Estavam no meio de uma batalha, a formação completamente quebrada porque Kiba decidiu que partir para a porrada era muito mais prudente do que bolarem uma estratégia para atacar em conjunto.
De repente, Shino e Kiba sentiram-se tomados por uma forte tontura e se viram em queda livre ao lado de Akamaru, que gania sem compreender o que estava acontecendo. Sem tempo para uma rápida análise da situação, uma nuvem de insetos recobriu os três enquanto Shino buscava Kurenai-sensei e Hinata com os olhos.
− Caralho, Shino, o que está acontecendo?! – Sentia todos os pelos de seu corpo arrepiados, tentando se firmar na nuvem de insetos de Shino sem resultado. Tinham despencado do topo de um prédio com mais de cem andares! E teriam virado patê de ninjas se não fosse pela rapidez de Shino.
− Eu não tenho certeza, mas acho que estamos presos em algum jutsu. Consegue sentir o cheiro de Kurenai-sensei ou de Hinata?
Kiba tentou se concentrar, mas ao seu lado, Akamaru não parava de ganir, assustado pela altura em que se encontravam.
− Calma, Akamaru! O Shino disse que tá tudo bem! – Passou um dos braços ao redor do pescoço do cachorro e fechou os olhos. Talvez se não visse o ambiente ao redor, poderia se focar melhor.
Enquanto isso, Shino encarava uma estranha estátua onde uma mulher segurava uma tocha e encarava o céu de maneira pensativa.
− Eu... sinto, mas está fraco demais, Shino, Desculpa! – Kiba sentia-se um inútil por tê-los colocado naquela situação. – Mas a gente tava no meio da floresta agora! Que porra!
Foi quando uma fissura se formou no céu e ele estilhaçou-se como se fosse feito de vidro. A sensação de cair de uma altura milenar os assomou novamente e Shino agarrou Kiba em pleno ar, enquanto Akamaru permanecia seguro por uma nuvem de insetos que certamente o incomodaria mais tarde.
Kiba sentia-se zonzo e um tanto aturdido quando observou Shino com o corpo sobre o seu, os olhos desprotegidos dos óculos escuros.
− Seus olhos... – murmurou Kiba, uma das mãos tateando o rosto de Shino como se não acreditasse que era a primeira vez que o via sem os óculos.
− O que tem? – Shino arqueou as sobrancelhas.
Kiba ficou emudecido como se tomado pelo jutsu de Sasuke novamente. Eram escuros como poços de alcatrão. E de alguma forma, Kiba sentiu-se atraído por eles como um lobo pela lua cheia.
− Eles estão ali, Kurenai-sensei! Eles estão bem! – Era a voz de Hinata alcançando-os. Imediatamente, Kiba empurrou Shino de cima de si, entregando-lhe os óculos escuros.
− Aqui, Shino.
Shino anuiu, agradecendo.
− Vocês estão bem, meninos? – Kurenai encarou os dois, vendo que não havia nada de errado. – Hinata detectou um genjutsu com seu byakugan e chegamos na fonte.
− Hn. – Shino concordou.
− Kiba-kun? – Hinata chamou o amigo, que parecia estranhamente quieto.
− Oe! Estou bem, Hinata-chan! Valeu por salvarem a gente! – Ergueu o polegar.
− Vamos. Eu pago o Ichiraku. – Kurenai chamou. Claro, nenhum deles dispensou.