A Revolução da Tecnomagia escrita por JMFlamel


Capítulo 12
Filhote de Serpente


Notas iniciais do capítulo

Importantes revelações. As Trevas começam a se mexer. Kadu tenta colocar algum juízo na cabeça dos sonserinos, após ter tido uma bela companhia para o mate.



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CAPÍTULO 11

 

FILHOTE DE SERPENTE

—Lord Voldemort deixou descendência? – perguntou Minerva, espantada. A Diretora de Hogwarts não estava preparada para aquilo.

—Sim, Diretora. – disse Snape – Confesso que também foi uma surpresa para mim. A ideia de Lord Voldemort ter um filho ou filha é algo que não cabe na mente de qualquer bruxo.

—O mais estranho é imaginar que ele possa ter se atraído por alguém a ponto de pensar em ter descendência. Ou que alguém pudesse se atrair tanto por ele, chegando a ter um filho ou filha. – comentou Luna.

—Eu concordo, mas em parte. – disse Harry – Tendo ele sido gerado por uma relação sem amor, dificilmente se apaixonaria. Dumbledore e eu entramos nas memórias do tio dele, Morfino Gaunt, descobrindo fatos do seu passado, de quando Merope Gaunt atraiu o filho de um senhor de terras com uma Poção de Amor. Possivelmente Amortentia, a mais potente que se conhece.

—Acho que sei o que Harry está pensando. – disse Hermione – O fato pode ter base mais na necessidade de um sucessor do que em amor ou atração física.

—Ou uma situação meio improvável, porém não impossível de acontecer, Hermione. – eu disse – Considerem que, entre os Death Eaters, havia alguém tão dedicada e fanática que poderia pensar que pudesse estar apaixonada ou até estar mesmo apaixonada, ao ponto de despertar uma centelha de emoção, por menor que fosse, no Lorde das Trevas. E, se também fosse conveniente para os seus planos, ele iria encarar tudo com satisfação.

—Só posso imaginar uma pessoa que se encaixaria nessa descrição, Kadu. E só poderia ser Bellatrix Lestrange. – disse Rony – Mas não me consta que ela tivesse tido filhos. Nem com Rudolph Lestrange nem com mais ninguém.

—Com Rudolph é que não seria, Sr. Weasley. – disse Snape – Pois entre os Death Eaters nós sabíamos que Rudolph Lestrange era estéril. Mas Bellatrix realmente era mais do que simplesmente dedicada ou fanática. Em vários momentos, percebíamos que ela era apaixonada por Voldemort.

—E quanto a Rudolph? – perguntou Neville – Ele não se importava?

—Ele jamais iria contra o Lorde das Trevas, para ele seria até mesmo uma honra. – disse Snape – E também se Bellatrix estivesse feliz, estaria bom para ele.

—Então, temos que supor que ela teve essa gravidez em segredo. Mas o senhor não acha que seria difícil esconder, papai? – perguntou Nereida.

—A partir de um certo ponto sim, filha. – disse Snape – Mas isso coincide com algo que eu estava investigando e que contaria a Dumbledore, assim que eu tivesse resultados mais consistentes.

—Mas não foi possível me dizer, porque teve que me matar, para seguir com nossos planos. – disse o retrato de Dumbledore.

—Exato. E quando eu estava tendo algo para revelar ao Sr. Potter...

—Voldemort matou o senhor. – disse Gina.

—Sim, Srta. Weasley. – concordou Snape – Eu mantive a informação sob Feitiço Fidelius e iria revelar ao Sr. Potter, mas a Batalha de Hogwarts precipitou os acontecimentos e Voldemort acabou me matando. Isso quebrou o Feitiço Fidelius mas, de qualquer forma, eu iria dizer através desta forma do livro.

—Então o senhor descobriu? – perguntou Neville.

—Descobri, Sr. Longbottom. – Snape concordou – Aconteceu cerca de uns três anos antes de vocês nascerem, no auge dos Dias Negros. Bellatrix ficou ausente da Grã-Bretanha por pouco mais de um ano, sob o pretexto de que iria fazer contato com potenciais aliados no continente e todos caíram nessa conversa.

—Mas a verdade era bem outra. – disse Minerva.

