Scorly - 2 temporada escrita por Gih Freitas


Capítulo 3
Resiliência é maturidade


Notas iniciais do capítulo

Lumos!
Demorei pra postar porque estou muito ocupada, espero que entendam.
Esse capitulo teve participação da Júlia (aquela minha amiga que quebra o gelo pra mim)
Há muita quebra de tempo nesse capitulo, estou fazendo isso pra não enrolar a história. Espero que gostem. Comentem! Beijos!
Nox!



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Na manha seguinte eu e Vic aproveitamos o café da manha para perguntar aos meus pais se eu poderia ir para a França, daqui alguns dias. Meus pais não ficaram muito felizes com o pedido de Vic, mas bastou uma insistência para convencê-los. Ted interviu na conversa. 
—Eu gostaria de levar Scorpius também. –Aquilo pegou todos de surpresa. –Lily estará para ajudar Vic, e eu gostaria de ter Scorpius para me “ajudar”. 
—E eu, não sirvo? –Alvo parecia chateado. 
—E a sua namorada? Ela chega daqui alguns dias né? 
—Não, só no final de Agosto. 
—Eu tinha esquecido de te falar, pedi a sua tia Hermione que mandasse uma carta para o ministério da América do Sul, para solicitar a transferência da Melissa, assim aceleraria o processo. Ela mandou e eles já aprovaram, ela chega na sexta feira. –Meu irmão parecia prestes a explodir de felicidade, tanto que ate abraçou meu pai. 
—OBRIGADO! –Meu pai riu. 
—Você pode levá-la ao jogo de quadribol do Brasil e a Polônia. –Sugeri e meu irmão concordou. O jogo seria no sábado. 
—Voltando sobre Scorpius ir com vocês, eu permito se ficarem em quartos separados. –Disse meu pai. 
—Claro, na casa dos avos de Vic há muitos quartos. –Ted estava mentindo. Não sobre os quartos, mas sobre eu e Scorpius ficarmos separados. Mandei uma mensagem para ele, perguntando se gostaria de ir comigo. 
 “O que acha de comidas francesas?” —Mandei. 
 “Frescas e caras” —Respondeu ele. 
 “Daqui uns dias estarei provando essas comidas, topa ir comigo?” 
 “Nós dois na França?” 
 “Paris para ser mais exata, e ai, topa?” 
 “Se tudo já estiver certo e eu só ter que falar com os meus pais, sim” 
 “Ótimo, faça isso agora e me de a resposta” 
 “Certo” 
—Você e Scorpius, na França? –Desisto de achar que James vai abandonar seu ciúme por completo. 
—Espero que sim. –Depois do café da manha meu pai nos disse algo que pegou todo mundo de surpresa. 
—Ted, Vic- Começou ele. – Como vocês talvez saibam, eu sou o dono da antiga casa de Sirius no Largo Grimmauld, nº12. 
—Sim. –Disseram eles. 

—Sabe Ted, seu pai e Sirius eram melhores amigos, e Sirius gostaria que fosse sua. Ele a deixou para mim, mas não a uso. Por isso quando vierem para a Inglaterra, terão um lugar só de vocês. –Meu pai revelou o feitiço “segredo” para entrar na casa, eles quase piraram. 
—Serio? –Perguntou Ted. Meu pai sorriu.
—Posso não ser seu pai biológico, mas eu te tenho como um filho. E tudo que é meu, é seu. –Ted sorriu e o abraçou. 
—Obrigada. –Meu pai estava contente. 
—De nada. Depois do almoço vocês podem ir lá para arrumar as coisas, limpar... Aquele lugar deve estar imundo. Meu pai foi trabalhar e minha mãe foi com ele, pois disse que tinha ver a tabela da copa e trabalhar. 
—NÓS TEMOS A NOSSA CASA NA INGLATERRA! –Disse Vic pulando nos braços de Ted. 
—Vamos conquistar o mundo! –Falou ele.

No almoço Vic fez o típico feijão inglês, Ted fritou linguiças e eu fiz um purê de batatas. E Scorpius me mandou uma mensagem. 
 “Não me importo de comer comida francesa, me importo de estar com você. Paris que nos aguarde” — Não contive um sorriso. 
 “Maravilhoso”. 

