Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 55
Os efeitos da guerra


Notas iniciais do capítulo

55 – Sobre artes insanas



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Tanta coisa foi vista por eles naquele período. Era como se tudo passasse em câmera lenta, cada morte mais violenta que a outra podendo ser retratadas através da tristeza e do desespero estampados nos rostos.

Kiba imaginou que se fosse um artista, pintaria tudo aquilo com dor e sangue. E perguntou-se qual era o propósito no fim das contas. Pelo que estavam lutando mesmo? Será que alguém se lembrava para começo de conversa?

Sabia que havia um objetivo em comum. No começo, quando partiu para a guerra, achou que seria divertido. Finamente poderia mostrar ao mundo como era um ninja habilidoso! Seria finalmente reconhecido! Estaria um passo mais próximo de se tornar o Hokage! Achou lindo que as nações tivessem se unido, que lutassem juntas. No início, antes que Tsume quase lhe arrancasse as orelhas e Hana lhe alertasse que nada em uma guerra era belo, era assim que pensava.

Mas tanto sua mãe quanto sua irmã já tinham passado pelos terrores da guerra. Tsume havia perdido o primeiro esposo para ela, pai de Hana, a quem a própria Hana quase não chegara a conhecer. O pai de Kiba havia sido um caso corriqueiro, um covarde que a própria Tsume colocou para correr porque o homem não queria nada com nada.

Kiba aprendeu que a guerra não trazia nada além de sofrimento, nada além de angústia e perdas. Por que a dor era tão necessária? Por que o sentimento de perda se fazia tão lastimável?

Procurava nos rostos com receio de encontrar a própria família – a mãe, Hana, o pai de Shino ou até mesmo amigos próximos – ao mesmo tempo que queria estar com eles. Mas não os alcançava.

Sentia um estranho aperto no peito, imaginando como as coisas seriam dali para frente, quando os nomes dos mortos fossem computados e gravados em uma pedra fria. Não queria nem imaginar, pois Neji já estava entre eles. E tantos outros...

− Não é hora pra isso, Kiba. – disse para si mesmo, seguindo em frente, ajudando a quem podia, pois era o que podia fazer naquele momento.

Já Shino, não buscou rostos conhecidos, mas um que havia ficado marcado em sua mente: o daquele bebê que tinha deixado para trás, o qual não conseguira alcançar. Uma escolha difícil, mas que se fez necessária para que alcançasse os companheiros de time a tempo.

Seus insetos estavam espalhados por todas as direções, fazendo-se de mãos e pernas para aqueles que não tinham mais forças para seguir em frente, auxiliando qualquer um que pudesse ajudar, porque cada segundo ganho em um campo de batalha poderia significar a diferença entre a vida e a morte.

Seguiu em frente, refletindo sobre os horrores que tinha acompanhado até então, imaginando se algum dia poderiam viver uma vida normal novamente, porque a guerra mudava as pessoas, agora ele vivia isso na própria pele.

Respirou fundo, levantando mais pedras de escombros, gritando para Hinata se aproximar quando achou mais um sobrevivente ali.

A guerra, a guerra era uma arte insana.


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Notas finais do capítulo

Caraca, esse tema me desarmou totalmente! Não consegui desenvolver ele, coloquei um pouco na geladeira e finalmente saiu! Espero que os próximos facilitem!



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