—Isso mesmo, Diretora. Descobri mais tarde que Bellatrix estava grávida e teve que permanecer longe, escondida sob outra aparência e vivendo com pessoas de confiança na Slobovia, enquanto a gravidez progredia. Não pude descobrir se ela teve um filho ou filha, mas soube que ela chegou a amamentar nos primeiros meses e depois retornou à Inglaterra.

—Isso explica a ausência de pouco mais de um ano. – disse Luna.

—Esse descendente deve ter uns dois anos a mais que vocês e sua identidade era conhecida somente por Voldemort e Bellatrix. – disse Snape.

—Ou seja, com a morte dos dois, a identidade dessa criança acabou por tornar-se o maior segredo da Bruxidade. – disse Harry.

—E só Deus e Merlin sabem que tipo de treinamento e doutrinação ela pode ter tido, para vir a suceder Voldemort. – comentei – Sem contar que pode até mesmo ter algum envolvimento com os “Anti-Techs” radicais, infiltrados entre os moderados. Só um palpite.

—Não podemos deixar de pensar em nenhuma possibilidade, Kadu. Por mais remota que seja. – disse Draco – Isso seria bem algo que Voldemort ou Tia Bella pensariam.

Enquanto estávamos digerindo as informações do Prof. Snape virtual, os bruxos das Trevas não ficavam parados.

—Falhamos. – disse Bigglesworth, membro dos “Anti-Techs” terroristas.

—Mas não totalmente. – comentou Simpson, outro bruxo radical, movendo a varinha entre os dedos – Eles sabem que não estamos para brincadeiras.

—Mas não conseguimos pegar o garoto mestiço, o brasileiro. E foram duas tentativas.

—Calma, Bigglesworth. – disse Simpson – Se matássemos o garoto, o Ministério iria mobilizar os bruxos do Departamento de Execução das Leis da Magia e os Aurores.

—E isso significaria uma caçada aos “Anti-Techs”, principalmente aos moderados. E logo chegariam a nós. – disse um terceiro bruxo, chamado Mulcahy, que acabara de entrar na sala – Não é a hora de um combate frontal.

A porta se abriu e outro bruxo entrou na sala. Estava todo vestido de preto, com as mãos enluvadas e o capuz das vestes puxado por sobre a sua cabeça, escondendo o rosto.

—Chefe? – perguntou Simpson.

—Não, Simpson. – respondeu o recém-chegado – No momento, vocês terão que se contentar comigo. Mas sou o portador de suas ordens. Meu verdadeiro nome é segredo, mas podem me chamar de... “Phibes”.

O recém-chegado afastou levemente o capuz, deixando ver parte do seu rosto, terrivelmente deformado.

—Acho que sei porque seu codinome é esse. – disse Simpson, depois de dar uma olhada no rosto dele – Algo de relevante para nós, Sr. “Phibes”?

—Apenas “Phibes”, Simpson. Não deve haver distinção entre nós, somente as lideranças nas missões. – disse ele.

—Acho que faço uma ideia de quem é você. – disse Mulcahy – Eu me lembro de ter ouvido falar de um bruxo, bastante próximo do chefe, que surgiu na cena mágica pós-Voldemort e foi apelidado de “Toco de Vela”, devido a um acidente que sofreu.

—Como é? – perguntou Simpson.

—E o acidente sofrido por ele foi durante as batalhas da queda de Lord Voldemort. – prosseguiu Mulcahy, com um olhar esperto, de quem estava pensando em tirar alguma vantagem daquilo – Então, andei pesquisando e concluí que você deve ser...

— “AVADA KEDAVRA!!!” – Em menos de dois segundos, “Phibes” apontou sua varinha, bradou e um relâmpago verde atingiu Mulcahy, imediatamente acabando com a sua vida – Minhas ordens eram exatamente para matar esse agente duplo e, depois disso, orientá-los no planejamento de ações para desacreditar a Tecnomagia, além de fazer com que Harry Potter e seus detestáveis amigos, entre os quais agora se incluem o traidor Draco Malfoy e o bruxo mestiço brasileiro, o tal de Kadu Kapplebaum, sofram bastante. Inclusive, este último já chegou à Grã-Bretanha nos causando problemas.