À tarde passamos o dia limpado a casa e encaixotando os antigos moveis, no final da tarde, quase anoitecendo, retornamos eu e Alvo para casa, mas Ted e Vic ficaram em sua nova “casa”. No dia seguinte haveria o jogo entre o Brasil e a Polônia, e minha mãe havia me dado uma missão. Fazer a cobertura do jogo, pois ela havia pegado um resfriado e estava de cama. Ela mandou uma carta ao Ministério explicando a situação, e como não havia ninguém eles acabaram aceitando, mas com muita relutância. Meu pai e James não foram porque precisavam se preparar para a viagem, assim fomos só eu, Alvo e Scorpius. Subi para “meu” gabinete e vi uma coisa surpreendente, a Mel do lado do meu irmão. “Ela deve ter dado um jeito de ver o time jogar e também o namorado.” Depois de nove horas de partida, e diversas manobras como “Formação de Ataque Cabeça-de-Falcão”, “Manobra de Ploy”, “Salto de Dyonisus” e “Defesa oito duplo” (entre outras que eu não lembro) eu encerrei a partida exausta, e metade do cansaço era por dividir a bancada com a Skeeter. Mel explicou que chegou mais cedo para ver o jogo. Alvo parecia um bobo apaixonado, mas não o julgo em seu lugar eu ficaria da mesma maneira. A próxima partida seria na quinta, e minha mãe provavelmente não faria trabalhar por ela, pois nove horas falando não é para qualquer um, muito menos para mim, mas talvez precisasse da minha ajuda. 
Na quinta, meu pai e James já saíram de casa por volta das onze da manhã. Minha mãe estava tranquila... Não tranquila, mas já estava acostumada, eu estava apavorada. Com relação ao meu pai, eu também já estava acostumada, mas era o meu irmão mais velho se envolvendo em algo que não sabe nem a metade, ele corre riscos, sérios riscos, estou apreensiva por ele.
—Pare de se preocupar tanto... –Disse James me envolvendo com um abraço apertado. Ele sorriu, mas não foi o bastante para me aliviar.  –Olha, eu sei que esta preocupada comigo e com o pai, mas fica tranquila, vamos “cuidar um do outro”, assim como eu, você e Al sempre fizemos. 

—Está bem... –Falei dando meu melhor sorriso, forçado. Ah, se eu pudesse contar isso tudo para alguém... Mas não. Não é assunto meu. Alvo era o menos preocupado, estava feliz por Mel ter voltado e queria passar todo o tempo com ela, então não tinha tempo para pensar no que estava havendo, como se estivesse numa bolha. Como não queria chateá-lo, guardei meus medos em vez de compartilhá-los. À noite fui com minha mãe para mais uma partida de quadribol. Estados Unidos contra Jamaica. Chamei Scorpius para ir, mas ele recusou. Estranhei, ele era um viciado em quadribol... Ele me chamou para sair com ele depois que a partida terminasse, mas ela durou ate as oito da manha, sendo que havia começado às sete da noite do dia anterior. Cheguei em casa exausta, não sei como minha mãe conseguia. Ela havia se recuperado, mas não completamente, por isso revezamos em cada duas horas. Achei que os Estados Unidos ganharia, mas eles perderam para a destreza dos jamaicanos. Os quatro primeiros classificados foram Bulgária, Flandres, Brasil e Jamaica. O próximo jogo seria daqui a dois dias, entre o Japão e Irlanda. 
—Vai precisar de mim? –Perguntei a minha mãe. 
—Provavelmente sim, por quê? 
—Vou precisar tomar uma dose extra de café com canela, ou mais de uma pra aguentar tanto jogo. –Ela riu, mas estava desconfortável. 
—Desculpe por ter que passar as férias me ajudando nisto. Seria bom para você passar um tempo ao sol, com Scorpius. 
—Mamãe, eu vejo Scorpius praticamente todos os dias, e já você não é o caso. Preciso passar mais tempo com você do que com ele. Sei que ele vai entender. –Uma pena não ter sido isso. Scorpius estava uma fera por causa da minha ausência. Quando eu disse que não poderíamos sair por causa do jogo que eu tinha que ajudar minha mãe cobrir, ele faltou lançar um cruccio e mim. Não vejo a necessidade de tanta possessividade com relação a mim, sei que Scorpius confia em mim e eu nunca faria nada para estragar nosso namoro, mas, por mais que eu explicasse que minha mãe precisava da minha ajuda os ciúmes de Scorpius não passava. Então ontem quando eu estava sozinha em casa, ele apareceu do nada. Eu esperava beijos roubados, mas só consegui uma briga. 

