Naquele dia, os dois estavam assistindo a um documentário sobre bebês. Depois que Kurenai havia se afastado por conta do nascimento de Mirai, o time 8 se revezava com o time 10 para ajudá-la. Afinal, com a morte de Asuma, eles eram o único suporte que a sensei possuía e não a deixariam na mão. Por isso, precisavam saber mais sobre como cuidar de uma criança.

− Ne, Shino, mamãe me disse que no passado, houve uma epidemia que matou todas as mulheres do nosso clã, antes mesmo de migrarmos para Konohagakure. Isso foi há muito tempo.

− E como sobreviveram? – Parou de prestar atenção no documentário àquela altura para encarar o namorado que entrelaçava os dedos aos seus.

− Eles desenvolveram um jutsu, os meus ancestrais, que permitia que os homens se relacionassem entre si e gerassem a prole. – Kiba corou um pouco ao dizer isso. – Foi uma espécie de adaptação do sistema, até que outras mulheres nasceram, livres da doença, e puderam continuar com o clã. Sabe como é, antigamente havia esse lance meio Hyuuga de não se misturar. Mas agora...

Kiba encolheu um pouco os ombros. Shino estava surpreso com aquela informação.

− Sonhei que engravidava de você. Que havia uma espécie de lei que obrigava casais a se formarem e terem filhos juntos porque a população de Konoha havia caído por causa da guerra ninja... sabe?

Shino estava surpreso com o quanto Kiba parecia maduro e fofo ao mesmo tempo falando aquilo tudo.

− Quero dizer que... quero dizer que se algo assim acontecesse, eu escolheria usar esse jutsu se pudesse. – disse por fim, parando de rodear o assunto. – Apenas porque não quero me separar de você, Shino! Isso não me faz menos homem, né? Carregar um filho seu...

Sua voz foi ficando baixinha e as garrinhas se fincaram no casaco de Shino. Ele já havia perdido as contas de quantas vezes isso havia acontecido. Era o mesmo que ter um gato afofando suas roupas.

− Não faz não. – Shino respondeu, repousando a mão sobre o rosto de Kiba. – Acho que te faria a pessoa mais incrível de todas. E eu me sentiria honrado de formar uma família com você.

Kiba corou diante daquelas palavras, as marcas do clã Inuzuka desaparecendo.

− Mas não vai acontecer assim! – Mordiscou a parte interna da bochecha. – O jutsu se perdeu há muito tempo.

Shino sorriu, achando graça.

− O que foi, maldito? O que eu disse dessa vez? – Kiba questionou.

Mas Shino apenas sorriu ainda mais, lhe dando um beijo suave nos lábios.

− Kiba dizendo kibices. – Resumiu-se a dizer. – Sempre podemos adotar. Existem muitas crianças pelo mundo ninja afora que precisam de pais.

Kiba concordou. Depois da morte de Asuma, sabia que as coisas só ficariam mais difíceis dali para frente. Mas passou uma das mãos na barriga, como se imaginasse o sonho: ele com um barrigão enorme, esperando um casal. Sorriu feito o bobo que era. Talvez a ideia de ter Shininhos não fosse tão ruim assim!