Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 70
Os pesadelos que retornam


Notas iniciais do capítulo

70 – Uma fanfic que envolva misticismo (e que, na história, se torna verdade)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/751540/chapter/70

Às vezes, aquele comichão se tornava mais forte. Shino acordava delirante em pesadelos, sentindo-se tomado pela força que os insetos possuíam, aquele pequeno serzinho instalado em seu coração querendo tomar o controle.

Ele ouvia.

A voz incessante que dizia que não seria capaz de proteger aqueles que amava. Que falharia como havia falhado na guerra com aquela bebê que escolheu não proteger para ir atrás de Kiba e Hinata.

Aquele era um arrependimento que carregaria por toda a vida. Mesmo meses depois, ainda não sabia de seu paradeiro, não sabia seu nome ou a que família pertencia. Mesmo com a cor incomum dos cabelos... era como se registro nenhum dela existisse.

Quem era? Como vivia? De onde vinha? Seria estrangeira?

Você é um fracasso, a voz murmurava para ele.

− Shino. Shino!— A sacudida de Shibi o trouxe de volta para a realidade. Shino suava e gritava enquanto a sombra dos insetos cobria todo o quarto. – Sou eu.

Prontos para atacarem seu pai. Os insetos estavam prontos para isso quando sua ordem silenciosa para que recuassem foi dada.

Não da próxima vez, pequeno Aburame. Não da próxima vez.

A voz sussurrava.

− Tem que manter o controle de suas emoções, filho, ou eles irão te dominar.

Ele sabia disso. Sabia disso tão bem quanto soube durante a guerra, onde a voz de Kiba foi a única coisa capaz de lhe trazer domínio sobre si próprio novamente.

− Talvez eu não estivesse pronto para isso, pai. – Admitir isso era doloroso para seu orgulho, mas a verdade o consumia por inteiro durante algumas noites. Shibi, que não era muito de demonstrar emoções, condoeu-se da dor do filho que não podia mais tomar para si. Deu um aperto no ombro dele com a mão firme.

− Acho que é justamente o contrário, filho. – disse ele. – Se não estivesse preparado, se realmente não o estivesse, já teria sido consumido. É um fardo que os Aburames precisam carregar dentro de si, ao menos os líderes. Não é fácil ter algo capaz de dominar todos os insetos ao redor, mas é o preço. Esse objeto... – ele fez uma pausa quase dramática. – ele tem estado em nossa família por gerações. E é o que garante que somos nós os dominantes e não eles.

Os insetos.

Shino engoliu em seco, concordando fracamente.

− Lembre-se que você não está sozinho nisso. – o pai lhe lembrou. E Shino sabia que, embora ele estivesse falando também dele próprio, falava mais de Kiba. – Siga o seu farol. Não o deixe se apagar.

− Eu não vou. – respondeu com convicção para o pai. Convicção que não sentia naquele momento, dominado pelo medo de perder. Mas seguiria em frente mesmo assim, pois tinha muito a perder caso desistisse, caso se entregasse total e completamente ao desejo de domínio que aquele artefato colocado em seu coração possuía. Maligno. Aquilo era maligno.

Shibi saiu do quarto, acenando com a cabeça, deixando-o perdido em seus próprios pensamentos. Não se deixaria dominar. Ele não perderia essa guerra interna.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem lembra do dispositivo implantado no Shino antes da guerra? Pois é. Alguns fantasmas sempre retornam.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cotidiano" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.