Império escrita por Miranda Homer, Melissa Homer


Capítulo 17
"Eu me exaltei um pouco"


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui é as irmãs Homer!

Boa Leitura!



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Thalia caminhava pela revista calmamente, ouvindo seus saltos baterem contra o piso, estranhando o ato, já que sempre a empresa estava em movimento, com conversas ou músicas. Mas aquela manhã de segunda-feira estava totalmente vazia.

Ela parou na porta da sala principal, olhando para Rachel, que arregalou os olhos e voltou a olhar para seu notebook assim que percebeu o olhar da chefe em si, mexendo a perna de ansiedade.

A Grace semicerrou os olhos confusa, mas abriu a porta.

Ao ver seu advogado ali, a primeira coisa que veio em sua mente era que a merda estava feita.

— Senhorita Grace, está tudo sob controle, fica calma... — ele começou, se levantando.

— Calma você, o que está havendo? — a garota fechou a porta atrás de si, caminhando até o homem e colocando suas coisas na mesa, arqueando a sobrancelha.

— Algo me diz que você estava fora das redes essa manhã — Thomas, o advogado, suspirou, sabendo que o baque seria maior do que ele pensava.

Nico se levantou com cuidado, pegando a revista Diamond na mão e caminhando até a chefe, respirando fundo e entregando para ela, se afastando quase de imediato, voltando ao seu lugar para evitar ser atingido.

Thalia Olympus Grace é a filha bastarda de Zeus Olympus Grace”

No dia de ontem (28), Jason Olympus Grace afirmou que sua relação com sua irmã Thalia Olympus Grace, devido ao fato da garota ser fruto de uma traição do magnata dono da revista de sucesso Olympus, com uma atriz que acabou cometendo suicídio, após o homem negar se divorciar de sua atual esposa e mãe de Jason, Hera Olympus Grace.

Ele afirma que ela quer ter tudo o que ele tem por direito e apesar de já ter aberto mão de várias coisas para agradar e tentar se dar bem com a irmã, como exemplo a revista Olympus, ela não consegue se dar bem com ele, porque ela quer ser ele.

— Só um minutinho, gente! — Thalia pediu, jogando a revista na mesa e pegando o celular, discando o número da pessoa que logo mais estaria morta, esperando ele atender.

— Thalia?

— SEU FILHO DA PUTA DESGRAÇADO O QUE VOCÊ FEZ, JASON? EU VOU ACABAR COM VOCÊ, MENINO! VEM AQUI NA PORRA DA REVISTA ANTES QUE EU VÁ AÍ, PORQUE SE EU FOR AÍ, AH! VOCÊ PODE TER CERTEZA QUE VOCÊ NÃO VAI PODER ME DAR SOBRINHOS! — a Grace gritou no telefone, fazendo os chefes encolherem os ombros e se entreolharem. Ela começou a andar de um lado para o outro na sala.

— Tá...o que eu fiz? — Jason murmurou meio surdo.

— O QUE VOCÊ FEZ? AH, VOCÊ NÃO PERGUNTOU ISSO! VOCÊ TRANSOU COM A DONA DA REVISTA DIAMOND, ENDEMONIADO DO CARALHO!

— Desde quando você se preocupa com minha vida sexual?

— ENTÃO VOCÊ NÃO NEGA? AH FILHO DA PUTA DESGRAÇADO, JASON EU TO INDO PRA I!

— Calma não sou o Flash não! To chegando — o loiro deu a ligação por encerrada, esperando que a irmã não o atacasse assim que chegasse na revista. Bateu no vidro para chamar a atenção do motorista, pedindo para que o levasse para a empresa.

— Perdoem minha falta de educação, eu me exaltei um pouco! — a chefe jogou o cabelo para trás do ombro, respirando fundo.

A sala permaneceu em silêncio até que Zeus adentrasse as portas da sala principal, chamando atenção da filha, que se levantou pronta para receber seu irmão com muito carinho e afeto.

