A brincadeira contra Sasuke rendera frutos contra Naruto e Kiba: acontece que o Uchiha esquentadinho, ao ser alvo de um gelado balde d’água que apagou seu katon, usou um jutsu desconhecido pelos dois até então, que culminou em um Kiba mudo e um Naruto completamente surdo.

Quando Hinata foi correndo até a casa de Shino para contar-lhe no que o companheiro havia se metido, não deu outra: Shino decidiu que tinha que ver aquilo com seus próprios olhos!

Ao lado de Kiba e Naruto, Akamaru latia feito louco.

− AHN?! KIBA, O QUE O SEU CACHORRO LOUCO ESTÁ FAZENDO?! OE! EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ, DATTE BAYO! – Naruto gritava como uma senhorinha de oitenta anos, e Shikamaru já havia caído árvore de tanto rir, ao lado de Chouji.

Kiba choramingava, a face expressiva demais enquanto nenhum som deixava sua boca. Shino aproximou-se do Inuzuka, os olhos pidões e tristonhos de cachorro sem dono.

− A brincadeira contra Sasuke não deu muito certo? – Arqueou as sobrancelhas. Kiba fez uma expressão mortal que queria dizer: “Pare de zombar de mim, maldito!”, da qual Shino riu internamente; Aburames não demonstravam as emoções em público.

− DO QUE VOCÊS ESTÃO FALANDO, IDIOTAS?! ESTÃO ME XINGANDO POR ACASO, ‘TE BAYO?! – Naruto esbravejava, gritando para os quatro ventos, enquanto Sasuke, encharcado como um pano recém-saído da máquina de lavar, resmungava.

Hinata, corada como um tomate maduro, aproximou-se de Shino e Kiba.

− O-o que faremos, Shino-kun? – A amiga questionou. – Devo chamar Kurenai-sensei?

Shino ficou pensativo a respeito disso, vendo Kiba implorar para que não o fizesse, e leu sua expressão. Afinal, Kiba podia não conseguir falar, mas seus movimentos corporais expressavam exatamente o que queria dizer quando, em um movimento excessivamente dramático, passou o polegar pelo pescoço.

“Não, por favor, não! Mamãe vai me matar se descobrir!”

Shino não tinha a menor dúvida de que a mãe de Kiba o colocaria de castigo junto por não ter impedido o filho de fazer uma burrada daquelas. Eram, afinal, companheiros de equipe.

− Não. – disse ele, pegando Kiba pela mão. – Vamos, Kiba. Vamos lá para casa e eu darei um jeito nisso.

− Eh? – Hinata arqueou as sobrancelhas, os olhos perolados encarando o Aburame. – Mas e quanto ao Naruto-kun? Precisa ajuda-lo também, Shino-kun!

Shino queria dizer que não precisava não ajudar Naruto, que havia se metido nessa brincadeira com Kiba, mas ao ver Hinata praticamente implorando por isso, arrastou-o para sua casa também, na companhia da jovem Hyuuga, que desmaiou pelo menos três vezes no caminho.

− Muito bem, fechem os olhos todos vocês. – Ordenou Shino. Quando Hinata não o fez, olhou de maneira incisiva para ela, que prontamente obedeceu.

Ele aproximou-se primeiro de Naruto e ordenou o selo kai¹ baixinho. Fez o mesmo com Kiba, mas não sem antes roubar-lhe um beijo rápido.

− CARALHO,SHINO! – exclamou, mas o Aburame apenas o encarou com as sobrancelhas erguidas.

− O quê? – perguntou casualmente, como se não tivesse acabado de beijá-lo. – Você queria se ver livre ou não?