Cotidiano escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 36
No futuro


Notas iniciais do capítulo

36 – Uma colegial

É de cair o bico da cara esse tema no meio da guerra. Leves spoilers de Boruto



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No futuro, quando Shino lecionasse e uma das colegiais para quem dava aula o dominasse com uma espécie de jutsu secreto, ele se lembraria daquele momento onde quase havia perdido o controle.

Ele se lembraria em como era se sentir uma peça usada como ela era, e ansiaria por ajudá-la com todo afinco possível. E ele se lembraria do terror que sentiu naquele momento, quando o exército de Zetsus apontou em sua direção, como uma torcida organizada pronta para destruir o que estivesse em seu caminho.

E o que estava no caminho eram eles. Kiba engoliu em seco, olhando ao redor. Sem nunca perder o cheiro de Hinata. Apegando-se a isso.

− O que vamos fazer, Shino? – A pergunta era receosa. Kiba não estava com medo, mas talvez um pouco acuado. Lembrando-lhe Akamaru, cujos pelos estavam eriçados e os dentes expostos enquanto rosnava.

No futuro, quando se lembrasse daquela colegial acuada, querendo fugir pelo medo de quem era, das obrigações impostas sobre seus ombros, Shino se lembraria daquela cena. E de como Kiba, mesmo diante daquela situação, se recusava a fugir.

− Vamos permanecer juntos, sempre agrupados, procurando enfrentar apenas aquilo com o que podemos lidar. Deve haver uma fonte para isso tudo.

E seus insetos já trabalhavam para descobrir. Agora que estava no controle novamente, ainda que eles quisessem que se perdesse. Para que lhe devorassem. Nunca antes vira seus insetos tão violentos. Mas aquele ritmo frenético de guerra, o derramamento de sangue excessivo, pareciam despertar neles um sentimento primitivo de querer suprir-se total e completamente.

No futuro, quando Shino lhe falasse a respeito daquela mesma colegial quando retornava do dia mais exaustivo de sua vida ao ser manipulado, Kiba lhe diria que sabia o que era se sentir sem saída. Pois era daquele jeito que se sentia agora, encarando um sem número de inimigos dos quais eles não pareciam ser o suficiente para dar conta.

Mas mesmo assim, seguiriam em frente, pois seguir em frente era a única coisa que poderiam fazer.

Pelo futuro, onde dezenas de colegiais – meninos e meninas – poderiam frequentar a academia shinobi, Shino e Kiba decidiram fazer sua parte na guerra.

Eles se uniram, atacaram, e destruíram, e se feriram no processo. E tiveram mais amigos se juntando a eles, de cada lado da batalha, apenas para que pudessem seguir em frente.

E Shino se lembraria do jeito orgulhoso do pai ao ver como ele controlava seus insetos em batalha. E Kiba se lembraria dos cães Inuzuka que apareceram para ajudá-los, assim como outros shinobis que davam o próprio sangue apenas para que aquele exército imortal não avançasse na direção de sua vila. De seu lar.

Então, um dia, quando Shino contasse para aquela mesma colegial como havia sido estar na guerra, ela compreenderia porque, apesar de tudo o que havia feito, Shino não desistia.

Porque seguir em frente era tudo o que podiam fazer para que pessoas como ela, estigmatizadas pela guerra sem nem mesmo terem nascido, pudessem ter uma chance de viver.


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Notas finais do capítulo

Um tema desses no meio da guerra acaba com a gente, mas seguimos plenos de que tudo vai dar certo no fim. O próximo é tiro de escopeta. Beijos



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