Império escrita por Miranda Homer, Melissa Homer
— Você não tem autorização para entrar nesse prédio senhorita, eu sinto muito e peço que você saia daqui sem fazer algazarras, caso contrário serei forçado a te colocar para fora a força, e garanto que eu não quero fazer isso! – o segurança alertou, entrando na frente de Bianca di Angelo, que cruzou os braços e o encarou com a sobrancelha arqueada e com um semblante inexpressivo.
— Eu quero falar com Nico di Angelo, ele trabalha aqui, não? – questionou, descendo o olhar pelo corpo de armário que o segurança tinha.
— Eu vou pedir para chamar a senhorita Olympus, aí você trata com ela, ok? – ele assentiu para o outro segurança, que entrou para a empresa atrás da chefe, que quando soube da presença da di Angelo no térreo, se apressou em ir atrás de Nico para que ele a acompanhasse.
— Eu não vou encarar ela sozinha, vai saber se ela não vem com outro champanhe e taca na minha cara? Eu que vou ter que ir para a casa, e se isso acontecer e você não estiver lá comigo, vou fazer você me levar – Thalia ameaçou, comprimindo os lábios e negando em reprovação ao ver o moreno quase morrendo de tanto tédio em sua cadeira.
— Sério que você vai me fazer ir até ela? Fala que eu morri no caminho para cá, que um caminhão me atropelou ou algo do tipo, não sei!
— Ah, claro, e ela vai acreditar super, né? Vamos logo di Angelo, isso não é brincadeira, não tem escolha, é uma ordem minha, como sua chefe.
Nico rolou os olhos, mas se levantou para seguir lado a lado com a Olympus, até que eles estivessem no térreo e avistassem Bianca, que encarava a mesa de frutas dali com uma expressão de nojo.
— Quer alguma coisa? Uma maça? – Thalia questionou com um sorriso de canto.
— Para me fazer dormir para sempre e perder o primeiro lugar para vocês? Não, obrigada! – retrucou a di Angelo, sorrindo triunfante e fazendo a Grace abaixar a cabeça e abafar a risada com a mão.
— O que você quer aqui, Bianca? – Nico questionou, tomando a frente inexpressivo.
— Vim falar com você, maninho – ela respondeu, arqueando as duas sobrancelhas em uma forma sugestiva.
— Então fala logo, porque eu tenho trabalho a fazer – o di Angelo apressou, ocultando a parte que estava quase morto em seu escritório sem nada para fazer.
— Que falta de educação, onde ela está?
— No mesmo lugar que a sua, agora vamos fala!
— Vamos tomar um café juntos, o que acha?
— Está me convidando para ir na cafeteria? O que Hades fez com você? Um tipo de suborno ou algo do tipo? De qualquer forma, esqueça! Diga o que quer aqui mesmo ou não diga e eu darei as costas para você...- Nico cruzou os braços e a encarou.
— Senhor di Angelo – Thalia chamou a atenção do moreno, que arqueou a sobrancelha em uma pergunta ao encara-la – seja menos invasivo.
— Isso, senhor di Angelo – Bianca disse em chacota – seja menos invasivo com sua doce irmãzinha.
— Ok, chega, tchau Bianca – Nico se virou pronto para sair dali, porém parou ao ouvir seu nome ser gritado pela irmã – vai dizer?
— Já que você não me dá escolhas...- a di Angelo suspirou e desmanchou o sorriso vitorioso – Hazel fugiu de casa, Nico.
— Que? – ele disse ao mesmo tempo que Thalia, que ficou tão surpreendida quanto com essa notícia; até mesmo os seguranças baixaram o olhar espantados para a morena, que engoliu em seco.
— Ela deixou uma carta dizendo que não era para procurarmos por ela e se mandou! Juntou as coisas e sumiu de vista, literalmente! Não atende o celular, não responde mensagens, nada do tipo. Papai disse que vai contratar alguém para invadir as contas dela para saber se ela usou o cartão de crédito para comprar alguma passagem ou algo do tipo, mas por enquanto não temos nada! – Bianca cruzou os braços, vendo-o levantar um dedo e pedir um minuto, enquanto se dirigia apressado para dentro do elevador, no qual Thalia o seguiu, sabendo para onde ele iria, e para o caso dele chegar agressivo, ela poderia tentar segurar ele.
— Zhang! – o di Angelo chamou assim que saiu do elevador, caminhando até a mesa do garoto e espalmando as mãos na mesa dele, chamando atenção de seus olhos, até que levou uma das mãos para a camisa dele e o puxou para frente bruscamente.
