A Revolução da Tecnomagia escrita por JMFlamel


Capítulo 3
Ministério


Notas iniciais do capítulo

Detalhes a resolver, antes de ir para Hogwarts. E para variar, novos tempos trazem novos riscos.



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CAPÍTULO 2

 

MINISTÉRIO

A aterrissagem em Heathrow foi tranqüila e as formalidades alfandegárias foram breves. Após retirarmos as bagagens fomos recebidos por um emissário do Ministério da Magia, que nos conduziu até um carro verde-escuro, de aspecto antiquado, com um motorista de uniforme. Fomos levados até a casa, onde deixamos as bagagens e, em seguida, o carro nos levou para o Ministério. O nosso acompanhante nos levou até uma cabine telefônica e digitou “6-2-4-4-2”. Após isso, uma voz perguntou o motivo da visita e nos forneceu os crachás prateados. O piso da cabine desceu e logo estávamos no Átrio do Ministério.

—Jovem Sr. Kapplebaum, sua varinha deverá ficar aqui, aos cuidados da recepção – disse Eric, o recepcionista. Recolheu minha varinha (pau-brasil com cerne de fibra do coração de uma Serpente Emplumada, trinta centímetros) e me entregou um recibo.

—O Ministro está em um julgamento, no Décimo Tribunal. Vou levá-los até lá. – disse o emissário – A derrota de Lord Voldemort ocorreu recentemente e muitos Death Eaters e outros bruxos das Trevas que foram capturados já estão sendo julgados. Hoje, por exemplo, quem está sendo julgado é Lucius Malfoy, membro do círculo interno da Ordem das Trevas, de acordo com o que se sabe. Se bem que ele alegue que foi forçado, sob ameaça à sua família.

O elevador nos deixou no Nível 9 e, de lá, descemos as escadas ao lado da entrada do Departamento de Mistérios. Em frente à entrada do Décimo Tribunal, uma aglomeração de repórteres de jornais bruxos de todo o mundo, inclusive do de maior circulação do Brasil, o “Arúspice do Tietê”, de São Paulo. Isso provava a importância que tinha o julgamento de Lucius Malfoy.

Aguardamos em um banco do corredor, até que as portas do Décimo Tribunal se abriram e os que estavam lá dentro saíram. Um senhor negro e careca, alto e forte, trajando um terno cinza-escuro, veio pelo corredor, acompanhado de outro senhor, ruivo e meio calvo, de óculos. Um pouco atrás um rapaz loiro, acompanhado de uma senhora madura e bastante bonita, provavelmente sua mãe, falava com outro, este com cabelos negros e arrepiados.

—Sei que é mais provável que jamais sejamos amigos e que não merecemos o que você fez por nós, mas não posso deixar de lhe agradecer. Muito obrigado, mesmo. Graças a você, meu pai estará livre daqui a cinco anos. Sem o seu depoimento, ele teria pego prisão perpétua em Azkaban.

—Não fiz nada de mais. O Veritaserum somente confirmou o que eu já desconfiava, principalmente depois que percebi os episódios de hesitação dele, que a maior parte do que ele fazia pela Ordem das Trevas era por medo do que poderia acontecer a vocês dois. Se ele fosse realmente um fanático convicto, teria obedecido a todas as ordens de Voldemort sem pestanejar.

—Mesmo assim, muito obrigada. – disse a mulher – Não esperávamos que você fosse depor em defesa de Lucius.

—A verdade deve superar quaisquer ressentimentos. – disse ele – E eu também lhe devo minha vida. Quando a senhora confirmou que eu estava morto e Voldemort acreditou, foi crucial para inverter a vantagem dele.

—Bem, mas não fiz exatamente por motivos dos mais altruístas. – disse ela, meio sem jeito – Quando você confirmou que meu filho estava no castelo e estava bem, eu vi que atestar sua morte seria o meio mais efetivo para que conseguíssemos entrar no castelo e tentar afastá-lo do perigo.

—Sua ajuda foi muito importante. E eu também já sabia que seu filho não era um seguidor convicto de Voldemort, primeiro quando ele não conseguiu matar Dumbledore e depois quando ele não confirmou minha identidade, lá na mansão.

—Infelizmente Vince acabou morrendo, lá na Sala Precisa. Ele não era lá dos mais inteligentes, era até meio troglodita, mas nós éramos amigos desde a infância e eu senti bastante a morte dele. – disse o rapaz loiro.

—E eu tenho que pedir desculpas pelas coisas que lhe falei lá no Atelier de Madame Malkin – dise a senhora – Quando a gente está com raiva, diz muita besteira. Só depois que eu comecei a pensar e senti a falta do meu primo. E agora uma de minhas irmãs também se foi.

—A guerra faz dessas coisas, Sra. Malfoy. Só não podemos nos esquecer dos erros do passado, para não repeti-los.

Despediram-se e o rapaz de cabelos negros saiu de mãos dadas com uma garota ruiva, passando por nós e nos cumprimentando educadamente, com um aceno de cabeça. De relance, notei a cicatriz em forma de raio na testa dele e foi então que eu percebi: havia testemunhado uma conversa entre Harry Potter, Narcisa e Draco Malfoy e que Harry havia prestado depoimento em favor de Lucius. Em seguida, as portas do Décimo Tribunal abriram-se novamente e deram passagem a um loiro alto, de cabelos longos e vestes bruxas negras, algemado, certamente com as recentemente desenvolvidas algemas inibidoras de magia e ladeado por dois Aurores. Foi cercado pelos repórteres, ávidos por notícias.

—Uma declaração, Sr. Malfoy, por favor. – disse um dos jornalistas.