— Thalia, postura, ok? — o senhor Olympus questionou, olhando para os demais chefes encolhidos, sabendo que a menina deveria estar bem explosiva.

— Ok, postura, ok! — Thalia respirou fundo, colocando a mão na cintura e esperando o loiro passar pela porta para avançar em cima dele e trocar toda a pose ereta por uma que dava para dar um soco de direita maravilhoso no menino — ENTÃO EU QUERO SER VOCÊ NÉ FILHO DA PUTA?

— Thalia! — Zeus chamou a atenção da filha, chegando para o lado e saindo da frente da menina, já que sabia que não iria conseguir parar ela. 

— Que? — Jason questionou perdido, segurando o punho da irmã que vinha precisamente em seu nariz.

— DESGRAÇADO, VIADO, FILHO DUMA PUTA, RESTO DE ESTRUME EU TE ODEIO MENINO VOCÊ NÃO TEM NOÇÃO DE COMO EU QUERO QUE SUA CABEÇA SEJA DECEPADA NESSE MOMENTO, LENTAMENTE PARA VOCÊ SENTIR CADA VEZ MAIS DOR E AGONIZAR DURANTE SUA MORTE! — a cada palavra que a menina soltava, era um soco desferido contra o irmão, que tentava segurar e desviar de todos.

Até que Jason segurou seus braços em um movimento rápido a imobilizando, deixando-a de costas para si, onde manteve seus punhos.

— O que, diabos, eu fiz? — questionou, respirando fundo — caralho garota você me acertou!

— ESSA ERA A INTENÇÃO SEU... — Thalia começou, porém Zeus segurou o rosto da menina e a encarou.

— Filha, volta para a terra menina! Xingar não vai adiantar nada, só respira e fala alguma coisa racional, explica o que tá havendo antes de matar seu irmão!

A chefe assentiu, puxando seus braços e se libertando, caminhando até a mesa e pegando a revista, jogando no peito de Jason.

— Vê o que você fez!

— Vadia! Eu não disse nada disso — o loiro se manifestou após ler a manchete.

— ENTÃO ELA... — Thalia respirou fundo, levando a mão até as têmporas – como ela descobriu?

— Sei la! Por mim não foi! — ele retrucou — vai saber se você não deu um dos seus ataques comigo no meio da rua!

— JASON EU VOU ARRANCAR SUA CABEÇA! E GARANTO QUE NÃO É A DE CIMA! — Thalia foi para cima do irmão novamente, porém, Percy esticou o braço a tempo de segurar o da Grace, que se virou irritada, mas se controlou e respirou fundo, dando um pequeno sorriso de canto.

— Filha, eu não sei como ela descobriu, mas não sei dizer se foi por Jason, porque não sei o que diabos ele estaria falando de você no meio de um...encontro? — Zeus franziu o cenho, negando em reprovação.

— Ele só fala de mim! — a Grace retrucou — Jason, meu queridíssimo irmão, você vai descobrir como ela sabe disso. E se você fazer pouco caso...bom, você sabe porque eu fui para a cadeia, não sabe?

Jason engoliu em seco discretamente, porém manteve o olhar sério enquanto observava a irmã.

— Thalia, não me ameace de novo — avisou, sabendo que não tinha surtido tanto efeito graças ao ataque de raiva dela, porém pegou o celular e saiu da sala.

Não demorou muito para que Jason voltasse com uma resposta.

— Então? — Thalia questionou, estando sentada em sua cadeira enquanto respirava fundo a cada segundo, tentando se controlar. A vontade de voar no pescoço da D’Fienne era tanta que suas mãos sofreram consequências da sua raiva.

— Hera — o loiro respondeu de uma vez.

— Aquela vadia — a chefe sentiu suas mãos tremerem de ódio — obri...quer dizer, não fez mais do que sua obrigação, Jason.

O loiro deu de ombros e saiu da sala, indo embora sem se despedir.