—Quando essa porra desse quadribol acaba? –Ele estava tão bravo que seus olhos estavam arregalados devido tamanha fúria. –TEM DIAS QUE NÃO SAÍMOS PORQUE VOCÊ ESTÁ OCUPADA COM O TRABALHO DOS OUTROS! É ÓTIMO VOCÊ ME DEIXAR DE LADO E IR COBRIR A MERDA DE UM JOGO DE QUADRIBOL, UM NÃO VÁRIOS. 
—“O trabalho dos outros” está sendo feito por mim porque não há mais ninguém, e não sei se percebeu minha mãe esta doente, não vou deixá-la numa bancada falando por sabe se lá quanto tempo. Não sei se percebeu Scorpius, mas O MUNDO NÃO GIRA EM TORNO DE VOCÊ, eu tenho coisas importantes além de você para me preocupar. E sinceramente, não ache que só porque é meu namorado que vai me ter na hora que você quiser, eu não sou mais um de seus objetos caros que você tem na mão à hora eu bem entende. 
—PARA VOCÊ NÓS SEMPRE ESTAMOS EM SEGUNDO PLANO! 
—VOCÊ ESTÁ NA MINHA CASA, ENTÃO CALE A PORRA DESSA SUA BOCA! –Falei ainda mais alto olhando-o com um olhar mortal eu perdi minha paciência, achei que ele, me entenderia, mas não, o egoísta só vê o pequeno mundinho dele. – Você sempre será esse garoto mimado que é, mas comigo as coisas não funcionam conforme as suas necessidades, eu tenho uma vida que não se resume somente ao meu namoro, você é muito importante, mas a minha mãe, A MINHA MÃE SCORPIUS, precisa de mim, e eu negarei ajuda a mulher que eu mais amo nesse mundo. –Ele estava ainda mais bravo. –Achei que fosse maduro suficiente para entender, mas parece que estava errada. Sai daqui agora. –Ele transparecia raiva, mas eu não tinha medo. Tinha medo era de perder o restante da minha paciência e dar a ele um tapa na cara.

—Eu não vou sair daqui

—SAI DAQUI AGORA- Ele foi embora bufando, mas ignorei e bati a porta com força. Às seis horas eu e minha mãe seguimos de novo para o estádio, mas ela tentou me animar. 

—O Japão é excelente, tenho certeza que eles vão se garantir. Os irlandeses não podem com eles, por isso acho que deve ser uma partida de no máximo três horas e meia. –Na verdade foi menos que isso, o Japão ganhou o jogo com duas horas de partida. Não contei a minha mãe sobre a briga, e Alvo estava desligado de qualquer coisa que não fosse a Mel, e pela primeira vez senti ciúmes dela. Eu precisava de um apoio, precisava muito, minha cabeça estava um turbilhão de sentimentos. Eu teria ligado para Ted e Vic, mas eles estavam ocupados arrumando a casa. Liguei para Bia, mas ela estava no ensaio da banda do Henry, e a Carol estava jantando na casa do John. Senti-me sozinha. No sábado eu e Scorpius ainda estávamos brigados, e eu sinceramente não faço questão de falar com ele, afinal ele havia sido um completo babaca comigo e não ao contrario. 
—Hoje é ultimo dia que você precisará me ajudar. Na verdade você ficara apenas para casos de emergência. –Disse minha mãe quando estávamos saindo de casa para ir ao estádio. Eram dez da manha de um dia chuvoso, e eu queria apenas ficar na minha cama dormindo. 
Chegamos às duas da tarde. A China havia ganhado. Alvo saiu com Mel, minha mãe fez um macarrão com queijo para almoçarmos. Depois eu tomei um banho morno e longo para aliviar todo o stress. Em seguida, coloquei meu pijama e cai na cama, acordando só no dia seguinte. Eu estava exausta. 
No domingo passei o dia na casa dos meus avós, joguei quadribol com meus primos e esperei a decência de Scorpius pedir desculpas. 
Na quarta eu fiquei em casa com Alvo e Mel, mas minha mãe foi para o jogo da Alemanha – Escócia. Tomamos umas cervejas e depois Mel foi embora. Aproveitei para conversar com Alvo, eu precisava desabafar. 
—Oi, podemos conversar? –Perguntei entrando no quarto dele. Ele como sempre estava jogando videogame. 
—Espera só eu terminar essa fase... 
—É serio Alvo. –Ele me olhou, e viu minha expressão, então pausou o jogo. 
—Fala. 
—Eu e Scorpius brigamos. 
—Casais também brigam, não é só romance e sexo. 
—Eu sei, mas ele foi muito... Babaca. –Alvo pareceu ficar mais serio. 

