Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 73
Viagem espiritual


Notas iniciais do capítulo

73 – De um fandom que eu não escrevo faz tempo



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Shino acendeu uma vela assim que adentrou o templo das itakos, ajoelhando-se. Vestia apenas uma yukata branca, traje cerimonial simples que era exigido na presença daquelas capazes de invocar e falar com espíritos.

− Aburame-san, faz tempo. – A senhora dirigiu-se a ele por trás dos óculos escuros que usava, apoiando todo o peso na bengala. Poderia muito bem ser confundida como avó dele apenas por essa ligeira semelhança no modelo de armação. – O que procura?

− Conselhos. – murmurou, abaixando-se até que a testa tocasse no chão. – Obaa-Asakura-sama, tenho passado por momentos difíceis.

− Com seus parasitas. Os ancestrais me contaram. – Kino deu alguns passos adiante, mal aparentando que era cega, fardo que praticamente todas as itakos carregavam consigo. Exceto pela criança que havia treinado para ser noiva de seu neto mais novo. – O que quer que eu faça?

Shino ergueu-se, sentando em posição de seiza. Havia sido uma difícil decisão a de deixar Konoha e a presença de Kiba para trás por essa jornada espiritual. Explicar para o namorado que precisava encontrar-se acabar com os pesadelos foi mais fácil do que deixá-lo. Pois doía-lhe a distância e o fato de precisar daquilo por não ser forte o bastante.

− Me ajude, por favor. – O pedido era sincero. Kino era uma pessoa dura, mas sempre condoía-se quando uma jovem alma precisava de ajuda. – Talvez algum dos meus ancestrais saiba como... lidar com isso.

− Sabe que é uma jornada difícil, não? – perguntou ela. – Quando nos comunicamos com espíritos, nem sempre conseguimos as respostas que desejamos. A maioria deles fala através de enigmas.

Shino acenou positivamente com a cabeça, ciente de que ela falava a verdade e nada mais que a verdade. Quando era mais jovem, havia acompanhado o pai até Osorezan algumas vezes no intuito de encontrar seu eu espiritual. Não era uma prática comum de todos os shinobis, mas Aburames tinham uma conexão profunda com a natureza.

− Pois bem. – Kino aproximou-se até ficar diante de Shino. A senhorinha tinha a altura do jovem rapaz enquanto sentado. Quando ela focou o rosto em sua direção, Shino sentiu como se ela a encarasse diretamente, embora os olhos fossem como cristais foscos por trás das lentes. Ela tirou o rosário do pescoço, as contas circundando os dois. – Primeira oração para o grande Pai. Segunda oração para a querida mãe. – A energia começou a fluir ao redor deles, tão pura e intensa que forçou Shino a firmar os pés no chão. – A terceira oração é para os meus irmãos do além! Levantem-se ao ouvir a minha voz! Venham até mim ao escutarem o som deste rosário!

O poder fluiu de maneira mais intensa, o som das contas batendo contra o chão que se abria como se o inferno abaixo deles quisesse sair juntamente a um mar de espíritos. Mas Asakura Kino, a itako mais poderosa daquela geração os controlou até que apenas um homem de casaco saiu de lá, o espírito translúcido ganhando forma. Shino engoliu em seco, aterrorizado. Aquele era seu ancestral?


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Notas finais do capítulo

Para quem não conhece o fandom que escolhi, foi Shaman King. No desafio passado, eu escrevi nele! O de drabbles. Mas desde então, nunca mais olhei para o fandom. É bem abandonadinho, coitado, mas adoro. Foi onde comecei de fato no mundo de fanfics, embora meu primeiro fandom tenha sido Inuyasha! Resolvi usar o aperto do Shino pra trazer a nostalgia de volta!

E agora, quem é esse tal ancestral?!

Nos vemos no próximo!



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