Vendo isso, a Grace segurou o braço de Nico e o encarou séria, murmurando um “larga”, fazendo-o soltar a camisa dele e o empurrando levemente para trás.
— Calma! Não é assim que se aborda uma pessoa seu idiota! – ela repreendeu, se virando calmamente para Frank que tinha os olhos arregalados sem saber o que estava acontecendo – Frank, perdoe a invasão desse cabeça dura dessa forma, mas posso perguntar algo? Desde quando você não fala com Hazel?
— Desde a noite anterior, senhorita Grace, ela disse que iria dormir, mas estava meio chateada e não quis me contar o porquê, então deixei ela dormir e quando acordei hoje, não tinha a costumeira mensagem de bom dia, por quê? – questionou, achando tudo aquilo estranho demais.
— Obrigada – ela sorriu minimamente e se virou para o di Angelo, que mantinha o olhar no garoto, quase o fulminando – agora você pode contar para ele o que aconteceu, com calma se não vou ser obrigada a fazer coisas que não quero.
— Hazel fugiu de casa – contou, vendo o Zhang arregalar mais os olhos e se levantar.
— Como assim? – ele pegou o celular, começando a ligar para a namorada, dando caixa postal de cara – Hazel onde você se meteu menina? Se isso for uma brincadeira de mau gosto você está lascada quando aparecer!
— Lascada? Eu vou matar ela! – Nico retrucou – podemos tentar ligar para a mãe dela, será que ela se empolgou um pouco demais e foi direto sem avisar ninguém?
— Acho que ela não consegue uma passagem de última hora para o Alasca, sabe? Meio difícil! Mas ela pode ter comentado alguma coisa com ela, nunca se sabe! – Frank engoliu em seco, passando por seus contatos até achar o número de Marie, mãe de Hazel, discando e esperando que ela atendesse:
— Alô? Frank?
— Marie, oi, sou eu, a Hazel subitamente apareceu aí? Ou falou algo do tipo, que ia ir para aí?
— Que eu me lembre e que tenha visto...não! Por quê?
— Eu não queria te preocupar, mas já preocupando, ela fugiu de casa.
— Que? Frank se isso for uma brincadeira...
— Eu garanto que eu queria que estivesse brincando, mas não estou, obrigado, mantenho contato com você, ok? Não se preocupe muito!
— Não se preocupe muito? Sério isso? – a chefe questionou, negando em reprovação.
— Ela pode ter ido para a casa de algum amigo, algo do tipo – Nico tentou pensar na lista extensa de amigas da irmã, pelo menos nas mais próximas que ela poderia ter ido com a desculpa de espairecer.
Com um bipe, o celular do di Angelo tocou.
— Clarisse? – ele questionou consigo mesmo.
— Quem é Clarisse? – Thalia questionou interessada, arqueando as sobrancelhas claramente pedindo mais explicações.
Nico semicerrou os olhos e olhou para a Grace, balançando a cabeça e olhando a mensagem da garota:
Nico, a Hazel está aqui, fica calmo! Mas não aparece aqui agora porque é capaz dela me manter de refém aqui! – Clarisse.
— Achei ela – o di Angelo murmurou, chocando a mão contra a testa.
Eu só digo que vou matar ela quando a ver – Nico.
Então avisa que é para ela correr o mais rápido possível quando me ver, ok? – Nico.
— Onde ela está? – Frank questionou, quase roubando o celular da mão do di Angelo, que ergueu a mão pedindo calma.
Ela me disse que fugiu porque não aguenta mais o que Hades está fazendo com ela, já que ele decidiu não deixar ela ir com a mãe dela e tá fazendo um inferno com o namorado, o detetive, tudo isso – Clarisse.
— Droga, pai! – Nico se segurou para não jogar o celular no chão, levando as mãos para as têmporas e massageando ali – Frank ela está na casa da Clarisse, mas não é para ir lá, ela está tentando espairecer de tudo que Hades tá fazendo, então deixa ela! Vou avisar a Bianca que ainda está lá embaixo e já subo.
***
Bianca caminhava tranquilamente pelos corredores da Diamonds, notando que tudo aquilo estava mais parado do que realmente era, mas não quis investigar, então apenas deu de ombros e entrou no seu escritório, quase morrendo do coração ao ver seu pai sentado na cadeira que pertence a ela, com uma postura profissional quase impecável.
— Que susto! Isso não se faz! – reclamou, fechando a porta.