—O que ele fez? –Lembrei do antigo Alvo. O Alvo que acertava as contas para mim quando alguém me fazia sofrer, quando eu ainda era solteira. 
—Ele esta com ciúmes. 
—Isso não é novidade. Mas de quem? 
—Esse é o problema. Não existe “quem” e sim “o que”. Como a mamãe estava doente, você viu que eu estava ajudando ela com os jogos... –Ele fez que sim com a cabeça. –Como eu estava ocupada, tinha que cancelar s encontros que ele planejava, e como isso foi mais de uma vez, ele ficou muito bravo. Disse que eu nos colocava sempre em segundo plano. E ele disse que eu não era obrigada a fazer “o trabalho dos outros”. Ai eu disse que ele era um babaca mimado e que independente de ser meu namorado, eu não ia deixar ele me por uma coleira e que eu não faria tudo que ele quisesse, e na hora que quisesse. Ele não parecia o Scorpius, se parecia com aqueles babacas que sempre tem no Caldeirão Furado. –Agora era Alvo que estava muito bravo. 

—QUEM ELE PENSA QUE É? –Ai. –Que imbecil! Ele viu que a mamãe estava doente, e mesmo que você tenha cancelado, que se foda! Ele te vê todos os dias e agora fica fazendo essas babaquices porque você não saiu com ele??! Eu fiquei mais um mês longe da minha namorada, e nem por isso eu fico fazendo ficar todo o tempo comigo. Scorpius vai se ver comigo... 
—O que você vai fazer? 
—Eu vou ter uma conversa com ele, muito séria. Só não vou dar uma porrada nele porque somos melhores amigos, mas se não fosse o caso... Ele até pode ser meu melhor amigo, mas você é minha irmã. –Forcei um sorriso de canto. –Espero que tenha mandado ele pra puta que pariu. 
—Não... Mas quando ele começou a gritar comigo eu disse “Cala a porra da boca”. E mandei-oele sair. Minha mão ardeu pra bater na cara pálida dele...
—Pois na próxima vez faça exatamente isso, ou eu faço. 
—Obrigada. Estava precisando desabafar com alguém, mas todos pareciam ocupados, incluindo você... –Ele sorriu. 
—Não me diga que estava com ciúme da Mel... 
—Você só dava atenção pra ela, parecia que eu nem existia. 
—É assim que eu me sinto em relação ao Scorpius, viu como é bom a sensação de ser “trocado”? –Ele estava sendo irônico, mas concordo que tinha um pouco de verdade nisso. 
—Eu nunca vou “trocar” você, seu bobo. –Falei abraçando ele. 
—Então somos dois. –Sempre amei o jeito fofo de Alvo lidar comigo. Isso é o que eu mais amo nele. Depois da nossa conversa, tomamos mais umas cervejas enquanto jogávamos xadrez de bruxo. 
Na sexta acordei tarde, e levei um susto por quando ter decido na cozinha para beber água ter encontrado Alvo e Scorpius conversando. Sobre mim. 
—Já estamos esperando ela acordar por duas horas, não acha melhor eu passar aqui depois? –Ouvi Scorpius falando. 

—Você não vai a lugar nenhum antes de se desculpar com ela. Mesmo que ela durma ate semana que vem, você fica. –A voz de Alvo era seria e firme, ele conseguia se impor quando queria. Quando atravessei a sala para ir a cozinha, eles me viram e ambos me cumprimentaram com um “bom dia”, mas respondi apenas meu irmão, sem nem olhar na cara de Scorpius. 
—Bom dia, Alvo. — Dei um ênfase bastante perceptivo no nome dele. 
—Scorpius tem algo para te falar. Seja colaborativa, mas se precisar pode dar um tapa na cara dele. Alvo se retirou e subiu para seu quarto, deixando eu sozinha com Scorpius, e também um clima tenso. 
—Você tinha algo pra me dizer ou Alvo esta inventando? –Perguntei fria e indiferente. Ele parecia estar muito envergonhado. 
—Lily, me desculpa, eu sei que eu errei... –Eu interrompi. 
—Não, não! Não pode simplesmente falar daquele jeito comigo e dar o fora como se nada tivesse acontecido! E aparecer porque foi forçado! –Ele baixou a cabeça. –Me perguntei naquele dia se eu conhecia esse seu lado arrogante, mimado e babaca. Porque se eu soubesse não teria aceitado namorar com você, Scorpius Malfoy. –Sua cabeça se ergueu para me olhar e vi um olhar mais que triste. Era um olhar devastado. 
—Me desculpe, por favor! Eu sei que fui um babaca, mas eu só queria passar um tempo com você! 
—Scorpius, passamos “um tempo juntos” todos os dias. Eu não tenho só você para dar atenção. Eu mal vejo os meus pais! E agora meu pai e James estão no outro lado do país e vão ficar lá por sabe se lá quanto tempo, eu não notícias deles e não podem me garantir se eles chegarão bem! A minha mãe pegou o pior resfriado da vida nela em época da copa, e eu fiz a cobertura dela não porque eu queria ficar nove, onze horas narrando um jogo, mas porque ela precisava de mim, ela precisava da filha dela, que ela sempre cuidou. Acha mesmo que eu deixaria a minha mãe na mão para me encontrar com você? Eu tenho princípios Scorpius. Não que você não seja importante nem nada, você é importante e muito, mas minha mãe precisava de mim, eu não iria deixá-la na mão.
—Me desculpe, me desculpe, me desculpe! Você esta certa, eu sou um egoísta. Você também precisa de um tempo com a sua família. Me desculpe por não respeitar isso. Não vai mais acontecer. 

