Bianca suspirou, mirando-a nos olhos – e então? O que acha de voltar comigo para casa? Eu converso com o papai se preciso, nós vamos dar um jeito nessa situação, se preciso eu te acoberto para você ir com sua mãe sem que ele saiba, mas a gente vai conseguir dar um jeito!

 - Por que você não pode ser assim o tempo todo? – Hazel sorriu, abraçando sua irmã mais velha, que deu risada e retribuiu o abraço.

— Nem eu sei, Hazel...nem eu sei!

Um longo tempo depois as duas cruzavam as portas da grande mansão dos D’Fienne, onde Hades aguardava a volta de Bianca sem paciência, e quando viu a filha trazendo Hazel consigo, não sabia se abraçava a garota ou enchia de perguntas como “por que ela fez isso?”, por fim decidiu abraça-la e encher de perguntas.

— Por que você sumiu assim, Hazel? Tem noção do quanto eu fiquei preocupado com você? Eu estava quase chamando o FBI para ir atrás de você filha! Achei que tinha dado a louca e entrado no avião para ir com sua mãe sem ao menos me avisar disso e se despedir!

— Pai, calma, deixa ela respirar primeiro! – Bianca pediu, observando-o soltar sua irmã, que se afastou com um sorriso agradecido – nós vamos conversar sobre isso depois, ok? Deixa a Hazel ir descansar, vem – ela segurou a mão da Levesque e rumou as escadas sem mais explicações, deixando Hades para trás.

Mais um tempo se passou e Hazel já estava devidamente vestida em sua cama depois de um longo banho refrescante, enquanto Bianca penteava seus cabelos com um cuidado quase especial, até que o pai bateu na porta e entrou, buscando por explicações.

— Então pai, eu vou falar, ok? – Bianca questionou, começando a falar – pois bem, não é só a Hazel que está incomodada com seu jeito de agir, tanto que ela decidiu ir embora para espairecer um pouco. Sério, pai? Um detetive? Não era mais fácil esperar o tempo certo que ela quisesse contar para você o nome dele e traze-lo aqui? Mas, não! Você decidiu invadir a privacidade dela, assim como fez comigo a tempo atrás, nós já tivemos essa conversa antes, mas se remetia a mim, não a Hazel. Então, só tenta segurar as pontas, isso que você fez foi o estopim para que nossa caçula fugisse de casa sem dar explicações, você gostou disso?

— Eu sei filha, mas me preocupa tanto o mundo lá fora! – Hades tentou dar as explicações para tudo que a di Angelo falava, comprimindo os lábios sem saber realmente o que falar – Hazel, perdoe-me por isso...

— Eu desculpo sim, pai! Mas só se você tirar o detetive de perto de mim e do meu namorado até eu estar pronta para contar quem ele é! – a Levesque fez uma careta ao sentir seu cabelo ser puxado um pouco forte demais, recebendo desculpas logo em seguida.

— Eu não quero te perder filha...

— Você não vai! Eu vou morar com a mamãe, mas eu prometo vir visitar vocês o mais rápido possível, não vai ser para sempre que você vai ficar sem me ver!

Hades sorriu e puxou as duas filhas para um abraço, beijando ambas as testas e suspirando baixinho, mentalizando aquele momento fofo de família para ficar em sua memória para todo o sempre.


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