—Diga ao chefe que pode contar conosco, “Phibes”. – disse Simpson.

Os bruxos levaram o corpo de Mulcahy, a fim de desaparecer com ele. “Phibes” transmitiu as ordens e saiu dali. Em uma rua lateral, entrou em uma Land Rover Defender e sentou-se no banco do passageiro da frente.

—Tudo certo, então? – perguntou a pessoa no banco de trás, enquanto o motorista dava a partida e a SUV começava a rodar – Eles estão prontos?

—Tão prontos quanto podem, chefe. – disse “Phibes”.

—Ótimo. Se eles fizerem tudo direito, o maldito Harry Potter logo estará em nossas mãos.

Alheios ao que se passava em Londres, continuávamos nossos estudos em Hogwarts. Nas horas vagas, eu ministrava instruções de defesa pessoal para Harry e os outros, contente ao ver que aprendiam rápido. Depois de uma boa chuveirada, como os outros quiseram permanecer na Sala Comunal, preparei um chimarrão e fui para o pórtico. Enquanto sorvia o mate e admirava as montanhas, uma garota se aproximou. Trajava um uniforme da Sonserina e parecia ser do sétimo ano. Cabelos com um corte “pajem”, olhar firme e traços meio duros, porém bastante bonita. Eu me lembrava de já tê-la visto antes, mas não do seu nome.

—Com licença, posso experimentar? Fiquei curiosa quando você chegou, mas estava meio sem jeito para pedir.

—Claro que sim. – respondi, cevando uma cuia – Só não estranhe, porque está quente e é amargo. Deve ser tomado até a cuia fazer barulho.

—Não é ruim. – disse ela, depois de tomar e a cuia roncar – O sabor de um chá forte. Ouvi dizer que faz muito bem para a saúde.

—Estimulante e antioxidante. Meu nome é Carlos Eduardo Kapplebaum. Pode me chamar de “Kadu”.

—Você já é famoso em Hogwarts, “Gaúcho”. – disse ela – E o meu nome é Parkinson,...

—... Pansy Parkinson. Também já ouvi falar de você. Casa Sonserina, muito amiga de Draco Malfoy, inclusive me disseram que gosta bastante dele. Seu pai é praticamente proprietário da Rede Radiofônica dos Bruxos. E ouvi dizer que você esteve sumida, no último verão.

—É verdade. – ela concordou – Tive que desaparecer por algum tempo, para reavaliar a vida. Meus pais ficaram preocupados, mas eu havia avisado uma amiga, Millicent Bulstrode. Ela disse a eles que eu estava bem, só precisava viajar um pouco. Inclusive, visitei seu país. Mas não conheci seu estado, fiquei em São Paulo, Rio e Minas Gerais.

—Deixou de conhecer um lugar lindo. – disse – Mas como assim, “reavaliar”?

—Depois de todas as coisas que aconteceram, comecei a me questionar sobre muitas coisas. – disse ela, tomando outra cuia – Quando soube que Harry Potter havia sobrevivido a uma segunda “Avada Kedavra” de Lord Voldemort, comecei a achar que ele realmente era alguém especial. E também fiquei pensando em por que as pessoas se uniram às Trevas. Medo, ambição, desespero, quem sabe?

—Acho que principalmente medo. – comentei – Pelo que eu soube, Voldemort não tinha o perfil de persuasão de Grindelwald. Enfeitiçava, ameaçava, chantageava e matava conforme julgasse conveniente.

—Muitos foram ameaçados e chantageados, inclusive meu pai. Voldemort disse que se ele não colaborasse, eu seria morta. – disse Pansy – Por algum tempo, até achei que o caminho das Trevas fosse melhor, principalmente porque me aproximava de Draco.

—Você gosta mesmo dele, hein? – disse, olhando para a garota.

—Hoje, mais como um amigo. Mas já fui apaixonada por ele. Atualmente, nem tenho certeza sobre meus sentimentos, prefiro ficar sozinha por enquanto, se for possível.

—Compreendo. – disse, cevando mais um mate e tomando – Os fatos ainda estão muito recentes.

Naquele momento, um grupo de uns seis sonserinos vinha se aproximando. Um deles era Gregory Goyle.