—Está bem, eu te desculpo, mas não pense que vou deixar isso acontecer de novo. Eu te garanto que não vai ter um segundo perdão, por isso espero que você esteja sendo sincero. –Ele fez que si com a cabeça. 
—Bem, agora que já resolvemos isso, eu preciso ir. –Eu não disse nada. Ele se aproximou para me beijar na boca, mas virei o rosto e ele beijou minha bochecha, continuei intacta. Eu ainda estava brava, e não é um pedido de desculpas e um beijo que vão mudar isso. Ele fez uma cara de cachorro abandonado e foi embora. Aproveitei para fazer uma xícara de café com canela, eu precisava relaxar. 
No sábado de manha meu pai e James chegaram em casa pelas onze da manha, e nunca fiquei tão feliz e vê-los chegando e casa. 
—JAMES! –Falei pulando no pescoço do meu irmão, que bambeou para trás. 

—Oi! –Ele me abraçou. –Viu, te falei que eu ia ficar bem. –Depois abracei meu pai, e minha mãe estava estonteante de alegria. Eu fiquei aliviada sabendo que os dois estavam em perfeito estado.

—Vamos comer algo? Estou morto de fome- James sendo James

Minha mãe e meu pai preparam o jantar enquanto James contava para mim e para Alvo como foi a missão, eu o olhava encantada e não perdia nenhum detalhe, pelo o que ele nos contou os mais novos ficam só observando e não sabiam de muita coisa, é claro que eu perguntaria tudo ao meu pai no jantar. O jantar estava espetacular, não só pela comida, mas pela companhia, eu estava morrendo de saudade do meu pai e do meu irmão, naquela mesa, todos conversando alegres e animados acabamos esquecendo de nossas preocupações, aquele sempre será meu porto seguro, onde eu poderei parar sempre que precisar recarregar minhas energias, eu não sei como eu seria sem essas pessoas que eu amo tanto, também não sei como seria minha vida se eu perdesse uma delas.

Na terça feira seria o jogo da China contra a Austrália, meu pai decidiu ir para estar perto da minha mãe, James estava ajudando na segurança e Alvo iria para ver a Mel, eu não queria ficar em casa então eu decidi ir, pensei em chamar o Scorpius, mas ele deveria me surpreender para eu voltar a ser como antes, sim, eu estou sendo chata, mas eu preciso mostrar que não sou qualquer objeto que o dinheiro dele compra. Alvo encontrou com Mel assim que chegamos e saiu com ela para algum lugar, enquanto James estava auxiliando o controle das chaves de portal eu e meus pais estávamos junto com Rita Skeeter esperando a partida começar. Ela percebeu que eu havia me afastado de Scorpius e ficou inventando vários comentários que estavam me enjoando, mas quando a partida começou ela se esqueceu de mim e foi criticar os jogadores e torcedores, eu não estava com cabeça para aquilo então dei a desculpa que iria comer algo e saí de lá rapidamente, quando estava acontecendo jogo tudo ficava parado, só se escutava a torcida gritando e voz de minha mãe narrando o jogo. A voz de minha mãe parou e os gritos de alegria da torcida se tornaram em gritos de terror, a multidão começou a correr para fora do estádios enquanto os aurores corriam para conter o que estava causando todo aquele alvoroço, eu corri junto com eles procurando James, mas só vi sua nuca mais a frente, não teria como eu alcançá-lo com a multidão que estava correndo na direção oposta a nossa, pensei em procurar meus pais quando eu chego no campo, estava um pandemônio, haviam pessoas fugindo desesperadas com suas famílias enquanto o estádio ia desmoronando, um dos jogadores da China estava pendurado em uma das balizas, os outros tentavam fugir em suas vassouras mas algumas pessoas que estavam de manto e capuz vermelho os derrubavam, os aurores estavam combatendo-os, mas eram muitos, olhei para o gabinete em que meus pais estavam, não havia nem sinal deles, espero que estejam bem. Decido ajudar os aurores e começo a duelar com um encapuzado que tentou me atacar, lanço um petrificus totalus e ele fica imobilizado no chão, James vê que estava lutando e vem correndo com um olhar muito preocupado em minha direção, eu já estava esperando uma bronca quando ele chega, mas ao chegar em mim ele é atingido pela maldição cruciatus e cai aos meus pé se contorcendo e gritando de dor.