— Parabéns, Bianca, você conseguiu! – ele comprimiu os lábios, se levantando e arrumando o terno.
— Eu consegui o que? – retrucou confusa, cruzando os braços.
— Você faliu a Diamonds, Bianca! Não notou a empresa totalmente vazia? Eu dispensei o resto dos funcionários...quero dizer, a Katie, que já estava vindo se despedir e...bom, só! – Hades negou em reprovação, suspirando – eu te dei a chance de ser independente e você faz isso? Faliu a empresa que eu construí!
— Eu...fali? – Bianca questionou, não conseguindo acreditar no feito – não, tá errado, como assim?
— É, eu queria que estivesse errado mesmo, o advogado veio falar comigo nessa manhã e amanhã as portas não abrirão, vamos declarar falência e é isso aí, filha! Você tem um mês para arrumar outro emprego e sair de casa, se eu fosse você começaria a correr atrás disso – Hades apontou sugestivamente para a porta, vendo-a arregalar os olhos, que marejaram logo em seguida e ela deu as costas, saindo apressada pelas portas, o que fez o pai suspirar.
Enquanto isso, Katie atravessava as portas da Olympus com uma caixa cheia de coisas que pertenciam a Nico, que ele havia deixado em seu escritório quando foi demitido de uma hora para a outra. Entrou no elevador e mordeu os lábios nervosa assim que a máquina anunciou que tinha parado e as portas abriram, revelando-a ali.
— Katie, não é? – Thalia questionou ao passar por ali e ver a menina totalmente perdida. Ela assentiu. – O que faz aqui?
— Eu trouxe notícias da Diamonds e algumas coisas do Nico! – ela baixou o olhar para a caixa.
— Convocarei uma reunião imediatamente para que você fale para todos, ok? E sobre a caixa, pode me dar que eu coloco na mesa dele – a Grace pegou a caixa e pediu que Katie a seguisse, entrando no escritório do di Angelo para deixar as coisas ali e aproveitando para mandar ele ir para a sala principal, assim como quem foi encontrando pelo caminho, pedindo para Rachel que terminasse de avisar o pessoal.
Assim que estavam todos na sala, Thalia, que estava em pé a frente à sua cadeira ao lado de Katie, pediu que ela falasse sob os olhares de todos, porém ela engoliu em seco ao ver Travis mirar a mesa desinteressado.
— Ah..., bom, o senhor D’Fienne me mandou aqui para dar notícias sobre sua própria revista, então eu posso dizer que a senhorita di Angelo conseguiu falir a Diamonds, que será oficialmente fechada amanhã! E ele quer o Nico em um jantar hoje, as oito e meia sem atrasos, se não perde a sobremesa!
O moreno deu risada do quão especifico era seu pai, negando em reprovação:
— Pode deixar, estarei lá!
— Você tá sem emprego agora? – Travis questionou, levantando os olhos para mira-la.
— Não, estou organizando desfiles da Victoria’s Secret, já estava planejando sair da Diamonds, então não foi preciso muito – respondeu, cortando o contato visual e sorrindo minimamente para Thalia – era só isso, se vocês me dão licença eu vou ir embora, até mais!
Katie se retirou do escritório, deixando apenas os chefes aliviados.
— Parece que temos um problema a menos – Zoe comentou, observando suas unhas.
— É, e eu nem precisei usar o pen-drive – Thalia olhou para o di Angelo, que arqueou as sobrancelhas em surpresa, lembrando-se de repreender Rachel por sua boca grande que queria juntar o shipper a todo custo.
— Pen-Drive? – Leo questionou confuso.
— Sim, o que o Nico me deu para acabar com a Diamonds! – a chefe sorriu de canto, vendo a reação do moreno perante o olhar de todos.
— Eu dei para a Rachel, não para você! Eu pedi que ela te entregasse em segredo, mas né...ela adora um final feliz! – Nico negou em reprovação.
— Ela me contou muitas coisas...- a Grace semicerrou os olhos, sugestivamente, fazendo-o chocar a mão contra a testa e praguejar.
— Eu devo questionar? – Reyna perguntou, alternando o olhar entre os dois.
— Vai por mim, melhor não – Thalia deu risada, se espreguiçando – o que acham de voltar ao trabalho?
— Chato, porém necessário! – Connor espalmou as mãos na mesa, se levantando.
— Aquela ruiva me paga – Nico murmurou indignado ao passar do lado de Thalia, que riu.
— Vejamos pelo lado bom, ela foi um estopim e tanto para mantermos a relação de não se matar!
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