— Está mais calma? — Zeus perguntou.

Thalia não respondeu, apenas se levantou e saiu da sala, rumando seu escritório e batendo a porta com força, trancando e se virando para a mesa arrumada, pegando qualquer coisa móvel e jogando para a parede, extravasando os sentimentos que haviam dentro de si.

Depois que o ataque de raiva cessou, ela se jogou no sofá e se encolheu, começando a chorar silenciosamente, tentando conter todos os soluços que queriam sair por seus lábios e denunciar o que estava acontecendo.

— Eu já coloquei os processos de difamação, expor a privacidade e vou falar com o advogado do Jason por calúnia, já que não foi nada do que ele disse, a revista vai perder em milhões — Thomas pegou sua maleta, acenando para Zeus e os demais, se retirando.

— Bom, é o seguinte: desde pequena ela é bem explosiva, então ela vai destruir o escritório inteiro, como vocês puderam escutar! Então eu não aconselharia irem lá, mas alguém quiser tentar a sorte e ver se está tudo bem, se conseguirem me avisem por favor, agora tenho que ir — Zeus também se despediu, deixando a sala e a empresa.

— Ela é meio brava, né? — Travis murmurou estático. Não sabia que a chefe era tão temperamental daquele jeito.

— Bom, eu meio que entendo, Bianca expos a família dela como se isso fosse uma coisa divertida, ela está jogando bem baixo e sujo, está jogando para atingir a Thalia, não só a revista! — Annabeth negou em reprovação.

— Essa garota está pedindo para morrer — Zoe também negou em reprovação, suspirando alto.

A reunião prosseguiu normalmente, com todos decidindo os temas que iriam ter na revista essa semana e indo ao trabalho, mas ao passar tempo demais, Nico não aguentou esperar a garota se pronunciar e teve que ir ver como ela estava, deixando um lembrete mental de matar Bianca a próxima vez que a visse.

— Thalia? — ele deu dois toques na porta, aproveitando que estava sozinho no recinto por alguns segundos.

Um longo tempo se prosseguiu em silêncio, até que ele iria bater de novo.

— Vai embora — a Grace resmungou depois de pigarrear, forçando sua voz a não sair embargada por conta do choro, soando mais firme do que achava que podia.

— Ok, você tem meu número e sabe como me encontrar, estou por aqui no corredor, passando quase sempre, então se precisar de mim...bom, é! — Nico disse meio enrolado, não sabendo lidar com o estado da garota.

***

— Reunião, agora!

Rachel levantou o olhar, chegando para trás com a aproximação da Grace de seu rosto, assentindo desesperadamente e se levantando, indo atrás dos outros chefes para avisar a reunião de urgência.

Thalia caminhou até a sala costumeira, entrando e parando a frente de sua cadeira, apoiando as mãos na mesa e permanecendo em pé, vendo o primeiro a entrar, que, ironicamente, era o di Angelo, que a olhou hesitante, porém não ousou fazer e nem falar nada, apenas foi até seu lugar.

Em poucos segundos a sala estava cheia, igual normalmente estava.

— Nós vamos contra-atacar! — a chefe disse com convicção, arqueando a sobrancelha perfeitamente delineada e continuando com sua pose intimidadora.

— É claro que nós vamos! — Silena deu um sorriso, se arrumando na cadeira – eu sei de uns podres da revista, Charles me contou muitas coisas da Diamond quando nós ficávamos.

O sorriso que tomou os lábios da Grace chegou a ser psicótico, o que fez alguns hesitarem e se remexerem desconfortáveis.

— Mas se nós contra-atacarmos agora, vai parecer que está tendo uma guerra entre as duas revistas, então as menores vão querer jogar também para tomar o lugar das maiores, então não acho uma boa ideia — Nico se pronunciou, olhando para Thalia, que tombou a cabeça de leve para o lado e o encarou severa.