—James, ai Merlin, James- Vejo uma mulher com os olhos sedentos e um sorriso diabólico lançando a maldição contra meu irmão, com um olhar cheio de fúria eu a lanço pelos ares.- James, James, acorda, James- Eu o balançava freneticamente e esperava que ele acordasse naquele momento, eu sabia de tudo que estava ocorrendo ao meu redor, mas eu precisava salvar meu irmão, como eu não sabia, mas eu o salvaria, meus olhos estavam encharcados de lagrimas e eu não vi um homem se aproximar e dar um chute muito forte na minha cabeça me fez desmaiar. Antes de fechar os olhos e cair em cima do meu irmão eu vi o sorriso sádico e perturbador daquele homem que havia acabado de me machucar.

 

POV SCORPIUS

 

Acordo com meu pai correndo e aparatando para algum lugar, me assusto e quando saio do meu quarto encontro minha mãe voltando para o dela com um semblante muito preocupado, mesmo para uma emergência meu pai nunca saiu são apressado de casa.

—Houve um ataque na copa mundial de quadribol, são muitos feridos e seu... – Eu interrompi minha mãe, com certeza Lily e sua família estava lá

—Eu vou hospital, preciso ver a Lily- eu entrei para meu quarto e ia colocar uma roupa, estava somente de bermuda

—Eles não estão no hospital- Isso me aliviou, eles estavam bem- A maioria dos feridos continua ainda continua no local do ataque, e como Harry é chefe dos aurores ele provavelmente ainda está lá.

—Então eu vou para lá- Eu estava terminando de colocar minha camisa quando minha mãe chega e me abraça

—Cuidado meu filho- Ela se afasta e eu aparato

Chego na lanchonete de Neville, onde estavam servindo água e algumas coisas para as pessoas que estavam lá comerem, na mesa em sempre sento com o pessoal eu vejo um casal abraçado e cabelos ruivos soltos, o casal com certeza era Alvo e Mel, a ruiva devia ser Lily, corro ao encontro deles querendo o conforto de saber que a minha garota estava bem, mas ao chegar lá só fico mais angustiado, Mel estava abraçada escondendo seu rosto no peito de Alvo que tinha uma expressão de ansiedade, e a ruiva na verdade não era Lily, era Gina, que com certeza estava chorando devido os olhos inchados e vermelhos.

—Oi gente, está todo mundo bem?- Gina levanta o rosto depressa e limpa os olhos

—Estamos... Na verdade não, Harry ficou ferido gravemente e está no St. Mungnus, ele foi atingido na cabeça por um pedregulho que caiu do estádio quando saíamos, quando caiu no chão acabou quebrando a perna e algumas costelas.- Ela parou para respirar um pouco. –Ainda não encontraram Lily nem James, Lily saiu minutos antes do ataque e não sabemos onde ela foi, James estava como auror.- Oh Merlin, é culpa minha, se não tivéssemos brigados eu estaria com ela e a salvaria, ficamos todos com um silencio cheio de dor e preocupação.

—Vou ver se já encontraram eles- Não espero uma resposta e saio rumo aos medibruxos, meu pai estava lá, eu só não sabia onde, quando me aproximo vejo um auror correndo para onde os outros estavam

—Acabamos de encontrar a filha e um dos filhos de Harry Potter, eles estão desacordados, preciso de ajuda.- Os aurores correm em direção ao estádio e eu também, quando paramos a imagem que eu vejo parte meu coração.

Lily estava com a testa cortada, um grande corte, e seu sangue se misturava com seus cabelos vermelhos, ela estava abraçada como se estivesse protegendo James, Merlin, eu poderia ter evitado isso. Com cuidado os aurores retiram Lily de cima de James e carregam os dois até onde os medibruxos se encontravam, meu pai estava acabando de avaliar um paciente e quando viu eu e os aurores correu para mostrar onde os feridos deviam ficar, ele explicou que Lily levou uma pancada muito forte na cabeça e teve uma concussão, ele curou o corte mas não limpou seu rosto, ali não havia tempo para mimos. Ele não conseguiu explicar o que havia acontecido com James mas disse que não havia nenhuma fratura em seu corpo e que seus batimentos estavam normais. Quando soube que o quadro dos dois era estável eu corri para onde Gina, Alvo e Mel estavam, agora Luna também estava lá, consolando Gina. Falei meio ofegante que tinham encontrado Lily e James juntos e que o quadro dos dois era estável, todos nós seguimos para onde eles estavam e chegando lá meu pai explicou para Gina o que eles acharam que havia ocorrido.

