P.O.V. Elijah.

Felizmente ela voltou a respirar, mas não acordou. A mãe ficou desesperada, lavou o corpo da filha, deu-lhe banho, secou seus cabelos e lhe colocou roupas limpas e secas.

—O que ela tem Carslile? Porque não acorda?

—Eu não sei. Eu nunca vi nada igual Bella e se tratando de Renesmee, é um mistério.

—Examina ela Carslile!

—Tenha calma Bella.

—Calma?! A nossa filha entrou em coma espontâneo e você me pede calma?!

—Vamos colocá-la no carro e levá-la ao hospital. Aqui eu não tenho o equipamento necessário para examiná-la.

Eu a levei para o carro e logo estávamos no hospital. Niklaus, Caroline e Hope ficaram para trás. Hospital não é lugar de criança, disse Caroline.

Enquanto a carregávamos Hope perguntou a Caroline se a Tia Ness ficaria bem e a minha cunhada respondeu com um tom de voz preocupado:

—Eu não sei querida. Vamos rezar por ela.

O Doutor a levou para a sala de exames e nós tivemos que ficar de fora.

—O que diabos estamos fazendo aqui Elijah? O que você está fazendo? Caindo na mesma maldita armadilha que caiu á quatrocentos e cinquenta anos?!

—Fale baixo Rebekah, estamos num hospital. E que conversa é essa de armadilha?

—Quatro palavras. Duplicata Petrova. Katerina Petrova. Lembrou? Pensei que tivesse superado esse seu fetishe idiota pelas malditas duplicatas!

—Renesmee é uma inocente.

—Uma inocente?! Ela e as outras como ela fizeram a merda do feitiço que transformou o Nik na âncora! Só essa sua inocente sabe desfazer! Ela tem estacas que podem nos matar! Dessa vez de vez. É armadilha Elijah! Se liga!

—Senhora, peço que fale baixo.

Pediu a enfermeira baixinha de cabelos ruivos que estavam amarrados num rabo de cavalo.

—Ela poderia tê-lo matado, mas não matou. Ela poderia ter usado uma de suas estacas em você ou em mim, até mesmo em Kol, mas não usou.

—Ela nos condenou! Condenou o Nik!

—Senhora por favor ou terei que pedir que se retire.

—E desde quando você ficou tão benevolente? Você arranca corações de velhinhas em igrejas! Você já matou milhares por muito menos.

—Ela me disse uma coisa uma vez, que me fez pensar.

—E o que a duplicata encrenqueira te disse?

—Disse que é burrice fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Você não compreende?! Eu estou me contendo, segurando cada impulso que eu já tive por aquela mulher por motivos que você jamais entenderia! Que nem eu entendo.

—Elijah, aquela mulher... é encrenca irmãozinho. Todas elas são encrenca. Tatia, Katerina e até a santa Elena Gilbert é encrenca.

—Ela sabe quem eu sou. Ela sabe o que eu fiz á sua família, mas ainda assim ela me perdoou Rebekah. Ela nos perdoou. Ela nos tratou bem.

—Isso é por causa da Hayley? Ela morreu Elijah. Hayley morreu, Celeste morreu, Tatia morreu, Katherine morreu, Gia morreu. Como você acha que essa ai vai acabar?

—O que quer dizer?

—Quando eu tava possuída por aquela coisa, eu disse uma coisa que é a única coisa da qual eu me recordo. Todas as mulheres que você e o Nik trazem para nossas vidas viram veneno. Isso se aplica a mim também. Todo homem que eu tento namorar vira veneno ou morre. Nós... somos... tóxicos.

—Niklaus encontrou sua redenção em Caroline e em Hope.

O doutor saiu da sala de exames.

—E então?

—Não há nada fisicamente errado com ela. Seus batimentos, sua respiração. Está tudo normal. Tirando a produção de hormônio CPH4 em doses massivas.

—CPH4?

—É um hormônio produzido por mulheres grávidas em quantidades mínimas, mas para a criança tem a força de uma bomba atômica.

Os monitores começaram a apitar.

—Ela está tendo uma convulsão.

E foi a coisa mais louca que eu já vi. Ela começou a levitar e se debater.

Quando a convulsão parou ela voltou a ficar imóvel. O pai tentou tocar-lhe o rosto, mas ela segurou sua mão no ato. Seus olhos se abriram e ela disse:

—Você se lembra quando nos conhecemos pela primeira vez? É igual, só que eu estava no seu lugar e você no meu.

O pai ficou em choque. Todos ficamos.

Ela sentou.

—Qual é a última coisa da qual se lembra?

—De sentir uma tristeza profunda, esmagadora e de decidir que queria morrer. Mas, eu não morri. E tem algo diferente em mim quero dizer. Dentro da minha cabeça.

Ela olhou pela janela e se levantou. Correu até a janela e perguntou:

—Vocês tão vendo isso?

—A cidade?

—Não. Esses fios, isso é energia. Eu to ouvindo, eu to ouvindo tudo. É tão alto. É uma bagunça!

Renesmee tampou os ouvidos e gritou:

—Não! Para com isso!

Todos os vidros se estilhaçaram.

—Parou. Acabou. Eu ainda vejo as linhas, mas não escuto mais as conversas.

—Você fez aquilo minha filha?

—Eu tenho certeza que eu fiz.

—Magia?

—Não. Isso é diferente. Ta na minha cabeça, na minha cabeça.

—Na sua cabeça?

—Na minha mente. Ela tá trabalhando mais rápido.

—Vamos fazer um mapeamento da atividade cerebral. Vem querida.

—Espera. 

Ela tirou as agulhas dos braços.

—Agora podemos ir.

—Eu disse que ela era encrenca.

—Cala essa boca!

—O que disse?

—Eu mandei você, calar a boca.

Renesmee moveu sua mão e Rebekah voou longe. Atravessou uma parede.

A segurança veio em peso para o andar.

—O que está havendo aqui?

—Eu não queria. Queria?

—Vem querida, vamos fazer o exame.

—Eu sinto.

—O que?

—Tudo. Eu sinto tudo. O ar, as vibrações, a gravidade, sinto a Terra girando a milhares de quilômetros por hora.

Ela foi colocada na tal máquina de mapeamento e o Doutor fez uma cara...

—A zona morta.

—O que tem a zona morta Carslile?

—Está ativa. Está mais viva do que eu.