—Kadu, é melhor eu ir. – disse Pansy.

—Por quê? Acha que podem não gostar de vê-la em companhia de um grifinório?

—Não. Pelo contrário, podem querer intimidá-lo. Vou indo...

Mas os sonserinos chegaram e começaram a olhar feio e a comentar.

—Ei, Pansy, mal terminou a guerra e já está confraternizando com o inimigo? – disse um grandalhão, chamado Spender.

—Que pensamento mais idiota. – falei – Sinceramente, depois de conhecer Draco Malfoy e Pansy Parkinson, eu estava começando a achar que havia vida inteligente na Sonserina. Mas sempre tem que haver alguém para acabar com as esperanças. Aliás, você me lembra uma frase de um dos presidentes dos EUA, Abraham Lincoln. “É melhor ficar calado e deixar que os outros pensem que você é um idiota do que abrir a boca e provar que estão certos”.

Pansy disfarçou uma risadinha, mas o mastodonte quis tirar satisfações.

—Quem você pensa que é, índio? – e veio na minha direção.

—Spender, não faça isso... – Goyle tentou avisar, mas foi tarde.

Quatro movimentos e Spender estava no chão, paralisado. O ataque Chakra havia sido preciso.

—Eu avisei, estúpido. O “Gaúcho” conhece técnicas de defesa pessoal trouxas que quase nenhum bruxo sequer imagina. Eu fiquei sabendo disso da pior forma.

—Não esquente a cabeça, Goyle. – disse, ajudando-o a colocar Spender em um banco – É natural que alguns ânimos ainda estejam exaltados, principalmente dos que perderam pessoas importantes na guerra, quer mortos, quer presos em Azkaban. Ei, Spender, a paralisia vai passar em uns vinte minutos. Até lá, veja se consegue usar essa cabeça para algo mais do que separar as orelhas.

Mesmo os sonserinos não conseguiram deixar de rir. Naquela mesma hora, Harry e os Inseparáveis se aproximaram.

—Ei, o que foi que houve, Kadu? – perguntou Rony.

—Nada de mais, Rony. – respondi – Tive que colocar um pouco de juízo na cabeça de Spender.

—E de um modo bem convincente. – disse Hermione – pelo jeito que ele está paralisado no banco, deve ter sido um belo ataque Chakra.

—Oi, Pansy. – cumprimentou Draco – Ué, mas que novidade é essa? Tomando chimarrão com o Kadu? Não sabia que você gostava.

—Estava passando e, como fiquei curiosa, resolvi experimentar. E sim, gostei. Tanto do chimarrão, quanto da companhia. – disse Pansy, corando após a frase de duplo sentido de Draco Malfoy. Não posso negar que também senti um certo calor no rosto, sem relação com o mate.

—Espero que vocês finalmente botem na cabeça que os dias de Lord Voldemort acabaram. – olhei firmemente para cada um deles, sem exceção, enquanto falava. Então, logo tinha a atenção de todos – Os Dias Negros, a Segunda Ascensão, tudo isso é passado. Temos problemas agora com os “Anti-Techs” mas não é nada, comparado ao que já foi. E mesmo que haja antigos Death Eaters infiltrados entre eles, os Aurores poderão dar conta. O que importa agora é ccompletar os estudos e viver.

—Fácil falar. Você veio de um país praticamente sem conflitos entre bruxos e onde os trouxas aceitam melhor a existência da magia. – disse Goyle.

—Não se iluda, Goyle. – disse – Também temos problemas e alguns bem graves. Há bandidos bruxos e trouxas, facções de traficantes, um certo grau de terrorismo, etc. Mas conseguimos lidar...

O brilho verde-azulado de uma Chave de Portal me interrompeu. Um homem, bastante ferido, apareceu no pórtico. Ajoelhou-se e caiu de bruços.

Cameron!— exclamou Rony.

—Você o conhece? – perguntei.

—Sim,trabalha no departamento do meu pai. – o ruivo respondeu.

Cameron conseguiu se apoiar nos cotovelos e dizer alguma coisa.

— “Toco... de... Vela”. – e desmaiou, enquanto Minerva McGonnagall e Madame Pomfrey chegavam, correndo.


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