—James... James- ouvi um sussurro e constatei que Lily estava acordando, ela parecia estar acordando de um pesadelo- JAMES- Ela se levantou sobressaltada, com olhos arregalados a procura do irmão

—Lily, calma, ele está aqui e está bem, como você está?- Lily não responde meu pai pois nesse momento ela vomita fora da cama, onde ninguém estava próximo.- Imaginei que isso ocorreria, deite-se novamente, a tontura vai passar.- Ela se deitou lentamente e fechou os olhos, vi que uma pequena lágrima escorreu de seu olho esquerdo, eu a limpei e dei um beijo em sua testa

—Está tudo bem- Sussurrei a confortando

—Você poderia nos contar o que aconteceu? Ainda não sabemos o que aconteceu com James

—Bom, depois que eu saí do gabinete, minutos depois eu escutei gritos de terror e vi uma multidão correndo para fora do estádio, eu não sabia o que estava acontecendo e vi os aurores correndo para o estádio, me juntei a eles e tentei encontrar meu irmão, eu só vi que ele estava bem à frente quando eu adentrei o estádio, procurei meus pais e não os achei, então um bruxo com capuz começou a duelar comigo e eu o derrotei, James já estava com uma expressão muito abatida quando eu o vi correndo para mim, quando ele chegou uma bruxa lançou a maldição cruciatus nele, que caiu nos meus pés e ficou se remexendo e gritando, eu ataquei a bruxa e quando abaixei James estava desacordado, eu tentei tirá-lo de lá mas um bruxo me chutou e eu desmaiei também, depois disso só me lembro de acordar agora.

—Entendi, James não deve ter ficado muito tempo exposto à maldição mas pode ter batido a cabeça quando caiu, agora só nos resta esperar ele acordar, se vocês quiserem ir para a casa podem, se James acordar eu mando uma coruja, Lily teve uma concussão, ela não pode fazer esforço mental e tem que evitar dormir, se ela estiver muito cansada ela pode dormir mas deve ser acordada de 15 a 15 minutos durante as duas primeiras horas e de 30 em 30 minutos nas outras, alguém deve estar com ela por 24 horas. Lily, tome esta poção para dor e não faça esforço.

—Eu vou ficar aqui, vão para a casa, Alvo deixe Mel em casa, passe em casa e venha com a moto de Sirius, seja discreto, Scorpius, creio que sabe dirigir uma moto, leve Lily para casa e cuide dela até chegarmos, você poderia fazer isso?

—Claro que sim Gina

—Mas mãe eu...

—Nada mas mãe Lilian, você irá para casa e sem discutir. Seja rápido Alvo.

—Scorpius- Meu pai me chamou no canto- Não quando James vai acordar e sei que Lily está muito preocupada, a façaela relaxar, pelo menos um pouco. O humor dela mudará, ela terá explosões emocionais e provavelmente crises de choro também, tenha paciência. Você já sabe o que fazer se ela dormir, depois das quatro primeiras horas você pode acordá-la a cada hora. Cuide muito bem dela filho, ela precisa muito disso agora.

—Cuidarei dela com todo cuidado pai, terei como você me dar mais algumas poções contra dor?

—A poção que eu a dei tem um efeito de 24 horas, entregarei outras para Gina.

Alvo voltou rapidamente, ele havia deixado a moto atrás do estádio para não chamar atenção, Lily não quis ir até lá no meu colo então Alvo a carregou e a colocou sidecar, eu subi na moto e nos dirigimos à residência dos Potter. Parei na porta da garagem e fui pegar Lily em meu colo:

—Eu consigo andar

—Lily, acho melhor não, você pode ficar tonta

—Scorpius, eu consigo andar sozinha, me coloque no chão, por favor- Abri a porta devagar e a ajudei a se levantar, quando a deixei sem apoio ela ficou tonta e cambaleou, eu a abracei e a segurei. Meu rosto ficou próximo ao dela e eu não resisti, a beijei com toda vontade e saudade que eu estava, ela correspondeu da mesma maneira, sei que no começo ela estava brava, mas logo relaxou e se deixou levar pelo beijo- Eu ainda estou brava com você.- Ela disse com cara fechada, mesmo querendo mostrar raiva ela deixou escapar um sorrisinho de lado. Ela se apoiou em mim até chegarmos ao seu quarto, a coloquei sentada na cama e fiquei parado em sua frente.