— Mas está acontecendo uma guerra, di Angelo. E eu quero que isso fique bem claro! — a Grace cortou o contato visual, se virando para Silena — e nós não vamos jogar baixo, porque abriríamos espaço para processos, e isso é a última coisa que eu quero.

— E como você pretende fazer isso? — Leo questionou, suspirando baixinho e vendo a chefe se inclinar mais.

— Nós vamos descobrir tudo sobre a família D’Fienne! — a Grace sorriu de canto, quase sentindo seu veneno escorrer pelo canto da boca — eu vou acabar com a vida dela, podem ter certeza.

— Eu fico com as pesquisas! — Nico pediu, levantando a mão.

— Só deixo você por conta disso se pedir ajuda da Rachel, porque é muita coisa! — a chefe retorquiu, o observando.

— Pode deixar, vou descobrir tudo o que posso com ajuda da ruivinha — o di Angelo assentiu em concordância.

— Estão dispensados — Thalia levantou a mão, respirando fundo e caminhando até o galão de água, pegando um copo para manter sua garganta longe das dores irritantes que vinham depois que ela chorava.

— Grace! — Nico a chamou.

— Você não foi embora ainda? — ela resmungou, se virando para ele com os braços cruzados.

— Como você está? — ele questionou, se aproximando minimamente, não querendo dizer tão alto para que ninguém ouvisse do lado de fora.

Thalia comprimiu os lábios, se virando e enchendo o copo novamente, molhando seus lábios enquanto pensava em uma resposta.

— Não sei dizer.

— O que está sentindo?

— Bom, se ponha no meu lugar, espero que sinta o que eu estou sentindo sem que eu tenha que dizer que estou abalada com o jogo daquela vadiazinha!

O di Angelo caminhou até ela, a envolvendo em um abraço, começando a afagar seus cabelos negros assim que ela se acomodou em seu peitoral.

— Me ajuda com meu escritório? — murmurou com a voz abafada.

— Claro! — ele sorriu de canto, sentindo-a segurar sua mão e sair puxando-o porta afora.

A revista estava vazia, apenas os dois estavam lá graças a menina ter dispensado todos alguns minutos antes do fim do expediente, o que tornava o lugar meio sombrio.

A Grace abriu a porta e esperou ele passar, notando que os olhos do moreno estavam arregalados perante ao furacão que havia passado por ali mais cedo.

— É, eu sei...- ela murmurou, trancando a porta devido aos seguranças que ficavam por ali de noite — eu posso te pedir um favor?

Nico arqueou a sobrancelha, se virando para ela.

— Pode...

A Grace corou ao pensar que pediria aquilo para o garoto, porém sabia que não conseguiria pensar em outra coisa a não ser a desgraça que Bianca havia feito com ela.

— Eu posso te usar?

Ele comprimiu os lábios, prendendo a risada dentro de sua garganta.

— Pode.

— Desculpa... — ela murmurou meio constrangida, dando uma risada nervosa.

Nico sorriu ao ver a timidez dela ali, deixando-a fofa como nos primeiros dias como estagiária, se aproximando dela e segurando sua cintura delicadamente, levantando seu rosto e a mirando nos olhos.

— Você chorou.

— Dá para perceber? — ela questionou baixinho, abaixando o olhar.

— Só se chegar bem perto, coisa mínima — ele usou o mesmo tom que ela, deixando um beijo em sua bochecha.

— Desculpa, de novo — Thalia murmurou, se sentindo muito culpada.

— Você pode me usar quando você quiser... — ele respondeu, sorrindo ao ver as bochechas dela ficarem vermelhas, porém ela selou seus lábios e o fez se perder.

Thalia o puxou para o sofá, dando início ao que seria a distração da garota por muito tempo naquela noite, onde ela sabia que não conseguiria dormir se tentasse.


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Notas finais do capítulo

Hey cambadinhas!
Kisses com Trovoadas das Gêmeas ♥



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