—Foi feita a justiça. Não vou negar as coisas que fiz, mas em vista da pena que eu poderia pegar, devo ficar agradecido. – disse Lucius, com voz cansada, mas firme – Pagarei o meu débito para com a Bruxidade e depois envidarei meus esforços para fazer com que o nome “Malfoy” não seja mais motivo de vergonha, para o que conto com minha esposa e meu filho. E agradeço a Harry Potter, que tinha todos os motivos para depor contra mim e fez o contrário.

Os Aurores conduziram Lucius Malfoy até a cela onde esperaria pelo transporte para Azkaban. Ele deu um último beijo em Narcisa e abraçou Draco.

—Não cometa os mesmos erros que eu cometi, filho. Todos nós tivemos uma segunda chance, algo que Lord Voldemort não concedia. – disse Lucius, olhando firmemente o filho nos olhos.

Lucius e os Aurores desapareceram em uma curva do corredor. Eu e meu pai acompanhamos Shacklebolt e Arthur até o Nível 1, onde localizava-se o Gabinete do Ministro. Entramos no gabinete e o Ministro nos convidou a sentar.

—Sr. Kapplebaum, que bom que o senhor veio logo – disse Shacklebolt,com sua voz grave e profunda – Seus conhecimentos serão de grande ajuda para o desenvolvimento da Tecnomagia na Grã-Bretanha, assim como o senhor já fez no Brasil, Japão e Coreia. A guerra contra Voldemort e a Ordem das Trevas nos custou muito tempo e um grande esforço, que poderia ter sido empregado no desenvolvimento dessa área.

—Sr. Ministro, estou pronto para oferecer minha total colaboração, no desenvolvimento dos projetos na área da Tecnomagia. Pelo que eu soube, o Sr. Weasley já realizava experiências na área há um bom tempo.

—É verdade, inclusive cheguei até mesmo a tecnomagizar o meu velho Ford Anglia, fazendo com que pudesse ficar invisível e voar. – disse Arthur Weasley – E pode me chamar de “Arthur”. Creio que trabalharemos bastante.

—Certamente, Arthur. – disse meu pai – Estou certo de que, depois de tecnomagizarmos eletrodomésticos, os bruxos perderão o medo deles e aprenderão a utilizá-los.

—Bem como a TV e os aparelhos de DVD. – disse Shacklebolt – São uma excelente forma de lazer, se apreciados com moderação. E quanto ao senhor, jovem Sr. Kapplebaum? Tudo certo com sua transferência para Hogwarts?

—Sim, Ministro. E pode me chamar de “Kadu”, uma contração do meu nome, “Carlos Eduardo”. Como meu pai já estará ocupado, eu creio que terei de ir sozinho ao Beco Diagonal, amanhã, para adquirir os uniformes e o restante do material.

—Será fácil, Kadu. – disse Arthur – E não deixe de tomar um sorvete na Sorveteria Fortescue. Ela já foi reformada e está em pleno funcionamento. Florean estava prisioneiro de Voldemort, mas foi mantido vivo. Agora retornou à sorveteria e voltou a proporcionar suas delícias geladas à Bruxidade.

—Pode deixar Sr. Weasley. Mas, por hoje, creio já ter outro compromisso.

—Ah, aquela comissária de bordo, não é? – brincou meu pai – Este garoto tem bom gosto. A menina é linda.

—Já começa arrebentando corações, Kadu? – perguntou Shacklebolt.

—Nem tanto, Ministro. Talvez apenas um cinema ou um restaurante.

Despedimo-nos e retornamos à casa. Naquela noite, um cinema com a bela comissária de bordo Nyota Uhura Whitfield e um beijo de despedida. Na manhã seguinte, ela teria um voo para Tóquio.

E eu também teria meus próprios compromissos.

Amanheceu e logo despertamos. Após o café da manhã, saímos para nossas tarefas. Meu pai para o Ministério e eu para o Beco Diagonal. Passando pela Rua Charing Cross, entrei no Hotel-Restaurante Caldeirão Furado, que me indicaram como sendo a entrada para o Beco Diagonal. Ao entrar, fui recepcionado pelo proprietário, um bruxo calvo e corcunda, chamado Tom.

—Bom dia, meu jovem. Já tomou café?

—Sim, obrigado. Mas aceito uma xícara de chá. Terei de ir ao Beco Diagonal, adquirir materiais e uniformes.

—Transferido para Hogwarts?

­Exatamente. – disse eu, enquanto Tom me servia o chá – Hoje providenciarei o material e amanhã estarei viajando.

—E de onde o senhor vem?

—Brasil, Sepé Tiaraju.

—Parabéns, seu Inglés é quase sem sotaque.

—Obrigado. – disse eu, sorvendo o chá – Bem, acho que vou adquirir o material. Quanto lhe devo pelo chá?

—Geralmente é três nuques, mas hoje será por conta da casa.

—Sua gentileza não será esquecida. – fui para os fundos do restaurante e toquei a sequência correta de pedras do muro, abrindo a passagem para o Beco Diagonal.

Embora o ano letivo já tivesse tido início e o movimento de alunos no Beco Diagonal tivesse cessado, ainda era um dos lugares bruxos mais movimentados de toda a Grã-Bretanha (“Livros, material para Poções, uniformes, uma coruja e uma vassoura, já que tive de deixar a minha no Brasil. Bem, creio ser melhor começar pelos uniformes. Me disseram que se eu tirar as medidas agora, Madame Malkin me entrega os uniformes prontos à tarde”, pensei).

Após mudar minhas roupas para um traje que não despertaria tanta curiosidade em um lugar bruxo, um Kimono e um Hakama, com Tabi como calçados. Roupas confortáveis e funcionais, que não se destacariam.

Era a hora de ir em busca dos materiais para o ano letivo.


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