—Quer algo para comer? Eu preparo o que você quiser

—Quero tomar um banho antes, você pode colocar a banheira para encher? Coloque um pouco do salzinho roxo, como seu pai disse eu preciso descansar e não fazer esforço.

Fui até o banheiro, lancei um Aguamenti e a banheira encheu, coloquei o salzinho roxo que tinha um cheiro ótimo, como a água estava muito fria eu aqueci e fui buscar Lily.

—A banheira está pronta, onde estão suas roupas?

—Eu vou usar meu roupão, não vou sair daqui de casa mesmo- Ela deu de ombros

—Está bem, vamos lá- Ela se apoiou em mim até a beirada da banheira, ela se sentou e começou a se despir- Precisa de ajuda?

—Não, estou bem melhor

— Vai querer comer o que?

—Me surpreenda

Eu fui para cozinha e preparei alguns sanduíches, suco de abóbora, peguei frutas e chocolate, quando eu voltei para o quarto Lily estava na cama e com o roupão. Ela comeu tudo rapidamente e falou que estava cansada e queria dormir um pouco, eu a disse que teria que acordar e ela não reclamou. Após 5 horas do sono cortado de Lily Alvo volta para casa.

—Onde você estava? Todos estão bem? James acordou? E seu pai? Como está?

—Acabei de voltar do St. Mungnus, papai acordou mas os medibruxos identificaram uma lesão em sua coluna, ele terá que fazer uma cirurgia para não precisar de uma cadeira de rodas. James acordou, ele não se lembra do ataque e se recorda muito pouco de hoje mais cedo, ele está em observação, foi levado para uma pequena clínica. Mamãe está muito preocupada com a situação do papai, mas sei que foi ele ficará bem. Ele é o Harry Potter, derrotou Voldemort e sobreviveu ao Avada Kedrava duas vezes, ele não ficará em uma cadeira de rodas- Alvo estava quase chorando, eu o abracei e o confortei

—Não, ele não ficará sem andar, vai ficar tudo bem

—Como Lily está, bem melhor, ela está dormindo, já está na hora de acordá-la, você pode fazer isso por mim? Quero tomar um banho, posso usar uma roupa sua?

—Claro, e, cara, obrigado

—De nada

Gina apareceu no outro dia bem cedo, ela deixou James em casa, este já estava muito melhor, não descobriram a causa de sua perda de memória, mas esta fora a única conseqüência do ataque, não identificaram outra, se acontecesse qualquer coisa com ele deveríamos mandar uma coruja imediatamente para meu pai. A cirurgia de Harry estava marcada para 8 horas da manhã, assim que terminasse Gina mandaria uma coruja. Ficamos achamos distrações até as 10 horas, depois disso começamos a ficar ansiosos com a carta que não chegava. James e Lily estavam ótimos, não tinham tonturas e as dores não apareceram de novo, mesmo assim eles deviam evitar grande esforço. Quando eram 11h15min a coruja chega, Lily se levanta rapidamente e pega a carta, enquanto sua expressão fica indecifrável, então ela se levanta e fica dando pulinhos.

—A cirurgia foi um sucesso, papai já está no quarto, mamãe disse que o horário de visitas começa 14 horas e vai até as 15, nós podemos ir.

Todos ficamos alegres com a notícia, fomos ao caldeirão furado almoçar e depois nos dirigimos ao St. Mungnus. Chegamos alguns minutos antes do horário de visita começar, mas como insistimos muito para a secretária ela nos deixou ir um pouco mais cedo. Quando seus filhos apareceram Harry ficou radiante, um sorriso brotou em seu rosto cansado, assim como no rosto de Gina. Aquela sim é uma família unida e feliz, todos radiantes com a saúde de cada membro. Família significa nunca abandonar ou esquecer, são laços de amor que não podem ser quebrados.

 

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Great Blasket Island

An Blascaod Mór

                                                  

Primeiro, a chama, depois, a tempestade

No fim, é sangue puro de verdade

Buscai esquecer o que é passado

Primeiro treze, e mais um, finalizado.

Não use azaração que pela lei é perdoada

Herexes e maldições te levaram para mais longe da chegada

Para recuperar o que foi perdido

Use o livro que outrora fora do príncipe mestiço

 

—O príncipe mestiço estudou em Hogwarts, e é para lá que você irá Aspen.

—Irei com todo prazer. 

—A diretora daquela escola, assim como todos os outros bruxos, não está preparada para o que virá por aí. Chegou a hora de provar seu valor. 

—Não irei decepciona-lo senhor. 

 


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Notas finais do capítulo

Ate o próximo capitulo!



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